NESTE 1º DE MAIO NO ANHANGABAÚ: NENHUM APOIO AO GOVERNO
BURGUÊS DA FRENTE POPULAR QUE ATACOU DIREITOS E CONQUISTAS DOS TRABALHADORES!
sábado, 30 de abril de 2016
sexta-feira, 29 de abril de 2016
PROFESSORES/CEARÁ: RADICALIZAR A GREVE PARA DERROTAR O
ARROCHO SALARIAL E O GOLPE DO GOVERNO CAMILO (PT) CONTRA A EDUCAÇÃO PÚBLICA
Desde o dia 20 de abril os professores da rede pública do
Ceará estão em greve por tempo indeterminado. As condições para a
deflagração da paralisação já estavam caindo de maduras pelos ataques
promovidos pelo governo Camilo (PT) contra a categoria e a educação pública. O
maior obstáculo para a vitória da luta é política de colaboração de classes da
direção da APEOC controlado pela Articulação (PT), que vem enrolando os
trabalhadores em educação para seguir negociando às escondidas com seu chefe
petista. Nossa greve não é motivada apenas por salário. Os professores
reivindicam 15% de reajuste e também que entre na pauta a revogação das portarias de matrícula, lotação e de liberação para estudos, por um ISSEC sem limites de consultas e atendimentos, pelo pagamento imediato dos salários atrasados dos
professores temporários, salário e direitos iguais para esses/as professores/as
e o aumento das verbas orçamentárias para a educação. Por outro lado combatemos a
PLC 257 que congela os salários dos servidores públicos, impede a realização de
novos concursos, aprofunda a terceirização e precarização do trabalho, aumenta
a contribuição previdenciária de 11% para 14% e, inclusive, ameaça a estabilidade no emprego e o direito de greve do funcionalismo público. A greve
geral dos professores do Estado, para ter chances de vitória e enfrentar,
inclusive, uma possível ilegalidade precisa ser construída de maneira
democrática, radicalizada e pela base. Essa é a única maneira de unir a
categoria e fazer com que ela se fortaleça para derrotar o governo neoliberal
do PT e a Justiça burguesa. A diretoria da APEOC, mesmo obrigada a encaminhar a
greve aprovada na assembleia do dia 20, faz de tudo para enfraquecê-la, para
derrotá-la e depois culpar a categoria por não ter aderido ao movimento
grevista. Por isso, essa diretoria burocrática impediu a participação dos
estudantes da assembleia do dia 20, mas estiveram presentes em massa no
protesto realizado no Palácio da Abolição neste último dia 28, convocado pela
Oposição de Luta dos Professores e a TRS. Na próximo quarta-feira, 4 de Maio,
os professores farão uma nova Assembleia Geral da categoria para discutir os
primeiros dias de greve e radicalizar a mobilização. Nessa batalha a militância
da LBI joga todas suas forças para derrotar os ataques covardes governo da
Frente Popular pela via da luta direta rechaçando no curso da mobilização dos
trabalhadores as investidas da direita (Tasso Jereissati - PSDB, Capitão Wagner
- PR, Morini- DEM) que desejam capitalizar eleitoralmente a crise das gestões burguesas petistas
a nível nacional e em nosso estado, onde o PT é aliado da oligarquia Gomes (PDT). Por isso militamos na greve para construir
uma alternativa de Poder Operário, uma luta que vai além do economicismo, apontando uma saída revolucionária para a crise capitalista e de seus governos
patronais de "direita" ou "esquerda".
Militantes da Oposição em ato da greve estadual. Em destaque, de camisa vermelha, Antônio Sombra da TRS-LBI |
A “METAMORFOSE AMBULANTE” DO MRT/LER: APÓS ROMPER COM O
DIREITISTA “FORA TODOS” DO PSTU, AGORA ELOGIA O 1º DE MAIO DE COLABORAÇÃO DE
CLASSES DA CUT “CONTRA O GOLPE”!
O MRT (ex-LER) acaba de anunciar que não participará do ato
de 1º de Maio da Conlutas, PSTU e EUA (Espaço Unidade de Ação) na Av. Paulista
em defesa do “Fora Todos”. Os ex-Morenistas estavam literalmente até menos de um
mês atrás, com o 1º de Abril, junto com PSTU, CST, MES e MNN nos atos em defesa
desta política abertamente direitista reivindicada pela “família” morenista simpática às manifestações verde-amarelo da horda fascistoite,
urrando pelo impeachment de Dilma. Como em um passe de mágica, só agora o MRT
“descobriu” que estava em curso no Brasil um “Golpe Institucional” contra o
governo do PT. Logo passou de malas e bagagens para o campo “Contra o
Impeachment”, é verdade que antes mesmo de “pular de lado” já vinha elogiando
rasgadamente os atos convocados pela Frente Popular, como o ocorrido no Rio de
Janeiro em 11 de abril com a presença de Lula e Chico Buarque. Tanto que o MRT
saiu a convocar entusiasticamente o ato de 1º de Maio da CUT no Anhangabáu:
“Vamos construir um forte bloco no único ato que vai se posicionar contra o
golpe, o ato chamado pela CUT, Frente Povo Sem Medo, PSOL e MTST, às 10h no
Vale do Anhangabaú”, sem ao menos denunciar que as entidades “chapa branca” não
tomam nenhuma medida de luta concreta e de massas contra o “golpe”, sequer
recorrem à demagogia de convocar uma “greve geral” de fachada porque o PT não
deseja polarizar ainda mais a conjuntura já que voltou a tentar costurar um
“acordão nacional” para ter a antecipação das eleições presidenciais. Que
metamorfose sofreu o MRT! De apoiador do “Fora Todos” para satélite da
trincheira cutista e da Frente Popular! Definitivamente, o MRT está totalmente
perdido em meio à complexa situação nacional, tanto que mesmo agora se declarando
“contra o golpe” ainda levanta a palavra de ordem “Assembleia Constituinte”,
uma saída nos marcos do próprio regime político que fortalece a direita e a
reação burguesa, a mesma proposta que levantava quando era a favor do “Fora
Todos”! Não por acaso, antes o MRT se emblocava com o PSTU, CST e MES elogiando
o Juiz Sergio Moro e a Operação Lava Jato e só recentemente... descobriu
(copiando a LBI) que Moro é um agente de CIA. A LBI já vinha apontando os
zigs-zags do MRT/LER, que chegou a pedir ingresso no ultra-reformista PSOL mas
ainda tem a cara-de-pau de se apresentar como defensor da “ortodoxia
trotskista”. O MRT até então vinha criticando a conduta do PSOL em legitimar a
governabilidade do PT em nome da política “mal menor”, porém mudou bruscamente sua
posição passando a reconhecer a “importância estratégica” do PSOL diante do
agravamento da crise nacional. Os partidários desta “metamorfose ambulante” são
os mesmos que apoiaram a “Primavera Árabe” na Líbia e depois fingem que estavam
contra a intervenção da OTAN contra Kadaffi, os cínicos que saudaram a queda do
Muro de Berlim e o fim da URSS pelas mãos da direita e do imperialismo, mas
hoje “lamentam” os efeitos da barbárie social que se abateu no Leste Europeu,
chegando a balbuciar lamúrias contra a restauração capitalista que apoiaram e
festejaram! Definitivamente, a coerência na análise não é a marca do MRT em seu
revisionismo frenético! De forma hilária o MRT exige tal critério do NOS, grupo
centrista carioca que rompeu com o PSTU criticando pontualmente a linha
abertamente direitista morenista oficial. Veja a pérola que afirma o MRT a
respeito da posição do NOS sobre os atos de 1º de Maio: “Em meio a toda essa
bancarrota, o MAS, corrente que se originou de uma ruptura do PSTU adotou em um
primeiro momento uma orientação correta, de se colocar abertamente contra o
impeachment e contra os ajustes que estão sendo descarregados nas costas dos
trabalhadores. Em base a isso queremos abrir um debate com os companheiros do
NOS. Apesar de terem defendido uma posição essencialmente correta no momento
anterior da crise política, agora estão buscando fazer confluir várias
organizações de posições distintas, através da constituição do que se denominou
‘frente de esquerda’. A questão é que ao contrário de avançar nesse sentido,
essa frente tem se lançado a promover ações sem o aprofundamento desse debate.
O resultado é que suas expressões concretas, como o ato do 1 de Maio, terminam
apresentando um conteúdo que expressam amálgamas com organizações que defendem
posições opostas, como o MES. Uma ‘unidade’ que não resistirá frente às duras
provas que a realidade nacional está impondo. Como parte dessa lógica foi
proposto ao próprio PSTU, integrar o ato do 1 de Maio, o que foi negado por
aquela organização publicamente, já que defende o ‘Fora Todos’. O problema é
que a política de lutar contra o impeachment, e a de ‘Fora Todos’ são
irreconciliáveis. A realidade, e os destinos dos trabalhadores e da juventude,
exigem uma política claríssima de combate ao golpe institucional, e não de
diluição dessa posição em meio a uma série de outras que até podem ser corretas
abstratamente, mas que são secundárias hoje em relação à luta contra o avanço
dos ataques bonapartistas que se abrem” (Esquerda Diário, 29.04). Parece piada
o MRT ensinar que “a realidade exige uma política claríssima de combate ao
golpe” criticando o NOS por fazer o mesmíssimo malabarismo oportunista que ele
mesmo fazia ao lado do PSTU quando se opunha a seus “exageros” direitistas
apesar de postar-se no mesmo campo político simpático à direita demo-tucana, ou
seja, participando dos atos pelo “Fora Todos” como foi o de 1º de Abril da
Conlutas! Parafraseando Raul Seixas, o “eclético” MRT prefere ser uma
“metamorfose ambulante” do que ter o Marxismo como bússola com suas “velhas opiniões
formadas sobre tudo”! Os “modernos” jovens do MRT que abominam conceitos como
“Ditadura do Proletariado” e “centralismo democrático” em sua senda oportunista
é mais um agrupamento a ceder as fortes pressões do chamado “campo democrático”
(como já havia feito o corrompido PCO), incapaz de combater de forma
consequente e coerente a linha direitista do PSTU sem cair nos braços da Frente
Popular e capitular a sua política de colaboração de classes!
quinta-feira, 28 de abril de 2016
LEIA A ÚLTIMA EDIÇÃO DO JORNAL LUTA OPERÁRIA, Nº 307, 2ª
QUINZENA DE ABRIL/2016
EDITORIAL
Por um 1º de maio de combate revolucionário a ofensiva da
direita golpista e de firme oposição a pauta neoliberal do governo Dilma! Nem a
“defesa da democracia”, nem “eleições gerais” e, muito menos, “Assembleia
Constituinte”! Lutar por uma alternativa de Poder Operário e Camponês!
GOLPE DE ESTADO E “GOLPE” PARLAMENTAR REPRESENTAM O MESMO
RECURSO PARA AS CLASSES DOMINANTES?
Os Marxistas afirmam categoricamente que não!
“ELEIÇÕES GERAIS” E “ASSEMBLEIA CONSTITUINTE”
Panaceias da esquerda revisionista para não lutar por uma
alternativa de Poder Operário
PSTU COMEMORA O IMPEACHMENT
“Tiramos Dilma agora só falta Temer, Eleições Gerais já!”...
só falta responder quem tirou Dilma e afirmar que torce por moro no planalto
A PATÉTICA COVARDIA DO PT
Dilma vai à ONU, covil do imperialismo e não denuncia o
“Golpe Institucional” contra a Frente Popular
BASE ALIADA DO GOVERNO DILMA FOI PROTAGONISTA
DO 1º ATO DO GOLPE INSTITUCIONAL
Os “companheiros” burgueses do PT “roeram a corda” para
aliar-se ao rato Temer
OS "TRAIDORES" DE HOJE SÃO OS HERÓIS DE ONTEM
Frente Popular semeou o terreno de sua própria derrota
política
FAZER CAMPANHA PARA CASSAR O MANDATO PARLAMENTAR DO
NEONAZISTA BOLSONARO OU DEFENDER O JUSTIÇAMENTO DESTE COVARDE FASCISTA PELO
MOVIMENTO OPERÁRIO ORGANIZADO?
Um debate necessário para a esquerda revolucionária que não
acredita na democracia burguesa como valor universal
BLOG DA LBI ALCANÇA 600 MIL ACESSOS!
Uma tribuna diária de combate à ofensiva reacionária da
direita, na vigorosa denúncia da esquerda reformista “amante” da democracia!
CAMALEÕES DO PCO – PARTE I
Atentados na Noruega: PCO do delírio oportunista a quinta
coluna do neofascismo europeu
ESTUDANTES/SP
Juventude Bolchevique vence eleições do grêmio com um
programa revolucionário de luta contra Alckmin
42 ANOS DA REVOLUÇÃO DOS CRAVOS
Transição “não pactuada” do regime fascista para a
democracia burguesa, reivindicada pelo PS para defenderem o “estado de bem
estar social” quarta-feira, 27 de abril de 2016
POR UM 1º DE MAIO DE COMBATE REVOLUCIONÁRIO A OFENSIVA DA
DIREITA GOLPISTA E DE FIRME OPOSIÇÃO A PAUTA NEOLIBERAL DO GOVERNO DILMA! NEM A
“DEFESA DA DEMOCRACIA”, NEM “ELEIÇÕES GERAIS” E, MUITO MENOS, “ASSEMBLEIA
CONSTITUINTE”! LUTAR POR UMA ALTERNATIVA DE PODER OPERÁRIO!
CANDIDO ALVAREZ – JORNALISTA, EDITOR DO BLOG DA LBI
MARCO QUEIROZ – ADVOGADO, PORTA-VOZ DA LBI
HYRLANDA MOREIRA – SECRETÁRIA NACIONAL DA TRS
AUGUSTO CÉSAR - OPOSIÇÃO BANCÁRIA - MOB/CE
CIDA ALBUQUERQUE - OPOSIÇÃO DE LUTA FORTALEZA/CE
ANTONIO SOMBRA - COMANDO DA GREVE EM CURSO PROFESSORES/CE
TOINHA SILVA - SINDICATO DOS TRABALHADORES RURAIS/CE
AUGUSTO FILHO - DELEGADO SINDICAL BANCO DO BRASIL/RN
AURIMAR FEITOSA - OPOSIÇÃO PETROLEIRA/RN
ROBERTO CALDEIRA – OPOSIÇÃO RODOVIÁRIOS GUARULHOS/SP
ISABEL TEIXEIRA - OPOSIÇÃO METALÚRGICA GUARULHOS/SP
BEATRIZ BERGOCI – PRES. GRÊMIO ESTUDANTIL GUARULHOS/SP
RICARDO FABIO - OPOSIÇÃO DOS GRÁFICOS/RS
CAMALEÕES DO PCO – PARTE I
Vejam o que falavam os camaleões da Causa Operária há pouco
tempo atrás no campo internacional, saudando as investidas do imperialismo e da
direita como “revoluções”. Depois de apoiarem a contrarrevolução na URSS e a
intervenção da OTAN na Líbia, o PCO chegou ao cúmulo de apresentar os atentados da
extrema-direita na Noruega como um acontecimento revolucionário! No artigo que reproduzimos logo abaixo, a LBI denunciou essa posição escandalosa do grupúsculo gangsteril de Rui Costa Pimenta, que volta a ameaçar seus oponentes programáticos com agressões físicas e calúnias.
ATENTADOS NA NORUEGA: PCO DO DELÍRIO OPORTUNISTA A QUINTA
COLUNA DO NEOFASCISMO EUROPEU
(24 DE JULHO DE 2011)
(24 DE JULHO DE 2011)
“Em primeiro lugar, é evidente que se trata de um ataque ao
governo, uma vez que os dois atentados se dirigiram contra organizações ligadas
a ele. Por isso, o ataque é parte das ações das massas europeias que estão
enfrentando o regime político de seus países como resposta à crise,
principalmente nos países onde os capitalistas estão impondo seus planos de
austeridade contra a classe operária”. Acreditem se possível for! A citação
acima foi retirada da declaração feita pelo Partido da Causa Operária, PCO,
logo após os atentados neofascistas que vitimaram mais de cem pessoas em Oslo,
na Noruega. Com o seguinte título em seu artigo: “Crise européia se torna
explosiva”, o PCO segue na linha de um delírio oportunista que agora serve para
justificar as ações terroristas da extrema-direita europeia : “O ataque é parte
da ação de massas européias que está se levantando contra governos” (Site do
PCO, 22/07). Esta seita revisionista que até há pouco tempo era afiliada ao PO
argentino, tenta a todo custo caracterizar a iminência da revolução na atual
etapa de reação mundial, agora enxerga nos atentados monstruosos do fascismo
uma “ação de massas”, ou seja, para encaixar sua “teoria” delirante de que a
revolução dobra a próxima esquina, agora vale se emblocar com a direita
terrorista para “combater os governos”! A evolução política das teses
catastrofistas da esquerda revisionista a levou a uma completa perda de
referência no marxismo revolucionário, e o que é pior ultrapassaram a fronteira
de classe ao apoiarem a extrema direita em ações terroristas contra os governos
sociais-democratas europeus, como o trabalhista norueguês.
terça-feira, 26 de abril de 2016
“ELEIÇÕES GERAIS” E “ASSEMBLEIA CONSTITUINTE”: PANACEIAS DA
ESQUERDA REVISIONISTA PARA NÃO LUTAR POR UMA ALTERNATIVA DE PODER OPERÁRIO
Um amplo arco de forças políticas que se reivindicam
trotskistas, mesmo atuando em campos opostos, tem defendido fórmulas
aparentemente “democráticas radicais” como saídas progressivas para a crise do
governo Dilma e do próprio regime político burguês. Estamos falando
particularmente das consignas “Eleições Gerais”, “Fora Todos” e “Assembleia
Constituinte”. No primeiro caso, junto com a bandeira de “Fora Todos”, PSTU,
CST e MES agitam “Eleições Gerais Já!”. No outro extremo, o PCO, escudeiro
corrompido de primeira hora da Frente Popular “contra o Golpe de Estado”,
reivindica a convocação de uma “Assembleia Nacional Constituinte”. “Perdido no
meio do tiroteiro” encontra-se o “incomodado” MRT (ex-LER). No início das
manifestações contra o governo Dilma, o grupo ex-Morenista defendeu o “Fora
Todos”, mais recentemente vem proclamando-se “Contra o Impeachment”. O
fundamental é que agita desde o começo da crise do governo do PT a palavra de
ordem de “Constituinte Livre e Soberana”, ora de forma mais tímida ora mais
aberta. Desde a LBI nos opomos a todas estas receitas pretensamente
democratizantes que visam reorganizar o regime político burguês, mas que de
fato favorecem a reação burguesa. Denunciamos que qualquer palavra de ordem
institucional para a agitação imediata voltada a pressionar o parlamento, mesmo
recorrendo a adereços de aparência radical, fortalecem as pretensões “golpistas”
da direita reacionária, que detém ampla maioria no Congresso Nacional, são na
verdade feitas sob medida para um recrudescimento ainda maior do regime
político vigente. Compreendemos que para forjar uma saída progressista à
debacle do governo Dilma, sem abrir espaço para a direita e suas manobras “golpistas”
parlamentares e mesmo eleitorais, faz-se necessário forjar a luta direta e
revolucionária por um Poder Operário e Camponês, recorrendo à tática da Frente
Única de Ação Antifascista quando necessário. Os Marxistas Revolucionários
devem intervir nesta conjuntura de extrema polarização política com uma
consigna de poder com um claro corte de classe, onde as reivindicações
democráticas sejam acaudilhadas pelo proletariado em combate direto,
denunciando a escalada reacionária da direita assim como a conduta de
colaboração de classes do PT. Esse é o papel dos leninistas neste momento onde
se prepara o 2º ato do Golpe Institucional com a votação no Senado. Ao
contrário desta perspectiva proletária e de independência de classe, os
revisionistas de todos os matizes (PSTU, CST, MRS, MES, PCO, MRT...) que se
criticam mutuamente por “apoiar ou não o golpe” de forma tragicômica convergem
na defesa de armadilhas parlamentares e eleitoralistas que jogam água no moinho
do “golpe parlamentar”. Inclusive, de forma risível, seus chamados a “Greve
Geral” estão a serviço desta política de construir “saídas democráticas” que de
fato fortalecem a direita e a reação burguesa! Não por acaso, tanto o PCO como
PSTU levantam neste momento esta mesma bandeira (Greve Geral) como forma de
pressionar o parlamento contra a aprovação do impeachment ou por eleições
gerais. Não se trata de mera coincidência mas de uma linha política comum que
rechaça combater de forma militante e consciente pela intervenção da classe
operária e do campesinato pobre por fora da influência dos campos burgueses em
disputa e para edificar seu próprio poder de novo tipo!
segunda-feira, 25 de abril de 2016
GOLPE DE ESTADO E “GOLPE” PARLAMENTAR REPRESENTAM O MESMO
RECURSO PARA AS CLASSES DOMINANTES? OS MARXISTAS AFIRMAM CATEGORICAMENTE QUE
NÃO!
1 A esquerda reformista como um todo, desde os setores
revisionistas do Trotsquismo recém convertidos a defesa da Frente Popular até
os mais carcomidos neostalinistas velhos apologistas da política de colaboração
de classes, vem há algum tempo sustentando a “tese” de que está em marcha um
Golpe de Estado no Brasil. Com a agudização da crise política do regime
democratizante e o triunfo da primeira etapa do impeachment da presidente
Dilma, a pseudo-tese do Golpe de Estado ganhou contorno de verdade fática, sendo
utilizada como principal bandeira política do bloco governista contra a
oposição direitista, que hoje congrega desde as raposas da privataria tucana
até os antigos caciques da chamada "base aliada" do governo petista,
hoje qualificados de “golpistas”. De fato está em pleno curso político uma
inflexão da classe dominante em direção a um novo governo (gerente de seus
negócios), pela via de um golpe parlamentar, que se vale do instrumento
constitucional do impeachment. Este movimento institucional da burguesia contra
seu antigo gestor estatal "despertou" forças sociais conservadoras,
reacionárias e até fascistas que ameaçam o conjunto das liberdades democráticas
e a esquerda como um todo (reformistas e revolucionários) e que portanto não
pode ser apoiado pelo movimento dos trabalhadores de forma alguma.
2 Para os Marxistas Leninistas que não advogam nenhuma
fidelidade à democracia burguesa e tampouco ao "Estado de Direito"
não se trata de embarcar no "senso comum" do bordão da esquerda
reformista "Não vai ter golpe", mas sim caracterizar cientificamente e
de um ângulo da classe operária o processo da correlação de classes vigente. O
esgotamento precoce do governo Dilma e o desenvolvimento posterior que parece
desaguar no seu impedimento, não parte de uma necessidade da burguesia nacional
em desfechar um Golpe de Estado, ou seja, alterar radicalmente as linhas
fundamentais do regime democratizante (uma paródia de democracia burguesa)
instaurado com o advento da “Nova República” no Colégio Eleitoral em 1985. Esta
variante (Golpe de Estado) se coloca diante de uma situação de absoluta
radicalização da luta de classes, onde a liberdade de organização da classe
operária (direitos democráticos) pode se transformar em avanços revolucionários
que ameacem a dominação capitalista. Nenhum destes ingredientes está presente
na atual crise política do regime. Recapitulando, o default prematuro da quarta
gerência petista é produto do fim de um ciclo econômico mundial, no qual a
política de conciliação de classes da Frente Popular foi extremamente útil para
os negócios da burguesia nacional. Encerrado o “boom” das commodities e da
fartura do crédito para introduzir no mercado de consumo a chamada “classe C” e
financiar a expansão das grandes empresas, o governo petista perde sua
utilidade para os reais donos do poder, o capital.
3 É óbvio que o pretexto encontrado para tipificar o crime
de responsabilidade da presidente Dilma, as “pedaladas fiscais” é completamente
torpe, entretanto para a necessidade econômica da classe dominante em trocar de
gerente pouco importa se a desculpa é um “Fiat Elba” do Collor ou uma manobra
contábil de Dilma. Fenômeno político totalmente distinto ocorreu com o
presidente João Goulart, onde a organização revolucionária do proletariado
avançava a passos largos por cada “brecha” (como as Reformas de Base) que o
governo nacionalista burguês abria, nesta situação a burguesia precisava
derrotar o conjunto das forças de esquerda (Jango, CGT, Ligas Camponesas,
Prestes) com métodos de guerra civil: o Golpe de Estado se impunha. As reformas
neoliberais de Dilma e seu draconiano “ajuste fiscal” foram uma exigência do
capital imperialista, em nada ameaçavam a dominação burguesa... muito pelo
contrário! Porém houve um "óbice" na lentidão do cronograma da austeridade
financeira do governo Dilma, o incremento da recessão econômica paralisava a
rentabilidade dos negócios da burguesia, e um de seus segmentos mais
representativo resolveu por não aguardar as eleições presidenciais de 2018, era
necessário por em marcha um golpe institucional lastreado na paralisia estatal
da Frente Popular. Não é verdade que a totalidade da burguesia nacional esteja
fechada politicamente com o “golpe”, condição “Sine qua non” para o triunfo de
um genuíno Golpe de Estado, pior ainda representa uma tremenda “ingratidão” por
parte da esquerda “chapa branca” afirmar que foi “traída” por toda a classe
dominante. Será que esqueceram da lealdade do maior empreiteiro do país,
Marcelo Odebrecht, preso na famigerada operação “Lava Jato”, ou do mega
agroprodutor Carlos Bumlai também encarcerado pelo protótipo de bonaparte,
Sérgio Moro. Não faltou o apoio da “família Bradesco”, na figura de seu
presidente Trabuco, a permanência de Dilma no Planalto, ou mesmo da oligarquia
burguesa retrógrada dos Gomes que agora controlam o PDT. É certo que o grosso
da burguesia está do outro lado da trincheira: os rentistas Setúbal, a “famiglia”
Marinho irmanada ao bispo Edir Macedo da Record, os bandidos da FIESP, toda a
quadrilha da mídia “murdochiana” e, por último, as corruptas oligarquias
regionais que vociferam o impeachment como unguento da “moralidade e da família”.
A esquerda somada detém 76 deputados na Câmara (60 PT, 10 PCdoB e 6 PSOL),
Dilma obteve 137 mais 7 abstenções e 2 ausências contra seu impedimento, quase
o mesmo número de votos da bancada da esquerda reformista foram os 70 deputados
oriundos do PDT e de parlamentares “avulsos”
que seguiram seus “chefes” burgueses locais leais ao governo. No Senado
a situação é muito parecida, PT e PCdoB somam 11 senadores (o PSOL não tem
representação) e já contam com mais 10 votos de outras legendas contra o
impeachment, apesar da maioria dos senadores do PDT (3) ter declarado apoio aos
"golpistas" da oposição.
4 Em síntese podemos aferir que o “isolamento” do governo
Dilma não é uma unanimidade absoluta no seio da burguesia, embora esteja
severamente “condenado” por seus setores mais dinâmicos socialmente. Por outro
lado, no campo das massas proletárias não existe qualquer “sintoma” político
que indique uma disposição em ultrapassar as fronteiras do capitalismo, as
mobilizações contemporâneas dirigidas pela burocracia sindical ainda
representam um esforço de resistência economicista aos duros ataques da
ofensiva neoliberal. Não existem sequer na conjuntura política traços
embrionários de dualidade de poder que possam precipitar a burguesia na
aventura de um Golpe de Estado. Se o governo Dilma se “desmancha”
prematuramente diante da ofensiva parlamentar direitista, contrariando até os
planos mais conservadores da burguesia que desejava que a presidente concluísse
a primeira fase do “ajuste”, é por absoluta incompetência das lideranças do PT,
crentes até o último momento na lealdade de sua “base aliada” fisiológica.
Diante da sórdida manobra parlamentar e jurídica da oposição conservadora para
cassar o mandato de Dilma, setores importantes da classe média e de parcela dos
trabalhadores se levantaram em “defesa da democracia”, resgatando um certo
cabedal político do desmoralizado PT. Mas a covardia política da Frente Popular
sequer soube aproveitar a “virada” no ânimo do movimento e continuou apostando
suas fichas na vitória parlamentar, que a priori para o PT parecia bastante
fácil frente a potência da “caneta palaciana”. O resultado do cretinismo
parlamentar da Frente Popular foi desastroso, acelerando o impeachment que
parecia ainda distante de ser aprovado pelo crivo de 2/3 da Câmara e do Senado.
5 A tendência hegemônica da etapa política aponta quase que inexoravelmente para o “debut” do governo Temer/PSDB, o golpe institucional está às vésperas de sua conclusão, o PT atua como cúmplice impotente de seu próprio achacamento político, admitindo até indicar nomes de “confiança” para o novo ministério golpista, como Henrique Meirelles muito próximo a Lula. A alternativa de uma “saída honrosa” para Dilma, seja via da convocação de novas eleições presidenciais este ano, foi descartada pela cúpula do PT, que optou por sustentar indiretamente Temer (sabendo de seu inevitável desgaste com o ápice da recessão) e aguardar que Lula vença o pleito natural de 2018. O que nem o PT e tampouco a esquerda reformista conseguem enxergar é o fluxo de uma corrente bonapartista sendo fortemente gerada a partir da operação “Lava Jato” e da implantação da "República de Curitiba" em todo país. O sonho de Lula voltar ao Planalto em 2018 talvez se transforme no pesadelo de sua prisão após o impeachment, mas desgraçadamente a esquerda reformista continua apoiando a “Lava Jato”, enquanto denúncia hoje um Golpe de Estado inexistente. Trotsky definiu magistralmente em seu livro “A Revolução Traída” a dinâmica política de um Golpe de Estado, ao caracterizar a mudança do regime político soviético, solapado pelo bonapartismo stalinista. Temer está muito distante de ser um novo Stalin, representam classes sociais distintas, porém Moro não está muito longe de converter em um neo Mussolini, iniciando sua cavalgada por um governo bonapartista sobre os escombros dos atuais partidos “tradicionais” de esquerda e direita.
6 Os Marxistas Revolucionários devem ter a nítida clareza do momento que atravessamos, para não focarem sua mira em alvos inexistentes, deixando passar pela fresta da colaboração de classes o espectro do neofascismo. O movimento operário não deve se deixar corromper pela cantilena da democracia burguesa, chancelando este governo neoliberal da Frente Popular com a desculpa esfarrapada da iminência do “Golpe de Estado”, não respeitamos o circo eleitoral do capital financeiro e tampouco os "sagrados" resultados de suas urnas!
domingo, 24 de abril de 2016
42 ANOS DA REVOLUÇÃO DOS CRAVOS: EXEMPLO DE TRANSIÇÃO “NÃO
PACTUADA” DO REGIME FASCISTA PARA A DEMOCRACIA BURGUESA, REIVINDICADA PELO PS E
BLOCO DE ESQUERDA PARA DEFENDEREM O “ESTADO DE BEM ESTAR SOCIAL” COMO
ALTERNATIVA À INSURREIÇÃO PROLETÁRIA E SOCIALISTA
42 anos depois da Revolução dos Cravos, os trabalhadores portugueses voltaram a ser governados pelo PS sob o comando de Antônio Costa depois de vários mandatos de gestão de direita PSD/CDS. O Bloco de Esquerda integrou-se ao governo socialista e apresenta este gabinete da centro-esquerda burguesa como herdeiro legítimo do 25 de abril de 1974: “O Orçamento do Estado para 2016 (OE2016), já promulgado pelo Presidente da República, respeita a posição conjunta firmada entre o Bloco de Esquerda e o Partido Socialista para a viabilização de um governo: repõe rendimentos a trabalhadores e pensionistas, aumenta a taxação ao capital, não inclui novos programas de privatizações e defende os serviços públicos e o Estado Social. No momento em que se comemoram os 40 anos da Constituição da República Portuguesa, conquista das lutas sociais e filha da revolução de abril, fica ainda mais valorizada a constitucionalidade agora alcançada com um Orçamento de Estado para 2016” (Resolução Política do BE, 02/04). Neste marco, as comemorações desse fato histórico que marcou o fim da ditadura de Salazar e o retorno da democracia burguesa em Portugal ocorrem em um clima de patrocinar ilusões na gestão burguesa do PS, neste sentido deve ser compreendida a Revolução dos Cravos e seus efeitos ainda hoje sobre a luta de classes não só em Portugal, mas como parte integrante da crise por que passa o continente europeu como um todo. Foi chamada de Revolução dos Cravos porque as tropas lideradas pelo Movimento das Forças Armadas (MFA), em vez de baionetas, saíram às ruas com cravos na ponta dos fuzis para simbolizar solidariedade com a população. Mas, ao contrário do que afirmam os arautos da conciliação de classes, esse movimento resultou numa profunda derrota para proletariado português, confirmando a inviabilidade histórica de uma transição pacífica para o socialismo. O movimento de 25 de abril de 1974, ao pôr fim ao regime fascista de Salazar-Caetano, que durante 46 anos oprimiu o proletariado português e os povos as colônias de Portugal na África, se constituiu em um golpe militar preventivo para evitar que uma insurreição popular destruísse as bases da ordem capitalista. Um “convidado” inesperado, o proletariado, surge no processo desta transição política que foi operada inicialmente “por cima”, mas a ausência do partido revolucionário no cenário português impede que se transforme a crise política da “agitada” transição em revolução socialista.
sexta-feira, 22 de abril de 2016
A PATÉTICA COVARDIA DO PT: DILMA VAI À ONU, COVIL DO
IMPERIALISMO E NÃO DENUNCIA O “GOLPE INSTITUCIONAL” CONTRA A FRENTE POPULAR
Definitivamente, a direção do PT e Lula vão demonstrando que preferem ser derrotados lentamente pela quadrilha do PMDB comandada por Temer/Cunha que resistir ao golpe institucional com a convocação da ação direta de massas. Optam por render-se disciplinadamente em “respeito às instituições” burguesas sem organizar o movimento de massas a resistir com ações de ruas e mobilizações diretas contra o regime político em crise. A blogosfera “chapa branca” e o conjunto da Frente Popular criou toda uma expectativa de que Dilma iria “denunciar o golpe” na sua fala na Conferência sobre o Clima da ONU, mas a presidente simplesmente balbuciou nos segundos finais de seu discurso de quase 9 minutos dedicado integralmente às questões ambientais que “Não posso terminar a minha fala sem mencionar o grave momento que vive o Brasil. O Brasil é um grande país, com uma sociedade que soube vencer o autoritarismo e construir uma pujante democracia, um povo trabalhador que tem grande apreço pela liberdade, que, acredito, saberá impedir quaisquer retrocessos. Sou grata a todos os líderes que expressaram a mim sua solidariedade”. E só! Como se vê, nenhum chamado ao rechaço internacional ao “golpe” ou a denunciar a trama parlamentar-midiática contra seu mandato, o mínimo a se fazer em uma situação como esta, tendo acesso a uma tribuna do próprio imperialismo que teve a cobertura da imprensa mundial. Obviamente não acreditamos que o covil de bandidos da ONU servil as ordens da Casa Branca se “solidarizasse” com Dilma, não o fez quando de fato existiram golpes recentes na América Latina como em Honduras e no Paraguay, no máximo criaram comissões de “países amigos” para via uma transição institucional de fato legitimar os novos governos golpistas. Entretanto, a petista poderia pelo menos usar o espaço privilegiado para atacar da Tribuna a escalada da direita no país, como várias vezes denunciou Chavez sobre a Venezuela e mesmo o governo cubano contra as agressões imperialistas pelo mundo. O PT, na condição de gerente de um governo neoliberal submisso ao imperialismo nem demagogia antigolpista “ousa” fazer nos fóruns oficiais controlados pelas potências capitalistas. Tanto é assim que a Globo e o PIG fez toda uma pressão para “disciplinar” o discurso de Dilma na tribuna na ONU, artimanha que sem dúvida surtiu o efeito desejado, como noticiou o G1: “Dilma recua e não fala em golpe durante discurso na ONU” (22.04). O mais tragicômico é que além de não denunciar o “golpe” Dilma deixou a cadeira da Presidência da República livre para ser ocupada pelo rato Temer até sábado (23), nem sequer um duro pronunciamento ela fez antes da viagem para Nova York contra o canalha, denunciando-como “traidor” que não deveria assumir o Planalto, o que poderia provocar um movimento popular que forçaria Temer a ficar na mais completa defensividade política, desmoralizado. Restou a setores minoritários da Frente Brasil Popular convocar um pequeno protesto em frente a mansão de Temer nesta quinta-feira (21), pichando na rua que a casa era o “QG do golpe” visitada por vários ex-ministros de Dilma (Eliseu Padilha e Moreira Franco). Logo a pichação foi apagada por ordem do Prefeito Haddad, em uma clara desaprovação do protesto. O petista, aliás, tem a filha de Temer, Luciana Temer, no cargo de secretária municipal de Assistência Social da Prefeitura de São Paulo, mantida no posto em sua “cota pessoal”! Essa não é uma conduta (vergonhosa) pontual de Haddad, não por acaso, o PMDB ainda controla ministérios no governo Dilma e grande parte dos Senadores do partido que se dizem “indecisos” agora para na hora da votação apoiarem o impeachment, como Eunício Oliveira (PMDB-CE), líder do partido na casa, controlam cargos importantes no governo do PT (presidência do BNB). Como se observa, o PT e Lula ainda apostam em uma reversão do quadro no Senado, costurando acordos de bastidores com os picaretas corrutos que depois da derrota serão taxados, em tom de surpresa, de “traidores” e “golpistas da direita” pela Frente Popular como parte do circo demagógico visando as próximas eleições! Como a LBI vem denunciando, em contraponto a linha “chapa branca” da esquerda reformista oficialista e seus satélites como o decomposto PCO, a Frente Popular vai sangrando neste processo, com um imenso desgaste político diante das massas por ter acumulado aliados burgueses reacionários, que foram muito úteis para aplicar o ajuste neoliberal contra as conquistas do povo trabalhador, mas que se revelaram “escorpiões” para defender o mandato presidencial do PT. A “batalha parlamentar” que se aproxima no Senado, já se anuncia perdida para o governo do PT, que deverá se preparar para colher um retumbante fiasco eleitoral nas próximas eleições municipais. O patético discurso de Dilma na ONU pavimenta o caminho de que, mais uma vez, está em curso no Senado uma nova derrota vergonhosa sem um chamado de luta para as massas proletárias, sem esboçar qualquer resistência e mesmo sabotando ações de massas que poderiam colocar os trabalhadores em luta. Como dizia Trostky “Ao adormecer os operários com ilusões parlamentares que paralisam a sua vontade de luta, cria as condições favoráveis para a vitória do fascismo. A política de aliança com a burguesia deve ser paga pela classe operária com anos de sofrimentos e sacrifícios, quando não com dezenas de anos de terror fascista”. Os Marxistas Revolucionários alertam que o proletariado deve abstrair todas as lições das derrotas que estão sendo provocadas pela estratégia de colaboração de classes da Frente Popular, para poder organizar de forma independente o combate à ofensiva imperialista que atingiu um novo patamar com a efetivação desta manobra parlamentar reacionária contra o governo do PT.
quarta-feira, 20 de abril de 2016
FAZER CAMPANHA PARA CASSAR O MANDATO PARLAMENTAR DO
NEONAZISTA BOLSONARO OU DEFENDER O JUSTIÇAMENTO DESTE COVARDE FASCISTA PELO
MOVIMENTO OPERÁRIO ORGANIZADO? UM DEBATE NECESSÁRIO PARA A ESQUERDA
REVOLUCIONÁRIA QUE NÃO ACREDITA NA DEMOCRACIA BURGUESA COMO VALOR UNIVERSAL
A declaração do verme fascista Bolsonaro na votação
favorável ao impeachment tem gerado um amplo sentimento de repulsa por parte de
todo um arco social que adota referências democráticas e humanistas em sua
"concepção e práxis de mundo". A ampla condenação à conduta covarde
do deputado neonazista não deixa de ser um elemento realmente progressista em
uma etapa ideológica de clara ofensiva mundial reacionária, porém para os
Marxistas Revolucionários é necessário ir muito além do rechaço democrático ao
torturador que hoje é um símbolo político de todo o campo da direita em nosso
país. Bolsonaro representa um segmento fascista "bem vivo" não só no
parlamento mas também no interior do aparelho repressivo (FFAA e PM's) do
Estado Burguês. O facínora é parlamentar há vários mandatos e até a pouco tempo
pertencia ao PP, partido da "base aliada" de Lula e do primeiro
mandato de Dilma, conquistou uma tribuna nacional importante ao longo desta
década graças a "benevolência" da própria Frente Popular, isto sem
falar da conivência estatal dos governos petistas com todo o arcabouço
constitucional que protege os torturadores do regime militar. Várias entidades como a OAB, o grupo "Tortura nunca Mais" e o Coletivo "Memória, Verdade e Justiça" anunciaram que vão pedir a cassação do mandato de Bolsonaro no STF. Agora, diante do
escárnio do rato fascista com a figura da presidente Dilma, a esquerda
reformista resolveu tardiamente "reagir", exigindo a cassação do
mandato do deputado hoje abrigado no PSC. Seria inócuo se não fosse
profundamente equivocado politicamente reivindicar do covil de bandidos da
Câmara dos Deputados a anulação do mandato de seus principais líderes. Semear
hilárias ilusões neste Congresso de patifes já custou o próprio mandato da
presidente Dilma. Entretanto o mais grave se concentra no fato da esquerda
revisionista, PCO, MRT, PSTU etc... acreditar e defender que a punição dos
carrascos e assassinos de nossos militantes do passado e presente deve ser
realizada pelos mecanismos institucionais deste regime burguês apodrecido. O
interessante é que a maioria destas organizações pseudo-trotskistas (PCO, TML,
EM etc..) caracterizam que estamos passando por um "golpe de estado"
e, mesmo assim, pedem aos "golpistas" que punam o "chefe"
Bolsonaro... É patético! A tradição programática da Esquerda Revolucionária passa
bem longe desta panaceia inútil, considerando que fascistas torturadores
assassinos devem receber outro "tratamento" por parte do movimento
operário organizado. Como nos ensinou o grande mestre Trotsky: "Com
fascistas não poderá haver relação alguma democrática, devemos enfrentá-los com
metralhadoras e porretes". É uma verdadeira tragédia política que grupos
da esquerda "chapa branca" que tanto verborragizam contra o
"golpe de estado", se mostrem tão legalistas quando se trata de
sarjetas grotescas como Bolsonaro e sua família de fascistas.
NOTA PÚBLICA DE ROMPIMENTO COM O PARTIDO DA CAUSA OPERÁRIA
(PCO)
O BLOG da LBI publica a nota de rompimento de Alejandro Acosta e dezenas de ex-dirigentes e militantes do PCO. Tomamos essa iniciativa mesmo tendo divergências com muitas questões programáticas defendidas pelos signatários do documento abaixo. Em nosso entendimento estes não rompem com a política de seguidismo a Frente Popular apesar de muitas críticas justas a flagrante linha “chapa branca” levada a cabo por Rui Costa Pimenta. Além disso nos colocamos incondicionalmente e de forma pública em defesa da integridade física dos dissidentes que se dizem intimidados e caluniados por Causa Operária porque compreendemos que o debate político reivindicado por Acosta e os demais deve ser feito amplamente no movimento de massas e entre a vanguarda militante, sem qualquer tipo de cerceamento, ameaça, perseguição ou agressão física, como parte das melhores tradições do Trotskismo e da IV Internacional.
Nós, que abaixo assinamos este documento, declaramos
publicamente nosso total rompimento político com o Partido da Causa Operária
(PCO). As políticas aplicadas pelo PCO representam o abandono dos
interesses históricos da classe operária e do conjunto dos revolucionários.A partir de uma avaliação da conjuntura política atual, que
coincide totalmente com a avaliação da cúpula do Partido dos Trabalhadores, a
direção do PCO passou a se integrar totalmente à “frente popular”, liderada
pelo governo do PT (não confundir com a Frente Brasil Popular). O PCO direcionou todos os esforços para blindar o governo do
PT e, a reboque dessa política, tem contribuído com a ilusão às massas e para
que a luta contra o impeachment ficasse nos marcos do parlamentarismo burguês.
A luta contra o impeachment faz parte da luta geral da classe operária porque
ele representa um golpe de tipo parlamentar. Mas, o verdadeiro golpe que o
imperialismo busca impor vai muito além do impeachment. Nós, de acordo com os interesses da classe operária,
entendemos que o golpe de estado está constituído por um conjunto de
engrenagens em desenvolvimento. Essas engrenagens se desenvolvem em escala
regional e mundial. O governo do PT também é uma vítima do golpismo. No
entanto, por causa das capitulações à direita, ao aplicar o plano de “ajustes”
contra os trabalhadores em prol da “governabilidade”, em benefício do grande
capital, e dificultar a organização independente dos trabalhadores, tem se
convertido numa dessas principais engrenagens que abrem caminho para a
implantação de um regime de força contra as massas. A direção do PCO, seguindo a melhor tradição do revisionismo
e do oportunismo na história do trotskismo mundial, tem propagandeado que
“nesse momento, tem dois campos no Brasil. O campo do golpe e o campo dos que
são contra o golpe”. A luta contra o golpe não é a luta da “democracia” contra
a “ditadura” em abstrato, como afirma a direção do PT e referenda o PCO, às
vezes de forma passiva, às vezes de forma ativa. A luta contra o golpe faz
parte da luta de classes, onde os interesses dos trabalhadores (inclusive as
bandeiras democráticas) devem ser colocadas sobre essa perspectiva. Para o PCO,
as bandeiras da classe operária deveriam ser abandonadas até que o golpe seja
derrotado. Nós rejeitamos essa política e entendemos que não há nenhuma
contradição entre lutar contra o golpe e levantar as reivindicações dos
trabalhadores, uma vez que ataques de grande proporção (Reforma Trabalhista,
Previdenciária etc) estão no centro da política golpista.
terça-feira, 19 de abril de 2016
JUVENTUDE BOLCHEVIQUE VENCE ELEIÇÕES
DO GRÊMIO COM UM PROGRAMA REVOLUCIONÁRIO DE LUTA CONTRA ALCKMIN
Núcleo da Juventude Bolchevique/SP conquista direção do Grêmio |
Ocorreu no último dia 12 de abril as eleições para o Grêmio
Estudantil da Escola Estadual Odete Fernandes, Guarulhos-SP, na qual a Chapa 2
Mudança Jovem impulsionada pela Juventude Bolchevique-JB, se elegeu com
diferença de 87 votos da chapa 1 de situação e 302 votos de diferença da chapa
3, também oposição. Essa vitória demonstra o acerto de nossas posições
principistas e de nosso comprometimento e atuação direta na luta dos estudantes
e professores contra as políticas neoliberais de destruição da educação imposta
por Alckmin e seu PSDB há mais de 20 anos em SP. Com essa vitória, esperamos
com toda a ajuda da comunidade escolar, aprofundar um sério trabalho militante
classista em nosso grêmio. Desde já, nos colocamos à serviço da resistência
contra o sucateamento da educação pública e os ataques dos governos burgueses.
Com essa perspectiva, convocamos toda a juventude trabalhadora e o conjunto da
comunidade escolar, a somar forças conosco na luta pela educação pública
gratuita e de qualidade para toda a juventude trabalhadora!
Beatriz Bergoci no ato da posse do gremio defende a unidade operário-estudantil |
segunda-feira, 18 de abril de 2016
PSTU COMEMORA O IMPEACHMENT: “TIRAMOS DILMA AGORA SÓ FALTA
TEMER, ELEIÇÕES GERAIS JÁ!”... SÓ FALTA RESPONDER QUEM TIROU DILMA E AFIRMAR QUE
TORCE POR MORO NO PLANALTO
Mal havia acabado a votação na Câmara dos Deputados aceitando admissibilidade do processo de impeachment de Dilma, com os parlamentares em plenário agradecendo publicamente ao Juiz Sérgio Moro e fazendo rasgados elogios a Operação Lava Jato por terem possibilitado o avanço do golpe institucional, o PSTU saiu a comemorar a decisão no artigo “Fora todos eles! Greve Geral para impedir que Temer assuma! Eleições Gerais já!” em que afirma: “A Câmara dos Deputados acaba de aprovar a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. O processo ainda vai passar pelo Senado, mas esse dificilmente revisará a decisão dos deputados. O governo Dilma amarga 82% de reprovação” e conclui “O impeachment só está sendo possível porque a esmagadora maioria da população e da classe trabalhadora rompeu com o governo Dilma e quer que ele saia”. Com essa avaliação simplista em aberto flerte com a direita o PSTU de cara não denuncia que a aprovação do impeachment na Câmara representa uma derrota popular para a direita conservadora porque a decisão não está baseada em nenhuma tendência progressista ou mesmo foi tomada em nome de um programa democrático de defesa de reivindicações populares. O PSTU formalmente alega que “uma posição alinhada aos interesses da classe trabalhadora deveria ser de abstenção e a denúncia desses dois campos” quando na verdade sua política na prática foi a favor do impeachment. Ao contrário destes revisionistas vulgares para os Marxistas Revolucionários que estiveram desde o início do governo burguês de Dilma na trincheira da oposição revolucionária a Frente Popular está absolutamente claro que a tentativa de impeachment não é uma via democrática e progressista para as massas superarem o atual governo neoliberal do PT. Mas o PSTU não só seguiu na linha de apoio ao impeachment como em nome da defesa de eleições gerais acaba por pedir que a Câmara dos Deputados tome a mesma decisão sobre Temer “Se o povo quer Dilma fora, quer mais ainda fora Temer, sem falar do bandido que preside hoje a Câmara dos Deputados... É necessário inviabilizar o governo Temer. Torna-se cada vez mais urgente impor uma forte greve geral para colocar esse corrupto picareta para fora. Eleições Gerais já! A única solução para que os trabalhadores não paguem pela crise é um governo socialista dos trabalhadores, sem corruptos e sem patrões, apoiado em conselhos populares. Mas, enquanto os trabalhadores não contam com suas próprias organizações em que possam governar, o PSTU defende a convocação de eleições gerais já.”. A linha do PSTU em defesa do “Fora Todos”, apesar de floreada com frases “combativas” em nome da “Greve Geral” para enganar tolos, vai ficando cada vez mais clara: o próprio parlamento burguês deve cassar Dilma, Temer e Cunha e convocar eleições gerais, para isso deve-se pressioná-lo com mobilizações! Nesse cenário, Moro e Marina estão livres para assumir o Planalto em eleições antecipadas. Segundo os morenistas “Enquanto não temos os conselhos populares, defendemos eleições gerais já, não só para presidente, mas para todo mundo. Novas eleições em que esses corruptos envolvidos na Lava Jato ou em outros escândalos de corrupção, incluindo Aécio, não possam participar” (site PSTU, 04 de Março). Em resumo: neste cenário, com todos os envolvidos na Lava Jato impedidos de participar das eleições, inclusive Lula, sobrariam Moro e Marina como os candidatos de peso da burguesia e alinhados diretamente com a Casa Branca, já que o PSTU não cita os dois em seu rol de “corruptos”. Ao lado deles (mas obviamente sem chances eleitorais) “disputariam” Zé Maria e Luciana Genro (PSOL-MES). Luciana, aliás, com seu lema “Cadeia para todos!”, também é apoiadora entusiasta da Operação Lava Jato e aplaude as ações da PF contra o PT em nome do “combate a corrupção”. Para esses revisionistas, o objetivo estratégico é convocar eleições que supostamente seria uma saída “democrática” mesmo que vença a direita alinhada com a Casa Branca. Nada mais falso! Estamos diante de um golpe institucional e a convocação de eleições neste caso só servem aos planos do imperialismo ou mesmo para o PT costurar um “acordão nacional” por fora das manifestações populares e em nome de “preservar a democracia” como Lula já ventila nos bastidores. Não resta dúvida que a política de “Fora Todos! Eleições Gerais Já!” levaria neste momento necessariamente ao acesso de Sérgio Moro à Presidência da República e a direita a ampliar seu domínio político no Congresso Nacional. O grave é que os delirantes oportunistas do PSTU e do MES acham que do movimento “Fora Dilma” encabeçado pela direita surgirá pela via eleitoral um “governo socialista dos trabalhadores”! Apesar de encoberta de frases radicalizadas como a da “mobilização dos trabalhadores” e “Congresso Corrupto” esta proposta não aponta na direção da ruptura institucional e revolucionária com este regime, caindo Dilma com as regras constitucionais vigentes ou teremos o vice Temer ou no máximo novas eleições (em um curto prazo) onde o a direita fascista daria um “passeio”. Como a Frente Popular não vai convocar a resistência ativa e de massas ao “golpe institucional” como uma greve geral apesar dos apelos ridículos do PCO, a única alternativa de poder já constituída no momento para o “default” de Dilma é da ala burguesa mais reacionária e “linkada” diretamente ao imperialismo, como Moro que foi treinado e segue orientação direta do Departamento de Estado ianque. Está claro que a fragilidade de Temer e Cunha assusta a burguesia. O fato é que a transição para a ascensão do Bonaparte Moro não pode sair simplesmente de um “golpe institucional” feito às pressas pelos canalhas ultra corruptos Cunha-Temer. Por esta razão, desde a LBI declaramos “Nem eleições gerais, nem a defesa da democracia”, duas variantes da democracia burguesa que não servem para a revolução. O desenlace progressista da atual crise de dominação burguesa repousa exclusivamente na possibilidade da classe operária começar a construção de seu embrião de poder revolucionário em denuncia aberta das armadilhas eleitorais e do regime da democracia dos ricos, todo o oposto do que vem fazendo o PSTU sempre a reboque da direita!
domingo, 17 de abril de 2016
O governo Dilma neste domingo, 17 de abril, talvez tenha
amargado sua derrota fatal, com forte gosto de "traição" de antigos
"companheiros" das oligarquias burguesas que até pouquíssimo tempo
habitavam a chamada "base aliada" da Frente Popular no Congresso
Nacional. Os tradicionais parceiros do PT como a família Sarney, Cabral&Pezão,
Edir Macedo e todos seus pastores parlamentares, Maluf e o PP, o PSD do
ministro Kassab, PR etc "roeram a corda" para aliar-se ao rato Temer...Um
fato ainda mais ridículo foi o literalmente "até ontem" Ministro da
Aviação Civil, Mauro Lopes (PMDB-MG) votar pelo impeachment quando foi
"liberado" por Dilma para votar contra! O prefeito do Rio, Eduardo
Paes, tido como "amigo íntimo" de Lula ao ponto de trocar
confidências por telefone, que lhe presenteou com verbas milionárias das
Olimpíadas, mandou seu secretários municipais se licenciarem para literalmente votarem
todos contra o Planalto! Mesmo o PDT agora sob o comando dos Gomes teve muitas
"baixas" contra a aprovação do impeachment. Ao lado do governo apenas
PT, PSOL e PCdoB mantiveram a fidelidade integral ao mandato de Dilma. Com a
decisão da Câmara o golpe institucional avançou a passos largos e ainda que o
Senado tenha a decisão final, a ser realizada em duas votações (uma por maioria
simples e outra qualificada de 2/3) será muito difícil reverter a dinâmica
política imposta a partir deste domingo. Faltaram cerca de trinta votos para
que o governo conseguisse barrar o golpe parlamentar ainda na Câmara, não era
muito considerando que bastava que apenas o PSD ou o PR, que detinham
ministérios importantes do governo, fechassem questão contra a admissibilidade
do impeachment. O PP, que detém cerca de 40 votos na Câmara, poderia ter ao
menos se dividido e assim já complicaria os planos de Temer e Cunha assumirem o
Planalto, porém nada disto ocorreu, pelo contrário, essas siglas votarem em
peso pelo impeachment de Dilma, no PP apenas 04 votaram com o Planalto! O PR
que tinha declarado apoio formal ao governo só garantiu 09 votos... Com esse
resultado, a Frente Popular sai gravemente ferida deste processo, e não falamos
simplesmente do aspecto institucional e suas consequências da perda do aparelho
estatal. Será imenso o desgaste político diante das massas de ter acumulado
aliados burgueses reacionários, que foram muito úteis para aplicar o ajuste
neoliberal contra as conquistas do povo trabalhador, mas que se revelaram
"escorpiões" para defender o mandato presidencial do PT. A próxima
"batalha parlamentar" que se aproxima no Senado, já se anuncia
perdida para o governo do PT, que deverá se preparar para colher um retumbante
fiasco eleitoral nas próximas eleições municipais. É certo que o PT ainda detém
um forte potencial político para uma futura eleição presidencial em 2018, ou
antes caso a burguesia decida "caçar" também Temer e Cunha. Porém não
se sabe ainda em que condições programáticas Lula e o PT se apresentarão em uma
nova rodada eleitoral, se com a velha cara do discurso da necessidade do ajuste
neoliberal ou com uma renovada demagogia populista de esquerda. O certo é que a
ofensiva ideológica e jurídica institucional (estado de exceção) da direita
ganha um alento importante com a aprovação do impeachment de Dilma, que apostando
todas as fichas de sua defesa na esfera parlamentar colheu (parceiros
fisiológicos burgueses) uma tremenda derrota política. A Frente Popular sequer
mobilizou suas bases sindicais e populares para uma greve geral contra o
impeachment, se limitou a impulsionar atos (de características eleitorais) com
artistas e personalidades culturais quando atingiu o melhor momento da
resistência contra a ofensiva da direita. Uma derrota vergonhosa sem um chamado
de luta para as massas proletárias, assim podemos caracterizar a conduta covarde
da Frente Popular diante da grave crise política que foi acometida. O
proletariado deve abstrair todas as lições de mais esta derrota da estratégia
de colaboração de classes, para poder organizar de forma independente o combate
a ofensiva imperialista que atingiu um novo patamar com a efetivação desta
manobra parlamentar reacionária contra o governo do PT.
sábado, 16 de abril de 2016
OS "TRAIDORES" DE HOJE SÃO OS HERÓIS DE ONTEM:
FRENTE POPULAR SEMEOU O TERRENO DE SUA PRÓPRIA DERROTA POLÍTICA
Parece um cenário surreal, montado pelo mestre Salvador
Dalí, onde os pérfidos "traíra" de hoje são os mesmos heróis de
ontem. Estamos é claro falando dos "capitães do golpe" parlamentar
contra o governo Dilma, começando pelo comandante em chefe do seu "Estado maior", Michel Temer, que
não faz muito tempo foi alçado à função política de "primeiro
ministro" informal da gestão petista em plena crise institucional. A
"tropa" dos bandidos chefiada agora por Temer é formada por velhos
parceiros do PT, que desde 2002 seguiram em aliança eleitoral com Lula para
garantir a continuidade do programa neoliberal do falido tucanato. São na
verdade a mesma "base aliada" parlamentar das quatro gerências
estatais consecutivas da Frente Popular. A conjuração de quadrilheiros que hoje
saliva por ocupar o Palácio do Planalto, abarcando figuras de proa como Sarney,
Cabral/Pezão, Maluf, Kassab, Padilha, Jucá etc...ainda conta com um
"generoso" naco da fatia estatal, sob controle atual do PT. Eram considerados amigos fiéis do projeto
estratégico de colaboração de classes da Frente Popular. Estiveram juntos e sem
manifestar divergência alguma na aplicação do covarde ajuste neoliberal contra
os direitos dos trabalhadores. Porém a conjuntura "virou" mas grande
parte do "trabalho sujo" já foi realizado por Dilma, que neste
momento já pode ser descartada em meio a profunda recessão econômica
capitalista que se avizinha. As hienas "ex-aliadas" estão sedentas
pela "carcaça" do Estado burguês que a Frente Popular deixou de
herança após a "fartura" das commodities no mercado mundial.
Entretanto existem ainda, fruto desta época, as reservas cambiais do país depositadas no FED e quase sem rendimento
algum, enquanto nosso "patriota" BC paga aos rentistas da dívida
interna juros reais de cerca de trinta por cento ao ano (Selic+Spread). Bastou a
menor e inofensiva ameaça dos "neodesenvolvimentistas" do PT em
"mexer um pouco" nas reservas cambiais para induzir o reaquecimento
da economia, para que a chamada "base aliada" se insurgisse contra o
governo, seguindo a orientação do "farol" da Casa Branca. O resultado
político foi explosivo para Dilma, gerando a fusão de todas as forças
oligárquicas do país, antigas aliadas do PT, com a oposição da direita tucana e
seu braço midiático "global". É bem verdade, para se fazer justiça
com a história, que não se pode qualificar a falange de criminosos comandada
por Temer de "traidores", se alguém traiu nesta "novela"
de rapinagem foi o próprio PT que enganou o povo brasileiro com o discurso do
combate a retirada dos direitos sociais e econômicos, isto sem falar da
prometida "veste ética" da gestão estatal. O caráter social da
composição política dos governos petistas (PMDB, PP, PSD, PTB, PR PDT etc..),
não deixava qualquer dúvida acerca do programa capitalista neoliberal
impulsionado contra a classe operária e o povo pobre. Porém a burguesia
nacional segue dividida mesmo diante da debandada palaciana. O placar do
impeachment na Câmara tende a ser definido por uma diferença de apenas dez
votos. Um governo com o timbre "Temer" é absolutamente temerário
para os interesses do capital financeiro. A saída preparada pelas classes
dominantes diante do debacle político do governo Dilma passa pela convocação de
novas eleições, possivelmente em 2017. Foi sintomática e lúcida a declaração
proferida ontem (15/04) pelo patrono da Lava Jato, o juiz Sérgio Moro: "Um
governo Temer não vai resolver o problema da corrupção no Brasil". Moro
pretende ocupar ele mesmo a cadeira presidencial e assim iniciar um governo com
características bonapartistas no país, sob o mito de "erradicar a
corrupção". A tentativa da esquerda reformista em apresentar a "rasteira" parlamentar
do até ontem "fiel" PMDB contra Dilma como um "golpe de
estado" é completamente ridícula. A verdadeira mudança no regime
institucional vigente está sendo maturada com o desenrolar da operação
"Lava Jato", a qual o PT e seu governo continuam apoiando cegamente!
Falar em "atentado a democracia" os que defendem uma lei
antiterrorismo para criminalizar os movimentos sociais e silenciam sobre os
massacres diários das PM's contra negros e pobres das periferias, seria cômico
se não fosse trágico, ou seja, estes covardes senhores governam a nação!
Sobrevivendo ou não a batalha do próximo domingo, a Frente Popular está gravemente
ferida (não completará seu mandato), mas já causou o maior prejuízo político as
futuras gerações de militantes de esquerda ao cultuar o altar da democracia
burguesa como a "pauta sagrada"
da luta dos trabalhadores. Para os Comunistas Revolucionários o norte do
socialismo e da demolição do regime da democracia dos ricos continua sendo a
nossa chama de combate!
quinta-feira, 14 de abril de 2016
BLOG DA LBI ALCANÇA 600 MIL ACESSOS! UMA TRIBUNA DIÁRIA DE
COMBATE À OFENSIVA REACIONÁRIA DA DIREITA, NA VIGOROSA DENÚNCIA DA ESQUERDA
REFORMISTA "AMANTE" DA DEMOCRACIA!
O Blog da LBI acaba de alcançar 600 mil acessos neste meados de abril, véspera da votação do impeachment do governo Dilma. O número de visitas diárias se incrementou nos últimos meses na medida em que o BLOG marcava posições precisas na conjuntura nacional, se constituindo como uma tribuna diária de combate à ofensiva reacionária da direita ao mesmo tempo em que fazia uma vigorosa denúncia da esquerda reformista "amante" da democracia burguesa. Nesse “fio da navalha” cuja bússola é o marxismo revolucionário, o BLOG da LBI tem se consolidado como uma referência política entre a vanguarda militantes em tempos onde a “esquerda” que se reivindica trotskista se dividiu entre ser apoiadora do governo neoliberal do PT, ao ponto do PCO em sua cantilena “contra o golpe” ter como ídolos figuras como Marco Aurélio Mello do STF ou o neocoronel Ciro Gomes (PDT) ou mesmo se aproximar cada vez mais das posições da direita, como o PSTU, cujos cartazes estão afixados na sede da FIESP na Av. Paulista pelos “coxinhas” que exigem o “Fora Dilma”. Sem furtar-se de combater os ataques covardes da frente popular contra os trabalhadores alcunhado de "ajuste" e denunciando o "acordão nacional" que o PT e Lula tentam desesperadamente negociar com a burguesia visando uma saída "honrosa" para a crise do governo Dilma, combatemos a escalada fascista da direita, inclusive enfrentando de vermelho nas ruas e manifestações as hordas reacionárias verde-amarelas patrocinadas pela Rede Globo. Em uma análise precursora que vem sendo copiada por setores da esquerda, pontuamos que a burguesia e a Casa Branca planejam empossar o Juiz Sérgio Moro na Presidência da República como um neobonaparte para reorganizar o regime político em crise. Cada artigo do BLOG da LBI aborda os temas mais desafiantes da conjuntura nacional e mundial com posições políticas consequentes, na medida em que nossa análise geral está fincada na premissa teórica de que o processo político brasileiro reflete o retrocesso político-ideológico em curso desde a restauração capitalista da URSS e a Queda do Muro de Berlim, ocorridos no final dos 80 e início dos anos 90. O fato da "esquerda" de todos os matizes ser hoje "amante" da democracia burguesa, tendo esse regime político como objetivo estratégico a ser defendido como valor universal acima da luta entre as classes reflete em nossos dias a derrota histórica que o proletariado sofreu com a destruição do Estado Operário soviético e do Leste Europeu, que mesmo deformadamente simbolizavam a possibilidade concreta de construção do Socialismo. Não por acaso, Cuba desgraçadamente segue essa perspectiva em um processo negociado pelo Papa Francisco, Obama e os irmãos Castro, transição acompanhada minuciosamente pelo BLOG da LBI, que em voz solitária denuncia esse "abraço de urso" da reação democrática. A destruição dos regime nacionalistas da Líbia e a desestabilização do governo Assad na Síria lastreado pela farsesca "Primavera Árabe" que gerou regimes aliados a Casa Branca são parte dessa mesma onda patrocinada pelo Departamento do Estado ianque, o mesmo que formou o Juiz Moro em cursos promovidos em Washington. Não por acaso grande parte da "esquerda" apoiou a investida da OTAN contra Kadaffi e outros supostos "ditadores", como o golpe na Ucrânia. A véspera de completar 05 anos de existência (começamos essa tribuna diária em julho de 2011) estamos orgulhosos do BLOG da LBI atingir os 600 mil acessos, uma marca modesta sem dúvida, mas importante no marco das organizações políticas da esquerda brasileira, muitas das quais tem sites que não passam de reprodutoras de clipping de notícias. Agradecemos nossos leitores e simpatizantes por mais esta vitória e reafirmamos o compromisso de que esta conquista está a serviço do objetivo estratégico de edificar um Partido Revolucionário no Brasil, cujos quadros talhados em anos de combate sabem remar contra a maré e enfrentar o "isolamento" diante da opinião pública pequeno-burguesa e democratizante mas não abrem mão de manter firmes as lições que o velho León Trotsky, fundador da IV Internacional, nos legou!
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