quinta-feira, 7 de abril de 2016

TERROR DO LATIFÚNDIO E PM DE BETO RICHA (PSDB) ARMAM EMBOSCADA EM ACAMPAMENTO DO MST, MATAM DOIS COMPANHEIROS E DEIXAM DEZENAS DE FERIDOS: ORGANIZAR AS MILÍCIAS DE AUTODEFESA CONTRA A JAGUNÇADA ASSASSINA E FASCISTA QUE ATUA LIVREMENTE NO CAMPO COM A CUMPLICIDADE DO GOVERNO DILMA!

Seguranças e jagunços da madeireira Araupel armaram uma emboscada, com participação da Polícia Militar nesta quinta-feira (7) contra o acampamento Dom Tomás Balduíno, em Quedas do Iguaçu, região centro do Paraná, que agrega 2500 famílias, cerca de sete mil pessoas. A ação do terror do latifúndio deixou pelo menos dois mortos e cerca de 20 feridos. A polícia não foi até o local para conter um incêndio mas como parte de uma operação de emboscada. Segundo o MST, duas equipes da PM de Beto Richa (PSDB) acompanhadas de seguranças da empresa Araupel que promove o chamado “deserto verde” para beneficiamento de produtos de madeira atacaram o acampamento Dom Tomás Balduíno. Pelo relato “Em torno de 15 pessoas desceram para fazer vistoria numa área ocupada e havia pessoas do Bope [Batalhão de Operações Policiais Especiais] e da Polícia Militar. Não sabemos de fato quantas pessoas estão mortas e quantas estão baleadas porque a polícia agora não nos deixa chegar perto”, afirma o dirigente do movimento na região, que preferiu não se identificar. Este cenário reflete parte do clima de tensão que nasce na luta pelo acesso à terra e a resposta assassina do latifúndio deixando um rastro de sangue e morte que se aprofundou no governo Dilma, este quase não assentou sem-terras em seis anos de mandato. O conflito tem relação com o surgimento de dois acampamentos do MST na região centro-sul do Paraná, construídos nas áreas em que funcionam as atividades da empresa Araupel, exportadora de pinus e eucalipto. O primeiro acampamento, Herdeiros da Terra, está localizado no município de Rio Bonito do Iguaçu. A ocupação aconteceu em 1º de maio de 2014 e hoje abriga mais de mil famílias. Ali, elas possuem aproximadamente 1,5 mil hectares para a produção de alimentos. O segundo acampamento, Dom Tomás Balduíno, cuja ocupação teve início em junho de 2014, possui 1500 famílias e fica na região de Quedas do Iguaçu. Ao contrário da outra ocupação, esta possui 12 alqueires de área aberta, sendo apenas 9 - cerca de 30 hectares - utilizados para o plantio. Cinicamente, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), órgão do governo Dilma e controlado pelo PT informou “não poder se posicionar sobre o caso, já que trata-se de um acampamento, e não um assentamento” (site do MST, 07.04), lavando as mãos de forma cúmplice diante do bárbaro assassinato dos dois sem-terra, a mesma conduta paralítica que tem diante da escalada fascista que avança no país. Independente da política atual do MST, a qual nos reservamos o direito de criticar desde o campo da luta, o latifúndio e a direita nutrem um ódio mortal a todos os movimentos que desafiam a “sagrada propriedade privada” dos meios de produção e troca. Mesmo sendo hoje o MST uma das entidades que apoiam politicamente um governo integrado por latifundiários assassinos como Kátia Abreu e similares, a extrema-direita ataca e mata seus militantes e dirigentes como inimigos viscerais. Não se furtará de agir novamente contra outras lideranças e militantes de base do movimento pelo país afora. Por esta razão reforçamos nosso chamado ao MST que debatam em suas bases e organizem o mais rápido possível as milícias de autodefesa, porque a sanha facínora do terror do latifúndio deixou mais dois companheiros mortos e está fortalecida pela onda golpista que toma conta do país! Para vingar a morte destes e de outros lutadores do campo é necessário resistir e denunciar a ação dos capangas ou da própria polícia a mando dos latifundiários e do tucano Beto Richa (PSDB). Os jagunços que mataram os dois companheiros no Paraná são parte das verdadeiras milícias de extermínio, estas não fazem mais que realizar diretamente o trabalho que as polícias praticam pelas “vias oficiais” no dia-a-dia no campo e na cidade. A contratação dos bandos privados pelos latifundiários, como seu ataque desferido contra membros do MST, de maneira nenhuma pode ser “prevenido” pelas Polícias Federal, Civil e Militar, ainda mais quando se sabe que o governo Dilma apoia abertamente esta ofensiva via suas alianças com as oligarquias mais reacionárias alojadas no PMDB, PP, PR, PSD e PRB. Defendemos que a verdadeira defesa ao acesso a terra só pode ser realizada através da aliança do campesinato pobre com o proletariado do campo e da cidade através da luta pela revolução agrária que exproprie os latifundiários, preservando a vida dos lutadores ameaçados pelo terror dos grandes proprietários, acobertados pela frente popular comandada pelo PT e com o auxílio assassino do governo do PSDB.