TERROR DO LATIFÚNDIO E PM DE BETO RICHA (PSDB) ARMAM
EMBOSCADA EM ACAMPAMENTO DO MST, MATAM DOIS COMPANHEIROS E DEIXAM DEZENAS DE
FERIDOS: ORGANIZAR AS MILÍCIAS DE AUTODEFESA CONTRA A JAGUNÇADA ASSASSINA E FASCISTA QUE
ATUA LIVREMENTE NO CAMPO COM A CUMPLICIDADE DO GOVERNO DILMA!
Seguranças e jagunços da madeireira Araupel armaram uma
emboscada, com participação da Polícia Militar nesta quinta-feira (7) contra o
acampamento Dom Tomás Balduíno, em Quedas do Iguaçu, região centro do Paraná, que agrega 2500 famílias, cerca de sete mil pessoas. A ação do terror do latifúndio
deixou pelo menos dois mortos e cerca de 20 feridos. A polícia não foi até o
local para conter um incêndio mas como parte de uma operação de emboscada. Segundo o MST, duas equipes da PM de Beto Richa (PSDB) acompanhadas de seguranças da empresa Araupel que
promove o chamado “deserto verde” para beneficiamento de produtos de madeira
atacaram o acampamento Dom Tomás Balduíno. Pelo relato “Em torno de 15 pessoas
desceram para fazer vistoria numa área ocupada e havia pessoas do Bope
[Batalhão de Operações Policiais Especiais] e da Polícia Militar. Não sabemos
de fato quantas pessoas estão mortas e quantas estão baleadas porque a polícia
agora não nos deixa chegar perto”, afirma o dirigente do movimento na região,
que preferiu não se identificar. Este cenário reflete parte do clima de tensão
que nasce na luta pelo acesso à terra e a resposta assassina do latifúndio deixando um rastro de sangue e morte que se
aprofundou no governo Dilma, este quase não assentou sem-terras em seis anos de
mandato. O conflito tem relação com o surgimento de dois acampamentos do MST na
região centro-sul do Paraná, construídos nas áreas em que funcionam as
atividades da empresa Araupel, exportadora de pinus e eucalipto. O primeiro
acampamento, Herdeiros da Terra, está localizado no município de Rio Bonito do
Iguaçu. A ocupação aconteceu em 1º de maio de 2014 e hoje abriga mais de mil
famílias. Ali, elas possuem aproximadamente 1,5 mil hectares para a produção de
alimentos. O segundo acampamento, Dom Tomás Balduíno, cuja ocupação teve início
em junho de 2014, possui 1500 famílias e fica na região de Quedas do Iguaçu. Ao
contrário da outra ocupação, esta possui 12 alqueires de área aberta, sendo
apenas 9 - cerca de 30 hectares - utilizados para o plantio. Cinicamente, o
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), órgão do
governo Dilma e controlado pelo PT
informou “não poder se posicionar sobre o caso, já que trata-se de um
acampamento, e não um assentamento” (site do MST, 07.04), lavando as mãos de forma cúmplice diante do bárbaro assassinato dos dois sem-terra, a mesma conduta paralítica que tem diante da escalada fascista que avança no país.
Independente da política atual do MST, a qual nos reservamos o direito de
criticar desde o campo da luta, o latifúndio e a direita nutrem um ódio mortal
a todos os movimentos que desafiam a “sagrada propriedade privada” dos meios de
produção e troca. Mesmo sendo hoje o MST uma das entidades que apoiam
politicamente um governo integrado por latifundiários assassinos como Kátia
Abreu e similares, a extrema-direita ataca e mata seus militantes e dirigentes
como inimigos viscerais. Não se furtará de agir novamente contra outras
lideranças e militantes de base do movimento pelo país afora. Por esta razão reforçamos nosso
chamado ao MST que debatam em suas bases e organizem o mais rápido possível as
milícias de autodefesa, porque a sanha facínora
do terror do latifúndio deixou mais dois companheiros mortos e está fortalecida pela onda golpista que toma conta do país! Para vingar a
morte destes e de outros lutadores do campo é necessário resistir e denunciar a
ação dos capangas ou da própria polícia a mando dos latifundiários e do tucano
Beto Richa (PSDB). Os jagunços que mataram os dois companheiros no Paraná são
parte das verdadeiras milícias de extermínio, estas não fazem mais que realizar
diretamente o trabalho que as polícias praticam pelas “vias oficiais” no
dia-a-dia no campo e na cidade. A contratação dos bandos privados pelos
latifundiários, como seu ataque desferido contra membros do MST, de maneira
nenhuma pode ser “prevenido” pelas Polícias Federal, Civil e Militar, ainda
mais quando se sabe que o governo Dilma apoia abertamente esta ofensiva via
suas alianças com as oligarquias mais reacionárias alojadas no PMDB, PP, PR, PSD e PRB. Defendemos que a verdadeira
defesa ao acesso a terra só pode ser realizada através da aliança do
campesinato pobre com o proletariado do campo e da cidade através da luta pela
revolução agrária que exproprie os latifundiários, preservando a vida dos
lutadores ameaçados pelo terror dos grandes proprietários, acobertados pela
frente popular comandada pelo PT e com o auxílio assassino do governo do PSDB.