Em socorro da PM, mídia
“murdochiana” manipula os fatos para legitimar ataque terrorista contra um de
seus trabalhadores
Mais uma vez, diante da
gravidade do fato em que um cinegrafista da TV Bandeirantes foi atingido na
cabeça por uma bomba durante a selvagem repressão ao protesto contra o aumento
das passagens no Rio de Janeiro, a mídia “murdochiana” trata de difundir uma
farsa com a finalidade de culpabilizar os movimentos sociais pela tragédia e,
desta forma legitimar a ação criminosa da
polícia militar do governador Sérgio “Caveirão”. A “famiglia” Marinho logo
tratou de forjar os fatos, mostrando uma foto onde supostamente um manifestante
(vestido de azul) saía correndo enquanto a bomba explodia, “vendendo” a versão
de que o artefato não era de uso da polícia, mas seria um rojão tipo “cabeça de
nego” de fabricação caseira detonada por um Black Bloc. Não demorou muito, a
Globo obrigou que seu repórter, Bernardo Menezes, da GloboNews, mudasse seu
testemunho em que havia afirmado categoricamente que a bomba partiu dos
pelotões da polícia, passando a adotar a versão do comando da PM (e de seu
patrão global!), segundo o qual a bomba teria saído de “um grupo de pessoas
vestidas de preto”. Não bastasse isso, “contratou” um “perito” picareta para
legitimar a montagem deste grotesco circo midiático. Assistimos de forma
repetitiva mais uma crônica anunciada das grotescas falsificações da mídia “murdochiana”
onde o “vilão culpado” sempre é o movimento popular e seus militantes protagonistas
da luta de classes.
No entanto, fotos divulgadas na internet por ativistas desmascaram a mentira criada pela Rede Globo, uma vez que demonstram que o artefato é uma munição de produção industrial que nada tem a ver com uma fabricação artesanal. Como podemos constatar, no momento em que a polícia encurralou os manifestantes na Central do Brasil sua ação truculenta provocou pânico e correria, spray de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo foram indiscriminadamente lançadas dentro do recinto fechado. Sabe-se que em preparação contra as manifestações contra a Copa, o aparato repressivo estatal está, sem sombra de dúvidas, testando novas armas para “conter multidões” e que na Central do Brasil foram utilizadas bombas de nova tecnologia até então desconhecidas: no momento do lançamento elas se espalham em várias partes e quanto explodem dão origem a um grande clarão fragmentando-se em todas as direções, cujo objetivo é causar grande terror e pânico, além é claro, de ferir gravemente quem por perto esteja. As novas tecnologias voltadas para a repressão aos movimentos sociais e empregadas nos serviços de informações contra ativistas e militantes de esquerda são a prova cabal que o regime da democracia dos ricos está em franco processo de recrudescimento e a polícia assassina do governador Sérgio “Caveirão” é a expressão mais acabada desta onda reacionária disseminada às vésperas da Copa do Mundo e que certamente se estenderá por todo o país. Toda esta manipulação tem o objetivo de criminalizar qualquer protesto contra o atual regime político, e caracterizar o trágico episódio do bombardeio do cinegrafista como sendo um ato terrorista e que, portanto, para a burguesia deve ser brutalmente reprimido.
Provas forjadas,
manipulações de imagens, provocações, agentes infiltrados, tudo isto será
utilizado de forma sistemática pelo aparato repressivo do Estado capitalista,
onde a mídia “murdochiana” tem o papel de difundir ideologicamente que
mobilização de massas (protestos, greves, ocupação de terra etc.) significa ato
criminoso e assim legitimar a ação violenta das polícias em todo o país. Desde
já fica colocado para o movimento operário que este período vai ser de duras
batalhas contra o regime democrático-burguês, que a cada dia recrudesce no
ataque às conquistas históricas dos trabalhadores e que, por isso, é preciso
organizar com todas as forças a resistência proletária aos rumos fascistizantes
ora em curso no país.