POR UM 1º DE MAIO DE COMBATE REVOLUCIONÁRIO A OFENSIVA DA
DIREITA GOLPISTA E DE FIRME OPOSIÇÃO A PAUTA NEOLIBERAL DO GOVERNO DILMA! NEM A
“DEFESA DA DEMOCRACIA”, NEM “ELEIÇÕES GERAIS” E, MUITO MENOS, “ASSEMBLEIA
CONSTITUINTE”! LUTAR POR UMA ALTERNATIVA DE PODER OPERÁRIO!
CANDIDO ALVAREZ – JORNALISTA, EDITOR DO BLOG DA LBI
MARCO QUEIROZ – ADVOGADO, PORTA-VOZ DA LBI
HYRLANDA MOREIRA – SECRETÁRIA NACIONAL DA TRS
AUGUSTO CÉSAR - OPOSIÇÃO BANCÁRIA - MOB/CE
CIDA ALBUQUERQUE - OPOSIÇÃO DE LUTA FORTALEZA/CE
ANTONIO SOMBRA - COMANDO DA GREVE EM CURSO PROFESSORES/CE
TOINHA SILVA - SINDICATO DOS TRABALHADORES RURAIS/CE
AUGUSTO FILHO - DELEGADO SINDICAL BANCO DO BRASIL/RN
AURIMAR FEITOSA - OPOSIÇÃO PETROLEIRA/RN
ROBERTO CALDEIRA – OPOSIÇÃO RODOVIÁRIOS GUARULHOS/SP
ISABEL TEIXEIRA - OPOSIÇÃO METALÚRGICA GUARULHOS/SP
BEATRIZ BERGOCI – PRES. GRÊMIO ESTUDANTIL GUARULHOS/SP
RICARDO FABIO - OPOSIÇÃO DOS GRÁFICOS/RS
Neste caminho nossa primeira tarefa é denunciar o “Golpe
Institucional”. A oposição demo-tucana, a Rede Globo e o Juiz Moro via a
Operação Lava Jato criaram as condições para através do parlamento ser cassado
o mandato da presidente Dilma. Não está em curso um movimento progressista para
derrubar o governo do PT como alega o PSTU, é uma orquestração dos setores mais
reacionários e corruptos da sociedade brasileira que visam entregar
completamente a economia nacional ao controle dos trustes imperialistas. Contra
essa artimanha a Frente Popular apostou todas suas fichas na votação na Câmara
dos Deputados patrocinando ilusões parlamentares, porém foi derrotada pelos
aliados “de ontem” que faziam parte da base aliada e controlavam vários
ministérios (Maluf, Kassab, Jucá, Cabral, Paes, Pezão...). Houve então um
refluxo natuaral que foi alimentado pela direção do PT e da CUT. Neste momento
a Frente Popular vai utilizar os atos de 1º de Maio convocados pela CUT para
mais uma vez bradar que “Não vai ter Golpe” quando na verdade não convoca
nenhuma luta concreta, sequer uma paralisação nacional contra o impeachment.
Sua estratégia é respeitar as decisões das carcomidas instituições do regime
para tentar pela via eleitoral em 2018 a volta de Lula ao Planalto. Até mesmo o
chamado a “Greve Geral” está subordinado a essa orientação de colaboração de
classes. Os trabalhadores não tem nada a ganhar com essa estratégia. Os
próximos meses serão de aumento do desemprego e do custo de vida, com o ônus da
crise capitalista sendo jogado nas costas dos trabalhadores. Devemos lutar
contra o ajuste neoliberal em curso ainda levado a cabo pelo moribundo governo
Dilma e preparar-se para combater o rato direitista Temer pela via da ação
direta (greves, mobilizações, atos de rua, ocupações de fábrica) fortalecendo a
resistência de classe a ofensiva patronal sob a gerência do PT ou do PMDB-PSDB.
Nesse sentido não nos cabe defender as antecipações das eleições presidenciais,
eleições gerais ou mesmo uma Constituinte porque todas essas saídas de fachadas
democráticas favorecem o cronograma do “ajuste”, a direita e a reação burguesa.
Alertamos nesse 1º de Maio que para a burguesia a alternativa que melhor se coaduna com uma retirada pactuada da Frente Popular seria convocação de uma nova eleição empossando um outro governo, composto por uma composição de forças políticas não identificadas com as velhas estruturas tradicionais do establishment. O PT já teria dado aval a esta variante, preservando a integridade jurídica de seus principais dirigentes. Neste cenário emerge a figura de um bonaparte, que venha para livrar o país da “sujeira da corrupção”, tendo coragem suficiente para colocar na cadeia grandes burgueses nacionais. É óbvio que todo este embuste, que nasceu com a justificativa de “limpar a Petrobras” tem como pano de fundo a quebra das principais empresas capitalistas que ainda detém maioria de controle acionário nacional, como as empreiteiras e a própria Petrobras. Porém seria muito oportuno enfatizar que partiu do governo Dilma a iniciativa de impulsionar a Lava Jato e desaquecer os planos de investimentos da maior estatal brasileira, em resumo o PT pariu um monstro e agora o acusa de pretender desfechar um golpe contra sua “gerência” estatal. Não há a menor dúvida nesta altura da crise que o motor que alimenta a destituição de Dilma não são as fictícias “pedaladas fiscais” e sim a famigerada “Lava Jato” e suas “revelações” produzidas nos estúdios da Rede Globo.
O fato da “esquerda” de todos os matizes ser hoje “amante” da democracia burguesa como revelam seus chamados por Eleições Gerais e Constituinte apesar de postarem-se em campos políticos opostos, tendo esse regime político como objetivo estratégico a ser defendido como valor universal acima da luta entre as classes reflete em nossos dias a derrota histórica que o proletariado sofreu com a destruição do Estado Operário soviético e do Leste Europeu, que mesmo deformadamente simbolizavam a possibilidade concreta de construção do Socialismo. Não por acaso, Cuba desgraçadamente segue essa perspectiva em um processo negociado pelo Papa Francisco, Obama e os irmãos Castro, um verdadeiro “abraço de urso” da reação democrática. Devemos ter como lição que a destruição dos regimes nacionalistas da Líbia e a desestabilização do governo Assad na Síria lastreado pela farsesca “Primavera Árabe” que gerou regimes aliados a Casa Branca são parte dessa mesma onda patrocinada pelo Departamento do Estado ianque, o mesmo que formou o Juiz Moro em cursos promovidos em Washington. Não por acaso grande parte da “esquerda” apoiou a investida da OTAN contra Kadaffi e outros supostos “ditadores”, como o golpe na Ucrânia.
Compreendemos que para forjar uma saída progressista à debacle do governo Dilma, sem abrir espaço para a direita e suas manobras “golpistas” parlamentares e mesmo eleitorais, faz-se necessário forjar a luta direta e revolucionária por um Poder Operário e Camponês, recorrendo à tática da Frente Única de Ação Antifascista quando necessário. Os Marxistas Revolucionários devem intervir nesta conjuntura de extrema polarização política com uma consigna de poder com um claro corte de classe, onde as reivindicações democráticas sejam acaudilhadas pelo proletariado em combate direto, denunciando a escalada reacionária da direita assim como a conduta de colaboração de classes do PT. Devemos combater de forma militante e consciente pela intervenção da classe operária e do campesinato pobre por fora da influência dos campos burgueses em disputa e para edificar seu próprio poder de novo tipo! O desenlace progressista da atual crise de dominação burguesa, que acaba de encerrar um ciclo histórico de expansão econômica, repousa exclusivamente na possibilidade da classe operária começar a construção de seu embrião de poder revolucionário! É fundamental a construção de uma alternativa operária diante da grave crise política e econômica que o país atravessa, porém esta senda passa bem longe das saídas institucionais burguesas que estão postas pelas oposições de “esquerda e direita”, sabendo remar contra a maré e enfrentar o “isolamento” diante da opinião pública pequeno-burguesa e democratizante sem abrir mão de manter firmes as lições que o velho León Trotsky, fundador da IV Internacional, nos legou! Para os Comunistas Revolucionários o norte do socialismo e da demolição do regime da democracia dos ricos é a nossa chama de combate que levantamos bem firme alto neste 1º de Maio, dia internacional de luta dos trabalhadores! Mãos obra, na luta por construir uma alternativa revolucionária de Poder Operário!