terça-feira, 15 de dezembro de 2015

STF DÁ UM "TIRO DE ADVERTÊNCIA" CONTRA CUNHA: RENUNCIA OU VAI EM CANA!


Depois do fiasco geral do último domingo, onde a tropas unificadas da oposição conservadora pretendiam potencializar o processo de impeachment da presidente Dilma, a PGR e o STF decidiram contra atacar. Nesta manhã de terça feira (15/12) o presidente da Câmara dos Deputados acordou com a Polícia Federal batendo na porta de seu "Palácio do Jaburu"( do compadre Temer). Atordoado Cunha esperou pelo pior, ou seja, uma ordem de prisão emitida pelo Ministro Teori Zavascki, porém ainda não foi desta vez, o STF optou por um aviso prévio: "Um tiro de advertência" na linhagem bélica da guerra. A PF está cumprindo um mandado de busca e apreensão nas casas de vários caciques do PMDB citados na famigerada "Operação Lava Jato". Entre os chefes da quadrilha peemedebista indiciados estão atuais ministros do governo Dilma (Pansera e Henrique Alves), deputados e ex-senadores e governadores da legenda mafiosa. Mas o alvo central da PF é mesmo Cunha, que também sofreu outra derrota nesta mesma manhã no Conselho de Ética da Casa. Correu nos bastidores do Congresso um boato sobre um possível comunicado de renúncia do Presidente da Câmara esperado para esta tarde. Como já tínhamos caracterizado desde sua gênese, a tresloucada iniciativa "impetista" de Cunha seria um "tiro no próprio pé". A oposição de direita agora corre para agilizar a troca do comando da Câmara, no sentido de dar sobrevida política ao processo de impeachment admitido por Cunha. O governo Dilma trabalha no "fio da navalha" na medida que as investidas do STF também desequilibram sua frágil base de apoio no Senado. A tendência mais profunda da burguesia nacional é de cancelar a audaciosa iniciativa cunhista, e reiniciar o processo institucional de afastamento da presidenta em outro momento. Dilma ainda respira e até mesmo recebe socorro de todos os lados, inclusive da "oposição de esquerda". Amanhã o STF decidirá se cassa o trâmite institucional desferido por Cunha contra o Planalto. Por enquanto vige na República a máxima proferida pelo senador Catão no antigo império romano, e parafraseada equivocadamente pela operação da Polícia Federal: "Delenda est Carthago", atualizando para os nossos dias, "destruição total da rebelde colônia!"

Mesmo acuado por todos os lados o bandido Cunha não perde a pose e grita " pega ladrão" , revidando o ataque contra o PT. Na verdade espera o resultado do pleno do STF, onde saberá se ainda existe uma correlação de forças que lhe permita negociar. Cunha conta no momento com no mínimo três ministros do STF a seu favor, precisaria de outros três togados para lhe fornecer estabilidade do cargo de presidente da Câmara e do próprio mandato.No interior do parlamento sabe muito bem que não tem votos para aprovar o impeachment e seguirá barganhando com todas as alas, inclusive com a base governista.

O presidente do Senado também é um dos alvos do Procurador Janot, embora mantenha amplo respaldo no âmbito do STF. Renan teve hoje um pedido de busca e apreensão negado pelo Supremo, mas vários de seus "correligionários" não tiveram a mesma " sorte". A cúpula pemedebista do Senado não tem maioria na executiva nacional do partido, ainda controlada pelo chamado grupo dos deputados, incluindo neste bloco hegemônico o vice Temer( ex- presidente da Câmara). Portanto o equilíbrio político no ninho do PMDB é extremamente delicado e uma ação mais agressiva de Janot poderá romper a falsa unidade dos caciques, o que resultaria em um grave dano ao governo Dilma.

O PT que comemorou bastante o fracasso do dia 13, agora torce para que a PGR e o STF concentre seu fogo severo apenas em Cunha, deixando de lado seus "amigos impolutos" Sarney, Lobão e Collor e Eunício, todos estes acima de qualquer suspeita para os olhos da presidenta Dilma. Parece mesmo que a novela política da " Lava Jato" ainda promete prolongar seu roteiro e apresentar novas "emoções" nos próximos capítulos, que deverão se estender por todo ano que vem...