segunda-feira, 31 de dezembro de 2012


Burocracia sindical corrupta festeja novo ano com salário mínimo de miséria dado por Dilma

O governo Dilma anunciou em R$ 678,00 o valor do novo salário mínimo a partir do dia 1º de janeiro de 2013. O Planalto também decidiu pela isenção de Imposto de Renda sobre a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) para quem recebe até 6 mil reais. Logo a burocracia sindical corrupta saiu cinicamente a comemorar a quantia miserável, apresentando-a como uma “grande conquista para os trabalhadores”. Segundo o presidente da CUT, o arquipelego Vagner Freitas, “É uma boa notícia de Ano Novo para os trabalhadores e trabalhadoras, resultado de esforços coletivos, do empenho da CUT e de suas entidades filiadas”. Já para a CTB “o anúncio do novo valor para o salário mínimo (R$ 678), feito pela presidenta Dilma consolida uma consistente elevação do ganho real a partir do governo Lula. Os números são incontestáveis e independem de julgamentos políticos”. O valor festejado pela direção da CUT e da CTB não significa nem uma “diária” paga pelos sindicatos aos burocratas que a cada fim-de-semana participam de “congressos”, fazendo turismo sindical e que não encaminham nenhuma luta concreta. O valor de R$ 678,00 não atende a necessidade de uma família trabalhadora, sequer repondo o índice real de inflação que gerou uma disparada dos preços nos últimos meses de 2012, o verdadeiro “presente de grego” que os capitalistas e o governo Dilma deram para os assalariados às vesperas do ano novo!

O próprio DIEESE, mantido pela CUT e as outras centrais “chapa branca”, anunciou que o “salário mínimo necessário” é de R$ 2.614. De acordo com dados do mesmo instituto, 14 das 17 capitais onde o DIEESE realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica registraram aumento acima de 12% no conjunto de gêneros alimentícios essênciais durante o ano de 2012. Em dezembro, o salário mínimo necessário deveria ser de R$ 2.614, o que corresponde a mais 4 vezes o mínimo anunciado pelo governo, enquanto o aumento dado foi de 9%. A política capitalista do governo Dilma de camuflar os índices inflacionários para justificar o “êxito” de sua política econômica não resiste à realidade. Afinal, os reajustes salariais não acompanham os reajustes dos preços que superam, velozmente, a inflação oficial e os trabalhadores continuam a pagar uma conta que não é sua. O “novo” valor do salário mínimo deixa claro que a estabilidade da economia brasileira nos últimos anos tem como um dos seus pilares fundamentais a enorme expropriação salarial da classe operária, responsável por crescer os lucros dos grandes monopólios que a exploram sem ter nenhum ganho real com isso.

Segundo o deputado federal Vicentinho, ex-presidente da CUT e do sindicato metalúrgicos do ABC paulista, “O aumento real do poder de compra do salário mínimo é a prova de que os governos do PT, dos presidentes Lula e Dilma, vêm cumprindo o compromisso de valorizar os trabalhadores de renda mais baixa”. O vendido Vicentinho também declarou que “o novo valor prova que a política de reajuste enviada pelo governo ao Congresso estava correta”. Ele foi relator, em 2011, da proposta do governo Dilma produto de um acordo com as centrais “chapa branca” que estipulou uma política de “reajuste” para o salário mínimo até 2015. Pelos critérios definidos com a aprovação do projeto de lei do Executivo, o reajuste é definido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e, a título de aumento real, a variação do PIB de dois anos antes. Nada mais falso! O acordo assinado entre governo e centrais como CUT e Força Sindical foi o responsável por deixar o salário mínimo sem aumento em 2011 e, longe de permitir uma real valorização do salário no que se refere às necessidades de uma família operária, essa regra tem o objetivo de vincular seu reajuste ao “crescimento da economia” e impedindo que ele tenha um aumento real, preservando assim os lucros dos capitalistas.

A única via para impor um salário mínimo vital para os trabalhadores, assim como derrotar a política de arrocho salarial ditada ao conjunto da classe pelo governo burguês frente populista, é a da ação direta, com o método da mobilização permanente da classe operária. Os trabalhadores não devem confiar, nem por um segundo, nas direções reformistas que vendem gato por lebre. A unificação das lutas e o combate à reforma trabalhista que se avizinha são tarefas que o proletariado deve enfrentar na arena política da guerra de classes, delimitando claramente seus inimigos viscerais dentro do movimento de massas. A alternativa capaz de superar essa política colaboracionista da CUT, que detém o controle sobre o movimento operário, bloqueando qualquer iniciativa independente das massas para romper a paralisia, é organizar os explorados sob uma perspectiva de independência de classe, unificando suas lutas em defesa de um salário mínimo vital capaz de sustentar o trabalhador e sua família com dignidade, que atenda às reivindicações de uma família operária, em torno de R$ 5.000 e de uma política salarial com reajustes sistemáticos acima da inflação. Essas demandas somente serão arrancadas através da ação direta das massas do campo e da cidade em um combate revolucionário de todos os trabalhadores assalariados contra o governo Dilma e de seus agentes pelegos. Os trabalhadores devem erguer a bandeira de um salário mínimo vital que atenda com dignidade as demandas de uma família por saúde, habitação, cultura e lazer, transporte, alimentação e vestuário. Somente a mobilização permanente dos trabalhadores e a luta contra a trágica realidade capitalista, que nem mesmo reformas são capazes de conceder, poderá apresentar uma perspectiva combativa e socialista para as reivindicações econômicas do proletariado.