SEM MUITO ENTUSIASMO "MILITANTES PAGOS" DA FRENTE
POPULAR SAEM ÀS RUAS PARA DEFENDER O GOVERNO DILMA E A "SANTA
DEMOCRACIA"
Gritando palavras de ordem contra o "golpe" e em
defesa do governo Dilma, ocorreram neste último 16/12 os atos "chapa
branca" nas principais cidades do país. Mesmo com todo peso do aparato
estatal (governos e prefeituras da base aliada) as mobilizações não conseguiram
superar em número de pessoas os atos contra o impeachment ocorridos em agosto.
Desta vez a "ordem" veio do Planalto, e o conjunto da
"militância paga" (no sentido
mais amplo do termo) "comprou" o mote da iminência do golpe cunhista
e do "amor eterno" pela democracia dos ricos. Intelectuais e artistas
do arco governista, os mesmos que atacam furiosamente as greves e ocupações
operárias e populares mais radicalizadas, convocaram em vídeos na internet o
povo a sair às ruas para defender o mandato presidencial sufragado nas urnas.
Porém a exceção da cidade de São Paulo que manteve o mesmo número da mobilização
de agosto, as manifestações “chapa branca" pelo país perderam força e
foram marcadas pelo artificialismo e falta de entusiasmo espontâneo dos
ativistas. É bem verdade que um amplo espectro de antigos militantes da
esquerda hoje sobrevivem graças a algum subsídio estatal, o que não deixa de
ser compreensível diante da "generosidade" dos governos petistas com
grandes empresários e burocratas do alto escalão federal. A verdade é que nesta
conjuntura onde o governo Dilma descarrega o ônus da crise capitalista sobre os
ombros dos trabalhadores, sob a forma do ajuste neoliberal, não deixa de ser
uma boa notícia para o Planalto o fato de que ainda aconteça movimentação
popular para defender o projeto de poder da Frente Popular. A polarização
estabelecida entre o bandido Cunha versus a presidente Dilma, sob a
representação de um processo de impeachment, foi politicamente excelente para
um governo desgastado socialmente e acuado pela direita parlamentar. Como já
teorizam os melhores quadros de esquerda da Frente Popular, o momento é de
contrapor a "Democracia ao Golpe" e desta forma "limpar" a
imagem de Dilma em relação aos movimentos sociais. A estrutura dos aparelhos
sindicais, CUT, UNE, CTB etc.. está totalmente voltada para a defesa do
governo, enquanto as lutas por reposição salarial e manutenção de direitos
ameaçados são abandonadas a própria sorte. Isto quando vários governos
estaduais da "base aliada" já anunciaram o parcelamento do décimo
terceiro ou mesmo o cancelamento do reajuste salarial de 2016. Já o governo
Dilma segue congelando o salário do funcionalismo federal há vários anos e a
CUT se "finge de morta", tudo em nome da "santa democracia"
! No plano das negociatas de Brasíllia, Dilma retoma a ofensiva contra a ala
"golpista" do PMDB e acaba de reemplacar o líder Picciani na Câmara
dos Deputados, um filhote de Cunha que preferiu se agarrar as verbas do
governo. No STF continua o julgamento da validação ou não do rito do
impeachment iniciado pela mesa da Câmara, enquanto o Procurador Janot solicita
o afastamento de Cunha, vamos aguardar a correlação de forças deste embate
intestinal no seio das frações burguesas. Quanto as bandeiras do socialismo (incluindo
as intervenções) estas não foram vistas nos atos governistas, desgraçadamente a
"esquerda" reformista foi corrompida pela cantilena (e favores) da
"sagrada democracia burguesa".
Havia uma expectativa que diante do enorme fiasco da
domingueira "coxinha" do último dia 13, a marcha de apoio a Dilma
neste dia 16 superasse em muito iniciativa da direita. Entretanto os atos
governistas somente conseguiram equilibrar as forças com o amálgama convocado
pela tucanalha, apesar de todo o apelo "democrático", como se um
golpe militar estivesse "dobrando a esquina". Por sinal a "tese"
da iminência do golpe de Estado, uma verdadeira fábula que em muito tem servido
para o governo para traficar sem resistência do movimento sua política
anti-operária, tem se convertido no "carro chefe" da esquerda
corrompida.
O PCdoB durante muitos anos foi considerado o "mestre" na política de integrar os mais variados blocos da burguesia (de
Collor a Sarney, passando até pelo antigo PFL), em nome da "luta contra a
direita e pela defesa da democracia". Porém a teoria antimarxista dos
"blocos" (direita contra esquerda) que apaga por completo a
contradição da luta de classes, hoje foi incorporada pelos antigos detratores
do PCdoB. Organizações como o PCO e seus micro apêndices mudaram a radicalmente
linha política, para um giro de apologia a democracia, segundo estes farsantes
ameaçada pela direita tucana. É óbvio que tal metamorfose programática do
"PCdoO" foi regada com benesses financeiras do governo Dilma,
interessado em cooptar todo um setor da esquerda que lhe fazia oposição até bem
pouco tempo.
Como nos ensinou a história da luta de classes e a genuína teoria marxista, a vigência do regime democrático burguês não é produto da oposição liberal abstrata "contra a direita" e muito menos do seguidismo do movimento operário as direções sociais-democratas. A "República Democrática" dos capitalistas se impõe como uma consequência da correlação de forças entre as classes sociais, como afirmou Marx:" É o regime de dominação preferencial da burguesia". As ditaduras militares entram no cenário político quando a dominação "democrática" do capital se encontra ameaçada. Na conjuntura nacional contemporânea o movimento de massas está bem longe de ameaçar de forma revolucionária a dominação do capital, e se depender de correntes de "esquerda" como o PCdoB e o seu primo político o "PCdoO", passará os próximos anos declarando "juras de amor" a democracia burguesa...
Como nos ensinou a história da luta de classes e a genuína teoria marxista, a vigência do regime democrático burguês não é produto da oposição liberal abstrata "contra a direita" e muito menos do seguidismo do movimento operário as direções sociais-democratas. A "República Democrática" dos capitalistas se impõe como uma consequência da correlação de forças entre as classes sociais, como afirmou Marx:" É o regime de dominação preferencial da burguesia". As ditaduras militares entram no cenário político quando a dominação "democrática" do capital se encontra ameaçada. Na conjuntura nacional contemporânea o movimento de massas está bem longe de ameaçar de forma revolucionária a dominação do capital, e se depender de correntes de "esquerda" como o PCdoB e o seu primo político o "PCdoO", passará os próximos anos declarando "juras de amor" a democracia burguesa...