FAZER CAMPANHA PARA CASSAR O MANDATO PARLAMENTAR DO
NEONAZISTA BOLSONARO OU DEFENDER O JUSTIÇAMENTO DESTE COVARDE FASCISTA PELO
MOVIMENTO OPERÁRIO ORGANIZADO? UM DEBATE NECESSÁRIO PARA A ESQUERDA
REVOLUCIONÁRIA QUE NÃO ACREDITA NA DEMOCRACIA BURGUESA COMO VALOR UNIVERSAL
A declaração do verme fascista Bolsonaro na votação
favorável ao impeachment tem gerado um amplo sentimento de repulsa por parte de
todo um arco social que adota referências democráticas e humanistas em sua
"concepção e práxis de mundo". A ampla condenação à conduta covarde
do deputado neonazista não deixa de ser um elemento realmente progressista em
uma etapa ideológica de clara ofensiva mundial reacionária, porém para os
Marxistas Revolucionários é necessário ir muito além do rechaço democrático ao
torturador que hoje é um símbolo político de todo o campo da direita em nosso
país. Bolsonaro representa um segmento fascista "bem vivo" não só no
parlamento mas também no interior do aparelho repressivo (FFAA e PM's) do
Estado Burguês. O facínora é parlamentar há vários mandatos e até a pouco tempo
pertencia ao PP, partido da "base aliada" de Lula e do primeiro
mandato de Dilma, conquistou uma tribuna nacional importante ao longo desta
década graças a "benevolência" da própria Frente Popular, isto sem
falar da conivência estatal dos governos petistas com todo o arcabouço
constitucional que protege os torturadores do regime militar. Várias entidades como a OAB, o grupo "Tortura nunca Mais" e o Coletivo "Memória, Verdade e Justiça" anunciaram que vão pedir a cassação do mandato de Bolsonaro no STF. Agora, diante do
escárnio do rato fascista com a figura da presidente Dilma, a esquerda
reformista resolveu tardiamente "reagir", exigindo a cassação do
mandato do deputado hoje abrigado no PSC. Seria inócuo se não fosse
profundamente equivocado politicamente reivindicar do covil de bandidos da
Câmara dos Deputados a anulação do mandato de seus principais líderes. Semear
hilárias ilusões neste Congresso de patifes já custou o próprio mandato da
presidente Dilma. Entretanto o mais grave se concentra no fato da esquerda
revisionista, PCO, MRT, PSTU etc... acreditar e defender que a punição dos
carrascos e assassinos de nossos militantes do passado e presente deve ser
realizada pelos mecanismos institucionais deste regime burguês apodrecido. O
interessante é que a maioria destas organizações pseudo-trotskistas (PCO, TML,
EM etc..) caracterizam que estamos passando por um "golpe de estado"
e, mesmo assim, pedem aos "golpistas" que punam o "chefe"
Bolsonaro... É patético! A tradição programática da Esquerda Revolucionária passa
bem longe desta panaceia inútil, considerando que fascistas torturadores
assassinos devem receber outro "tratamento" por parte do movimento
operário organizado. Como nos ensinou o grande mestre Trotsky: "Com
fascistas não poderá haver relação alguma democrática, devemos enfrentá-los com
metralhadoras e porretes". É uma verdadeira tragédia política que grupos
da esquerda "chapa branca" que tanto verborragizam contra o
"golpe de estado", se mostrem tão legalistas quando se trata de
sarjetas grotescas como Bolsonaro e sua família de fascistas.
Uma possível sentença de cassação de Bolsonaro proferida
pelo STF ou muito mais improvavelmente pela própria Câmara dos Deputados, sob a
acusação de apologia à tortura, não
seria propriamente uma condenação para o futuro político do
militar/parlamentar. Ao contrário, cassado Bolsonaro se transformaria em herói
máximo da extrema direita que defende o fechamento do Congresso nacional, além
de continuar recebendo aposentadoria já adquirida da Câmara por seus mandatos
anteriores. Neste caso o banimento de um "parlamento corrupto" seria
transformado em principal bandeira do fascista, uma espécie de nova plataforma
da direita que novamente sonha com a instauração de um regime militar, do tipo
"Pinochet" no Brasil.
Os Marxistas Revolucionários nunca foram reféns da legalidade burguesa, muito menos quando se trata do combate de classe contra os bandos fascistas em plena atividade. Para enfrentar os governos fascistas Costa e Silva, Médici e seus asseclas torturadores a esquerda comunista não seguia o roteiro da "cartilha constitucional"... Por isso mesmo nossa reverência revolucionária a dirigentes como Marighella, Lamarca, Mário Alves e tantos outros verdadeiros mártires do povo brasileiro. Não é porque atravessamos um período histórico de uma bastarda democracia burguesa que abandonaremos nossos princípios da luta de classes!
Os Marxistas Revolucionários nunca foram reféns da legalidade burguesa, muito menos quando se trata do combate de classe contra os bandos fascistas em plena atividade. Para enfrentar os governos fascistas Costa e Silva, Médici e seus asseclas torturadores a esquerda comunista não seguia o roteiro da "cartilha constitucional"... Por isso mesmo nossa reverência revolucionária a dirigentes como Marighella, Lamarca, Mário Alves e tantos outros verdadeiros mártires do povo brasileiro. Não é porque atravessamos um período histórico de uma bastarda democracia burguesa que abandonaremos nossos princípios da luta de classes!