GOVERNO TSIPRAS ENTREGA 750 MILHÕES DE EUROS AO FMI: CONTRA
A RAPINA DOS RENTISTAS, FORTALECER A OPOSIÇÃO OPERÁRIA A GERÊNCIA SOCIALDEMOCRATA DE “ESQUERDA” DO
SYRIZA!
O governo Tsipras realizou nesta terça-feira (12/05) o
pagamento de 750 milhões de euros (US$ 839 milhões) ao FMI referente a juros
pelos empréstimos concedidos para resgates financeiros dos governos anti-povo
passados. Desta forma, cumpriu seu acordo com o imperialismo europeu e os
rentistas internacionais em detrimento a defesa das condições de vida do povo
grego. Agora corre-se o risco de não haver dinheiro para pagar salários e
aposentadorias. A gerência burguesa do Syriza alegou mais uma vez que tinha que
“honrar seus compromissos” para que novos valores fossem emprestados ao país,
ou seja, deu sequência à ciranda financeira que espolia a economia nacional e
os trabalhadores. Em encontro com credores da Comissão Europeia, do BCE (Banco
Central Europeu) e do FMI, o ministro das Finanças, Yanis Varoufakis afirmou na
segunda-feira (11/05) que a nação corre o risco de ficar sem liquidez total em
duas semanas, caso não haja acordo de crédito o mais rápido possível. Cumprindo
pontualmente com os reembolsos de todos os empréstimos, Atenas já havia pago
200 milhões de euros ao FMI na quarta-feira passada (06/05). Estes gestos de
subserviência do Syriza entretanto não foram o bastante para a Troika. A falta
de acordo entre os negociadores europeus e o governo Tsipras no Eurogrupo adiou
a liberação da última parcela de resgate financeiro de 7,2 bilhões de euros em
troca de um projeto de reformas econômicas neoliberais e cortes de custos. Vale
ressaltar que a Grécia pagou ao FMI neste semana, mas ainda tem de reembolsar
este ano 26 bilhões de euros até o final de 2015, entre empréstimos ao Fundo,
obrigações do tesouro e títulos de curto prazo, os vencimentos de dívida
previstos até dezembro atingem esta cifra bilionária. Frente a esta realidade
escorchante, a PAME, conjunto de sindicatos dirigidos pelo KKE e que tem peso
social e político entre a classe operária deve neste momento ser o polo de
resistência classista a política entreguista doo Syrzia. Nesse sentido chamamos
a conformação de uma frente política anticapitalista que tenha o KKE em sua
vanguarda, cabendo aos genuínos trotskistas intervir neste processo para que os
ativistas combativos e militantes que se proclamem leninistas combatam a
político pró-imperialista do governo Tsipras e superem no curso da luta política
e ideológica os limites da posição do stalinismo! Somente desta forma poderemos
derrotar mais uma gerência socialdemocrata de “esquerda” à serviço da Troika! A
tarefa dos Marxistas-Leninistas neste momento crucial da luta de classe na
Grécia é organizar desde as bases operárias e populares a luta direta contra a
política de colaboração de classes do Syriza e não semear falsas expectativas
no governo burguês sob o comando de Alexis Tsipras como faz grande parte da
família revisionista do trotskismo!
Apesar do pagamento feito ao FMI, as chantagens continuam. A
Grécia só receberá financiamento dos credores quando houver um acordo e as
reformas neoliberais começarem a ser executadas, disse hoje o presidente do
Eurogrupo, acrescentando que um eventual referendo iria atrasar esse processo.
“É vital não só o acordo no papel, mas também a implementação antes de decidir
o desembolso”, disse Jeroen Dijssembloem, na conferência de imprensa que se
seguiu ao Eurogrupo, que juntou os ministros das Finanças da zona euro em
Bruxelas. O também ministro das Finanças da Holanda acrescentou que se houver
um referendo na Grécia “não começarão a implementar [as reformas] antes de ter
o resultado”, pelo que a consulta popular levaria inevitavelmente ao atrasar do
processo de libertação de dinheiro para Atenas. Como se observa o objetivo do
imperialismo europeu é que o governo Tsipras continue a atacar os trabalhadores
sem lançar mão de qualquer medida demagógica como referendos e consultas, que
poderiam desestabilizar o regime. A Troika exige a liberação por parte do
governo das demissões no setor privado e o corte nas pensões, medidas que
Tsipras resiste em adotar porque sabe que seu governo pode vir a cair pela
fúria popular caso as aplique. Apesar disso, Tsipras disse aos jornalistas
neste dia 11 que as negociações com os credores europeus tiveram “progressos
substanciais”, nomeadamente pelo esforço dos negociadores gregos em “respeitar
os procedimentos, leis e o funcionamento zona euro”. “Agora é a vez dos nossos
parceiros darem os passos necessários para demonstrar na prática o seu respeito
pelo veredito democrático dos povos, no quadro de uma Europa comum”,
acrescentou o primeiro-ministro grego, em uma prova que deseja manter o país na
UE e submetido a Troika, na medida que espera um acordo ainda em maio com os
abutres internacionais. Enquanto isto, demagogicamente, o Secretariado do
Syriza declarou em reunião no começo de maio (05.05) que “as linhas vermelhas
do governo são as linhas vermelhas do povo grego. Elas são indispensáveis para
sair da crise com justiça social e desenvolvimento. Por isso, rejeita as
tentativas de chantagem sobre o governo por parte dos credores e dos partidos
apoiantes dos memorandos, que pretendem introduzir novas medidas de austeridade
e de recessão que empobrecem a sociedade” (info Grécia, 06.05).
A única medida justa a se tomar neste momento do ponto de
vista dos trabalhadores e do povo explorado é o não pagamento das dívidas,
voltando a riqueza nacional para o desenvolvimento do país e para a melhoria de
vida dos trabalhadores, expropriando a burguesia nativa e as transnacionais.
Isto significa também romper com o FMI, o BCE e a própria União Europeia, um
caminho soberano que o governo Tsipras e o Syriza se negam a tomar. Não por
acaso, o secretário-geral do CC do KKE, Dimitris Koutsoumpas, denunciou que
após a extensão de quatro, celebrada em fevereiro e que está vencendo agora em
maio, haverá um novo acordo-programa, isto é, um novo memorando, seja qual for
o nome que ele possa ter, para os próximos anos: “Todas as medidas tomadas pelo
capital e os seus governos permanecem em vigor e são reforçadas. Estas são
medidas tomadas em conjunto com a UE nas condições da crise econômica e que
empurram as consequências sobre os trabalhadores, fortalecendo a lucratividade
capitalista. E toda esta conversa acerca de uma negociação ‘orgulhosa’ é uma
perfeita fraude publicitária” e acrescentou “A soberania popular está
inextricavelmente ligada à ruptura e ao desligamento da UE. Ela está
inextricavelmente ligada à necessidade urgente para nós, o povo e os
trabalhadores, de tomarem o controle da riqueza, do potencial para a produção e
dos meios concentrados de produção que existem neste país. Isto significa que o
povo tomará as rédeas do poder e será o mestre do seu próprio destino”.
Em nome da LBI convocamos as organizações revolucionárias a
nível mundial a somar-se na denúncia feita pelo KKE a fim de desmascarar a
farsa montada pelo governo Syriza. Por sua vez, conclamamos o KKE e a PAME
(organização sindical controlada pelos comunistas) a trilhar nas ruas a
oposição operária ao novo governo, impondo pela mobilização direta o
enfrentamento com o imperialismo e os patrões. Nesse sentido a verdadeira
frente política anticapitalista deve ter o KKE em sua vanguarda de massas e não
o governo do Syriza como defendem os revisionistas do trotskismo, cabendo aos
genuínos leninistas intervir neste processo para que os ativistas combativos e
militantes que se proclamem classistas superem no curso da luta política e ideológica
os limites da posição do stalinismo, que nesse momento encontra-se sem dúvida à
esquerda dos revisionistas do trotskismo! Os Bolcheviques Leninistas colocam
todos seus esforços na tarefa de intervir ativa e pacientemente sobre as lutas
que virão para elevar o nível de consciência dos setores mais radicalizados, a
fim de fazê-la avançar da resistência defensiva atual para a disputa pela
conquista do poder político contra seus algozes sociais-democratas, superando a
criminosa influência política que a centro-esquerda reformista e seus satélites
revisionistas exercem sobre o proletariado. A materialização deste longo e
paciente processo de evolução da consciência dos trabalhadores é a construção
de um partido internacionalista e revolucionário que lute por derrotar a União
Europeia imperialista e o criminoso mito da “democratização” do modo de
produção capitalista.