quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

16 DE DEZEMBRO: "FICA DILMA" OU EU APOIO O AJUSTE FISCAL, PERDA DOS DIREITOS SOCIAIS, ARROCHO SALARIAL, DESEMPREGO E LEI ANTITERRORISMO CONTRA OS MOVIMENTOS SOCIAIS. TUDO EM NOME DA DEMOCRACIA!


A esquerda "chapa branca", corrompida até a medula pelas instituições da democracia burguesa, lança neste 16 de Dezembro o movimento "Fica Dilma" em contraposição aos fracassados atos da direita que apoiaram a iniciativa "impetista" do bandido Eduardo Cunha. O arco político "planaltino" afirma que está em risco no país a vigência do regime democrático e que um "golpe" está em marcha contra o mandato da presidenta Dilma, sufragado pelas urnas. Como Marxistas Revolucionários, e sob a ótica histórica da classe operária oferecemos a seguinte resposta a estes charlatães de "esquerda", integrados ao Estado Capitalista pela via de "generosas" verbas do governo da Frente Popular.

1- O protótipo da democracia burguesa clássica, reinstaurada no país após vinte anos de regime militar com o advento da Nova República em 1985 e depois institucionalizada pela constituinte de 1988, não está sendo questionada por nenhuma das frações parlamentares da oposição burguesa. Estes segmentos da direita que agrupa desde a oposição Demotucana até "personalidades" da "base aliada" no parlamento, exigem o impeachment de Dilma tendo como base real não as "pedaladas fiscais" mas o enorme descontentamento social com um governo que praticou estelionato eleitoral prometendo não retirar direitos dos trabalhadores e tampouco mergulhar o país em uma recessão econômica. Como um bando burguês neoliberal, a tucanalha reivindica a originalidade do projeto em curso e o direito de gerenciá-lo no comando do Estado.Variante política que se confirmaria em um possível governo Temer ou Neves.

2- A suposta "vontade das urnas" neste regime democratizante (paródia da democracia formal burguesa) não passa de uma grotesca ficção política. Em uma eleição regida pelo financiamento de grandes grupos econômicos, manipulada por urnas virtuais "robotronicas" e ainda por cima ordenada por regras absolutamente antidemocráticas, falar em "soberania popular" é no mínimo pretender enganar o povo com o mito do "valor do voto",ou todos somos iguais na democracia.

3- Golpe constitucional da oposição conservadora ou manobra das máfias parlamentares para encurtar o mandato de Dilma, não significa um golpe de estado na concepção marxiana do termo, tampouco está em marcha um golpe militar que postule a substituição do controle estatal por parte elite dominante civil pela cúpula castrense. O impeachment é um instrumento reacionário e antidemocrático incluso na própria constituição de 1988, que exclui a possibilidade do poder da população deliberar em períodos de crise política através dos próprios mecanismos da democracia burguesa. O próprio PT se utilizou deste recurso antidemocrático em 1992 para retirar Collor e empossar o vice Itamar Franco, sem que a população fosse chamada a decidir. Todo o processo político que levou a renúncia de Collor foi restrito as instituições republicanas, seja o Senado Federal, o STF, passando pela lendária "CPI do PC Farias".

4- O movimento operário e a esquerda revolucionária não pode admitir a tese reformista da "inviolabilidade das eleições burguesas",sob pena de não mais poder combater pela derrubada de qualquer governo eleito, seja da esquerda neoliberal burguesa ou da direita neofascista. Os Comunistas não reconhecem a "legitimidade das urnas", para nós a única legitimidade absoluta emana das mobilizações e reivindicações históricas do proletariado em direção ao socialismo. Por isso, apoiamos por exemplo a luta das FARC contra os governos eleitos pelas urnas colombianas, ou os trabalhadores franceses que exigem a renúncia do "socialista" neoliberal eleito, François Hollande.

5- Por último queremos afirmar a vigência do combate das massas a ofensiva ideológica mundial do imperialismo, que trafica desde o fomento de grupos neonazistas até as alternativas sociais-democratas que "rezam" a cantilena da democracia burguesa como " valor universal". O necessário e imperioso enfrentamento (político e militar) com a direita e as turbas fascistas não pode ser confundido com a apologia da democracia burguesa ou em frentes únicas artificiais com quem ataca permanentemente a luta do movimento de massas. Não será apoiando este governo neoliberal que iremos garantir nossos direitos às liberdades democráticas, conquistadas com o sangue dos nossos heróis combatentes ao regime militar!