quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014


Ato político em frente ao Consulado da Venezuela/RJ: LBI denuncia provocações fascistas contra governo Maduro e defende o armamento popular para derrotar os agentes do imperialismo!

A militância da LBI se fez presente no ato político contra as provocações fascistas ao governo Maduro. A atividade ocorreu no final da tarde desta terça-feira (25/02) em frente ao Consulado da Venezuela na capital fluminense localizado na Av. Presidente Vargas, 463, no centro do Rio de Janeiro. Cerca de 150 ativistas se fizeram presentes, representando diversas correntes políticas entre elas o PCB, Esquerda Marxista (PT), PCR, PCML/Jornal Inverta, Brigadas Populares, PCdoB, Levante Popular da Juventude, MST e CTB. Ao final do ato, provocadores de direita ligados ao fascista Jair Bolsonaro (PP) apareceram no local, mas logo se retiraram ante o repúdio militante dos presentes que gritaram em viva voz que “Fascistas, não passarão!”. Nem a CST e a LSR (PSOL), assim como a LER-QI e, muito menos, o PSTU compareceram a atividade, o que reforça seu apoio velado às manifestações da direita sob o manto da política supostamente abstencionista de “nem o MUD nem Maduro”. A LBI usou o megafone disponibilizado no ato para defender em sua fala a unidade de ação com o “chavismo” e as forças populares que o apoiam para derrotar os golpistas. Desde já alertamos aos ativistas presentes que os fascistas somente serão derrotados com o armamento popular e não por meio das FFAA “bolivarianas” como assegura o governo Maduro, já que elas são o principal sustentáculo de manutenção do Estado burguês. Frente a uma crise revolucionária profunda, invariavelmente as forças armadas se colocam contra o movimento de massas e em defesa da ordem capitalista como já vimos no Chile de Allende.

Todas as falas das organizações políticas presentes, a exceção da LBI, saudaram a revolução bolivariana e o chamado “Socialismo do Século XXI”, sem qualquer crítica. Nossa corrente trotskista, ao contrário, pontuou que apesar de ter chamado a votar criticamente em Maduro nas eleições presidenciais de 2013 não apoiava seu limitado programa nacionalista burguês, que acabava por sua natureza de classe por favorecer as investidas do fascismo. Esclarecemos, entretanto, que nossas profundas diferenças com o “chavismo” jamais seriam motivos para não estar na mesma trincheira de luta contra os agentes pró-imperialistas. Defendemos que os trabalhadores se armem e formem milícias populares para garantir a permanência de suas conquistas operárias e seus direitos sociais rumo à expropriação do conjunto da burguesia. Nesse sentido, demos como exemplo a Ucrânia, onde a covardia do governo Viktor Yanukovych possibilitou que as hordas fascistas tomassem as ruas de Kiev e o depusesse. Um panfleto dedicado a esta questão foi amplamente distribuído e debatido com os presentes pela militância da LBI.

O debate sobre a Ucrânia esteve bastante vivo no ato em defesa da Venezuela. Nossa crítica marxista à vergonhosa conduta do Partido Comunista da ex-replública soviética (PCU), que não mobilizou os trabalhadores para barrar o golpe da direita que depôs Viktor Yanukovych, jogando todas suas expectativas na ação das forças policiais, serviu como alerta no ácido debate sobre o que vem ocorrendo na pátria de Hugo Chávez. O fato das tropas de elite das FFAA da Ucrânia terem pedido desculpas públicas ao “novo” governo golpista e aos fascistas, demonstra bem que sob as FFAA tanto de lá como da Venezuela não podem repousar ilusões democráticas ou “constitucionalistas”. Ao mesmo tempo o “acordo” que Yanukovych havia assinado dias antes, no qual ele fazia enormes concessões à direita, foi jogado no lixo assim que esta se sentiu fortalecida para impor o golpe. Este fato demonstra que também os chamados de Maduro a uma “Conferência Nacional de Paz” com participação da direita liderada por Henrique Capriles é o caminho para a derrota na medida em que desmoraliza o movimento de massas. Capriles espera que os fascistas ligados a López sangrem Maduro até o “referendo revogatório” que se realizará em 2015 e se convoquem eleições antecipadas onde o MUD saia vencedor. Trata-se de uma clara divisão de tarefas orquestrada pelo imperialismo!

Ao final do ato, provocadores fascistas ligados ao deputado Jair Bolsonaro apareceram em frente ao Consulado da Venezuela, mas foram rechaçados pelos presentes. Da mesma forma como fizemos no ato do Rio de Janeiro deste dia 25/02, o proletariado venezuelano deve responder à reação fascista com uma demonstração de força em defesa da ampliação das conquistas sociais da classe operária e de repúdio aos golpistas, forjando no calor da batalha um programa genuinamente comunista de completa ruptura com o nacionalismo burguês. A vanguarda classista deve protagonizar ações diretas, contemplando uma plataforma de ocupações de fábricas, nacionalizações de grupos econômicos sob o controle dos trabalhadores e socialização do latifúndio. A tarefa que se impõe nesta polarizada conjuntura, acompanhando a evolução política das massas, é a construção do partido operário revolucionário, única forma de combate consequente ao Estado capitalista, cabendo à vanguarda do proletariado adotar uma política de “estimular” as tendências de radicalização do setor popular e camponês do nacionalismo burguês para que se choque com os limites impostos pelo próprio Maduro e a direção do PSUV a frente do governo!