domingo, 23 de fevereiro de 2014

Fotos tiradas por Marco Queiroz de dentro do 4° DP Consolação enquanto aguardava (junto com outros 30 manifestantes)ser fichado sob acusação de “vandalismo e formação de quadrilha”!


Um verdadeiro campo de concentração nas ruas de São Paulo

“Somente agora, nas primeiras horas deste domingo, 23 de fevereiro, podemos fazer um balanço curto e pessoal da brutal repressão desferida contra a manifestação deste sábado que contestava a realização da Copa do Mundo no Brasil. Nossas mãos ainda estão doloridas pelas algemas de plástico que a PM e sua ‘Tropa do braço’ formada por lutadores de MMA nos impuseram. Somente saímos da Delegacia de Policia Civil (DP) nas primeiras horas de hoje depois de ficarmos mais de cinco longas horas detidos para “prestar esclarecimentos”. No caso do camarada Roberto Bergocci, preso no DP do Brás, em seu depoimento os cínicos agentes da policia civil tentaram por todas as formas ligar o militante da LBI aos Blac Blocks. Longe de acusá-los de provocadores a serviço da repressão como faz o PSTU, o companheiro explicou que toda a violência partiu da PM. No meu caso, detido no DP da Consolação, “plantaram” rojões e estiletes para acusar o conjunto de companheiros de “terroristas”. Na verdade, foi a Tropa da PM que cercou e atacou os manifestantes, que ficaram agachados e de cócoras no meio da rua e nas calçadas que davam para a rua do Theatro Municipal, sendo xingados, agredidos e ameaçados. Só depois de muito tempo sendo humilhados por homens do batalhão de choque e da Força Tática da PM, cerca de 300 manifestantes colocados à força dentro dos micro-ônibus da PM e distribuídos nas DPs da capital paulista, sem direito a advogados (proibidos de dar assistência jurídica aos manifestantes), já que a polícia estava nos enquadrando nos crimes de vandalismo e formação de quadrilha. Em todo esse período, nem água nos foi fornecido. O campo de concentração em plena via publica e a repressão imposta, com “direito” a tortura a vários companheiros na frente de outros, demonstrou na nossa própria pele e em viva voz, o recrudescimento imposto pelo regime político e seus governos (Alckmin e Dilma) contra os lutadores e a serviço da mafiosa FIFA! Eles são os verdadeiros terroristas do Estado burguês. Os ataques da PM ao movimento “Não vai ter copa” só reforçam a necessidade de dotar de um programa revolucionário e de comitês de autodefesa nas próximas manifestações! A moral dos ativistas presos estava sempre alta, apesar do temor do cárcere. Seguimos firmes na luta contra os opressores e o capital, mandante último da barbárie policial imposta na noite chuvosa deste sábado nas ruas do centro de São Paulo”.

Marco Queiroz, dirigente da LBI