segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Assassinato do comandante Afonso Cano: Com vergonhosa ajuda de Chávez, facínora Santos impõe um duro golpe contra as FARC 

No último dia 05 de novembro, o facínora presidente colombiano, Manoel Santos, anunciou com júbilo o assassinato de Afonso Cano, dirigente máximo das FARC, que havia sucedido Manoel Marulanda no comando da guerrilha. Em uma operação que empregou mais de mil soldados do exército colombiano, o acampamento das FARC foi bombardeado e depois cercado, sendo mortos além de Cano vários dirigentes da guerrilha. Esse duro golpe contra as FARC só foi possível devido às informações obtidas depois da detenção, há poucos meses, na fronteira com a Venezuela, em uma operação conjunta entre as forças de segurança do governo Chávez e a polícia nacional colombiana, do guerrilheiro Miguel Ángel Ariñez, conhecido como “el médico”, responsável pela assistência médica ao comando central da guerrilha.

Segundo o próprio diretor da Polícia Nacional colombiana, o general Óscar Naranjo, Miguel Ángel Ariñez foi capturado em agosto na cidade fronteiriça de Cúcuta, depois de ter retornado a Colômbia pressionado pelas operações venezuelanas: “Este indivíduo saiu da Venezuela por pressão da busca que exerceu Venezuela, de maneira binacional” (Jornal espanhol Qué, 04/08), destacando que “a normalização diplomática com o país vizinho tem possibilitado maiores coordenações de inteligência e um trabalho conjunto. O que estamos constatando é que a pressão binacional Venezuela-Colômbia está produzindo estes resultados, dada a instabilidade e os erros que estão cometendo os terroristas” (Idem). A macabra ação conjunta de caça aos dirigentes das FARC entre Chávez e Santos permitiu as informações sobre a localização do acampamento onde estava Afonso Cano e a vitória do operativo militar que levou a sua morte. Esta mesma “parceria” já havia capturado o jornalista da ANNCOL (Agência de Notícias Nova Colômbia), Joaquín Pérez Becerra, refugiado político há doze anos na Suécia, preso quando estava na Venezuela e entregue para o cárcere do narco-fascista Manuel Santos, assim como deteve Julián Conrado, dirigente da guerrilha, doente e encarcerado em condições sub-humanas pelo exército venezuelano.

O mais repugnante é que as correntes de esquerda que apóiam o chavismo, como o PCB brasileiro, denunciam o assassinato de Cano, mas não fazem qualquer menção de que a colaboração do governo Chávez foi fundamental para que o exército colombiano alcançasse seu objetivo fatal. Da mesma forma agem os revisionistas do trotskismo, como a decomposta CMI de Alan Woods, que se calam diante de mais este verdadeiro crime que teve a participação direta do paladino do “Socialismo do Século XXI” que tanto reverenciam. Estes grupos sequer denunciam que, ao mesmo tempo em que Chávez colabora com o extermínio dos militantes das FARC, cinicamente defende que a guerrilha entregue suas armas, ou seja, pressiona para que as FARC se renda ao regime facistizante colombiano comandado por Santos. Desta forma, Chávez faz coro com este facínora, que ao anunciar a morte de Afonso Cano deu um ultimato público às FARC: rendição ou morte! Um exemplo claro do apoio a essa política canalha é o que defende o PC colombiano em sua declaração após o assassinato de Cano: “É necessário insistir em saídas humanitárias e pacíficas. O governo e as organizações insurgentes devem abrir um espaço de diálogo para o acordo pela nova Colômbia em paz com democracia e justiça social” (Sítio PCC, 05/11).

A LBI, apesar de nossas profundas divergências com o programa das FARC, mantém de pé a tarefa da defesa militar incondicional da guerrilha frente aos ataques do governo assassino de Santos, a serviço do imperialismo ianque, assim como a denúncia do chavismo e seu “Socialismo do Século XXI” como um embuste que não pode de forma alguma ser apresentado como um regime político aliado dos trabalhadores. Na verdade, o real conteúdo do decadente nacionalismo burguês, representado por Chávez, é exatamente similar a outros regimes com as mesmas características sociais, como na Líbia à época de Kadaffi. Em síntese, governos capitalistas com viés estatizante, vacilantes em relação ao enfrentamento com o imperialismo, que pressionados pelo proletariado adotam uma tímida postura “nacionalista”.

Em oposição pelo vértice aos revisionistas do trotskismo e dos estalinistas “moderados” que condenam as FARC pela adoção da luta armada, isolando-a ainda mais para que sejam presa fácil da burguesia, defendemos que uma política justa para o confronto entre a guerrilha e o Estado burguês passa por aplicar a unidade de ação contra Santos, com a mais absoluta independência política em relação ao programa reformista das FARC. Ao lado dos heróicos guerrilheiros das FARC e honrando o sangue derramado pelo comandante Afonso Cano, que morreu em combate, apontamos como alternativa programática a defesa da estratégia da revolução socialista e da ditadura do proletariado, sem patrocinar nenhuma ilusão na possibilidade de construir uma “Nova Colômbia” sem liquidar o capitalismo e seus títeres.