EM 7 DE OUTUBRO DE 1934 FASCISTAS FORAM EXPULSOS “A BALA” DA
PRAÇA DA SÉ PELA FORMAÇÃO DE UMA FRENTE ÚNICA OPERÁRIA: PASSADOS 83 ANOS DA
REVOADA DOS “GALINHAS VERDES” A TAREFA HOJE É A MESMA, PARA DERROTAR A OFENSIVA
NEONAZISTA NENHUMA CONFIANÇA NA FRENTE DE COLABORAÇÃO DE CLASSES, SOMENTE A
AÇÃO DIRETA DO PROLETARIADO E SEUS ALIADOS HISTÓRICOS PODEM VARRER OS
BOLSONARO'S E GOLPISTAS DE PLANTÃO!
No dia 7 de outubro de 1934 em São Paulo, na Praça da Sé,
Trotskistas, dirigentes do Comitê Regional do PCB paulistano e anarquistas,
além de várias entidades operárias e sindicais, que formaram uma Frente única
antifascista, colocaram para correr embaixo de balas um comício realizado pela
AIB Ação Integralista Brasileira, uma instituição totalmente nazifascista. O
Integralismo, uma versão tupiniquim do nazifascismo, tentou criar uma doutrina
que pretendia "abrasileirar" o Fascismo Italiano e o Nazismo Alemão,
defendendo a implantação deste regime político no Brasil. Nessa época desde o
início dos anos 30, o fascismo estava num de seus pontos de maior ebulição
política pelo mundo, na Espanha, na Itália, na Alemanha, na Polônia, na Hungria
e em outras regiões, em maior grau nos países atingidos após a Primeira Guerra
Mundial. No Brasil, era até certo ponto fácil encontrar publicações desse
caráter de modo geral, sedes, realizações de comícios, tentativas de
demonstração de força como desfiles, aliás, desfiles estes que eram marcados
pelos uniformes verde-oliva e por estandartes do SIGMA (símbolo Integralista).
Também não podemos nos esquecermos nunca que esse período histórico também
marca o auge da LUTA ANTIFASCISTA no mundo encabeçado pelos movimentos
operários e populares, aos quais se recusavam a seguir a orientação de
paralisia vinda de Moscou e da III Internacional já sob o controle de Stalin.
Os integralistas, assim como os nazistas na Alemanha criaram suas milícias
armadas, uniformizadas e treinadas para a destruição e aniquilação dos seus
adversários de classe, evidentemente que esses inimigos viscerais eram
encabeçados pelos Trotskistas, setores da esquerda comunista e anarquistas.
Nessa época (meados dos anos 30) o Brasil atravessava a hegemonia do regime
ditatorial de Getúlio Vargas, que como seu antecessor na presidência Arthur
Bernardes (1922-1926), cassou incessantemente o movimento operário , criando
inclusive campos de concentração como o do Oiapoque (Crevelândia) e para lá
foram enviados grande número de Comunistas e anarquistas, que ali
desgraçadamente morreram... Voltando ao memorável dia 7 de outubro de 1934...
Para aquela data havia sido convocado um comício para demonstração de força
Integralista, nessa época era imenso o combate contra o fascismo e
integralismo, eram realizados comícios antifascistas aos quais a Liga Comunista
e o CR do PCB de São Paulo sempre se fizeram presentes ao lado de inúmeros
companheiros anarquistas que estavam dispostos a lutar militarmente contra os
camisas-verdes com a própria vida se preciso fosse... Pois bem, os
antifascistas sabendo do comício Integralista, marcaram um contra comício ou
contra manifestação para o mesmo dia e local... e esse dia ficou conhecido
historicamente como "A batalha da Praça da Sé". Os grupos
antifascistas se distribuíram nas intermediações da Praça da Sé, os principais
pontos eram o Largo João Meneses, o pátio do convento do Carmo, no início da
Avenida Rangel Pestana, o largo de são Bento e a Praça Ramos de Azevedo, os
camisa-verdes deviam ser mais de três ou quatro mil, e era grande o contingente
de integralistas que desembarcavam de trem vindos de cidades do interior como:
Bauru, Jaú, Sorocaba, Campinas, Santos e outras. A Praça da Sé contava com 400
homens dos bombeiros e da cavalaria da polícia, havia também a guarda civil
armada, logo as ruas que davam acesso à Praça da Sé estavam policiadas, quando
os integralistas acharam que as provisões policiais eram suficientes, iniciam
sua manifestação enviando moças e crianças (de propósito) uniformizadas com
bandeiras com o sigma e se destinam para as escadas da catedral, onde já se
encontram alguns integralistas. Nesse momento os antifascistas já estão a
postos na praça, assim que as moças chegam, são recebidas com gritos de
"morras" e "fora os galinhas-verdes" e outras
qualificações... Alguns integralistas buscam reagir, e começa um princípio de
tumulto com alguns tapas e safanões, logo acontecem alguns tiros sem que saiba
de onde vem. Cerca de dez minutos depois o grosso das suas formações entram na
praça ao seu hino oficial e dando "anauês"(saudação integralista
nacional tal qual Heil Hitler na Alemanha). A praça ecoava gritos contra os
integralistas e seus hinos... Na seqüência dos fatos, uma rajada de tiros é
disparada acertando em cheio a três guardas civis, há versões de que esse
disparo fora intencional ou acidental, para os antifascistas e para a população
presente que não sabiam da acidentalidade ou não dos disparos, seus autores
eram os integralistas, o ódio popular foi despertado e, daí a pouco, mostrou
como é perigoso dispertá-lo... Após 10 ou 15 minutos dessa confusão, os
integralistas refeitos do pânico dos disparos começam a lotar as escadarias da
catedral, esse foi o início da contra-manifestação, algumas breves palavras
foram pronunciadas por Fúlvio Abramo "Companheiros antifascistas, viemos a
praça para não permitir que o fascismo tome conte da rua e dos nossos
destinos", logo após esse pronunciamento começou um intenso tiroteio, por
todos os lados os fascistas e os ativistas de esquerda trocando tiros... nesse
momento muitos integralistas fugidos se retiram da praça, um último grupo de
galinhas verdes continua a lutar contra os antifascistas, mas logo saem em
revoada... a maioria dos covardes
integralistas fogem à toda a velocidade da praça para todas as direções,
nos dias seguintes são recolhidas as camisas verdes abandonadas pelos seus
donos fujões que as abandonaram na debandada que passou a ser conhecida como
"A revoada dos galinhas-verdes". Na troca de tiros dezenas tombaram
feridos de ambos os lados com alguns desses feridos sendo fatalmente
atingidos... A vitoriosa Contra Manifestação de 7 de outubro de 1934, deu um
duríssimo golpe nos fascistas fazendo com que eles refluíssem profundamente,
até quase o seu total desaparecimento político no Brasil durante décadas. Porém
o fascismo não morreu na luta de classes mundial e hoje o neonazismo ressurge
com grande força embalado na ofensiva neoliberal do imperialismo ianque. O
exemplo triunfante da plataforma programática levada a cabo na "Praça da
Sé" em 1934 pela LCI de Mário Pedrosa deve ser abstraído como uma importante
lição para os dias atuais. Somente a formação de uma Frente Única Operária será
capaz de derrotar a chamada "onda conservadora" em pleno curso e que
está gestando em seu ventre a "serpente do neonazismo" para subtrair
as conquistas sociais da classe operária em favor do capital. Não devemos
conferir nenhuma confiança na frente de colaboração de classes do PT e PSOL,
que tem nas eleições burguesas seu foco de intervenção política, é necessário e
urgente organizar a ação direta do proletariado e seus aliados históricos com a
estratégia da revolução socialista!