EM MEIO AO AJUSTE NEOLIBERAL DO PT E DA REPRESSÃO TUCANA NO PARANÁ, O 1º DE MAIO É MARCADO POR ATOS ESVAZIADOS QUE NÃO ORGANIZAM A
RESISTÊNCIA DE CLASSE AOS ATAQUES DO GOVERNO DILMA E DA DIREITA
Uma marca deste 1º de Maio no Brasil foi o esvaziamento dos
atos em comemoração ao dia internacional dos trabalhadores. A CUT convocou para São Paulo sua
principal atividade, mas esta reuniu pouco mais de 10 mil pessoas no Vale do
Anhangabaú, apesar de contar com a presença de Lula e de ministros do governo Dilma,
como Miguel Rosseto. O fato da presidente petista levar a frente um duro ajuste
neoliberal que ataca direitos e conquistas dos trabalhadores obviamente não
possibilitou que as centrais “chapa branca” fizessem do 1º de Maio uma
demonstração de força para fazer frente a ofensiva da direita demo-tucana. A
fala de Lula se limitou a defender o governo e declarar que percorrerá o Brasil
em defesa da democracia, avisando desde já que não é “candidato a nada”. Em um
quadro bastante defensivo que incluiu o não pronunciamento de Dilma em cadeia
nacional de TV por temor de um novo panelaço, a frente popular vai levando
adiante duros golpes contra os trabalhadores e deseja mais uma vez capitalizar
o ódio popular contra o PSDB (que acabou de desferir um massacre contra os
professores do Paraná) para o terreno da disputa eleitoral em 2018. No terreno
da esquerda que não está ligada diretamente ao governo do PT-PMDB e a oposição
burguesa, ocorreu mais uma vez o ato na Praça da Sé, contando com apenas mil
pessoas e com o ativismo extremante desmoralizado, principalmente porque o MTST
que historicamente integra a atividade optou por se juntar aos apoiadores do
governo Dilma no Anhangabaú. A militância da LBI participou da passeata até a Praça da República junto
com PSTU, PCB, POR, MRT, denunciando o ajuste neoliberal de Dilma e a necessidade da
mobilização direta contra os ataques do governo da Frente Popular em conluio
com a direita reacionária. Foram distribuídos centenas de declarações políticas
e feito um chamado a enfrentar a ofensiva imperialista mundial através da luta
pela revolução proletária, honrado o legado soviético nos deixado por Marx,
Engels, Lênin e Trotsky.
Militância da LBI marca presença na passeata até a Praça da República em solidariedade a greve dos professores de São Paulo |
A única medida anunciada pela CUT foi um novo dia nacional de Luta em 29 de Maio contra a Terceirização. Como não deseja se opor ao ajuste fiscal imposto pelo governo Dilma através das MP´s 664 e 664, as centrais “chapa branca” fingem lutar contra a precarização da mão de obra pelas mãos do congresso nacional, enquanto de fato o Palácio do Planalto em parceria com Eduardo Cunha acerta os termos finais do PL 4330 no Senado. Nesse sentido, Renan Calheiros deseja ser uma espécie de árbitro nestas negociações e por esta razão lançou críticas demagógicas a Dilma e ao presidente da Câmara. Nesse jogo da disputa interburguesa Aécio Neves e Cunha foram ao 1º de Maio da Força Sindical em São Paulo para demonstrar mais uma vez que se lançam como alternativa da direita diante do esgotamento do ciclo de governos petistas.
Um elemento importante desta conjuntura foi o completo
atrelamento de setores da esquerda ao governo Dilma justamente no momento em
que esta desfere o ajuste neoliberal contra os trabalhadores. Desta vez,
integraram o ato da CUT setores do PSOL, da Intersindical e também o MTST, além
é claro do PCO que está na folha de pagamento da frente popular, seja pelo
recebimento das verbas milionárias do fundo partidário sem que o partido exista
de fato a nível nacional seja pelas relações de colaboração com a própria CUT,
tanto que sua atividade na Quadra do Sindicado dos Bancários de São Paulo foi engordada
por centenas de “militantes” pagos da CUT.
O fato de alas da chamada “oposição de esquerda” se somarem a defesa do
governo Dilma contra o suposto “golpismo da direita” revela na verdade a
incapacidade destes correntes de convocarem a luta direta contra o ajuste
neoliberal de Levy, que tem o apoio de Obama e dos banqueiros. São estes
ataques (aplaudidos pelo PSDB que copia nos estados as mesmas medidas
draconianas recorrendo a repressão direta como no Paraná) as principais medidas
a serem enfrentadas pela ação direta dos trabalhadores sem prestar qualquer
solidariedade ou apoio ao governo Dilma.
O atual quadro de atomização das lutas e ofensiva em toda
linha contra os trabalhadores seja pelas mãos do PT ou do PSDB sem que haja uma
alternativa política e de massas dos trabalhadores reforça a necessidade,
defendida pela militância da LBI neste 1º de Maio, de dedicar todos os esforços
militantes para fortalecer a oposição operária e revolucionária aos governo
burgueses e forjar no curso deste combate de classe a construção de um partido
revolucionário comunista e internacionalista que levante a bandeira da
revolução proletária como ferramenta essencial para destruir o modo de produção
capitalista que deixa as suas marcas de barbárie desde as ruas de Baltimore nos
EUA até a repressão brutal na Turquia. Mais uma vez o chamado de Marx para que
os proletários de todos o mundo se unam contra o capital está mais vivo do que
nunca!