sábado, 2 de maio de 2015


EM MEIO AO AJUSTE NEOLIBERAL DO PT E DA REPRESSÃO TUCANA NO PARANÁ, O 1º DE MAIO É MARCADO POR ATOS ESVAZIADOS QUE NÃO ORGANIZAM A RESISTÊNCIA DE CLASSE AOS ATAQUES DO GOVERNO DILMA E DA DIREITA

Uma marca deste 1º de Maio no Brasil foi o esvaziamento dos atos em comemoração ao dia internacional dos trabalhadores. A CUT convocou para São Paulo sua principal atividade, mas esta reuniu pouco mais de 10 mil pessoas no Vale do Anhangabaú, apesar de contar com a presença de Lula e de ministros do governo Dilma, como Miguel Rosseto. O fato da presidente petista levar a frente um duro ajuste neoliberal que ataca direitos e conquistas dos trabalhadores obviamente não possibilitou que as centrais “chapa branca” fizessem do 1º de Maio uma demonstração de força para fazer frente a ofensiva da direita demo-tucana. A fala de Lula se limitou a defender o governo e declarar que percorrerá o Brasil em defesa da democracia, avisando desde já que não é “candidato a nada”. Em um quadro bastante defensivo que incluiu o não pronunciamento de Dilma em cadeia nacional de TV por temor de um novo panelaço, a frente popular vai levando adiante duros golpes contra os trabalhadores e deseja mais uma vez capitalizar o ódio popular contra o PSDB (que acabou de desferir um massacre contra os professores do Paraná) para o terreno da disputa eleitoral em 2018. No terreno da esquerda que não está ligada diretamente ao governo do PT-PMDB e a oposição burguesa, ocorreu mais uma vez o ato na Praça da Sé, contando com apenas mil pessoas e com o ativismo extremante desmoralizado, principalmente porque o MTST que historicamente integra a atividade optou por se juntar aos apoiadores do governo Dilma no Anhangabaú. A militância da LBI participou da passeata até a Praça da República junto com PSTU, PCB, POR, MRT, denunciando o ajuste neoliberal de Dilma e a necessidade da mobilização direta contra os ataques do governo da Frente Popular em conluio com a direita reacionária. Foram distribuídos centenas de declarações políticas e feito um chamado a enfrentar a ofensiva imperialista mundial através da luta pela revolução proletária, honrado o legado soviético nos deixado por Marx, Engels, Lênin e Trotsky.

Militância da LBI marca presença na
passeata até a Praça da República em solidariedade 

a greve dos professores de São Paulo

A única medida anunciada pela CUT foi um novo dia nacional de Luta em 29 de Maio contra a Terceirização. Como não deseja se opor ao ajuste fiscal imposto pelo governo Dilma através das MP´s 664 e 664, as centrais “chapa branca” fingem lutar contra a precarização da mão de obra pelas mãos do congresso nacional, enquanto de fato o Palácio do Planalto em parceria com Eduardo Cunha acerta os termos finais do PL 4330 no Senado. Nesse sentido, Renan Calheiros deseja ser uma espécie de árbitro nestas negociações e por esta razão lançou críticas demagógicas a Dilma e ao presidente da Câmara.  Nesse jogo da disputa interburguesa Aécio Neves e Cunha foram ao 1º de Maio da Força Sindical em São Paulo para demonstrar mais uma vez que se lançam como alternativa da direita diante do esgotamento do ciclo de governos petistas.

Um elemento importante desta conjuntura foi o completo atrelamento de setores da esquerda ao governo Dilma justamente no momento em que esta desfere o ajuste neoliberal contra os trabalhadores. Desta vez, integraram o ato da CUT setores do PSOL, da Intersindical e também o MTST, além é claro do PCO que está na folha de pagamento da frente popular, seja pelo recebimento das verbas milionárias do fundo partidário sem que o partido exista de fato a nível nacional seja pelas relações de colaboração com a própria CUT, tanto que sua atividade na Quadra do Sindicado dos Bancários de São Paulo foi engordada por centenas de “militantes” pagos da CUT.  O fato de alas da chamada “oposição de esquerda” se somarem a defesa do governo Dilma contra o suposto “golpismo da direita” revela na verdade a incapacidade destes correntes de convocarem a luta direta contra o ajuste neoliberal de Levy, que tem o apoio de Obama e dos banqueiros. São estes ataques (aplaudidos pelo PSDB que copia nos estados as mesmas medidas draconianas recorrendo a repressão direta como no Paraná) as principais medidas a serem enfrentadas pela ação direta dos trabalhadores sem prestar qualquer solidariedade ou apoio ao governo Dilma.

O atual quadro de atomização das lutas e ofensiva em toda linha contra os trabalhadores seja pelas mãos do PT ou do PSDB sem que haja uma alternativa política e de massas dos trabalhadores reforça a necessidade, defendida pela militância da LBI neste 1º de Maio, de dedicar todos os esforços militantes para fortalecer a oposição operária e revolucionária aos governo burgueses e forjar no curso deste combate de classe a construção de um partido revolucionário comunista e internacionalista que levante a bandeira da revolução proletária como ferramenta essencial para destruir o modo de produção capitalista que deixa as suas marcas de barbárie desde as ruas de Baltimore nos EUA até a repressão brutal na Turquia. Mais uma vez o chamado de Marx para que os proletários de todos o mundo se unam contra o capital está mais vivo do que nunca!