NATIMORTO PROCESSO DE IMPEACHMENT RECEBE GOLPE MORTAL DO
STF: A POSIÇÃO DA BURGUESIA CONTINUA SENDO "SANGRAR" DILMA POR MAIS
TEMPO
O alvoroço oportunista da esquerda "chapa branca"
anunciando o "golpe de estado para amanhã", na sequência da decisão
de Cunha ao acatar o processo de impeachment na Câmara dos Deputados, se desfez
completamente com a votação de ontem (17/12) do pleno do STF. A esmagadora
maioria dos togados da Corte Suprema praticamente anulou a manobra parlamentar
cunhista e ainda por cima "desabilitou" a Câmara dos Deputados a ter
a primazia do processo constitucional do impeachment. Pelo entendimento majoritário
do STF o Senado Federal terá o poder de inclusive anular o processo de
impedimento iniciado na Câmara, sem que haja qualquer interrupção do mandato
presidencial. Porém o governo agora reforçado pelo fiasco da "domingueira
coxinha" pretende enforcar o processo, junto com seu "maestro",
no âmbito da própria Câmara. Para cumprir a "meta" de se manter no
Planalto, Dilma já isolou o vice Temer selando um "honrado pacto" com
Renan Calheiros para tentar obter o controle do PMDB, por enquanto com apoio de
Pezão e Renan conseguiu reempossar o ex-filhote mafioso de Cunha, Picciani, na
liderança da bancada na Câmara. Completando a semana, o ministro Levy anunciou
sua saída do governo após terminar a primeira fase do ajuste neoliberal, a
segunda etapa ainda mais draconiana e recessiva ficará a cargo de um nome mais
ligado a estrutura do PT. Para a burguesia nacional foi vencido o período da
turbulenta precipitação do enforcado Cunha, que provavelmente perderá o posto
de presidente e inclusive o próprio mandato de deputado, isto se não for preso
por determinação do STF. A orientação geral das classes dominantes segue na
linha política do "sangramento" do governo Dilma, combinada com a
intensificação da barganha estatal diante de uma presidente extremamente
fragilizada. Dilma será "carregada" pela burguesia até que se
complete o conjunto das reformas neoliberais que se propôs a implementar. A
"esquerda" corrompida também ganha fôlego (e mais verbas!) com a
solidificação do chamado "campo democrático contra o golpe", que abarca
desde setores aliados do PMDB até a tendência hegemônica do PSOL ( Ivan Valente
e seu grupo), passando momentaneamente agora pelo PSB e REDE. Os Marxistas
Revolucionários não podem ter lugar nesta "embarcação" política de
colaboração de classes, e mesmo minoritários reafirmam a necessidade de
combater pela independência de classe do proletariado e a construção da
alternativa de poder revolucionário frente à crise estrutural do capitalismo e
seu regime da democracia dos ricos.