PELA VITÓRIA DA RESISTÊNCIA PALESTINA CONTRA O ENCLAVE
TERRORISTA DE ISRAEL! POR UMA FRENTE ÚNICA DE COMBATE ANTI-IMPERIALISTA COM HEZBOLLAH E FPLP AO LADO DE ASSAD-PUTIN CONTRA O EI E SEUS ALIADOS SIONISTAS!
Acabamos de celebrar o dia internacional de solidariedade ao povo
palestino neste 29 de novembro. Neste momento, várias revoltas estão em curso
na Palestina contra o enclave sionista, muitos lutadores preveem em breve a
chegada da Terceira Intifada Palestina. A intifada palestina é a resposta
vigorosa à persistência da opressão sistemática promovida pelo enclave sionista.
Desde 2014, após o descarrilamento de mais um período vazio de negociações
diplomáticas, a situação na Palestina ocupada tem deteriorado, o que se
evidencia pelos confrontos cada vez mais fatais. A primeira intifada, em
1987, durou seis anos com cerca de dois mil palestinos tombando resistindo. Na segunda,
que eclodiu em 2000, mais de 3.300 palestinos morreram, enquanto a ocupação israelense
intensificou a brutalidade, com punições coletivas e as táticas de “quebrar
ossos” para a repressão. As ações dos palestinos são taxadas de “terroristas” e
seus corpos são perfurados pelas “medidas de segurança” israelenses. Em outubro
de 2015, segundo a organização palestina Al-Haq, 20 palestinos entre 12 e 23
anos foram mortos. O mesmo saldo devastador ocorreu agora em novembro. Para
ajudar na compreensão dos motivos do “porque” a Terceira Intifada vem sendo
adiada e sabotada pela OLP-Al Fatah, republicamos o artigo “A ‘PRIMAVERA ÁRABE’
CONTRA A INTIFADA PALESTINA” publicado no Blog da LBI em 19 de novembro de 2012,
há três anos. Neste texto que se mantém plenamente atual analisamos o papel
contrarrevolucionário da chamada “Revolução Árabe” que acabou por dividir e
enfraquecer a luta do povo palestino contra o enclave sionista, ao ponto de
Israel colaborar com os “rebeldes” do EI contra o governo Assad e a
petromonarquia do Qatar, que também apoia os jihadistas, conseguindo cooptar uma
parcela da direção do Hamas ligada a Khaled
Meshaal. Este logo no começo da ação dos “rebeldes” mercenários na Síria,
abandonou Damasco e foi viver no emirado do Qatar sob os auspícios do emir Al
Thani, aliado dos EUA e de Israel, patrocinador da oposição pró-imperialista
contra o regime de Assad, processo que tem levado ao enfraquecimento do causa
palestina.
A ‘PRIMAVERA ÁRABE’ CONTRA A INTIFADA PALESTINA
(19 DE NOVEMBRO DE 2012)
(19 DE NOVEMBRO DE 2012)
No momento em que o enclave terrorista de Israel declara
mais uma guerra contra a Palestina, bombardeando a Faixa de Gaza e assassinando
dirigentes e militantes do Hamas, a LBI publica o folheto “A ‘Primavera Árabe’
contra a Intifada Palestina”. Aproveitamos a realização em Porto Alegre (RS) do
Fórum Social Mundial Palestina Livre para lançar esta publicação voltada não
“apenas” para expressar nossa solidariedade militante à causa palestina e a
luta pela destruição do enclave sionista, mas também para abrir uma polêmica no
interior da esquerda sobre a (mal) chamada “Primavera Árabe”. Esta, na verdade,
trata-se hoje de uma transição ordenada e controlada pela Casa Branca que não
só trocou seus gerentes desgastados no Egito e na Tunísia, mas também serviu de
justificativa para uma intervenção militar contra o regime líbio dirigido por
Kadaffi. Atualmente, essa realidade esta cada vez mais clara, na medida em que
Israel deseja ver o fim do regime da oligarquia Assad pelas mãos dos “rebeldes”
mercenários na Síria para debilitar o Hezbollah e possibilitar, em melhores
condições, uma agressão junto com o imperialismo ianque ao Irã. O atual ataque
de Israel à Palestina e sua resistência (Hamas), grupo que tem o apoio da Síria
e do Irã, é parte desse plano macabro lastreado na ofensiva imperialista contra
os regimes nacionalistas do Oriente Médio batizada de “Primavera Árabe” e está
a serviço de debilitar a resistência palestina por meio da luta direta, a
Intifada, contra Israel. Para os marxistas revolucionários da LBI o apoio à causa
palestina está umbilicalmente ligada à luta contra a atual ofensiva
imperialista na região, mais particularmente contra a Síria e o Irã. Aqueles
que como o PSTU/LIT dizem que “A luta do povo palestino ganha força na medida
em que avançam as revoluções no Norte da África e Oriente Médio” nada mais
fazem que prover com uma cobertura “de esquerda” a política da Casa Branca, da
ONU e da OTAN de debilitar seus adversários na região para melhor avançar em
seus objetivos econômicos e políticos neocolonialistas. Agora, Obama busca
fechar um acordo com o governo da Irmandade Muçulmana, que dirige o Egito e que
foi parido da “Primavera Árabe”, para estrangular a reação palestina aos
ataques genocidas de Israel.
Não fazemos nenhuma ode à falsa “Revolução Árabe”, como os revisionistas que agem como papagaios da grande mídia. Como já alertamos várias vezes, o imperialismo ianque já vinha há algum tempo planejando tirar de cena seus antigos títeres para garantir a estabilidade política necessária à continuidade de seu domínio mais “legitimado” na região. Dessa forma, Ben Ali e Mubarak, apenas foram substituídos por novos gerentes do próprio staff do regime e, no caso do Egito e Tunísia, a continuidade do poder da burguesia foi assegurada pelo principal sustentáculo do Estado capitalista, ou seja, as forças armadas das quais o próprio Mubarak também já fizera parte. Não houve qualquer mudança na base econômica, nem tampouco ruiu a superestrutura do regime político. Em outras palavras, o caráter de classe do Estado continuou o mesmo, uma máquina de opressão e dominação da burguesia nacional e do imperialismo sobre as massas trabalhadoras exploradas. Neste exato momento, a Casa Branca articula seus aliados para avançar ainda mais as garras do império contra a Síria e o Irã, saudando ao lado dos revisionistas a “vitória da revolução árabe” made in USA!
O folheto “A ‘Primavera Árabe’ contra a Intifada Palestina”
aborda, passo a passo, este processo, chegando aos nossos dias atuais e a
guerra que acaba de ser declarada por Israel a Palestina, como parte da
preparação da ofensiva militar mais geral contra o Irã. Netanuyahu deseja com
esta operação militar contra o Hamas fazer um “balão de ensaio” para medir como
será a reação dos povos do Oriente Médio ao ataque a Palestina para justamente
melhor se organizar a fim de desferir, junto com o imperialismo ianque, uma
investida militar contra a nação persa. Estamos vendo o início de uma guerra
contra a Palestina e sua resistência (Hamas) que tem como alvo estratégico o
Irã! Como marxistas revolucionários, nos colocamos incondicionalmente pela
vitória militar do Hamas frente às forças imperialistas e sionistas, que
preparam também a agressão ao Irã. Alertamos que no curso da luta em defesa da
libertação da Palestina faz-se necessária a superação das direções burguesas e
teocráticas. Apesar das heroicas ações militares que encabeçam, estes grupos
são reféns de um programa teocrátrico-burguês sendo sua superação por uma
direção revolucionária e comunista a condição fundamental para a conquista da
verdadeira pátria palestina no conjunto dos territórios históricos rapinados
pela máquina de guerra sionista, rumo à edificação de uma Palestina soviética,
em todo o território histórico, baseada em conselhos de operários e camponeses
palestinos e hebreus!
Para nós, a justa aspiração do povo palestino pela sua pátria, a retomada de seu território histórico e a edificação de seu Estado nacional apenas podem ser alcançados ligando as tarefas democráticas pendentes com a luta pela revolução social. Essa imposição decorre do controle que o imperialismo exerce sobre a região e devido ao caráter de enclave militar de Israel, um Estado artificial montado pelos EUA para controlar o Oriente Médio. A utopia reacionária da existência de “dois estados” convivendo lado a lado, um sendo uma máquina de guerra instalada no território palestino e outro um “Estado-bantustão”, revela-se uma farsa. Essa fraude é o único “Estado palestino” que o imperialismo e Israel estão dispostos a aceitar.
Como afirmamos no folheto que agora disponibilizamos para os
nossos simpatizantes e leitores, a reivindicação da construção de um Estado
palestino laico e não-racista somente tem consequência se estiver ligada à
compreensão de que a resolução plena da aspiração nacional palestina choca-se
com os estreitos limites do capitalismo decadente, ou seja, é impossível de ser
concretizada pela via da construção de um Estado nacional burguês, devido ao
caráter de opressão imperialista no Oriente Médio e particularmente na Palestina.
As massas somente poderão impor suas reivindicações democráticas diante da
opressão imperialista e do sionismo através de uma luta de caráter
anti-imperialista e anticapitalista, ou seja, todo o oposto do que vem se
cristalizando com a “Primavera Árabe” em países como a Líbia ou mesmo no Egito,
que diante do ataque a Palestina se limitou a retirar seu embaixador de Israel,
mantendo os acordos com o enclave sionista. A única via para a vitória
palestina é a unidade revolucionária dos explorados árabes alicerçada em um
programa marxista que defenda a destruição da máquina de guerra nazi-sionista.
Para avançar nesta tarefa é imprescindível superar a orientação
contrarrevolucionária da ANP de Abbas e edificar, sob os escombros da ordem
capitalista na região, a Federação das Repúblicas Socialistas Árabes!