Cinegrafista da Band
bombardeado na cabeça pela PM em protesto no Rio: Estado de “exceção” em plena
vigência no Brasil!
O cinegrafista da Rede
Bandeirantes, Santiago Andrade, foi alvo de uma bomba de gás (de alto poder
lesivo) lançada contra ele pela PM do Rio de Janeiro enquanto cobria o protesto
popular contra o aumento das tarifas de transporte urbano ocorrido na noite desta
quinta-feira (06/02) no centro da capital fluminense. O trabalhador da Band foi
alvejado gravemente na cabeça no exato momento em que registrava a bárbara
repressão levada a cabo pela assassina PM do governador Sérgio “Caveirão”
contra manifestantes sociais desarmados. É importante destacar que não se
tratou de um caso de “bala perdida” da PM, mas sim de um covarde e letal ataque
a um profissional de jornalismo (neste caso da própria mídia corporativa) que
documentava a desproporcional truculência da polícia militar utilizada contra
ativistas políticos indefesos. O fato de Santiago ter sido atingindo na cabeça
(sob uma precisa mira) só comprova a tese de que se trata de uma clara “sinalização”
de que a PM não admitirá nenhum registro fotográfico de suas ações criminosas,
seja da mídia independente ou não. A violenta repressão policial generalizada
começou quando a combativa e pacífica passeata iniciada na Av. Presidente
Vargas chegou a Central do Brasil, neste momento decidiu-se por “liberar” as
catracas de cobranças provocando a fúria da tropa de choque, verdadeiros cães
de guarda da burguesia e seus “negócios”. Foram efetuadas 28 prisões de
manifestantes, completamente arbitrárias, além do saldo de vários feridos e da
tentativa de assassinato do funcionário da Band.
Os trágicos acontecimentos do Rio (ainda não sabemos se Santiago sobreviverá à lesão sofrida) ocorrem há pouco mais de uma semana do fuzilamento, pela PM do governador Tucano Alckmin, de um jovem um manifestante que participava do ato contra a Copa da FIFA organizado por várias entidades populares na cidade de São Paulo. É evidente que não se tratam de meras coincidências desastrosas, o recrudescimento do regime político contra os movimentos sociais é um fato já consolidado e até mesmo reconhecido oficialmente pelo governo da Frente Popular, que admitiu que monitora eletronicamente todas as correntes de pensamento que se opõem a esta Copa dos magnatas capitalistas. Também é bastante óbvio que a repressão estatal não está unicamente dirigida aos chamados “Blak Blocs”, apresentados (tanto pela mídia “murdochiana” como pela blogosfera “chapa branca”) como os “demônios” que atuam contra os “interesses da pátria”. As sinistras forças do aparelho policial e militar (herdadas da época da ditadura) estão agindo contra o conjunto da esquerda revolucionária e o ativismo classista, que se recusa a ceder à pressão do reacionário discurso “patrioteiro” do Brasil “potência emergente”.
A ofensiva neoliberal da
burguesia contra as conquistas operárias requer a implantação de um regime
democratizante (democracia dos ricos) cada vez mais semelhante politicamente a
um estado policial de “exceção”. Desta forma, a criminalização dos militantes e das próprias organizações comunistas é parte integrante desta inflexão fascistizante. Para este fim a burguesia lança mão dos arcaicos bordões
“nacionalistas”, mas que no fundo são “elaborados” nos bastidores da Casa
Branca em Washington. O governo do PT e os partidos reformistas de sua base de
apoio são os “gerentes” tupiniquins da atual ofensiva imperialista contra os
povos, tentando “vender” a falsa versão de que inserindo o país no calendário
mundial dos “grandes eventos” é a população pobre que será beneficiada. Mas
quando esta mesma população da periferia urbana “ousa” visitar os “templos de
consumo” da elite capitalista e afins, são “recepcionados” com a selvageria da
PM ancorada por sentenças judiciais racistas que nos fazem lembrar a Ku Klux
Klan (KKK).
Como Marxistas
Revolucionários estaremos sempre na primeira fileira dos que lutam contra este
regime bastardo e seus embustes políticos, mesmo não avalizando a totalidade de
seus métodos ou de suas ações diretas contra o estado burguês. Do mesmo lado da
barricada dos bravos e jovens ativistas, publicitaremos pacientemente que o
combate mais justo contra o capital é o da adoção do programa da revolução
socialista, protagonizado pela classe operária e seus aliados históricos. Neste
rico processo dialético a vigorosa denúncia contra toda e qualquer repressão
policial e arbitrariedades judiciais a militantes da esquerda ou trabalhadores
em geral, ocupa um papel de absoluto destaque na atividade dos Marxistas,
inteiramente independente do acordo ideológico que tenhamos ou não com as
vítimas desta direitista ofensiva neoliberal em pleno curso. Nesta difícil
conjuntura de acúmulo de derrotas do movimento de massas (onde as próprias
liberdades democráticas burguesas estão sendo suprimidas) é hora de reforçar o
chamado feito pela LBI para a realização de um encontro nacional contra as
demissões e perseguições políticas, como uma importante alavanca política para
a organização de nossa resistência socialista!