MACRI TRIUNFA PROMETENDO ATACAR A VENEZUELA, PORÉM
MORENISTAS E ALTAMIRISTAS COMEMORAM AFIRMANDO "QUE SERÁ UM GOVERNO MAIS
DÉBIL PARA APLICAR O AJUSTE"
O previsível ocorreu, o reacionário Macri (Cambiemos)
triunfou no segundo turno sobre a candidatura Kirchnerista do ex-governador da
província de Buenos Aires, Daniel Scioli. A vitória previamente anunciada de
Macri, posto os resultados do primeiro turno, não aconteceu com a ampla margem
de votos prognosticada pela maioria dos analistas políticos argentinos
(inclusive pelo Blog da LBI), ao contrário se consolidou com uma diferença
percentual muito "apertada". Mais além do controle estatal Kirchnerista
sobre os mecanismos eleitorais que sem dúvida alguma teve algum peso no
resultado final, a campanha da presidente Cristina contra a possibilidade de
"retrocesso institucional" em caso de uma vitória de Macri
influenciou muito no excepcional desempenho de Scioli no segundo turno. Porém o
que "emplacou" já por duas vezes no Brasil não teve a mesma sorte no
país vizinho, ou seja, o governo da esquerda burguesa apostar sua continuidade
nas mãos de uma candidatura neoliberal. O discurso de Scioli contra o "ajuste
macrista" não conseguiu convencer os distritos mais "rebeldes",
pelo simples fato do candidato governista ter anunciado com toda pompa no
primeiro turno uma dura política de austeridade e arrocho salarial. O grupo
"Kirchner" seguro do ótimo resultado obtido nas eleições primárias,
preferiu "abrir o jogo" e anunciar para o mercado financeiro que
Scioli aplicaria o ajuste mais inflexível, esperava assim neutralizar setores
da burguesia contrários a mais uma sequência de governos da "centro-esquerda"
burguesa. Macri não possuía um partido nacional e apoiou-se nas próprias
fissuras do Peronismo, navegando na onda reacionária que varre todo o
continente. Não por coincidência as primeiras declarações do presidente eleito
se voltam contra o regime Chavista da Venezuela, por sinal a oposição a Maduro
acompanhou na própria capital portenha o desfecho eleitoral argentino. É
evidente que não existem motivos para a esquerda comemorar a vitória do
protofascista Maurício Macri, a derrota do oficialista neoliberal Scioli
ocorreu pela via de um giro político à direita das massas e não por um ascenso
do movimento operário. É certo que a escolha de Cristina por uma candidatura
mais agradável aos rentistas favoreceu a direita. Entretanto é absolutamente
equivocado, para não dizer "criminoso", considerar a eleição de Macri
como um "avanço para o proletariado". Mas é nesta direção que aponta
o balanço de Morenistas e Altamiristas das eleições presidenciais do último
domingo. Para a organização da esquerda revisionista Convergência Socialista:
"Caiu o Kirchnerismo e assumirá um governo mais débil para aplicar o
ajuste", já o Partido Obrero caminha na mesma senda quando afirma:"A
luta contra o macrismo e seus ajustes voltará a ter como protagonista a
esquerda anticapitalista". A febre eleitoralista do revisionismo argentino
faz delirar seus dirigentes que sonham em capitalizar mais votos sob a égide de
um governo da direita recalcitrante, uma estúpida ilusão que em breve logo se
dissipará. Em uma etapa histórica hegemônica da ofensiva imperialista, o
movimento operário e popular deve se organizar para combater o fascismo com seus
próprios métodos de luta, sem confiar em nenhuma variante política capitalista,
seja no formato "progressista" ou "conservador".
Para os autênticos Morenistas da IS (Esquerda Socialista em espanhol), novos aliados fiéis do PO no interior da FIT, não houve um deslocamento conservador do eleitorado argentino ao eleger o ultradireitista Macri. Muito pelo contrário a opção pelo PRO (Cambiemos) seria a expressão de um "voto castigo" para derrotar o Kirchnerismo. A "lógica" Morenista consiste em caracterizar o retrocesso ideológico das massas, acaudilhadas por direções nazifascistas, como um fator "altamente progressista". Foi assim quando da derrubada do Muro de Berlim pelos yuppies ensandecidos pelo "canto do mercado", receberam o título de "revolucionários" por parte de Morenistas e afins como o PO e PCO. Nestas eleições argentinas onde houve uma ruptura de continuidade da tímida política nacionalista burguesa levada a cabo pelo Kirchnerismo, as tendências políticas mais reacionárias deverão empreender um giro do país em direção a um novo alinhamento internacional comandado pela Casa Branca e não mais por Pequim. Possivelmente o novo governo Macri ocupará o papel político que atualmente a Colômbia tem assumido em nossa região.
Para os autênticos Morenistas da IS (Esquerda Socialista em espanhol), novos aliados fiéis do PO no interior da FIT, não houve um deslocamento conservador do eleitorado argentino ao eleger o ultradireitista Macri. Muito pelo contrário a opção pelo PRO (Cambiemos) seria a expressão de um "voto castigo" para derrotar o Kirchnerismo. A "lógica" Morenista consiste em caracterizar o retrocesso ideológico das massas, acaudilhadas por direções nazifascistas, como um fator "altamente progressista". Foi assim quando da derrubada do Muro de Berlim pelos yuppies ensandecidos pelo "canto do mercado", receberam o título de "revolucionários" por parte de Morenistas e afins como o PO e PCO. Nestas eleições argentinas onde houve uma ruptura de continuidade da tímida política nacionalista burguesa levada a cabo pelo Kirchnerismo, as tendências políticas mais reacionárias deverão empreender um giro do país em direção a um novo alinhamento internacional comandado pela Casa Branca e não mais por Pequim. Possivelmente o novo governo Macri ocupará o papel político que atualmente a Colômbia tem assumido em nossa região.
A crise econômica capitalista encontrará um terreno fértil
para a cobertura ideológica de uma brutal ofensiva neoliberal contra as
conquistas do proletariado argentino. Se comparado em Dólar ao salário mínimo
brasileiro, nossos irmãos trabalhadores platinos estão em melhores condições, o
que também pode ser estendido as condições do sistema de saúde público e nível
de investimentos estatais na educação. De fato por razões históricas do país e
conjunturais do próprio Kirchnerismo, a Argentina em seus doze anos de
governança "nacional e popular" carregou bem mais conquistas sociais
e políticas para as massas do que a atual "era" da Frente Popular
brasileira. Porém a cooptação material dos revisionistas tupiniquins ao governo
do PT (PCO, OT etc..) fez despertar o rechaço de seus pares portentos que em
uníssono se recusaram a adentrar na cantilena da "iminência do golpe"
como justificativa para apoiar Scioli. O "lamentável" mesmo é que a
esquerda revisionista argentina (FIT) tenha ido parar na outra margem... vibrando
com a apertada vitória de Macri.
A nova conjuntura que se abre no Cone Sul deverá impor uma
mudança de rota dos governos Macri e Dilma, principais lideranças da região.
Para começar Macri fustigará de todos os meios o regime Chavista e com esta manobra
tentará inviabilizar ao máximo o próprio Mercosul. Com atenções voltadas para
Washington as equipes econômicas de Macri e Dilma trabalharão em conjunto para
desfazer a influência chinesa no continente, o que não será uma tarefa das mais
fáceis pois é Pequim quem oferece investimentos reais e em "cash",
bem diferente dos parasitas virtuais do mercado financeiro ianque. Neste duro
cenário argentino os Marxistas Revolucionários não podem descartar o
estabelecimento de frentes pontuais com o Kirchnerismo quando esta aliança
tática for útil para impulsionar o combate direito das massas contra os ataques
neoliberais "macristas", que em breve irão ocorrer.