Governo Dilma atendendo “apelos” da reação sionista e esquerda revisionista alinha-se com o imperialismo ianque na ONU para condenar a Síria
Por iniciativa dos EUA a assembleia geral da ONU, este verdadeiro covil de bandidos como afirmou Lenin de sua precursora, aprovou ontem (22) uma condenação a Síria por violação dos “direitos humanos”. Foram 122 votos a favor, 13 contra e 21 abstenções. O governo brasileiro da frente popular seguiu a determinação do embaixador ianque e mais uma vez revelou seu caráter pró-imperialista e submisso aos interesses do Pentágono no Oriente Médio. A Síria vem sofrendo forte pressão dos EUA para apoiar a ação terrorista de Israel contra o Irã, chegando mesmo a ser suspensa da Liga Árabe, uma espécie de junção de governos vendidos à Casa Branca. O operativo político montado por Obama para “neutralizar” o governo de Bashar Assad foi impulsionar uma oposição de extrema direita, ao estilo do que fez na Líbia, para apresentar o regime sírio perante o mundo como uma “ditadura genocida”. É evidente que os EUA não pretende invadir nem atacar militarmente a Síria (um país relativamente pobre de recursos naturais), seu alvo belicoso neste momento está focado no Irã, mas o “sucesso” político da operação contra o regime dos Aiatolás depende da neutralização dos adversários militares de Israel em toda região. Colocando o governo burguês de Assad na defensiva, sob o pretexto da violação dos direitos humanos contra uma oposição nazi-sionista, o imperialismo ianque e seus “sócios” buscam isolar o Irã de possíveis aliados, em sua próxima aventura guerreirista.
A posição vergonhosa assumida pelo governo Dilma na ONU, desmoraliza por completo a esquerda “chapa branca”, que tenta inutilmente maquiar a gestão da frente popular com contornos “anti-imperialistas” no cenário das relações internacionais. Também de uma mesma tacada desnuda o caráter pró-imperialista da chamada “oposição de esquerda” (PSTU e PSOL) que reivindicava do governo brasileiro a ruptura de relações diplomáticas com a Síria. Ambos os “bandos” desta esquerda traidora (reformista e revisionista) tem em comum a mesma estratégia de colaboração de classes, subordinada à democracia burguesa, cujo farol de referência é o regime político norte-americano. Para os revisionistas da “oposição de esquerda” (PSTU) não há nenhum problema em se aliar com a oposição Demo-Tucana nas mobilizações contra Dilma, já que fazem o mesmo com a oposição “esquálida” na Venezuela, além de terem apoiado a oposição dos “rebeldes” da OTAN na Líbia. No caso dos reformistas continuarem “vendendo” a imagem do governo neoliberal de Dilma como de “esquerda”, é um ofício próprio de degenerados sociais-democratas, convertidos à ordem capitalista.
Os marxistas revolucionários conhecem muito bem a essência oligárquica burguesa do governo Assad, mas de forma alguma podem “colaborar” com a oposição sionista montada pelos EUA. O complexo tabuleiro político da região, que envolve a luta de libertação do povo palestino e a forte presença do Hezbolah no Líbano, exige uma vigorosa postura anti-imperialista e pela destruição do enclave de Israel, ao mesmo tempo em que a impotência das burguesias árabes aponta para o jovem proletariado a realização das tarefas históricas pendentes. De toda a forma, a defesa militar das nações semicoloniais agredidas pelos abutres imperialistas continua neste momento sendo o centro político da intervenção da classe operária árabe, independente dos regimes burgueses autocráticos.