quarta-feira, 18 de outubro de 2017

NO MESMO DIA DA DESMORALIZAÇÃO DA "POLÍTICA" COM O SALVO CONDUTO DO SENADO A AÉCIO: GLOBO LANÇA O "JUSTICEIRO" MORO COMO "SALVADOR DA PÁTRIA" PARA OCUPAR O PLANALTO

Parece mesmo um roteiro montado pelas classes dominantes do tipo "teoria da conspiração", na qual a esquerda reformista crédula na democracia universal insiste em negar a existência, mas no mesmo dia em que a política institucional atinge um dos seus maiores picos de desmoralização nacional (com o salvo conduto dado a Aécio Neves pelo Senado), as Organizações Globo lançam sutilmente a candidatura do "justiceiro" Moro a presidente da república. Em uma entrevista especial no canal "Globo News" que foi ao ar na noite de terça-feira logo após a votação do Senado em que o tucano mineiro recebeu licença oficial para "extorquir" empresários, o jornalista Gerson Camarotti apresentava a nação o homem que poderia "salvar o país" da corrupção e dos políticos ladrões: Sergio Moro. E o chefe da "República de Curitiba" não se fez de rogado, afirmou em tom soberbo que tinha o "apoio da sociedade civil para o seu projeto de moralização do país". Ainda que o "justiceiro" tenha formalmente negado pretensões eleitorais, ficou cristalino o objetivo da famiglia Marinho em iniciar o processo de "politização" da asquerosa figura de Moro em direção ao Palácio do Planalto. A burguesia nacional que sofreu um duro processo de fracionamento com o golpe parlamentar que apeou Dilma da presidência da república, busca sua reunificação política em torno de um nova plataforma econômica, bastante distinta da qual se "alimentou" em mais de uma década nos governos da Frente Popular. O projeto estatal da "colaboração de classes" do PT se exauriu na medida em cessaram os fluxos internacionais de capital e crédito para o Brasil. Agora emerge a etapa do puro rentismo e da necessidade de um fortíssimo ajuste neoliberal no formato do Estado capitalista. É óbvio que as quadrilhas políticas tradicionais (PMDB,DEM, PP, PTB etc..) só foram úteis para impulsionar o golpe contra Dilma, a ascensão do bandido Temer ao governo central foi uma necessidade conjuntural de um efêmero consenso da burguesia nacional. Porém se o ciclo estatal do PT foi esgotado, não se pode afirmar o mesmo do enorme prestígio eleitoral e político que cerca a figura de Lula, ainda mais diante do desastre econômico em que os golpistas submeteram o país. Esta é a principal contradição do momento político nacional, se de um lado o projeto de poder da Frente Popular não interessa mais a burguesia e ao imperialismo, ainda não foram capazes de construir um "nome" que sintetize sua nova estratégia econômica. As tentativas de emplacar o "Ceo" Dória na gerência do Estado nacional (para além de seu eleitorado "mauricinho" paulistano), fracassaram prematuramente junto a sua infame "ração para pobres", outros possíveis tucanos como Alckmin estão invariavelmente atracados ao cadáver político do golpista Temer. Nem precisamos gastar "tinta" com a possibilidade do oligarca falastrão Ciro Gomes vir a preencher os requisitos mínimo exigidos pela burguesia para a ocupação do Planalto. Portanto neste cenário de crise do regime e transição de "modelos econômicos", restou a burguesia somente duas opções: Lula e Sergio Moro. A primeira alternativa uma possibilidade política muito distante, somente em caso de abrupto aquecimento financeiro dos BRIC's, um novo governo Lula poderia servir como "cartão de visitas" a investimentos diretos no país pelos chineses. A segunda via do "justiceiro" é muito mais segura para a burguesia nacional completar o processo de de recrudescimento do regime, instaurando um governo Bonapartista e implementando um quadro de completa desnacionalização da economia nacional. Moro hoje é o único personagem que teria condições de bater Lula no terreno eleitoral, logicamente contando com todos os componentes auxiliares do bombardeio midiático e jurídico, sem falar no "toque final" da urna eletrônica sem comprovação física do voto. Faltando menos de um ano para as eleições gerais, parece que não há mais tempo de se produzir novos "fakes", a burguesia deverá manejar os já criados midiaticamente para enfraquecer o PT, incluindo o "factóide" do PSOL e sua farsante "Frente de Esquerda". O movimento de massas combativo e classista deverá trilhar o caminho de ruptura com esta institucionalidade burguesa fraudulenta, construindo a perspectiva estratégica de uma dualidade de poder revolucionário e proletário pela via da ação direta.