MANIFESTO: NASCE O
GOI – GRUPO OPERÁRIO INTERNACIONALISTA
Recebemos um comunicado público do nascimento de uma nova organização
trotskista, o GRUPO OPERÁRIO INTERNACIONALISTA - GOI, integrado por militantes
do Brasil e da Argentina. Seu manifesto aparenta ser uma ruptura de esquerda da
LIT, reivindicando as tradições ortodoxas morenistas. Em uma avaliação preliminar,
o GOI parece caminhar no sentido político oposto da recente ruptura de direita
sofrida pela LIT, o MAIS, tendência interna do PSOL dirigida por Valério
Arcary.
"Nós que assinamos este manifesto somos militantes que saímos
do PSTU do Brasil e do PSTU da Argentina e iniciamos a formação de uma nova
organização internacional com seções nestes dois países: o GOI – Grupo Operário
Internacionalista.
Nos últimos anos lutamos como tendência e fração dentro da LIT (Liga Internacional dos Trabalhadores) e do PSTU contra o revisionismo das bases teóricas, programáticas, políticas e de concepção de partido legadas pela corrente fundada por Nahuel Moreno, desvios que levaram a políticas oportunistas e sectárias com as quais não tínhamos acordo, mas sempre defendemos disciplinadamente no movimento. Estes problemas levaram à crise e divisão da LIT, do PSTU brasileiro e argentino e de outras seções. Não queremos abordar de forma superficial nos limites deste manifesto as polêmicas que tivemos e mantemos com estas organizações, e as desenvolveremos em nosso blog e na nossa página no Facebook.
Diante deste quadro de dispersão e de esgotamento do debate interno decidimos formar o GOI para levar nossa política diretamente ao movimento operário e de massas, com o objetivo de contribuir para a superação da crise de direção revolucionária, principal obstáculo ao avanço da revolução permanente do proletariado.
Nesta tarefa, o GOI, ao mesmo tempo em que se constitui como grupo revolucionário independente, descarta a autoproclamação e reivindica a experiência histórica e a política morenista de Frente Única Revolucionária (FUR) como ferramenta para a unificação dos revolucionários que militam hoje dispersos em várias organizações em todo o mundo. Militantes que reivindicam a revolução socialista e o internacionalismo proletário, que lutam pela independência de classe e a democracia operária contra a burocracia corrupta que domina os sindicatos e organizações de massas do proletariado, que se organizam para a luta contra a opressão machista, racista, LGBTTfóbica e xenófoba, se enfrentando com a direita fascista e semifascista. Entendemos que este é o caminho para a construção de partidos revolucionários com influência de massas que enfrentem e derrotem os velhos e novos partidos traidores (reformistas e estalinistas) e exploradores políticos dos trabalhadores, como Lula e o PT, que mantém nossa classe refém de alianças com a burguesia e o imperialismo em pactos e governos de conciliação de classes para sustentar a ordem mundial capitalista em crise. Reivindicamos o centralismo democrático leninista e a moral revolucionária como pilares fundamentais para a organização do partido revolucionário.
Neste momento em que homenageamos os 100 anos da Revolução Russa de 1917, formamos o GOI como fração do trotsquismo internacional para seguir lutando pela tarefa estratégica apontada por Trotsky: a construção da IV Internacional para intervir nos processos revolucionários em nível mundial e lhes dar uma saída revolucionária."
Argentina, Brasil, outubro/2017