A “METAMORFOSE AMBULANTE” DO MRT/LER: APÓS ROMPER COM O
DIREITISTA “FORA TODOS” DO PSTU, AGORA ELOGIA O 1º DE MAIO DE COLABORAÇÃO DE
CLASSES DA CUT “CONTRA O GOLPE”!
O MRT (ex-LER) acaba de anunciar que não participará do ato
de 1º de Maio da Conlutas, PSTU e EUA (Espaço Unidade de Ação) na Av. Paulista
em defesa do “Fora Todos”. Os ex-Morenistas estavam literalmente até menos de um
mês atrás, com o 1º de Abril, junto com PSTU, CST, MES e MNN nos atos em defesa
desta política abertamente direitista reivindicada pela “família” morenista simpática às manifestações verde-amarelo da horda fascistoite,
urrando pelo impeachment de Dilma. Como em um passe de mágica, só agora o MRT
“descobriu” que estava em curso no Brasil um “Golpe Institucional” contra o
governo do PT. Logo passou de malas e bagagens para o campo “Contra o
Impeachment”, é verdade que antes mesmo de “pular de lado” já vinha elogiando
rasgadamente os atos convocados pela Frente Popular, como o ocorrido no Rio de
Janeiro em 11 de abril com a presença de Lula e Chico Buarque. Tanto que o MRT
saiu a convocar entusiasticamente o ato de 1º de Maio da CUT no Anhangabáu:
“Vamos construir um forte bloco no único ato que vai se posicionar contra o
golpe, o ato chamado pela CUT, Frente Povo Sem Medo, PSOL e MTST, às 10h no
Vale do Anhangabaú”, sem ao menos denunciar que as entidades “chapa branca” não
tomam nenhuma medida de luta concreta e de massas contra o “golpe”, sequer
recorrem à demagogia de convocar uma “greve geral” de fachada porque o PT não
deseja polarizar ainda mais a conjuntura já que voltou a tentar costurar um
“acordão nacional” para ter a antecipação das eleições presidenciais. Que
metamorfose sofreu o MRT! De apoiador do “Fora Todos” para satélite da
trincheira cutista e da Frente Popular! Definitivamente, o MRT está totalmente
perdido em meio à complexa situação nacional, tanto que mesmo agora se declarando
“contra o golpe” ainda levanta a palavra de ordem “Assembleia Constituinte”,
uma saída nos marcos do próprio regime político que fortalece a direita e a
reação burguesa, a mesma proposta que levantava quando era a favor do “Fora
Todos”! Não por acaso, antes o MRT se emblocava com o PSTU, CST e MES elogiando
o Juiz Sergio Moro e a Operação Lava Jato e só recentemente... descobriu
(copiando a LBI) que Moro é um agente de CIA. A LBI já vinha apontando os
zigs-zags do MRT/LER, que chegou a pedir ingresso no ultra-reformista PSOL mas
ainda tem a cara-de-pau de se apresentar como defensor da “ortodoxia
trotskista”. O MRT até então vinha criticando a conduta do PSOL em legitimar a
governabilidade do PT em nome da política “mal menor”, porém mudou bruscamente sua
posição passando a reconhecer a “importância estratégica” do PSOL diante do
agravamento da crise nacional. Os partidários desta “metamorfose ambulante” são
os mesmos que apoiaram a “Primavera Árabe” na Líbia e depois fingem que estavam
contra a intervenção da OTAN contra Kadaffi, os cínicos que saudaram a queda do
Muro de Berlim e o fim da URSS pelas mãos da direita e do imperialismo, mas
hoje “lamentam” os efeitos da barbárie social que se abateu no Leste Europeu,
chegando a balbuciar lamúrias contra a restauração capitalista que apoiaram e
festejaram! Definitivamente, a coerência na análise não é a marca do MRT em seu
revisionismo frenético! De forma hilária o MRT exige tal critério do NOS, grupo
centrista carioca que rompeu com o PSTU criticando pontualmente a linha
abertamente direitista morenista oficial. Veja a pérola que afirma o MRT a
respeito da posição do NOS sobre os atos de 1º de Maio: “Em meio a toda essa
bancarrota, o MAS, corrente que se originou de uma ruptura do PSTU adotou em um
primeiro momento uma orientação correta, de se colocar abertamente contra o
impeachment e contra os ajustes que estão sendo descarregados nas costas dos
trabalhadores. Em base a isso queremos abrir um debate com os companheiros do
NOS. Apesar de terem defendido uma posição essencialmente correta no momento
anterior da crise política, agora estão buscando fazer confluir várias
organizações de posições distintas, através da constituição do que se denominou
‘frente de esquerda’. A questão é que ao contrário de avançar nesse sentido,
essa frente tem se lançado a promover ações sem o aprofundamento desse debate.
O resultado é que suas expressões concretas, como o ato do 1 de Maio, terminam
apresentando um conteúdo que expressam amálgamas com organizações que defendem
posições opostas, como o MES. Uma ‘unidade’ que não resistirá frente às duras
provas que a realidade nacional está impondo. Como parte dessa lógica foi
proposto ao próprio PSTU, integrar o ato do 1 de Maio, o que foi negado por
aquela organização publicamente, já que defende o ‘Fora Todos’. O problema é
que a política de lutar contra o impeachment, e a de ‘Fora Todos’ são
irreconciliáveis. A realidade, e os destinos dos trabalhadores e da juventude,
exigem uma política claríssima de combate ao golpe institucional, e não de
diluição dessa posição em meio a uma série de outras que até podem ser corretas
abstratamente, mas que são secundárias hoje em relação à luta contra o avanço
dos ataques bonapartistas que se abrem” (Esquerda Diário, 29.04). Parece piada
o MRT ensinar que “a realidade exige uma política claríssima de combate ao
golpe” criticando o NOS por fazer o mesmíssimo malabarismo oportunista que ele
mesmo fazia ao lado do PSTU quando se opunha a seus “exageros” direitistas
apesar de postar-se no mesmo campo político simpático à direita demo-tucana, ou
seja, participando dos atos pelo “Fora Todos” como foi o de 1º de Abril da
Conlutas! Parafraseando Raul Seixas, o “eclético” MRT prefere ser uma
“metamorfose ambulante” do que ter o Marxismo como bússola com suas “velhas opiniões
formadas sobre tudo”! Os “modernos” jovens do MRT que abominam conceitos como
“Ditadura do Proletariado” e “centralismo democrático” em sua senda oportunista
é mais um agrupamento a ceder as fortes pressões do chamado “campo democrático”
(como já havia feito o corrompido PCO), incapaz de combater de forma
consequente e coerente a linha direitista do PSTU sem cair nos braços da Frente
Popular e capitular a sua política de colaboração de classes!