NO MESMO DIA DA DESMORALIZAÇÃO DA "POLÍTICA" COM O
SALVO CONDUTO DO SENADO A AÉCIO: GLOBO LANÇA O "JUSTICEIRO" MORO COMO
"SALVADOR DA PÁTRIA" PARA OCUPAR O PLANALTO
Parece mesmo um roteiro montado pelas classes dominantes do
tipo "teoria da conspiração", na qual a esquerda reformista crédula
na democracia universal insiste em negar a existência, mas no mesmo dia em que
a política institucional atinge um dos seus maiores picos de desmoralização
nacional (com o salvo conduto dado a Aécio Neves pelo Senado), as Organizações
Globo lançam sutilmente a candidatura do "justiceiro" Moro a presidente da república. Em uma
entrevista especial no canal "Globo News" que foi ao ar na noite de
terça-feira logo após a votação do Senado em que o tucano mineiro recebeu
licença oficial para "extorquir" empresários, o jornalista Gerson Camarotti apresentava a nação o homem
que poderia "salvar o país" da corrupção e dos políticos ladrões: Sergio
Moro. E o chefe da "República de Curitiba" não se fez de rogado,
afirmou em tom soberbo que tinha o "apoio da sociedade civil para o seu
projeto de moralização do país". Ainda que o "justiceiro" tenha
formalmente negado pretensões eleitorais, ficou cristalino o objetivo da
famiglia Marinho em iniciar o processo de "politização" da asquerosa
figura de Moro em direção ao Palácio do Planalto. A burguesia nacional que
sofreu um duro processo de fracionamento com o golpe parlamentar que apeou Dilma
da presidência da república, busca sua reunificação política em torno de um
nova plataforma econômica, bastante distinta da qual se "alimentou"
em mais de uma década nos governos da Frente Popular. O projeto estatal da
"colaboração de classes" do PT se exauriu na medida em cessaram os
fluxos internacionais de capital e crédito para o Brasil. Agora emerge a etapa
do puro rentismo e da necessidade de um fortíssimo ajuste neoliberal no formato
do Estado capitalista. É óbvio que as quadrilhas políticas tradicionais (PMDB,DEM,
PP, PTB etc..) só foram úteis para impulsionar o golpe contra Dilma, a ascensão
do bandido Temer ao governo central foi uma necessidade conjuntural de um
efêmero consenso da burguesia nacional. Porém se o ciclo estatal do PT foi
esgotado, não se pode afirmar o mesmo do enorme prestígio eleitoral e político
que cerca a figura de Lula, ainda mais diante do desastre econômico em que os
golpistas submeteram o país. Esta é a principal contradição do momento político
nacional, se de um lado o projeto de poder da Frente Popular não interessa mais
a burguesia e ao imperialismo, ainda não foram capazes de construir um
"nome" que sintetize sua nova estratégia econômica. As tentativas de
emplacar o "Ceo" Dória na gerência do Estado nacional (para além de
seu eleitorado "mauricinho" paulistano), fracassaram prematuramente
junto a sua infame "ração para pobres", outros possíveis tucanos como
Alckmin estão invariavelmente atracados ao cadáver político do golpista Temer.
Nem precisamos gastar "tinta" com a possibilidade do oligarca
falastrão Ciro Gomes vir a preencher os requisitos mínimo exigidos pela
burguesia para a ocupação do Planalto. Portanto neste cenário de crise do
regime e transição de "modelos econômicos", restou a burguesia
somente duas opções: Lula e Sergio Moro. A primeira alternativa uma
possibilidade política muito distante, somente em caso de abrupto aquecimento
financeiro dos BRIC's, um novo governo Lula poderia servir como "cartão de
visitas" a investimentos diretos no
país pelos chineses. A segunda via do "justiceiro" é muito mais
segura para a burguesia nacional completar o processo de de recrudescimento do
regime, instaurando um governo Bonapartista e implementando um quadro de
completa desnacionalização da economia nacional. Moro hoje é o único personagem
que teria condições de bater Lula no terreno eleitoral, logicamente contando
com todos os componentes auxiliares do bombardeio midiático e jurídico, sem
falar no "toque final" da urna eletrônica sem comprovação física do
voto. Faltando menos de um ano para as eleições gerais, parece que não há mais
tempo de se produzir novos "fakes", a burguesia deverá manejar os já
criados midiaticamente para enfraquecer o PT, incluindo o "factóide"
do PSOL e sua farsante "Frente de Esquerda". O movimento de massas
combativo e classista deverá trilhar o caminho de ruptura com esta
institucionalidade burguesa fraudulenta, construindo a perspectiva estratégica
de uma dualidade de poder revolucionário e proletário pela via da ação direta.