JUVENTUDE BOLCHEVIQUE LANÇA CHAPA DE
LUTA CONTRA ALCKMIN E O FECHAMENTO DAS ESCOLAS NAS ELEIÇÕES DO GRÊMIO
Beatriz, Israel Rodrigues e Ana Caroline,
membros do núcleo da JB de São Paulo
membros do núcleo da JB de São Paulo
O Jornal Luta Operária entrevistou os companheiros Beatriz Bergoci, Israel Rodrigues e Ana Caroline, militantes da Juventude Bolchevique (JB) que encabeçam a chapa 2 “Mudança Jovem”, de oposição combativa às eleições para o Grêmio Estudantil do Colégio estadual Odete Fernandes em Guarulhos/SP. Beatriz, candidata a presidente da chapa, participou ativamente na resistência estudantil histórica do ano passado contra o projeto do facínora governador do Estado de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), de sucatear por completo a educação no Estado através do fechamento de mais de 90 escolas. A luta dos estudantes filhos da classe trabalhadora periférica, mantendo as melhores tradições de nossa classe, impuseram à quadrilha tucana de Alckmin, uma dura derrota através das ocupações da juventude nas escolas estaduais paulistas, radicalizando a luta e ganhando o amplo apoio de todo o proletariado nacional. Nesta entrevista, o núcleo de estudantes da JB denuncia o completo caos no sistema de educação paulista, gerenciado a mais de 20 anos pela máfia “merendeira” tucana, que durante todo este período não fez mais do que incrementar os ataques neoliberais a toda classe operária do estado. Os companheiros também defendem um projeto de atuação classista dentro do movimento estudantil secundarista contra a política burguesa da UMES (PPL) e de colaboração de classes da UBES (PCdoB), apontado a unidade operária-camponesa-estudantil como programa da chapa de oposição às eleições que serão realizadas no colégio no próximo dia 12 de abril, além de estarem solidários as ocupações de escolas que começam a ocorrer no Rio de Janeiro.
Jornal Luta Operária (JLO)- Beatriz, fale um pouco sobre as
eleições para o grêmio estudantil e como avalia a participação militante do
núcleo da Juventude Bolchevique em São Paulo
Beatriz Bergoci (BB)- As eleições ocorrerão no próximo dia
12 de abril e temos grandes condições de sermos eleitos pela juventude,
sobretudo a parcela mais consciente da escola. Estamos trabalhando arduamente
todos estes dias para divulgar nossas propostas entre toda a comunidade
escolar: estudantes, professores, trabalhadores da escola, pais e etc. Somos
referência de luta desde as mobilizações no ano passado que ocuparam as escolas
de todo o estado.
JLO- Vocês participaram do movimento de ocupação contra Alckmin no ano passado? Conte um pouco.
Israel Rodrigues (IR)- Sim, participamos ativamente!
Inclusive nosso blog divulgou esta participação e os boletins que distribuímos
em diversas escolas de Guarulhos e nos atos contra a tucanalha. Com apoio
militante de todos os camaradas da LBI, estivemos na linha de frente da
batalha, que sem sombra de dúvida aplicou uma derrota histórica sobre Alckmin
apesar de termos consciência que é parcial tal vitória, pois a burguesia não
desistiu de tal projeto, que faz parte de algo maior. Na verdade, é a “única”
alternativa “viável” para o capitalismo senil, aprofundar qualitativamente os
ataques ultra liberais às condições de existência de toda classe trabalhadora
mundial, não só a educação não, mas universalmente.
JLO- E vocês tem discutido tal fato com a juventude?
Ana Caroline (AC) - Sem dúvida. Temos aprofundado nossas
atividades não só em nosso ativismo dentro da escola, de forma propriamente
dito. Estamos também junto aos trabalhadores em nossa militância socialista
diária nos bairros, locais de trabalho e etc. Como nosso apoio militante à
greve histórica no ano passado dos professores contra Alckmin, que durou mais
de dois meses e intervindo agora nos atos contra a escalada fascista que avança
em nosso país mas sem capitular ao governo neoliberal do PT.
JLO- E como avalia a atual situação política do país?
BB - Vejo que a acentuada polarização política e as
incertezas que impera no seio da burguesia quanto a sua saída “tática” no
momento, nada mais é do que o reflexo objetivo da crise profunda e histórica
que atinge o capital atualmente. No momento histórico em que vivemos, vejo que
não há alternativa para a burguesia que não seja a imposição de um profundo
arrocho contra as massas oprimidas. Os velhos tempos das reformas social
democrata há muito se acabaram. Nestas condições e se tratando particularmente
do Brasil, os capitalistas procuram um gerente mais apropriado e melhores
condições para declarar a guerra de classe contra os trabalhadores no país,
manifesto no atual quadro de potenciação neoliberal condensado, por exemplo, na
construção pelo capital financeiro para a semicolonia tupiniquim da “Ponte para
o Futuro” do PMDB de Temer. O pior é que, se como nos ensinou Lenin, a política
é economia concentrada, a crise histórica da economia capitalista se manifesta
na também crise histórica de todos os partidos burgueses no país atualmente e
os quadros políticos da burguesia.
JLO- Então a saída burguesa seria...
IR- A burguesia brasileira amarrada em seu impasse, pode
recorrer como a história nos ensina, a fabricação de um mini Bonaparte. Mas
esse Bonaparte (que pode ser o juiz à serviço da CIA, Sérgio Moro) logo poderia
ser neutralizado pela dinâmica que envolve as condições objetivas e as necessidades
do capital e sua mínima margem de manobra. A tendência do capital atualmente,
é para as saídas que resultam em miséria absoluta entre as massas. Este fato só
pode ser levado adiante através do recrudescimento do regime político e a
imposição prática de um Estado de exceção informal, como vemos já sua
manifestação em diversos países na Europa e Estados Unidos. Se a época das
reformas e concessões econômicas já foram, também segue seu rastro a democracia
burguesa clássica.
JLO- E como olha a leitura da atual situação e as
alternativas que propõem, os setores da esquerda reformista e revisionista?
AC- A proposta desta esquerda que há muito abandonaram Marx,
não passa de um” mal” plagio de setores mais lunáticos e fora da realidade da
direita. Olha por exemplo o PSTU e setores delirantes do PSOL, sobretudo sua
dirigente “marineira” Luciana Genro: a política que defendem tanto
nacionalmente como internacionalmente, é uma verdadeira afronta pra qualquer
revolucionário com cabeça. Defendem hoje aqui no Brasil em meio a um impasse
burguês diante de sua crise, a mesma proposta que os cretinos ultra
reacionários do PSDB. O MRT (antiga LER), quer uma constituinte diante de uma
situação em que se tal fato se concretiza, seria a materialização de uma Carta Magna
completamente anti operária e contra as minorias e as mulheres trabalhadoras.
Por outro lado e em outro “extremo”, mas que leva à mesma direção, vemos
agrupamentos oportunistas como Causa Operária por exemplo, que hoje é quase
parte integrante do governo da frente popular, se responsabilizando diante das
massas por uma gerência burguesa pró imperialista que aplica uma política de
duros ataques a todos os trabalhadores, abrindo inclusive o caminho para a
fascistização da sociedade jogando as massas no colo da direita mais
recalcitrante. Nestas condições, em vez de proporem a frente única até com o
pseudo reformismo petista, preferem os apresentar diante da classe como aliados
de “esquerda” jogando ao ar os princípios revolucionários do bolchevismo. Tivemos
contatos com essas correntes nas manifestações do ano passado e agora com a
crise do governo Dilma e elas não passaram na "prova"!
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