JIHADISTAS DO EI ASSUMEM ATAQUES TERRORISTAS NA FRANÇA: UMA “BOA”
JUSTIFICATIVA PARA A AÇÃO DA OTAN NA SÍRIA E EM TODO ORIENTE MÉDIO. NÃO AO
ESTADO DE EXCEÇÃO DECRETADO POR HOLLANDE!
Mais uma vez as "digitais" terroristas do Estado
Islâmico (EI) aparecem no cenário mundial, desta vez no coração da Europa
Imperialista, os ataques na capital francesa teriam causado a morte de mais de
150 civis parisienses, em vários pontos da cidade. Chama atenção de imediato
que brigadas jihadistas tenham tanta "liberdade" de ação em uma
capital europeia que sofreu atentados similares em menos de um ano. O
presidente Hollande convocou o Estado de Emergência, fechando as fronteiras do
país em uma situação próxima a uma guerra. Antes mesmo de qualquer apuração do
que estava ocorrendo, Hollande se entrincheirou no Ministério do Interior
afirmando que a França estava sob ataque de grupos muçulmanos fundamentalista,
conclamando a "união nacional" contra o terrorismo internacional.
Quase na mesma velocidade o EI declarou ser o autor dos atentados terroristas,
como a expressão de uma vingança contra a atuação da França na guerra civil
síria. Mais além do intenso espetáculo midiático nacional e mundial, explorando
a tragédia pessoal de centenas de vítimas civis do terrorismo jihadista ou
estatal imperialista, nos parece que está em curso uma simbiose perfeita entre
os interesses de uma intervenção de larga escala da OTAN na Síria e os
terroristas reacionários do EI, que buscam conformar um cenário de barbárie e
destruição social em todos os países da região governados por regimes
nacionalistas burgueses. Não por coincidência os Estados Imperialistas que
dizem combater o EI, organizando supostos bombardeios aéreos em territórios
controlados pelos jihadistas, condenaram energicamente a intervenção efetiva e
concreta da Rússia no enfrentamento militar ao EI na Síria. Quando o EI sabotou
e derrubou um avião de turistas russos em pleno ar no Egito, matando mais de
duas centenas de civis, a mídia "murdochiana" não derramou nenhuma
lagrima de solidariedade ou condenação veemente contra os terroristas. Agora na
França, novamente com muita liberdade, brigadas jihadistas atuam nos principais
distritos urbanos da capital portando armas próprias das forças de segurança de
um exército nacional. Mais uma vez os ataques terroristas devem ser utilizados
pela burguesia para incrementar a xenofobia e a perseguição contra os
imigrantes muçulmanos. Na ação mais letal do EI, na casa de shows Bataclan, o
governo francês contabilizou mais de cem mortos metralhados pelos jihadistas. A
França amanhece em clima de guerra civil onde os "inimigos" visíveis
não são o EI, mas milhares de árabes e africanos (incluindo suas famílias) que
vivem em território francês. A luta contra os fundamentalistas terroristas do
EI, patrocinados originalmente pelo imperialismo na Líbia para derrubar Kadaffi
e depois pelo Mossad na Síria, deve ser assumida pela classe operária mundial
em aliança com os governos nacionalistas burgueses que estabelecem confrontos
pontuais com o imperialismo. Nenhum apoio ao chamado da "união
nacional" com a burguesia europeia, seja realizado pela "esquerda
socialista" neoliberal ou pela direita reacionária xenófoba!