quarta-feira, 13 de maio de 2015


GOVERNO TSIPRAS ENTREGA 750 MILHÕES DE EUROS AO FMI: CONTRA A RAPINA DOS RENTISTAS, FORTALECER A OPOSIÇÃO OPERÁRIA A GERÊNCIA SOCIALDEMOCRATA DE ESQUERDA” DO SYRIZA!

O governo Tsipras realizou nesta terça-feira (12/05) o pagamento de 750 milhões de euros (US$ 839 milhões) ao FMI referente a juros pelos empréstimos concedidos para resgates financeiros dos governos anti-povo passados. Desta forma, cumpriu seu acordo com o imperialismo europeu e os rentistas internacionais em detrimento a defesa das condições de vida do povo grego. Agora corre-se o risco de não haver dinheiro para pagar salários e aposentadorias. A gerência burguesa do Syriza alegou mais uma vez que tinha que “honrar seus compromissos” para que novos valores fossem emprestados ao país, ou seja, deu sequência à ciranda financeira que espolia a economia nacional e os trabalhadores. Em encontro com credores da Comissão Europeia, do BCE (Banco Central Europeu) e do FMI, o ministro das Finanças, Yanis Varoufakis afirmou na segunda-feira (11/05) que a nação corre o risco de ficar sem liquidez total em duas semanas, caso não haja acordo de crédito o mais rápido possível. Cumprindo pontualmente com os reembolsos de todos os empréstimos, Atenas já havia pago 200 milhões de euros ao FMI na quarta-feira passada (06/05). Estes gestos de subserviência do Syriza entretanto não foram o bastante para a Troika. A falta de acordo entre os negociadores europeus e o governo Tsipras no Eurogrupo adiou a liberação da última parcela de resgate financeiro de 7,2 bilhões de euros em troca de um projeto de reformas econômicas neoliberais e cortes de custos. Vale ressaltar que a Grécia pagou ao FMI neste semana, mas ainda tem de reembolsar este ano 26 bilhões de euros até o final de 2015, entre empréstimos ao Fundo, obrigações do tesouro e títulos de curto prazo, os vencimentos de dívida previstos até dezembro atingem esta cifra bilionária. Frente a esta realidade escorchante, a PAME, conjunto de sindicatos dirigidos pelo KKE e que tem peso social e político entre a classe operária deve neste momento ser o polo de resistência classista a política entreguista doo Syrzia. Nesse sentido chamamos a conformação de uma frente política anticapitalista que tenha o KKE em sua vanguarda, cabendo aos genuínos trotskistas intervir neste processo para que os ativistas combativos e militantes que se proclamem leninistas combatam a político pró-imperialista do governo Tsipras e superem no curso da luta política e ideológica os limites da posição do stalinismo! Somente desta forma poderemos derrotar mais uma gerência socialdemocrata de “esquerda” à serviço da Troika! A tarefa dos Marxistas-Leninistas neste momento crucial da luta de classe na Grécia é organizar desde as bases operárias e populares a luta direta contra a política de colaboração de classes do Syriza e não semear falsas expectativas no governo burguês sob o comando de Alexis Tsipras como faz grande parte da família revisionista do trotskismo!

Apesar do pagamento feito ao FMI, as chantagens continuam. A Grécia só receberá financiamento dos credores quando houver um acordo e as reformas neoliberais começarem a ser executadas, disse hoje o presidente do Eurogrupo, acrescentando que um eventual referendo iria atrasar esse processo. “É vital não só o acordo no papel, mas também a implementação antes de decidir o desembolso”, disse Jeroen Dijssembloem, na conferência de imprensa que se seguiu ao Eurogrupo, que juntou os ministros das Finanças da zona euro em Bruxelas. O também ministro das Finanças da Holanda acrescentou que se houver um referendo na Grécia “não começarão a implementar [as reformas] antes de ter o resultado”, pelo que a consulta popular levaria inevitavelmente ao atrasar do processo de libertação de dinheiro para Atenas. Como se observa o objetivo do imperialismo europeu é que o governo Tsipras continue a atacar os trabalhadores sem lançar mão de qualquer medida demagógica como referendos e consultas, que poderiam desestabilizar o regime. A Troika exige a liberação por parte do governo das demissões no setor privado e o corte nas pensões, medidas que Tsipras resiste em adotar porque sabe que seu governo pode vir a cair pela fúria popular caso as aplique. Apesar disso, Tsipras disse aos jornalistas neste dia 11 que as negociações com os credores europeus tiveram “progressos substanciais”, nomeadamente pelo esforço dos negociadores gregos em “respeitar os procedimentos, leis e o funcionamento zona euro”. “Agora é a vez dos nossos parceiros darem os passos necessários para demonstrar na prática o seu respeito pelo veredito democrático dos povos, no quadro de uma Europa comum”, acrescentou o primeiro-ministro grego, em uma prova que deseja manter o país na UE e submetido a Troika, na medida que espera um acordo ainda em maio com os abutres internacionais. Enquanto isto, demagogicamente, o Secretariado do Syriza declarou em reunião no começo de maio (05.05) que “as linhas vermelhas do governo são as linhas vermelhas do povo grego. Elas são indispensáveis para sair da crise com justiça social e desenvolvimento. Por isso, rejeita as tentativas de chantagem sobre o governo por parte dos credores e dos partidos apoiantes dos memorandos, que pretendem introduzir novas medidas de austeridade e de recessão que empobrecem a sociedade” (info Grécia, 06.05).

A única medida justa a se tomar neste momento do ponto de vista dos trabalhadores e do povo explorado é o não pagamento das dívidas, voltando a riqueza nacional para o desenvolvimento do país e para a melhoria de vida dos trabalhadores, expropriando a burguesia nativa e as transnacionais. Isto significa também romper com o FMI, o BCE e a própria União Europeia, um caminho soberano que o governo Tsipras e o Syriza se negam a tomar. Não por acaso, o secretário-geral do CC do KKE, Dimitris Koutsoumpas, denunciou que após a extensão de quatro, celebrada em fevereiro e que está vencendo agora em maio, haverá um novo acordo-programa, isto é, um novo memorando, seja qual for o nome que ele possa ter, para os próximos anos: “Todas as medidas tomadas pelo capital e os seus governos permanecem em vigor e são reforçadas. Estas são medidas tomadas em conjunto com a UE nas condições da crise econômica e que empurram as consequências sobre os trabalhadores, fortalecendo a lucratividade capitalista. E toda esta conversa acerca de uma negociação ‘orgulhosa’ é uma perfeita fraude publicitária” e acrescentou “A soberania popular está inextricavelmente ligada à ruptura e ao desligamento da UE. Ela está inextricavelmente ligada à necessidade urgente para nós, o povo e os trabalhadores, de tomarem o controle da riqueza, do potencial para a produção e dos meios concentrados de produção que existem neste país. Isto significa que o povo tomará as rédeas do poder e será o mestre do seu próprio destino”.

Em nome da LBI convocamos as organizações revolucionárias a nível mundial a somar-se na denúncia feita pelo KKE a fim de desmascarar a farsa montada pelo governo Syriza. Por sua vez, conclamamos o KKE e a PAME (organização sindical controlada pelos comunistas) a trilhar nas ruas a oposição operária ao novo governo, impondo pela mobilização direta o enfrentamento com o imperialismo e os patrões. Nesse sentido a verdadeira frente política anticapitalista deve ter o KKE em sua vanguarda de massas e não o governo do Syriza como defendem os revisionistas do trotskismo, cabendo aos genuínos leninistas intervir neste processo para que os ativistas combativos e militantes que se proclamem classistas superem no curso da luta política e ideológica os limites da posição do stalinismo, que nesse momento encontra-se sem dúvida à esquerda dos revisionistas do trotskismo! Os Bolcheviques Leninistas colocam todos seus esforços na tarefa de intervir ativa e pacientemente sobre as lutas que virão para elevar o nível de consciência dos setores mais radicalizados, a fim de fazê-la avançar da resistência defensiva atual para a disputa pela conquista do poder político contra seus algozes sociais-democratas, superando a criminosa influência política que a centro-esquerda reformista e seus satélites revisionistas exercem sobre o proletariado. A materialização deste longo e paciente processo de evolução da consciência dos trabalhadores é a construção de um partido internacionalista e revolucionário que lute por derrotar a União Europeia imperialista e o criminoso mito da “democratização” do modo de produção capitalista.