sábado, 7 de outubro de 2017

EM 7 DE OUTUBRO DE 1934 FASCISTAS FORAM EXPULSOS “A BALA” DA PRAÇA DA SÉ PELA FORMAÇÃO DE UMA FRENTE ÚNICA OPERÁRIA: PASSADOS 83 ANOS DA REVOADA DOS “GALINHAS VERDES” A TAREFA HOJE É A MESMA, PARA DERROTAR A OFENSIVA NEONAZISTA NENHUMA CONFIANÇA NA FRENTE DE COLABORAÇÃO DE CLASSES, SOMENTE A AÇÃO DIRETA DO PROLETARIADO E SEUS ALIADOS HISTÓRICOS PODEM VARRER OS BOLSONARO'S E GOLPISTAS DE PLANTÃO!


No dia 7 de outubro de 1934 em São Paulo, na Praça da Sé, Trotskistas, dirigentes do Comitê Regional do PCB paulistano e anarquistas, além de várias entidades operárias e sindicais, que formaram uma Frente única antifascista, colocaram para correr embaixo de balas um comício realizado pela AIB Ação Integralista Brasileira, uma instituição totalmente nazifascista. O Integralismo, uma versão tupiniquim do nazifascismo, tentou criar uma doutrina que pretendia "abrasileirar" o Fascismo Italiano e o Nazismo Alemão, defendendo a implantação deste regime político no Brasil. Nessa época desde o início dos anos 30, o fascismo estava num de seus pontos de maior ebulição política pelo mundo, na Espanha, na Itália, na Alemanha, na Polônia, na Hungria e em outras regiões, em maior grau nos países atingidos após a Primeira Guerra Mundial. No Brasil, era até certo ponto fácil encontrar publicações desse caráter de modo geral, sedes, realizações de comícios, tentativas de demonstração de força como desfiles, aliás, desfiles estes que eram marcados pelos uniformes verde-oliva e por estandartes do SIGMA (símbolo Integralista). Também não podemos nos esquecermos nunca que esse período histórico também marca o auge da LUTA ANTIFASCISTA no mundo encabeçado pelos movimentos operários e populares, aos quais se recusavam a seguir a orientação de paralisia vinda de Moscou e da III Internacional já sob o controle de Stalin. Os integralistas, assim como os nazistas na Alemanha criaram suas milícias armadas, uniformizadas e treinadas para a destruição e aniquilação dos seus adversários de classe, evidentemente que esses inimigos viscerais eram encabeçados pelos Trotskistas, setores da esquerda comunista e anarquistas. Nessa época (meados dos anos 30) o Brasil atravessava a hegemonia do regime ditatorial de Getúlio Vargas, que como seu antecessor na presidência Arthur Bernardes (1922-1926), cassou incessantemente o movimento operário , criando inclusive campos de concentração como o do Oiapoque (Crevelândia) e para lá foram enviados grande número de Comunistas e anarquistas, que ali desgraçadamente morreram... Voltando ao memorável dia 7 de outubro de 1934... Para aquela data havia sido convocado um comício para demonstração de força Integralista, nessa época era imenso o combate contra o fascismo e integralismo, eram realizados comícios antifascistas aos quais a Liga Comunista e o CR do PCB de São Paulo sempre se fizeram presentes ao lado de inúmeros companheiros anarquistas que estavam dispostos a lutar militarmente contra os camisas-verdes com a própria vida se preciso fosse... Pois bem, os antifascistas sabendo do comício Integralista, marcaram um contra comício ou contra manifestação para o mesmo dia e local... e esse dia ficou conhecido historicamente como "A batalha da Praça da Sé". Os grupos antifascistas se distribuíram nas intermediações da Praça da Sé, os principais pontos eram o Largo João Meneses, o pátio do convento do Carmo, no início da Avenida Rangel Pestana, o largo de são Bento e a Praça Ramos de Azevedo, os camisa-verdes deviam ser mais de três ou quatro mil, e era grande o contingente de integralistas que desembarcavam de trem vindos de cidades do interior como: Bauru, Jaú, Sorocaba, Campinas, Santos e outras. A Praça da Sé contava com 400 homens dos bombeiros e da cavalaria da polícia, havia também a guarda civil armada, logo as ruas que davam acesso à Praça da Sé estavam policiadas, quando os integralistas acharam que as provisões policiais eram suficientes, iniciam sua manifestação enviando moças e crianças (de propósito) uniformizadas com bandeiras com o sigma e se destinam para as escadas da catedral, onde já se encontram alguns integralistas. Nesse momento os antifascistas já estão a postos na praça, assim que as moças chegam, são recebidas com gritos de "morras" e "fora os galinhas-verdes" e outras qualificações... Alguns integralistas buscam reagir, e começa um princípio de tumulto com alguns tapas e safanões, logo acontecem alguns tiros sem que saiba de onde vem. Cerca de dez minutos depois o grosso das suas formações entram na praça ao seu hino oficial e dando "anauês"(saudação integralista nacional tal qual Heil Hitler na Alemanha). A praça ecoava gritos contra os integralistas e seus hinos... Na seqüência dos fatos, uma rajada de tiros é disparada acertando em cheio a três guardas civis, há versões de que esse disparo fora intencional ou acidental, para os antifascistas e para a população presente que não sabiam da acidentalidade ou não dos disparos, seus autores eram os integralistas, o ódio popular foi despertado e, daí a pouco, mostrou como é perigoso dispertá-lo... Após 10 ou 15 minutos dessa confusão, os integralistas refeitos do pânico dos disparos começam a lotar as escadarias da catedral, esse foi o início da contra-manifestação, algumas breves palavras foram pronunciadas por Fúlvio Abramo "Companheiros antifascistas, viemos a praça para não permitir que o fascismo tome conte da rua e dos nossos destinos", logo após esse pronunciamento começou um intenso tiroteio, por todos os lados os fascistas e os ativistas de esquerda trocando tiros... nesse momento muitos integralistas fugidos se retiram da praça, um último grupo de galinhas verdes continua a lutar contra os antifascistas, mas logo saem em revoada... a maioria dos covardes  integralistas fogem à toda a velocidade da praça para todas as direções, nos dias seguintes são recolhidas as camisas verdes abandonadas pelos seus donos fujões que as abandonaram na debandada que passou a ser conhecida como "A revoada dos galinhas-verdes". Na troca de tiros dezenas tombaram feridos de ambos os lados com alguns desses feridos sendo fatalmente atingidos... A vitoriosa Contra Manifestação de 7 de outubro de 1934, deu um duríssimo golpe nos fascistas fazendo com que eles refluíssem profundamente, até quase o seu total desaparecimento político no Brasil durante décadas. Porém o fascismo não morreu na luta de classes mundial e hoje o neonazismo ressurge com grande força embalado na ofensiva neoliberal do imperialismo ianque. O exemplo triunfante da plataforma programática levada a cabo na "Praça da Sé" em 1934 pela LCI de Mário Pedrosa deve ser abstraído como uma importante lição para os dias atuais. Somente a formação de uma Frente Única Operária será capaz de derrotar a chamada "onda conservadora" em pleno curso e que está gestando em seu ventre a "serpente do neonazismo" para subtrair as conquistas sociais da classe operária em favor do capital. Não devemos conferir nenhuma confiança na frente de colaboração de classes do PT e PSOL, que tem nas eleições burguesas seu foco de intervenção política, é necessário e urgente organizar a ação direta do proletariado e seus aliados históricos com a estratégia da revolução socialista!