PARA O PCO A FRENTE POVO SEM MEDO É "QUINTA
COLUNA" DA DIREITA POR ATACAR O "AJUSTE" DO GOVERNO DILMA
A expressão "quinta coluna" não poderia ser a mais
adequada as sandices que o PCO utiliza para tentar desqualificar todas as
forças políticas classistas que combatem o covarde ajuste neoliberal conduzido
pelo governo Dilma/Levy. Desta vez o alvo da repentina fúria "chapa
branca" do PCO foi a recém formada "Frente Povo Sem Medo" (FPSM),
encabeçada pelo MTST cuja referência maior é Guilherme Boulos. Historicamente o
termo "quinta coluna" surgiu durante a guerra civil espanhola, em
meados dos anos 30, quando um general fascista comunicou a Franco que além das
quatro colunas militares fiéis a contra revolução que estavam prontas para
invadir Madri, contava ainda com uma quinta que pertencia formalmente as tropas
legalistas que defendiam a República. Desde então "quinta coluna"
virou sinônimo de traição dos que ocupam a mesma trincheira de luta. Para os
oportunistas do PCO a FPSM é uma versão moderna de "quinta coluna" da
esquerda, porque colocaria no mesmo plano a luta contra o ajuste e o suposto
"golpe de Estado". Nas próprias palavras do PCO: "insistem em
dar igual importância aos ajustes do governo federal e aos ataques da direita,
desconsiderando inclusive que os ajustes são uma exigência da própria direita
golpista e que a direita quer um golpe justamente para implantar ajustes muito
piores. Essa política acaba favorecendo os ataques golpistas contra o governo".
Como "cara de pau" o PCO parece até superar os neostalinistas do
PCdoB, que afirmaram que a greve dos petroleiros não era contra os planos de
privatização de Dilma/ Bendine, mas sim contra a "direita". Segundo
os recém convertidos do PCO ao campo planaltino (porque será mesmo?), o
movimento de massas não deve priorizar a luta contra a perda de seus direitos e
conquistas sociais, isto poderia favorecer os golpistas de direita que de volta
ao governo implementariam um ajuste ainda mais draconiano. Por esta lógica
teríamos que nos "conformar" com o ajuste dilmista, "ruim mas
democrático", caso contrário a ação de massas contra a austeridade do
governo engrossaria a correnteza golpista e o advento de um "ajuste não
democrático ". Que triste fim melancólico, para não dizer cômico, de uma
corrente "trotskista" (revisionista) que durante trinta anos se
arvorava de ser a força política mais à esquerda do movimento operário no
Brasil. Bastaram alguns "acenos" estatais para o PCO reproduzir as
mesmas idiotices reformistas que o PCdoB vem pregando a várias décadas contra
os que defendem a independência política da classe trabalhadora em relação as tradicionais
variantes políticas da burguesia: "democratas versus conservadores". Aliás,
tanto o PCO como seu novo parceiro o PCdoB estão juntos na Frente Brasil
Popular, tendo como companhia o PDT e o PT, porém somente os revisionistas do
trotskismo como bons "cristãos novos" resolveram atacar
agressivamente a outra frente (FPSM) talvez para " mostrar trabalho"
ao chefe do Planalto, um despropósito sem limites. Acontece que tanto a FPSM
como a FBP tem quase a mesma composição política e objetivos, a diferença é que
a primeira é integrada apenas por organizações do movimento social e a segunda
abarca também partidos políticos. Acusar a FPSM de favorecer o golpismo já
passa de uma alucinação dos que perderam qualquer referência em oposição a
política de colaboração de classes da Frente Popular. Para o PCO a única pauta
que deve ser levantada pelo movimento de massa seria uma abstração de luta
contra a direita: "O que está colocado, e todas as manifestações desse ano
comprovam isso, é a luta contra o golpe e a direita. Essa e a única palavra de
ordem capaz de unificar as organizações sindicais, populares e de
esquerda." Como o golpe está sendo dado quotidianamente pelo governo
contra as condições de vida do proletariado só nos restaria mobilizar contra
reacionários de carteirinha, tucanos e afins, deixando de mãos livres a dupla
Dilma/Levy para promoverem a quebra do país em nome da sacrossanta "democracia
dos ricos". Para o PCO se algum trabalhador está achando a situação muito
ruim é só pensar que com o "bicho papão" seria bem pior...
Os serviçais mal remunerados da Frente Popular parecem
querer buscar seu "lugar ao sol" e passam a atacar até mesmo os
aliados "críticos" da política econômica neoliberal do governo. Este
é o caso do MTST e sua iniciativa de impulsionar a FPSM, como um braço popular
"autônomo" do governo Dilma e do PT, mas nem de longe configurado
como "oposição" ou "golpista", como tentou vender o venal
PCO. A própria CUT, transformada em autarquia sindical do Estado, reconhece a
FPSM como uma importante aliada na "luta contra a direita". Está
absolutamente cristalino que a FPSM pela estratégia adotada não se propõe a
"derrubar Dilma" ou tampouco se postar como um polo revolucionário
dos trabalhadores.
A grande questão colocada nesta conjuntura de crise política e impasse das classes dominantes não é a luta contra a iminência de um imaginário golpe de estado. O que realmente está na "ordem do dia" para o movimento operário é a construção de uma alternativa independente que seja capaz de derrotar a ofensiva mundial imperialista em todas as suas versões: "democrática ou conservadora", já que ambas comungam do mesmo programa neoliberal de ataque às conquistas históricas do proletariado. O elemento "curioso" na pretensa teoria antigolpista do PCO é o fato de que quando se deu a gênese da atual ofensiva reacionária mundial, na destruição da antiga URSS por agentes do capital financeiro internacional, o PCO comemorou profundamente o acontecimento contrarrevolucionário como sendo uma "autêntica revolução política".
A grande questão colocada nesta conjuntura de crise política e impasse das classes dominantes não é a luta contra a iminência de um imaginário golpe de estado. O que realmente está na "ordem do dia" para o movimento operário é a construção de uma alternativa independente que seja capaz de derrotar a ofensiva mundial imperialista em todas as suas versões: "democrática ou conservadora", já que ambas comungam do mesmo programa neoliberal de ataque às conquistas históricas do proletariado. O elemento "curioso" na pretensa teoria antigolpista do PCO é o fato de que quando se deu a gênese da atual ofensiva reacionária mundial, na destruição da antiga URSS por agentes do capital financeiro internacional, o PCO comemorou profundamente o acontecimento contrarrevolucionário como sendo uma "autêntica revolução política".
Os que hoje utilizam o fantasma do golpe para rebaixar e
desviar o curso das mobilizações populares contra a política do
"ajuste" imposto por Dilma à serviço dos rentistas internacionais,
são politicamente os mesmos que em 1964 afirmavam que apoiando Jango
conseguiriam barrar a conspiração militar. A trágica lição, não só no Brasil,
parece que ainda não foi suficiente para que os reformistas
"compreendam" que não será apoiando a democracia burguesa que
conseguiremos derrotar a ofensiva global da direita. Somente a organização
classista do proletariado, combinada aos métodos da ação direta revolucionária
contra o capital, terá a potencialidade histórica de cravar uma vitória do
socialismo diante da barbárie imperialista que se desenha no horizonte.