HÁ QUATRO ANOS ATRÁS OCORRIA O INÍCIO DA “REVOLUÇÃO MADE IN
CIA” NA UCRÂNIA COLOCANDO O PAÍS COMO PONTA DE LANÇA DA OTAN NAS PROVOCAÇÕES
CONTRA A RÚSSIA
Há exatamente quatro anos, em meados de novembro de 2013, a
Ucrânia era palco de manifestações – conhecidas como "Euromaidan" -
que exigiam o acordo com a União Europeia para submeter o país ao FMI e
integrá-lo a OTAN, tratado que incluía o rebaixamento de salários e
congelamento de pensões, aumento do preço do gás, fim dos investimentos no
setor agrícola e de energia. Em Kiev as estátuas de Lenin eram derrubadas,
bandeiras vermelhas queimadas e os protestos exigiam a renúncia do então
presidente Viktor Yanukovych, homem próximo a Vladimir Putin. Mais uma vez na
vanguarda a LBI declarou no artigo a época “Ucrânia: Uma nova ‘revolução
laranja’ made in CIA a serviço de acomodar os interesses capitalistas na antiga
república soviética?” (Blog da LBI, 02.12.2013) diante do silêncio de toda a
esquerda e particularmente do revisionismo Trotskista “Está colocado para o
proletariado mundial e, particularmente, para os trabalhadores das
ex-repúblicas soviéticas rechaçarem as investidas da UE, dos EUA e de seus agentes
da Ucrânia. Apesar de não depositarmos qualquer confiança no governo burguês
ucraniano de Viktor Yanukovych e do ex-burocrata Putin-Medvedev, cuja conduta
está voltada a defender os interesses da nascente burguesia russa, as fricções
com a Casa Branca objetivamente representam um obstáculo à expansão
guerreirista da OTAN na região. Nesse sentido, Marxistas os Revolucionários
devem denunciar as manifestações dos grupos pró-imperialistas e seu caráter
contrarrevolucionário, voltado a fazer na Ucrânia e na própria Rússia uma
‘transição democrática’ conservadora aos moldes da que vem sendo operada no
Oriente Médio”. Hoje, o que vemos é a divisão do país a serviço do imperialismo
com ataques com as chamadas “repúblicas populares” que desejam seguir o caminho
da Criméia e se unificar com a Rússia. O objetivo desse processo é armar uma
provocação permanente contra a Rússia para fragilizar o bloco militar que pode
se contrapor ao decadente poderio bélico ianque. O balanço político a ser feito
é que os protestos que adquiriram contornos fascistas e chegaram a perseguir o
PC e assassinar seus militantes é a imposição de um enorme retrocesso para o
país, que se tornou totalmente dependente dos monopólios capitalistas, em
particular da Europa.
Em fevereiro de 2014, diante dos contornos cada vez mais
fascistas do movimento e diante da derrubada do governo de Victor Yanukovich
fizemos um paralelo histórico no artigo “Ucrânia e Venezuela: as flagrantes
‘coincidências” na estratégia golpista do imperialismo e a necessidade de uma
resposta revolucionária do proletariado mundial” (Blog da LBI, 22.02.2014)
pontuando que “Como já denunciamos, a direita golpista e fascista está ávida
para desferir um golpe letal contra esses governos. Esta manobra pode assumir a
feição de uma falsa ‘mobilização democrática’ tramada com a ajuda da CIA
enquanto grupos abertamente fascistas atacam as forças populares, como vemos
nos franco-atiradores venezuelanos e ucranianos. O apoio do imperialismo aos
‘insurretos’ monárquicos na Líbia ‘vendidos’ ao mundo como ‘amantes da
democracia’ foi o modus operandi que a Casa Branca vem usando novamente na
Venezuela, como em 2002 e agora na Ucrânia para colocar em marcha a
contrarrevolução. Apoiar os supostos ‘rebeldes’ nestes países como faz a
esquerda revisionista é o mesmo que se somar às orquestrações dos golpistas que
também se dizem ‘inimigos da ditadura’, já que tanto em todos esses países
essas forças políticas e sociais representam a contrarrevolução, assumindo o
objetivo de liquidar conquistas históricas do proletariado. Por essa razão, não
há espaço para disputar este suposto ‘movimento de massas’ com as direções
burguesas made in CIA, como pateticamente defendem setores da ‘esquerda’, em
nome de ‘superá-las no calor da luta’”. No dia propriamente dito do golpe
denunciamos a posição vergonhosa do revisionismo; “Diante da covardia de
Ianukovitch, neofascistas tomam Kiev e ameaçam colocar o país em guerra civil.
Revisionistas da LIT/ PSTU se perfilam mais uma vez no campo do
nazi-imperialismo” (Blog da LBI, 24.02,2014).
Sempre apontando a luta contra fascismo na Ucrânia com a
defesa da revolução proletária, como nos ensinou Lenin defendemos que “A tarefa
dos Marxistas-Leninistas no conflito ucraniano é esmagar a reação fascista,
abrindo caminho para o retorno das Repúblicas Soviéticas!” em que apontamos
“Este quadro político e social dramático e extremamente polarizado aponta no
sentido de uma guerra civil latente que pode tomar conta de toda a Ucrânia,
exigindo dos Marxistas-Leninistas uma posição clara através do chamado à
unidade dos trabalhadores da cidade e do campo (em particular do leste
ucraniano) com o objetivo de esmagar a reação fascista nas ruas. A experiência
de luta do proletariado ucraniano contra o nazismo durante a II Guerra Mundial
historicamente já demonstrou que a derrota do fascismo, tanto ontem como hoje,
não significa a luta pela “democracia” burguesa ou apenas o direito à separação
do leste do país se assim decidirem, mas o combate estratégico pela derrota do
imperialismo e seu governo lacaio. Esta realidade está criando as condições
para o ressurgimento de uma vanguarda comunista com suas bandeiras vermelhas
inscritas com a foice e o martelo sempre presentes nas manifestações populares.
Desde a LBI defendemos que no curso dos enfrentamentos militares é fundamental
lutar conscientemente (política e programaticamente) a fim de abrir caminho
para o retorno de Repúblicas Soviéticas no Leste do país e na própria Ucrânia
através da expropriação da burguesia restauracionista nativa com o objetivo de
tomar o poder político do Estado, combate de classe que pode ensejar toda a
região a seguir seu exemplo, rompendo com a miséria, o desemprego e a pobreza
impostos pela restauração capitalista advinda após o fim da URSS há mais de 20
anos!” (Blog da LBI, 17.04.2014). Não por acaso, em março, saudamos a vitória
da unificação da Crimeia com a Rússia no artigo “Referendo na Crimeia: Vitória
esmagadora da resistência popular à atual ofensiva neoliberal do imperialismo
na região de influência da antiga URSS”. Como resposta, o imperialismo via o
governo fantoche da Ucrânia tentou assassinar Putin como denunciamos “Governo
pró-imperialista de Kiev e a CIA tentaram atingir avião de Putin e acabaram
matando civis” (Blog da LBI, 17.06.2014).
No último período da guerra, quando as chamadas “repúblicas
populares” estavam ameaças por ataques fascistas e das tropas da Ucrânia
apoiadas pela OTAN, a LBI não vacilou em declarar “Ucrânia: OTAN ameaça atacar
as “repúblicas populares” diante do avanço da resistência. Nossa tarefa: Ao
lado dos separatistas contra o imperialismo e os bandos fascistas!” (Agosto,
2014. Hoje reafirmamos que estamos diante de um quadro geopolítico estratégico
frente à luta de classes mundial, o que exige uma posição clara e justa dos
Marxistas Revolucionários: ao lado da resistência proletária contra o imperialismo
e os bandos fascistas, inclusive estabelecendo frentes únicas de ação com o
exército russo para derrotar a ofensiva da OTAN em sua fronteira! Esta
perspectiva abre caminho para que os Trotskistas façam propaganda
revolucionária nas trincheiras de combate para construir o verdadeiro Partido
Comunista na Rússia e nas ex-Repúblicas Soviéticas, retomando as tradições
internacionalistas revolucionárias de Lênin e Trotsky que neste momento onde
celebramos os cem anos da Revolução Bolchevique se condensam na palavra de
ordem de derrotar o imperialismo para edificar uma nova revolução de Outubro!