16 DE DEZEMBRO: "FICA DILMA" OU EU APOIO O AJUSTE
FISCAL, PERDA DOS DIREITOS SOCIAIS, ARROCHO SALARIAL, DESEMPREGO E LEI
ANTITERRORISMO CONTRA OS MOVIMENTOS SOCIAIS. TUDO EM NOME DA DEMOCRACIA!
A esquerda "chapa branca", corrompida até a medula pelas instituições da democracia burguesa, lança neste 16 de Dezembro o movimento "Fica Dilma" em contraposição aos fracassados atos da direita que apoiaram a iniciativa "impetista" do bandido Eduardo Cunha. O arco político "planaltino" afirma que está em risco no país a vigência do regime democrático e que um "golpe" está em marcha contra o mandato da presidenta Dilma, sufragado pelas urnas. Como Marxistas Revolucionários, e sob a ótica histórica da classe operária oferecemos a seguinte resposta a estes charlatães de "esquerda", integrados ao Estado Capitalista pela via de "generosas" verbas do governo da Frente Popular.
1- O protótipo da democracia burguesa clássica, reinstaurada
no país após vinte anos de regime militar com o advento da Nova República em
1985 e depois institucionalizada pela constituinte de 1988, não está sendo
questionada por nenhuma das frações parlamentares da oposição burguesa. Estes
segmentos da direita que agrupa desde a oposição Demotucana até
"personalidades" da "base aliada" no parlamento, exigem o
impeachment de Dilma tendo como base real não as "pedaladas fiscais"
mas o enorme descontentamento social com um governo que praticou estelionato
eleitoral prometendo não retirar direitos dos trabalhadores e tampouco
mergulhar o país em uma recessão econômica. Como um bando burguês neoliberal, a
tucanalha reivindica a originalidade do projeto em curso e o direito de
gerenciá-lo no comando do Estado.Variante política que se confirmaria em um possível governo Temer ou Neves.
2- A suposta "vontade das urnas" neste regime
democratizante (paródia da democracia formal burguesa) não passa de uma
grotesca ficção política. Em uma eleição regida pelo financiamento de grandes
grupos econômicos, manipulada por urnas virtuais "robotronicas" e
ainda por cima ordenada por regras absolutamente antidemocráticas, falar em
"soberania popular" é no mínimo pretender enganar o povo com o mito
do "valor do voto",ou todos somos iguais na democracia.
3- Golpe constitucional da oposição conservadora ou manobra
das máfias parlamentares para encurtar o mandato de Dilma, não significa um
golpe de estado na concepção marxiana do termo, tampouco está em marcha um
golpe militar que postule a substituição do controle estatal por parte elite
dominante civil pela cúpula castrense. O impeachment é um instrumento
reacionário e antidemocrático incluso na própria constituição de 1988, que
exclui a possibilidade do poder da população deliberar em períodos de crise
política através dos próprios mecanismos da democracia burguesa. O próprio PT
se utilizou deste recurso antidemocrático em 1992 para retirar Collor e
empossar o vice Itamar Franco, sem que a população fosse chamada a decidir.
Todo o processo político que levou a renúncia de Collor foi restrito as
instituições republicanas, seja o Senado Federal, o STF, passando pela lendária
"CPI do PC Farias".
4- O movimento operário e a esquerda revolucionária não pode
admitir a tese reformista da "inviolabilidade das eleições burguesas",sob
pena de não mais poder combater pela derrubada de qualquer governo eleito, seja
da esquerda neoliberal burguesa ou da direita neofascista. Os Comunistas não
reconhecem a "legitimidade das urnas", para nós a única legitimidade
absoluta emana das mobilizações e reivindicações históricas do proletariado em
direção ao socialismo. Por isso, apoiamos por exemplo a luta das FARC contra os
governos eleitos pelas urnas colombianas, ou os trabalhadores franceses que
exigem a renúncia do "socialista" neoliberal eleito, François
Hollande.
5- Por último queremos afirmar a vigência do combate das
massas a ofensiva ideológica mundial do imperialismo, que trafica desde o
fomento de grupos neonazistas até as alternativas sociais-democratas que
"rezam" a cantilena da democracia burguesa como " valor
universal". O necessário e imperioso enfrentamento (político e militar)
com a direita e as turbas fascistas não pode ser confundido com a apologia da
democracia burguesa ou em frentes únicas artificiais com quem ataca
permanentemente a luta do movimento de massas. Não será apoiando este governo
neoliberal que iremos garantir nossos direitos às liberdades democráticas,
conquistadas com o sangue dos nossos heróis combatentes ao regime militar!