terça-feira, 5 de abril de 2016

PSTU GRITA ESTRIDENTEMENTE “FORA TODOS!”... PORQUE SERÁ QUE FALTA MORO EM SEUS CARTAZES POR “ELEIÇÕES GERAIS”?

O PSTU vem agitando desesperadamente com todas suas forças a palavra de ordem “Fora Todos! Eleições Gerais!”. O Editorial do Opinião Socialista nº 512 (Março/2016) afirma: “As notícias na TV, no rádio e nos jornais sobre os governos do PT, do PSDB, do PMDB são todos casos de polícia. As denúncias da Lava Jato contra figuras do PT chegam mais perto do governo Dilma e atingem também Lula”. Como se observa, o PSTU se apoia na Operação Lava Jato comandada pelo “Juiz nacional” Sérgio Moro em parceria com os reacionários e fundamentalistas procurados do MPF para defender seu “Fora Todos”. Por trás de frases radicalizadas, o que de fato representa essa política oficial dos morenistas? A resposta é simples: ela abre caminho para a ascensão de Sérgio Moro, homem treinado pelo Departamento de Estado ianque e lançado pela Rede Globo para ser seu candidato a Presidente da República em 2018 na função de um neobonaparte para estabilizar o regime político burguês democratizante em crise. Não por acaso, o PSTU brada “Enquanto não temos os conselhos populares, defendemos eleições gerais já, não só para presidente, mas para todo mundo. Novas eleições em que esses corruptos envolvidos na Lava Jato ou em outros escândalos de corrupção, incluindo Aécio, não possam participar” (site PSTU, 04 de Março). Em resumo: neste cenário, com todos os envolvidos na Lava Jato impedidos de participar das eleições, sobrariam Moro e Marina como os candidatos de peso da burguesia e alinhados diretamente com a Casa Branca, já que o PSTU não cita os dois em seu rol de “corruptos”. Ao lado deles (mas obviamente sem chances eleitorais) “disputariam” Zé Maria e Luciana Genro (PSOL-MES). Luciana, aliás, com seu lema “Cadeia para todos!”, também é apoiadora entusiasta da Operação Lava Jato e aplaude as ações da PF contra o PT em nome do “combate a corrupção”! No bloco do “Fora Todos” também se encontra “incomodado” o MRT-LER. O hilário é que estes satélites do PSTU, após a LBI ter denunciado amplamente o papel do “justiceiro” Moro na destruição da economia nacional e na quebra da Petrobras, só agora “descobriram” que ele na verdade é um agente da CIA e citam até o Wikileaks para comprovar sua “descoberta”. Esses “morenistas de segunda prensa” fizeram uma inflexão à esquerda e copiaram tardiamente a nossa política, já que a LBI denuncia o caráter pró-imperialista da Lata Jato no mínimo desde meados de 2014. O MRT-LER chegou ao ponto de praticamente usar o mesmo título (De onde vem a força do juiz Sergio Moro?, Esquerda Dário, 19 de Março) de um artigo publicado no Blog da LBI há mais de duas semana antes (República de Curitiba acima até da presidenta Dilma: afinal de onde vem o ‘poder imperial’ do juiz ‘nacional’ Moro?, 06 de Março), portanto bem antes do Wikileaks divulgar as relações entre Moro e o imperialismo! Não resta dúvida que a política de “Fora Todos! Eleições Gerais Já!” levaria neste momento necessariamente ao acesso de Sérgio Moro à Presidência da República e a direita a ampliar seu domínio político no Congresso Nacional. O grave é que os delirantes oportunistas do PSTU e do MES acham que do movimento “Fora Dilma, Fora Todos” encabeçado pela direita surgirá pela via eleitoral um “governo socialista dos trabalhadores”! Como pata “esquerda” dessa família, o MRT/LER, comicamente defende a convocação de uma Assembleia Constituinte e critica o PSTU-MES. Imaginemos neste quadro de ofensiva política e ideológica da direita e neoliberais (o que inclui o próprio PT) que tipo de parlamentares constituintes seriam eleitos e que “pérola” de nova Constituição seria elaborada! Somente os idiotas do MRT/LER podem pensar que neste retrocesso político das massas surgiria uma bancada revolucionária ou mesmo progressista capaz de impor alguma conquista social em uma nova constituição federal. Estes, que aparentemente criticam o PSTU pela “esquerda”, adotam uma política muito pior, mais direitista, na medida em que a proposta de Constituinte abriria um caminho para um ataque de maior envergadura da burguesia e da direita para retirar os parcos direitos dos trabalhadores. Se os delirantes oportunistas do PSTU-MES acham que do movimento “Fora Dilma” encabeçado pela direita surgirá pela via eleitoral um “governo socialista dos trabalhadores” quando na verdade abrem caminho para Moro, o MRT/LER acredita em um delírio ainda mais nefasto que da força da mobilização da direita e dos grupos fascistas nascerá uma “constituição revolucionária”. Apesar de encoberta de frases radicalizadas como a da “mobilização dos trabalhadores” e “Congresso Corrupto” ambas propostas não apontam na direção da ruptura institucional e revolucionária com este regime, caindo Dilma com as regras constitucionais vigentes ou teremos o vice Temer ou no máximo novas eleições (em um curto prazo) onde o a direita fascista daria um “passeio”. A única alternativa de poder já constituída no momento para o “default” de Dilma é da ala burguesa mais reacionária e “linkada” diretamente ao imperialismo, como Moro que foi treinado e segue orientação direta do Departamento de Estado ianque. O MRT/LER propõe ir além, ou seja, dar ainda mais poderes constitucionais a reação burguesa! As alternativas políticas lançadas pela esquerda revisionista diante do colapso prematuro de Dilma são até risíveis e desastrosas. No caso da consigna de novas “Eleições Gerais” se aplicaria a mesma dinâmica geral da constituinte, ou seja, nesta etapa uma acachapante vitória da direita fascista. Desde a LBI defendemos que o proletariado não deve apresentar uma “agenda democrática” para a crise capitalista que na verdade favorece a direta, como pretendem os revisionistas do PSTU, MES, LER/MRT assim como nenhum apoio ao “acordão nacional” que o PT vem costurando. A única saída realmente progressista diante da barbárie capitalista é por abaixo a ditadura de classe da burguesia e construir o novo Estado Operário, a falência histórica da democracia formal emoldurada pelas elites reacionárias já demonstrou para os trabalhadores que sua única alternativa é a luta pelo socialismo! Nesse caminho, o estabelecimento de uma Frente Única de Ação Antifascista contra Moro e a direita não está a serviço de defender o governo neoliberal de Dilma e a democracia burguesa (como faz o corrupto PCO), mas para derrotar a ofensiva da direita contra as limitadas liberdades democráticas existentes em nosso país e as conquistas sociais arrancadas com muita luta pelo proletariado, além de denunciar a política neoliberal do governo do PT. O desenlace progressista da atual crise de dominação burguesa, que acaba de encerrar um ciclo histórico de expansão econômica, repousa exclusivamente na possibilidade da classe operária começar a construção de seu embrião de poder revolucionário!