REPUDIAMOS A AGRESSÃO COVARDE DO MEPR CONTRA MILITANTES DO
PSTU NA UERJ: NÃO AOS ATAQUES FÍSICOS ENTRE CORRENTES POLÍTICAS QUE SE
REIVINDICAM DA CLASSE OPERÁRIA! NENHUMA INGERÊNCIA DA REITORIA PRIVATISTA OU DA
POLÍCIA ASSASSSINA NAS DISPUTAS DO MOVIMENTO DE MASSAS!
No último dia 16 de novembro ocorreu na UERJ mais um “round” nas agressões físicas envolvendo o MEPR e o PSTU. Desta vez, os agressores são militantes da organização Maoísta.
Segundo o PSTU “cerca de 30 militantes do
MEPR (Movimento Estudantil Popular Revolucionário) encapuzados e armados com
porrete, choque elétrico e soco inglês, atacaram violentamente militantes e
simpatizantes do PSTU logo após a atividade do partido em comemoração aos 100
anos da revolução Russa. Na saída da atividade, enquanto algumas pessoas ainda
se encontravam no hall do queijo, um grupo de pessoas visivelmente organizadas
desceram as escadas da universidade, colocando os capuzes neste momento. Após
isso, numa ação covarde, partiram para as agressões aos militantes que estavam
no espaço deixando alguns feridos”.
Desgraçadamente, esse cenário de ataques
físicos entre correntes políticas que se reivindicam da classe operária no Rio
de Janeiro vem se reproduzindo desde 2014, quando do ataque a sede do PSTU em
que a direção Morenista acusou militantes da FIP (Frente Independente Popular)
como responsáveis pela ação desastrosa. Posteriormente em 2015, também nas
dependências da UERJ, militantes do PSTU e sindicalistas da Conlutas agrediram
ativistas ligados a FIP.
Em uma ação covarde e totalmente desproporcional, 50
militantes do PSTU atacaram 06 membros da FIP em uma sala da universidade,
deixando vários feridos e com lesões graves. A conduta inadmissível do PSTU
seria uma “resposta” ao fato de no mesmo dia alguns de seus militantes terem
sido intimidados e mesmos expulsos de uma assembleia estudantil na UERJ por
membros da FIP e do MEPR. Em resumo, a agressão perpetrada pelo MEPR agora em
16 de novembro é parte desse enfrentamento que envolve as duas organizações.
Como nas ocasiões anteriores, agora também a LBI repudia de forma veemente que
uma corrente política se utilize de agressões físicas covardes de caráter
gangsteril contra uma organização adversária que se reivindica da classe
operária, sejam quais forem as divergências políticas em debate. No caso atual,
os fatos deixam claro que desta vez foi o MEPR o agressor e o PSTU a vítima,
não há dúvidas.
A LBI rechaça de público este método incompatível com a
democracia operária. Ainda que a LBI tenha profundas divergências programáticas
e ideológicas com o PSTU, repudiamos energicamente a agressão de seus
militantes por parte do MEPR, do qual também não temos nenhuma afinidade
política. Este ato gravíssimo deve ser repudiado incondicionalmente pelo
conjunto da esquerda revolucionária e comunista porque representa um ataque à
própria democracia operária, tendo em vista que tanto o PSTU como o MEPR são
organizações que atuam no seio do movimento de massas e se reclamam formalmente
socialistas e revolucionárias. Tal agressão se constitui em um perigoso
precedente que apenas fortalece as tendências de recrudescimento do regime da
democracia dos ricos sobre o conjunto do movimento de massas.
Esta atitude intolerável
pode abrir caminho para justificar a intervenção do Estado burguês nas disputas
políticas no interior do movimento de massas. Tanto que o fato foi noticiado
pelo reacionário Jornal O Globo (17.11) da Família Marinho, inimiga dos
trabalhadores, em uma matéria onde pode-se ler que “Em nota, a reitoria da Uerj
afirmou que vai seguir com ‘os trâmites e penalidades cabíveis na lei’”,
ampliando assim as condições para a perseguição aos militantes do movimento de
massas e de qualquer uma das organizações políticas envolvidas em
enfrentamentos desta natureza por parte da reitoria privatista da UERJ ou mesmo
da polícia. Mesmo nos solidarizando publicamente neste caso com o PSTU
discordamos frontalmente da caracterização que esse partido tem do MEPR, acusando-o
de ser um grupo fascista e comparando-o ao MBL, ou seja, um grupo de
extrema-direita que deve ser esmagado fisicamente pelos revolucionários.
Segundo o PSTU “É emblemático que há poucas semanas atrás, na mesma UERJ, outro
evento sobre a revolução russa tenha sido invadido por militantes da direita
ligados ao MBL. Ou seja, o MEPR e as organizações de direita estão juntos na
tentativa de impedir os debates políticos. O MEPR repete o método fascista e da
direita de pela violência física tentar cercear o direito das organizações de
esquerda de expor suas ideias e opiniões. Lembremos que a ditadura militar foi
quem tentou impedir a liberdade de expressão e de organização em nosso país. E
reivindicamos a tradição do movimento operário de como se enfrentar as ações
tipicamente fascistas”.
O PSTU acusa o MEPR de fascista para justificar uma
nova escalada de agressões como ‘resposta’ ao ataque físico perpetrado pelo
MEPR. Como genuínos trotskistas repudiamos que o ‘ajuste de contas’ entre ambas
as correntes se dê no terreno de novas agressões físicas, ainda mais utilizando
como pretexto o fato do MEPR ser uma corrente “fascista” como o MBL. Todos
sabemos que o MEPR é uma organização política de esquerda, Maoísta, uma
variante do Stalinismo. Apesar de todas suas deformações políticas e de método
que devem ser combatidas politicamente é uma corrente que está no campo do
movimento operário, deve ser enfrentada nessa arena da luta de classes.
O mais
tragicômico é que o MEPR também acusa o PSTU de “social-fascista” para justificar
as agressões em curso. Todos sabemos do caráter cada vez mais socialdemocrata
da política do Morenismo, de completa integração a democracia burguesa pela via
do sindicalismo vulgar, do economicismo, o que em nada se assemelha ao
fascismo, acusação fantasiosa que o MEPR recorrentemente retira do receituário
stalinista para atacar os “trotskistas” de uma maneira geral, uma herança
maldita dos malfadados Processos de Moscou.
Frente a disputa em curso, a LBI
convoca as organizações políticas envolvidas no episódio e o conjunto dos
lutadores a debater nos fóruns do movimento de massas suas diferenças políticas
e programáticas, derrotando nas ruas o governo entreguista de Temer, a política
de colaboração de classes do PT- PCdoB e o pacifismo pequeno-burguês nos
combates contra o capital, a fim de enfrentarmos a burguesia e seu aparato
repressivo que avança contra o movimento de massas e as organizações políticas
e sindicais que contestam o regime da democracia dos ricos!