Pelo menos 7 palestinos que participavam de atos na Faixa de Gaza,
perto da fronteira da ocupação sionista, foram mortos nesta sexta-feira (30)
pelo Exército de Israel. Outros cerca de 500 ficaram feridos, de acordo com os
médicos palestinos. O ato marca o primeiro dia de protestos da chamada
"Marcha do Retorno" convocada pelo Hamas, na Faixa de Gaza. Milhares
de palestinos se reuniram em cinco acampamentos em diferentes locais da região
próximos à fronteira com o enclave sionista. Para barrar esta agressão é
necessário armar o povo palestino e retomar a Intifada com o objetivo de
destruir a máquina de guerra assassina, rompendo de vez com as “negociações de
paz” que visam unicamente debilitar a resistência palestina frente os crimes
bárbaros da ocupação sionista. Reafirmamos que para vingar a ofensiva genocida
de Israel é preciso unir o povo palestino e seus aliados da região no combate
pela destruição do enclave sionista e por uma Palestina Soviética baseada em
conselhos de operários e camponeses palestinos e hebreus. Para vencer Israel e derrotar sua ofensiva militar
é preciso impulsionar uma frente única com a resistência palestina, o Irã, a
Síria e o Hezbollah, onde as organizações marxistas revolucionárias atuem na
mesma trincheira de combate destes países e dos grupos políticos na luta contra
o imperialismo, tendo completa independência política diante do programa
burguês-teocrático destes regimes e grupos. Nesse sentido, é preciso que os
trabalhadores pelo mundo se levantem em luta contra Israel se postando pela
vitória militar da resistência palestina para destruir o enclave nazi-sionista!
Os revolucionários se colocam incondicionalmente em defesa do Hamas, da Jihad
islâmica, da FPLP e de todas as organizações da resistência palestina e árabe
perseguidas pelo imperialismo, o sionismo e seus tentáculos assassinos. As
guerrilhas anti-imperialistas da Palestina, Afeganistão, Iraque, Síria, Irã e Líbano
devem colocar todo seu aparato militar em solidariedade a Gaza para o armamento
de todo o povo palestino e em nome de uma nova Intifada contra o gendarme
nazi-sionista. Mãos à obra, esta é tarefa dos revolucionários leninistas e
internacionalistas neste momento crucial!
sexta-feira, 30 de março de 2018
quinta-feira, 29 de março de 2018
DIANTE DA BRUTAL OFENSIVA DA REAÇÃO: FRENTE DE AÇÃO DIRETA CONTRA O FASCISMO OU FRENTE ELEITORAL PEDINDO “SOCORRO A PF”, UMA POLÊMICA COM BOULOS E O PSOL
No ato de fechamento da caravana eleitoral de Lula pela
região sul, ocorrido na noite de ontem (29.03) em Curitiba, capital do Paraná,
esteve presente o pré-candidato do PSOL à presidência, Guilherme Boulos e a
representante do PCdoB, Manuela D´ávila. Boulos declarou que “Nossas diferenças
não vão nos impedir de sentar à mesa para enfrentar o fascismo no Brasil. Lula,
Manuela, já passou da hora de criarmos uma frente democrática contra o fascismo no
Brasil, entre os partidos e as candidaturas de esquerda”. Qual a
medida de luta direta concreta contra o fascismo que Boulos apontou em sua fala diante de milhares de ativistas de esquerda em Curitiba? Nenhuma! Ele não propôs que diante dos tiros das milícias fascistas contra a
caravana de Lula dever-se-ia ter como resposta à autodefesa armada operária e
popular, não alertou que para derrotar a reação burguesa era necessário a ação
revolucionária dos trabalhadores. As hordas fascistas não distinguem as
profundas diferenças políticas no campo da esquerda, para as forças da reação
tudo que represente no passado ou no presente o combate histórico pelo
socialismo deve ser eliminado e destruído. Nesta perigosa escalada nacional da
direita, nos chama atenção a resposta que setores majoritários da esquerda (PT,
PSOL, PCdoB) pretendem dar a esta ofensiva da reação: clamam exclusivamente por
uma ação institucional da Polícia Federal, PM ou do próprio Ministério Público.
Nada contra acionar o Estado Burguês contra os delinquentes da direita, a
questão é que por esta via a resposta do movimento de massas será praticamente
nula! Diante das ações das turbas fascistas e da “inoperância” estatal em
detê-las o movimento social não pode ficar atado na espera do “socorro da
burguesia”, que a “PF aja com rigor”. É necessário debater com o movimento de
massas a tarefa de organizar de conjunto nossas milícias de autodefesa,
independente dos matizes políticos que nos separam, como nos ensinou
historicamente Trotsky: “Conclamar a organização da milícia é uma ‘provocação’,
dizem alguns adversários certamente pouco sérios e pouco honestos. Isto não é
um argumento, mas um insulto. Se a necessidade de defender as organizações
operárias surge de toda a situação, como é possível não se conclamar a criação
de milícias? É possível nos dizer que a criação de milícias ‘provoca’ os
ataques dos fascistas e a repressão do governo? Neste caso, trata-se de um
argumento absolutamente reacionário. O liberalismo sempre disse aos operários
que eles 'provocam' a reação, com sua luta de classes.” (Aonde vai a França,
LT). No campo, nas periferias e nos centros urbanos a organização dos círculos
de autodefesa deve estar colada à ação direta nos sindicatos e associações,
sempre na perspectiva da luta concreta por melhores condições de vida e
salário. Não devemos encarar a formação das milícias de autodefesa como uma
tarefa “militarista”, separada de nossas reivindicações pontuais e históricas.
Nossas lutas deverão enfrentar uma etapa bastante delicada nesta correlação de
forças, onde teremos que enfrentar o duro ajuste neoliberal e na mesma
proporção a “onda” fascistizante que deve se avolumar na medida do agravamento
da própria crise econômica. Estabelecer uma enérgica resposta política dos
oprimidos a cada ataque direitista contra nossos companheiros e lutas, perpassa
pela organização de nossas milícias de autodefesa, sabemos muito bem que com o
fascismo que ameaça nossas liberdades democráticas “Não se dialoga, se combate
de armas na mão, se preciso for!”. Por esta razão reforçamos nosso chamado ao
conjunto das organizações políticas e sindicais da esquerda para que debatam em
suas bases e organizem o mais rápido possível as milícias de autodefesa de cada
organização de esquerda, porque a sanha facínora da direita já mostrou que está
muito bem preparada. Ao contrário dessa tarefa elementar, Boulos declarou que
Lula e Marielle Franco foram vítimas do mesmo ódio e não propôs mais nada
diante de milhares de ativistas políticos!!! No caso da vereadora carioca, o
PSOL exige apenas do próprio Estado burguês “investigação e punição exemplar
para os culpados”. Em relação a Lula afirma “O PSOL considera esses fatos um
atentado contra a democracia. Não podemos permitir que o discurso de ódio e a
intolerância vençam. Não participamos da Caravana do PT e temos claras
diferenças políticas, ideológicas e programáticas com esse partido, mas somos
veementemente contrários aos atos hostis e agressivos ocorridos. Nossas
diferenças são políticas e é nesse campo que faremos embates”. Por sua vez Lula
e Manuela pediram uma “investigação exemplar ao atentado aos ônibus da
caravana”. Lula, Manuela e Boulos tem a mesma política diante dos ataques das
milícias fascista à esquerda: colocar unicamente nas mãos da justiça burguesa e
dos órgãos de repressão do Estado capitalista a “investigação e punição dos
culpados”, uma verdadeira piada tragicômica, um pedido de socorro para a PF e PM!
Na verdade, sob o pretexto de “combater o fascismo” e postar-se “em defesa da
democracia”, Boulos entrou oficialmente na campanha eleitoral de Lula, ao lado
de gente como Roberto Requião (PMDB)! Nada mais natural, sua plataforma
socialdemocrata “Vamos” é a apologia da democracia burguesa, a qual ele
pretende radicalizar caso eleito. Boulus e Lula tem a mesma vertente
programática de conceder sustentabilidade a economia capitalista. Não podem
admitir a violência revolucionária de uma classe para subjugar a outra e muito
menos reconhecer o Estado como um comitê gestor dos negócios da classe
dominante. Para os Marxistas Leninistas a ampla repercussão diante do bárbaro
assassinato de Marielle e do atentado fascista a caravana de Lula, fatos que
geraram repúdio do movimento de massas, deveria ser convertida em um chamado a
ruptura com a própria institucionalidade burguesa que pretende eliminar
política e fisicamente as principais referências da esquerda, sejam reformistas
ou revolucionárias. A organização de comitês populares de autodefesa é o
primeiro passo desta importante tarefa. Por sua vez, o estabelecimento de uma
Frente Única de Ação Antifascista contra direita neoliberal e fascista não está
a serviço de defender a Frente Popular e a democracia burguesa, mas para
derrotar a ofensiva da reação contra as limitadas liberdades democráticas
existentes em nosso país e as conquistas sociais arrancadas com muita luta pelo
proletariado, além de denunciar a política neoliberal do PT em seus mais de
doze anos de gerência do Estado capitalista. Boulos participou do ato eleitoral
de Lula simplesmente para garantir já no primeiro turno que a candidatura do
PSOL será um braço auxiliar na Frente Popular comandada pelo PT, o que se
converterá em apoio eleitoral no segundo turno, seja Lula ou Haddad o nome
petista na disputa. Setores do PSOL já inclusive articulam a possibilidade de
uma chapa Lula-Boulos. Desde a LBI declaramos que o movimento operário não necessita
de uma frente da “esquerda socialista”, leia-se frente dos reformistas de
“esquerda” nas eleições e sim de uma genuína Frente Revolucionária dos
Marxistas Leninistas que organizem as massas a combater com os métodos da
violência revolucionária do proletariado as instituições do estado burguês. Por
isso declaramos: nenhuma ilusão nas instituições do regime político, no
parlamento e no judiciário, lutemos por construir uma alternativa de poder
operário e popular baseado na democracia operária dos trabalhadores em luta
contra a direita reacionária e a Frente Popular!
quarta-feira, 28 de março de 2018
segunda-feira, 26 de março de 2018
TRF- 4 NEGA EMBARGOS DE LULA, PORÉM MORO AINDA NÃO PODE PRENDÊ-LO: LULA CAMINHA PARA O “PATÍBULO” DO STF, COMO O CONDENADO COMEMORANDO UM POUCO DE TEMPO GANHO ANTES DO “ENFORCAMENTO”
O TRF- 4 negou na tarde esse dia 26.03 os embargos de declaração da
defesa do ex-presidente Lula. Com a decisão desta 2ª feira fica mantida a
condenação de 12 anos e 1 mês de prisão. A confirmação da condenação foi
unânime. No caso específico de Lula, apesar de sua política de colaboração de
classes e das alianças do PT com a burguesia, o Juiz Moro, a força tarefa dos
procuradores da “República de Curitiba” e o TRF-4 são instrumentos da gestação
de uma “ditadura de Toga” que almeja impor um Bonapartismo Judiciário no
Brasil. Como o PT tem ainda sólidos laços com o movimento social e essa
influência se reflete no terreno eleitoral, a “Lava Jato” tratou de ter como
alvo principal Lula e seu partido, mesmo estes completamente adaptados a
democracia burguesa e corrompidos política e materialmente pelas relações
estabelecidas quando gerenciavam o Estado burguês. A defesa ainda pode entrar
com um último recurso, conhecido como “embargo dos embargos”. A medida
contestará o texto da decisão que rejeitou os embargos iniciais. A defesa de
Lula ainda terá 12 dias para entrar com recurso sobre os próprios embargos de
declaração, caso entenda que inconsistências ou obscuridades persistam.
Advogados de Lula presentes no julgamento dizem que irão aguardar a publicação
do acórdão, que é a íntegra da decisão, para estudarem com qual tipo de recurso
entrarão. “Em princípio, podemos identificar algumas omissões, mas aguardaremos
definitivamente a publicação do acórdão” e logo depois acrescentou o advogado
José Roberto Batochio “Essencial e importante que se diga que viemos para
verificar e constatar que não seria expedida qualquer ordem de prisão contra o
ex-presidente Lula, nos precisos e exatos termos do que decidiu o STF na semana
passada”. Apesar da decisão do TRF-4, Lula não pode ser preso pelo juiz Moro.
Na última semana, os ministros do STF concederam uma decisão liminar
(provisória) favorável ao habeas corpus preventivo apresentado pela defesa de
Lula que impede que o ex-presidente seja preso até o julgamento do mérito do
recurso, agendado para 4 de abril. Nossa análise é que Lula caminha para o
“patíbulo” do STF, como o condenado comemorando um pouco de tempo ganho antes
do “enforcamento”. Diante do resultado da última seção do STF a Frente Popular
tenta sua última cartada nos bastidores do poder para o PT tentar negociar com
seus ex-aliados burgueses um acordo para preservar Lula da prisão, tentando viabilizar
a candidatura Lula como uma alternativa confiável para o regime político em
momentos de crise, uma opção que a burguesia não pode descartar para 2018, pode
lhe ser útil desde que o Juiz “nacional” Moro e a “República de Curitiba” não
encarcerem o ex-presidente. Lula pode ficar inelegível porque a Lei da Ficha
Limpa em decisão confirmada pelo STF anteriormente prevê que uma pessoa
condenada por determinados crimes em um órgão colegiado não pode disputar
eleições. A inelegibilidade, porém, não é imediata, e depende de ritos
processuais no STF e no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). De fato, só depois
do dia 04 de abril saberemos o resultado final dos acontecimentos, mas uma
questão é clara: os setores fundamentais da elite dominante não fecharam questão
sobre esse tema, esperam o desenrolar da crise em um país extremamente
polarizado com a barbárie imposta após a intervenção militar no Rio, com as
mobilizações contra a morte da vereadora Marielle Franco e a baixa densidade
eleitoral dos candidatos tradicionais da direita como Alckmin (PSDB) para
literalmente bater o martelo. Como Marxistas Revolucionários temos uma certeza
inquebrantável: sabemos do caráter de classe do STF, a corte maior da burguesa
do país está a serviço da classe dominante. Nesse sentido, a vanguarda
classista deve denunciar o STF como serviçal dos grandes grupos econômicos
capitalistas, alertando inclusive que os “ilustres” ministros desta instituição
considerada o sustentáculo “ético” do atual regime na verdade tomam suas
decisões em função das pugnas políticas existentes nas entranhas do poder
republicano. Por isso declaramos: nenhuma ilusão nas instituições do regime
político, no parlamento e no judiciário, lutemos por construir uma alternativa
de poder operário e popular baseado na democracia operária dos trabalhadores em
luta contra a direita reacionária e a Frente Popular! A LBI convoca, em caráter
de unidade de classe contra classe, todos as entidades classistas e
democráticas a empreenderem uma jornada nacional de luta e denúncia política da
famigerada “Operação Lava Jato”, colando a esta iniciativa o combate frontal
aos ataques neoliberais e a intervenção militar que o governo golpista de Temer
vem implementando. Nesse caminho, o estabelecimento de uma Frente Única de Ação
Antifascista contra Moro e a direita neoliberal não está a serviço de defender
a Frente Popular e a democracia burguesa, mas para derrotar a ofensiva da
reação contra as limitadas liberdades democráticas existentes em nosso país e
as conquistas sociais arrancadas com muita luta pelo proletariado, além de
denunciar a política neoliberal do PT em seus mais de doze anos de gerência do
Estado capitalista. O desenlace progressista da atual crise de dominação
burguesa repousa exclusivamente na possibilidade da classe operária começar a construção
de seu próprio embrião de poder revolucionário sem nenhuma ilusão no circo eleitoral fraudado da democracia dos ricos!
sábado, 24 de março de 2018
1938-2018: VIVA OS 80 ANOS DA FUNDAÇÃO DA IV INTERNACIONAL!
No ano de 1938, na pequena cidade de Périgny, França, realizou-se o Congresso de Fundação da IV Internacional. Leon Trotsky (que viria a ser assassinado no mês agosto de 1940, pelo agente stalinista infiltrado Ramón Mercader), impedido de estar presente na conferência de fundação, o dirigente Bolchevique enviou uma saudação em forma de mensagem gravada. Antes disso, décadas se passaram de amadurecimento da cisão política no interior do movimento revolucionário internacional. As duras polêmicas entre Trotsky e Stalin, representavam no fundo posições de classes sociais antagônicas, e remontam os anos 23/24, quando a tese Marxista (até então majoritária entre os Bolcheviques, e vigorosamente defendida por Lenin e Trostky) da necessidade da continuidade da revolução proletária no plano internacional para o triunfo da Revolução Russa, começa a perder espaço para a doutrina reacionária da possibilidade de construir o “socialismo em um só país”. Diante do refluxo do movimento revolucionário internacional após a derrota da Revolução Alemã de 1919, essa palavra de ordem, defendida por Stalin, gradativamente ganha espaço entre a burocracia do Partido Comunista russo e também no próprio Movimento Comunista Internacional. Trotsky, intransigente em seu programa do internacionalismo proletário, organiza com seus partidário, em 1923, a Oposição de Esquerda, que se opunha a nascente burocracia soviética,uma casta parasitária das relações de produção semi-socialistas vigentes na URSS, analisando como produto de suas bases materiais o atraso econômico e a pobreza ainda predominante na Rússia. Menos de dez anos depois, os chamados Trotskistas são expulsos da III Internacional (Comintern), já dominada pelos partidários da burocracia Stalinista. Trotsky apesar do extremo isolamento político não vacila em fundar uma nova Internacional da classe operária, e apesar de reunir menos de 30 delegados, o congresso de Périgny lança a IV Internacional com a sólida base do Programa de Transição. Apesar dos céticos e "aparatistas" duvidarem da sobrevivência da IV, em função de suas reduzidíssimas forças militantes (cerca de 50 Quadros políticos contra mais de 50 mil dirigentes Stalinistas), a frágil Internacional se estendeu até os dias de hoje, na forma de seu legado revolucionário. Os anos anteriores de divergências políticas entre Lenin e Trotsky não impediram o dirigente maior da URSS de reconhecer, em suas últimas palavras aos bolcheviques o papel extraordinário do "Velho Leon": “O camarada Stálin, tendo chegado ao Secretariado Geral, tem concentrado em suas mãos um poder enorme, e não estou seguro que sempre irá utilizá-lo com suficiente prudência. Por outro lado, o camarada Trotsky, segundo demonstra sua luta contra o CC em razão do problema do Comissariado do Povo de Vias de Comunicação, não se distingue apenas por sua grande capacidade. Pessoalmente, embora seja o homem mais capaz do atual CC, está demasiado ensoberbecido e atraído pelo aspecto puramente administrativo dos assuntos.” (Testamento de Lenin/ janeiro de 1923).
96 ANOS DO PCB: DA GÊNESE REVOLUCIONÁRIA À SUBMISSÃO AO
STALINISMO... ATÉ CHEGAR À CONDIÇÃO ATUAL DE SUBLEGENDA DO PSOL E DO ULTRA
REFORMISTA BOULUS
O PCB completa 96 anos nesse 25 de março, um partido totalmente diferente do ponto de vista político e programático da organização comunista que teve sua gênese revolucionária em 1922 sob a influência direta da vitória da Revolução de Outubro 1917, quando os nove delegados fundaram o partido em ruptura com o anarquismo. O antigo “Partidão” não passa hoje no Brasil de uma sublegenda do PSOL, apoiando inclusive o ultra reformista Boulus e seu programa socialdemocrata condensado na plataforma “Vamos” em nome da falácia de “unir a esquerda socialista”, quanto na verdade o programa de Boulus é de radicalizar a democracia burguesa e sua tarefa política no circo eleitoral é ser um braço auxiliar da frente popular comandada pelo PT. A nível internacional, o PCB acaba de apoiar na Rússia a candidatura “keynesiana” do PCFR, um empresário do agronegócio até pouco tempo do partido de Putin. Na Colômbia sustenta a política de integração das FARC a democracia burguesa, apoiando a conversão da guerrilha em um domesticado partido legal submisso a ordem vigente. O mais interessante é que nas atuais comemorações o atual PCB reivindica a figura de Luis Carlos Prestes. Desta forma encobre cinicamente e de forma oportunista o fato de até mesmo ele ter rompido publicamente com o PCB em março de 1980 através da famosa "Carta aos Comunistas". Nesta época, Prestes denunciou a política de claudicação do partido ao governo militar comandado pelo general Figueiredo e a orientação de não resistência à ditadura na década de 70, rompendo junto com os mais importantes quadros do partido, como Gregório Bezerra e reduzindo o PCB a um "partidinho". Também não esqueçamos que Ivan Pinheiro, até recentemente Secretário-Geral do PCB "reconstruído" e agora substituído por Edmilson Costa, foi o braço direito da troika Giocondo Dias, Salomão Malina e Hércules Correa quando estes combatiam Prestes no final dos anos 70, no momento em que a direção nacional voltou ao Brasil devido à aprovação da Lei da Anistia. Precisamente em março de 1980, Prestes em minoria na direção se afastou do PCB, arrastando consigo a maioria do partido, processo que tempos depois veio a se desmoralizar pela diletante negativa de Prestes em construir uma nova organização política. Em maio do mesmo ano, no auge das divergências, a direção nacional elegeu Giocondo Dias secretário-geral, depois de declarar vago o cargo. Com a legalização do PCB em 1985, Giocondo exerceu sua função até o VIII Congresso, em 1987, quando foi substituído, por motivos de saúde, por Salomão Malina. Durante todo esse período, ao seu lado estavam Hércules Correa, "teórico" do peleguismo sindical no Brasil e Ivan Pinheiro, então presidente do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, representando as posições mais à direita no movimento operário brasileiro em uma época de clara radicalização das lutas, com a vitória das oposições sindicais cutistas. Estes senhores combateram a fundação da CUT e do PT, atacando-os violentamente como instrumentos da ditadura militar, "divisionistas da esquerda". Na verdade, quem fazia o jogo da oposição burguesa à ditadura militar contra o novo sindicalismo e o PT, que na época agrupava o grosso da vanguarda classista e se colocava como alternativa política ao PMDB, era o stalinismo agrupado no PCdoB como o PCB e juntos na arquipelega CGT. Não por acaso, apoiaram o golpe do Colégio Eleitoral com a indicação de Tancredo Neves e, logo depois, com a ascensão da "Nova República", viraram "fiscais do Sarney" e de seu Plano Cruzado. Durante todo esse período, Ivan Pinheiro foi entusiasta defensor dessa política que resultou no lançamento da candidatura de Roberto Freire em 1989 para combater o PT nas eleições presidenciais. Foi essa trajetória tão direitista que levou em 1992 a maioria do PCB a se converter no núcleo fundador do PPS sob a direção de Salomão Malina e Freire. Só aí Ivan Pinheiro rompeu com esse grupo revisionista que tinha ido longe demais em seus ataques aos princípios do marxismo em função da onda contrarrevolucionária mundial desencadeada com o fim da URSS que converteu vários partidos comunistas do planeta em partidos sociais-democratas. A origem desse processo é que a orientação levada a cabo pela atual direção do PCB após a ruptura com Salomão Malina, Sérgio Arouca e Roberto Freire em 1992 foi a do reformismo burguês de "esquerda". Logo em 1994, o PCB apoiou a candidatura petista atacando o "sectarismo e o esquerdismo" daqueles que denunciavam o caráter burguês da postulação de Lula, orientação que permaneceu até 2002, mesmo com o PT tendo como candidato a vice-presidente o megaempresário José Alencar, sendo porta-voz de um programa abertamente pró-imperialista expresso na "Carta aos Brasileiros" (leia-se aos banqueiros). Após ter rompido com o governo Lula em 2005, devido à "crise do mensalão", quando o PCB avaliava que a gestão da frente popular iria naufragar, o partido passou a patrocinar o eleitoralismo pequeno-burguês em torno da "frente de esquerda" com o PSTU e PSOL. Tanto que apoiou Heloísa Helena em 2006, paladina de um programa de reformas no regime político democratizante bastardo de corte nacional-desenvolvimentista, mesclado com traços reacionários de defesa ferrenha da Constituição. Tanto Lula como Dilma tiveram o apoio do PCB nos segundos turnos das eleições presidenciais de 2006 e 2010 ao lado das demais legendas que representam o serviçal espectro stalinista em nosso país (PCdoB, PCR, PCML-Inverta), recorrendo ao surrado e cômodo pretexto de "derrotar a direita demo-tucana". Agora o PCB embarca em uma aliança com o PSOL em apoio à candidatura social democrata Boulus, com atual Secretário-Geral do PCB, Edmilson Costa, fazendo do partido uma sub-legenda do PSOL. O PCB ainda flerta com traços político-ideológicos baseados no marxismo-leninismo, porém sua demagogia classista e "comunista" está a serviço de encobrir na prática sua política reformista burguesa e de colaboração de classes, que se expressam na participação até pouco tempo em administrações petistas e nas alianças com o PSOL, que não tem um programa de ruptura revolucionária com a ordem burguesa ao contrário é refém do circo eleitoral fraudado da democracia dos ricos. No momento em que o PCB completa 96 anos compreendemos que a denúncia da trajetória de colaboração de classes do PCB ao longo de sua história é parte da tarefa programática da construção de um genuíno partido revolucionário no Brasil, combate que a LBI reivindica inclusive como parte da luta que levou Mário Pedrosa e posteriormente Sachetta no próprio PCB, respectivamente nos anos 30 e 40, quando foram expulsos do partido, já stalinizado desde seu II Congresso em meados dos anos 20. Lançamos inclusive uma brochura quando dos 90 anos do PCB analisando esse processo político e histórico. É tarefa elementar dos verdadeiros marxistas leninistas o vigoroso debate político e programático com o objetivo de forjar as bases teóricas para que a vanguarda política possa avançar na construção de um verdadeiro partido comunista no Brasil, honrando os esforços que fizeram os nove delegados que em 25 de março de 1922 fundaram o PCB em ruptura com o anarquismo.
quinta-feira, 22 de março de 2018
PSTU RECEBE APOIO DA CORRENTE “TRANSIÇÃO SOCIALISTA” (EX-NN):
CANDIDATURA VERA LÚCIA SÓ CONSEGUE A ADESÃO DO GRUPO ENTUSIASTA DO REACIONÁRIO
MORO E DA FAMIGERADA POLÍCIA FEDERAL QUE PRENDEU E TORTUROU MILITANTES DA
ESQUERDA NA DITADURA E DEMOCRACIA BURGUESA
A corrente “Transição Socialista” (TS, ex-NN) acaba de anunciar seu apoio à candidatura presidencial do PSTU. “Vamos
de Vera Lúcia e Hertz Dias nestas eleições, vamos de 16, vamos de PSTU!”
estampa o site da TS. Alega para tal decisão que é “a única que se apresenta
como voz socialista e antilulista nestas eleições” e por fim “solicita ao PSTU
espaço para que, por meio de legenda democrática e solidária, um companheiro
nosso possa lançar-se ao pleito legislativo (federal ou estadual)”. Esse apoio
da TS ao PSTU é o curso natural de duas correntes políticas que se tornaram o
braço da direita reacionária no interior da “esquerda”, defendendo a famigerada
Operação Lava Jato e a perseguição do Juiz fascistoide Moro contra Lula e o PT.
TS chega a aplaudir as ações da famigerada Polícia Federal que prendeu e
torturou militantes da esquerda. Sobre o pretexto de combater o “lulismo”, PSTU
e TS se colocam no campo da reação burguesa e da escalada fascista que tem como
objetivo estratégico perseguir o conjunto da esquerda, inclusive as correntes
revolucionárias que combatem sem tréguas os governos da Frente Popular. O apoio
de TS ao PSTU de fato tem todo o sentido do ponto de vista da política
escandalosa e direitista de ambos agrupamentos. O PSTU está farto de defender a
prisão de Lula afirmando que é um corrupto burguês, ao mesmo tempo que declara
que esta tarefa cabe a famigerada Lava Jato, uma operação jurídico-policial
organizada pelo imperialismo para desmontar a Petrobras. Ao contrário de TS e
do PSTU, todo Marxista deve ter como princípio que as instituições da República
Capitalista não servem para a luta da classe operária, Lula representa uma ala
da burguesia que se chocou com os interesses do setor das classes dominantes
diretamente ligada aos interesses econômicos dos EUA, por isso a Lava Jato
surgiu para “descobrir” corrupção na Petrobras e nos dirigentes petistas,
enquanto não “descobriu” nada em relação ao PSDB que tentou destruir a maior
empresa estatal do país. A condenação de Lula pelas mãos do imperialismo não
tem nada de progressiva e tampouco de democrática, não estão condenando Lula
pelos privilégios de um burocrata que tem um padrão de vida de um próspero
pequeno burguês, e sim pelo projeto petista de se “esforçar” inutilmente para
impulsionar uma burguesia nacional. Por esta razão o imperialismo liquidou o
segundo governo de Vargas e agora o de Dilma. Trotsky não tinha nenhuma
simpatia por Vargas ou pelo general Cardenas no México (ambos nacionalizaram o
petróleo em seus países), porém afirmou exaustivamente que diante de um
confronto entre o Imperialismo e o nacionalismo burguês cerraria fileiras com
este último. Os Morenistas do PSTU desconhecem esta lição do Leninismo e cansam
de estabelecer unidade de ação com o Imperialismo, seja na Venezuela, Síria ou
criminosamente na Líbia onde aplaudiram a devastação do país pelas bombas da
OTAN. Por isso, a aliança eleitoral de TS ao PSTU tem sólida base programática.
Lembremos que Eduardo de Almeida, dirigente do PSTU e da LIT, declarou: “Acaso a
diferença de tratamento da justiça burguesa em relação ao PT, nos deve fazer
defender o PT? Ao contrário. Nós defendemos a prisão e expropriação dos bens de
todos os corruptos. E isso significa exigir a prisão de Lula e também de Aécio
e Renan pelo envolvimento na Lava Jato, de Alckmin pelo roubo da merenda
escolar, e assim por diante. Ter uma política diferente nos tornaria cúmplices
de Lula, e enfraqueceria completamente a luta contra a corrupção também do PSDB
e do PMDB”. (Eduardo Almeida, Sobre o processo de Lula, 15 de setembro de 2016.
Sob o pretexto de combater o PT, PSTU e TS caem nos braços do fascistóide Juiz
que comanda a “República de Curitiba”! Transitam a adoradores da famigerada
Lava Jato e suas ações de perseguição política que avançam para o
estabelecimento de um regime de exceção no Brasil, onde o Judiciário em
parceria como o Ministério Público prende quem bem entende (sem necessidades
mesmo de provas apenas das chamadas “delações premiadas”), servindo diretamente
os interesses do imperialismo! Vamos transcrever literalmente a “pérola” que
escreveram no artigo “Mais uma vez: RJ como retrato da nação” (TS, 27.11): “O
judiciário é o último fio de sustentação do regime democrático-burguês, que
está sendo solapado pela inepta proto-burguesia nacional e seus representantes
corrompidos. Ao atacar o judiciário nesta conjuntura, PT e asseclas aceleram o
estouro de um dos últimos fios de sustentação do regime democrático-burguês e
criam as condições para um regime mais violento. É digno de nota, aliás, que o
fato de os juízes serem assalariados é uma conquista democrática da luta da
classe trabalhadora sob a ordem capitalista.... O fato de os juízes serem
assalariados, não faz, é claro, com que sua instituição exista para agir a
favor da classe trabalhadora — os juízes seguem leis democrático-burguesas
dentro de um Estado burguês. Mas o fato de serem assalariados produz, numa
democracia-burguesa, uma relativa autonomia do poder judiciário diante dos
demais poderes do Estado. Essa relativa autonomia, amparada materialmente num
setor com interesses salariais-corporativos próprios — que é parte dos
funcionários públicos —, permite haver dentro dela ressonâncias da luta de
classes, algumas a favor do proletariado”. Pasmem, mais esses canalhas se dizem
de “esquerda”, balbuciam inclusive o nome de Trotsky! Os genuínos trotskistas
lutam pela destruição revolucionária do Estado burguês e para implodir sua
justiça de classes em particular, amplamente conhecida pelos trabalhadores como
um antro de nababos que negociam sentenças e servem aos patrões e aos governos
burgueses para atacar o movimento de massas. Só estúpidos mentais como os
membros da “Reação Capitalista” defendem essas teses próprias de adoradores
mais empedernidos do Estado burguês! Nessa mesma linha, o PSTU publicou nota
pedindo “punição exemplar” para o assassinato político da vereadora Marielle
Franco, um assassinato perpetrado por pessoas das forças de repressão do Estado capitalista. A Lava Jato e os Marinho, ao que tudo indica até o momento,
forneceram o planejamento estratégico da conveniência conjuntural da eliminação
de Marielle, a milícia paramilitar se encarregou da operação física do crime. Para os Marxistas Leninistas a ampla repercussão social dada
ao bárbaro assassinato de Marielle, gerando potencialmente uma latente rebeldia
popular contra as instituições apodrecidas do regime da democracia dos ricos e
seu governo golpista, deveria ser convertida em um chamado a ruptura com a
própria institucionalidade burguesa que pretende eliminar política e fisicamente
as principais referências da esquerda, sejam reformistas ou revolucionárias. A
organização de comitês populares de autodefesa é o primeiro passo desta
importante tarefa. Convocar a greve geral contra a intervenção militar no Rio
de Janeiro, o covarde crime contra Marielle e a pauta neoliberal do golpista
Temer, é a única resposta possível que poderia honrar o combate de nossos
companheiros que tombaram pelas mãos da reação fascistizante. A
proposta do PSTU demonstra que os Morenisas têm profundas ilusões na justiça
burguesa. Afinal o que é a “punição exemplar” que reivindica o PSTU? A suposta
“justiça” que o PSTU defende para agir exemplarmente é a controlada pela
burguesia reacionária e o judiciário, que esse poder repressivo da classe
dominante tenha o poder de punir e perseguir qualquer pessoa do povo trabalhador. Pedir a punição
exemplar perpetrada pela justiça burguesa não é o método dos comunistas, dos trotskistas. É o
método do fascismo, da política de terror estatal burguês. Ao contrário do
PSTU, a esquerda socialista deve convocar um tribunal popular independente da
burguesia, para apurar, julgar e condenar os assassinos de Marielle Franco! Em
resumo o apoio eleitoral da TS ao PSTU é a expressão da unidade e grupos políticos que
se passaram de malas e bagagens para o campo do apoio a Justiça da burguesia, convertendo-se em um braço auxiliar da direita pró-imperialista.
terça-feira, 20 de março de 2018
20 DE MARÇO DE 1953 -
MORRE GRACILIANO RAMOS: O “VELHO GRAÇA”, UM SIMPATIZANTE ATIVO DO
PROGRAMA COMUNISTA, QUE EXPÔS MAGISTRALMENTE EM SEUS LIVROS A MISÉRIA SOCIAL
IMPOSTA PELO CAPITALISMO
Gracialiano Ramos, o autor do célebre clássico “Memórias do Cárcere”, morreu há exatos 65 anos. Ele foi filiado ao velho “Partidão” (PCB) desde os anos 40 até a sua morte em 1953. A trajetória política do “velho Graça” foi a de um simpatizante ativo do programa comunista, ainda que o partido no Brasil estivesse stalinizado. O significado revolucionário de sua denúncia da miséria social imposta pelo capitalismo e as velhas oligarquias políticas do Nordeste brasileiro, ficaram claro em obras como “São Bernardo”, “Angústia” e “Vidas Secas”. Os Marxistas Leninistas sabem que o escritor comunista era totalmente avesso ao academicismo oco das universidades e aos “críticos literários” de ocasião. Gerindo uma prefeitura burguesa - foi prefeito de Palmeira dos Índios (uma pequena cidade do interior de Alagoas) em 1928 - nunca seguiu à risca o que lhe determinava o regime político: mandava soltar os presos da cidade para que trabalhassem em obras públicas de primeira necessidade do povo e exerceu o cargo apenas por dois anos até renunciar, uma vez que chegou a conclusão da inviabilidade de “gerenciar” o capitalismo, ainda que em um pequeno município cruzado pelas contradições entre as demandas do povo faminto e o controle das oligarquias. A respeito de sua “gestão” e “estrelato” literário afirmava com sarcasmo e ironia: “Nunca fui literato, até pouco tempo vivia na roça e negociava. Por infelicidade, virei prefeito no interior de Alagoas e escrevi uns relatórios que me desgraçaram. Veja o senhor como coisas aparentemente inofensivas inutilizam um cidadão. Depois que redigi esses infames relatórios, os jornais e o governo resolveram não me deixar em paz. Houve uma série de desastres: mudanças, intrigas, cargos públicos, hospital...” (Carta ao tradutor argentino Raúl Navarro, 1937). Sem papas na língua gostava de dizer em voz alta para todo mundo ouvir: “Não me sento à mesa com patrão. Todo patrão é filho da puta!”. Em resumo, Graciliano rompeu com o status quo dominante ao denunciar em suas obras e como “político” as mazelas expostas do capitalismo, defendo sua superação como objetivo estratégico para o futuro da humanidade! Preso em 1936 de forma totalmente arbitrária pela repressão do governo Getúlio Vargas, “suspeito de exercer atividade subversiva”, como era comum acontecer com ativistas e intelectuais logo após a derrota da Aliança Nacional Libertadora (ANL) de novembro de 1935, Graciliano ainda não era militante do Partido Comunista, já que sua adesão formal ocorreu quase dez anos depois, quando o PCB foi temporariamente legalizado pelo regime político varguista, permanecendo no partido mesmo após ser proscrito novamente. Sua filiação ao PCB stalinizado foi produto direto de sua repulsa ao fascismo, no marco da polarização mundial em torno da chamada “guerra fria”, condensada em sua frase: “A ditadura do Estado Novo é uma cachorrada”. Deriva do período em que esteve preso uma de suas principais obras, “Memórias do Cárcere”, escrito em 1953. Neste livro, escrito quase vinte anos depois de sua prisão no presídio da Ilha Grande, e já como militante amigo do “Partidão”, é uma recordação vívida e realista da situação dos presos políticos da ditadura Vargas, onde os personagens são tratados pelo autor por seus nomes verdadeiros e sem mistificações personalistas, porém sempre exaltando com profundo respeito a bravura e virtude de cada um deles, muitas vezes entrando em conflito com as orientações da direção stalinista. Aqui não existe aquela imagem “domesticada” que a pequena-burguesia quer fazer transparecer do escritor comunista. Um bom exemplo disto foi a forma como Graciliano retratou seu companheiro de cárcere, militante trotskista Febus Gikovate que atuou na década de 30 junto com Mario Pedrosa, ou seja, na contracorrente do pensamento hegemônico da época foi o único que o defendeu das hostilidades e discriminações por parte dos demais presos que estavam sob forte influência da campanha difamatória stalinista contra Trotsky, que tinha na figura de Jorge Amado no mundo literário um dos seus principais e ignóbeis detratores. As “memórias” narram sem comedimento o horror das prisões, a sujeira pavorosa e repulsiva, a perfídia e a brutalidade dos carcereiros da “colônia correcional” da Ilha Grande e a odiosa entrega de Olga Benário à Gestapo por parte do governo Vargas numa sufocante energia narrativa que põe a nu o militante comunista Graciliano Ramos em seu ódio de classe, completamente distinto da forma que a pequena burguesia quer descrevê-lo voltado a agradar ao público de classe média. Não temos dúvidas se o “velho Graça” estivesse vivo cravaria em seus textos a defesa dos lutadores sociais que se chocam com as novas oligarquias políticas, herdeiras do carcomido poder burguês que tanto denunciou em seus livros! Cabe aos Marxistas Revolucionários exaltar a figura de Graciliano Ramos e de suas referências comunistas e progressistas. Embora ele não tenha sido um militante orgânico, mas sempre foi um fiel amigo do Partido Comunista, ainda que stalinizado. Nesta condição sua arte deu lugar a obras que atravessarão incólumes ao tempo porque revelam em toda sua profundidade política-estética a necessidade de um mundo sem explorados, um modo de produção de novo tipo: o Socialismo.
Gracialiano Ramos, o autor do célebre clássico “Memórias do Cárcere”, morreu há exatos 65 anos. Ele foi filiado ao velho “Partidão” (PCB) desde os anos 40 até a sua morte em 1953. A trajetória política do “velho Graça” foi a de um simpatizante ativo do programa comunista, ainda que o partido no Brasil estivesse stalinizado. O significado revolucionário de sua denúncia da miséria social imposta pelo capitalismo e as velhas oligarquias políticas do Nordeste brasileiro, ficaram claro em obras como “São Bernardo”, “Angústia” e “Vidas Secas”. Os Marxistas Leninistas sabem que o escritor comunista era totalmente avesso ao academicismo oco das universidades e aos “críticos literários” de ocasião. Gerindo uma prefeitura burguesa - foi prefeito de Palmeira dos Índios (uma pequena cidade do interior de Alagoas) em 1928 - nunca seguiu à risca o que lhe determinava o regime político: mandava soltar os presos da cidade para que trabalhassem em obras públicas de primeira necessidade do povo e exerceu o cargo apenas por dois anos até renunciar, uma vez que chegou a conclusão da inviabilidade de “gerenciar” o capitalismo, ainda que em um pequeno município cruzado pelas contradições entre as demandas do povo faminto e o controle das oligarquias. A respeito de sua “gestão” e “estrelato” literário afirmava com sarcasmo e ironia: “Nunca fui literato, até pouco tempo vivia na roça e negociava. Por infelicidade, virei prefeito no interior de Alagoas e escrevi uns relatórios que me desgraçaram. Veja o senhor como coisas aparentemente inofensivas inutilizam um cidadão. Depois que redigi esses infames relatórios, os jornais e o governo resolveram não me deixar em paz. Houve uma série de desastres: mudanças, intrigas, cargos públicos, hospital...” (Carta ao tradutor argentino Raúl Navarro, 1937). Sem papas na língua gostava de dizer em voz alta para todo mundo ouvir: “Não me sento à mesa com patrão. Todo patrão é filho da puta!”. Em resumo, Graciliano rompeu com o status quo dominante ao denunciar em suas obras e como “político” as mazelas expostas do capitalismo, defendo sua superação como objetivo estratégico para o futuro da humanidade! Preso em 1936 de forma totalmente arbitrária pela repressão do governo Getúlio Vargas, “suspeito de exercer atividade subversiva”, como era comum acontecer com ativistas e intelectuais logo após a derrota da Aliança Nacional Libertadora (ANL) de novembro de 1935, Graciliano ainda não era militante do Partido Comunista, já que sua adesão formal ocorreu quase dez anos depois, quando o PCB foi temporariamente legalizado pelo regime político varguista, permanecendo no partido mesmo após ser proscrito novamente. Sua filiação ao PCB stalinizado foi produto direto de sua repulsa ao fascismo, no marco da polarização mundial em torno da chamada “guerra fria”, condensada em sua frase: “A ditadura do Estado Novo é uma cachorrada”. Deriva do período em que esteve preso uma de suas principais obras, “Memórias do Cárcere”, escrito em 1953. Neste livro, escrito quase vinte anos depois de sua prisão no presídio da Ilha Grande, e já como militante amigo do “Partidão”, é uma recordação vívida e realista da situação dos presos políticos da ditadura Vargas, onde os personagens são tratados pelo autor por seus nomes verdadeiros e sem mistificações personalistas, porém sempre exaltando com profundo respeito a bravura e virtude de cada um deles, muitas vezes entrando em conflito com as orientações da direção stalinista. Aqui não existe aquela imagem “domesticada” que a pequena-burguesia quer fazer transparecer do escritor comunista. Um bom exemplo disto foi a forma como Graciliano retratou seu companheiro de cárcere, militante trotskista Febus Gikovate que atuou na década de 30 junto com Mario Pedrosa, ou seja, na contracorrente do pensamento hegemônico da época foi o único que o defendeu das hostilidades e discriminações por parte dos demais presos que estavam sob forte influência da campanha difamatória stalinista contra Trotsky, que tinha na figura de Jorge Amado no mundo literário um dos seus principais e ignóbeis detratores. As “memórias” narram sem comedimento o horror das prisões, a sujeira pavorosa e repulsiva, a perfídia e a brutalidade dos carcereiros da “colônia correcional” da Ilha Grande e a odiosa entrega de Olga Benário à Gestapo por parte do governo Vargas numa sufocante energia narrativa que põe a nu o militante comunista Graciliano Ramos em seu ódio de classe, completamente distinto da forma que a pequena burguesia quer descrevê-lo voltado a agradar ao público de classe média. Não temos dúvidas se o “velho Graça” estivesse vivo cravaria em seus textos a defesa dos lutadores sociais que se chocam com as novas oligarquias políticas, herdeiras do carcomido poder burguês que tanto denunciou em seus livros! Cabe aos Marxistas Revolucionários exaltar a figura de Graciliano Ramos e de suas referências comunistas e progressistas. Embora ele não tenha sido um militante orgânico, mas sempre foi um fiel amigo do Partido Comunista, ainda que stalinizado. Nesta condição sua arte deu lugar a obras que atravessarão incólumes ao tempo porque revelam em toda sua profundidade política-estética a necessidade de um mundo sem explorados, um modo de produção de novo tipo: o Socialismo.
segunda-feira, 19 de março de 2018
ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS NA RÚSSIA: PUTIN ENTRONIZADO COMO O
NOVO "TSAR" DO CAPITALISMO DE ESTADO. PARTIDO COMUNISTA RUSSO, QUE SE
DIZ HERDEIRO DE LENIN, ESCOLHEU EMPRESÁRIO MILIONÁRIO DO
"AGROBUSINESS" PARA SER SEU CANDIDATO "KEYNESIANO"
Neste domingo, 18.03, ocorreram as eleições presidenciais na
Rússia. Como era mais do que esperado, Putin venceu com 76% dos votos, seguido
de longe pelo candidato do Partido Comunista da Federação Russa (PCFR), o
empresário milionário do “agrobusiness” Pavel Grudinin, que alcançou pouco mais
de 11%. Em terceiro ficou Vladimir Zhirinovsky com 5,66%, o líder do
ultranacionalista Partido Liberal Democrático. Os restantes dos candidatos
ficaram na marca dos 1%, incluindo Maxim Suraikin, dirigente dos Comunistas da
Rússia, um pequeno racha do PC, que alcançou apenas 0,68%. O principal opositor
de Putin, o líder da oposição de direita apoiado pela Casa Branca, Alexei
Navalny, de 41 anos, foi impedido de concorrer às eleições devido a uma
condenação em tribunal. Com a vitória na eleição deste domingo, Putin ficará à
frente da gerência estatal burguesa russa por mais 06 anos, se reeleito ao
final do mandato poderá ser presidente até 2024. Ele foi eleito pela primeira
vez no ano 2000. Cumpriu dois mandatos de quatro anos (até 2008) antes de
passar para o cargo de primeiro-ministro devido à regra da limitação de
mandatos consecutivos. Nesse interregno de quatro anos, Putin continuou a ser a
figura mais influente do país na política e nos negócios, já que na Presidência
estava um dos seus mais aliados mais próximos, Dmitry Medvedev. Antes de ceder
novamente a Presidência a Putin, em 2012, Medvedev iniciou alterações
constitucionais para alargar o mandato presidencial para seis anos. Com a
vitória nestas eleições de domingo, Putin se converte no dirigente russo há
mais tempo no poder desde Stálin. O elemento central que diferencia Putin de
Stálin é que o primeiro foi entronizado como o novo “Tsar” do Capitalismo de
Estado, enquanto o Secretário-Geral do antigo PCUS, comandava burocraticamente
um Estado operário, produto da degeneração de um regime social parido da tomada
do poder pelo proletariado em 1917. Leon Trotsky, ao polemizar sobre a teoria
do ‘Coletivismo Burocrático’ no Livro “Em defesa do Marxismo”, recorreu ao termo
“Capitalismo de Estado” para designar o regime político-econômico que surge em
um quadro de guerra ou crise econômica aguda, quando um Estado burguês assume o
comando direto de empresas industriais e dos ramos fundamentais da economia
capitalista. É exatamente o que corre na Rússia hoje, assim como também na
China em face a disputa com o imperialismo ianque. No curso do processo de
restauração capitalista, esses dois países vêm se transformando em grandes
entrepostos comerciais e industriais, caracterizando-se por serem economias
capitalistas semicoloniais com fortes induções estatais, remanescentes da
herança stalinista. Conceitualmente, podemos afirmar que se trata de um
Capitalismo de Estado baseado no rígido controle político do aparelho do Estado
ao lado de uma lenta e gradual política de concessões econômicas ao capitalismo
que possibilite formar uma nova classe social burguesa no país, onde o controle
dos ramos fundamentais da economia se centraliza ferreamente nas mãos da nova
burguesia através do Estado. Outro elemento importante da eleição presidencial
russa foi o Partido Comunista (PCFR), que se diz herdeiro de Lenin, ter
escolhido o empresário milionário do “Agrobusiness” para ser seu candidato, um
aliado de Putin até recentemente. A candidatura de Pavel Grudinin foi proposta
pelo próprio Zyuganov, que preside o partido desde 1993 justamente para
reforçar o vínculo do partido com os empresários nacionais. Até 2010, Grudinin
era membro do principal partido do Kremlin, o Rússia Unida de Putin. Ele é também
Vice-Presidente da Comissão de Agricultura da Câmara de Comércio e Indústria
Russa. Segundo o próprio Pavel declarou “Eu não sou comunista, nem membro do
Partido Comunista. Sou empresário. Eles me escolheram para ser candidato,
apenas isso” (Folha de São Paulo, 18.03). Milionário de 57 anos é empresário e
proprietário de uma gigantesca quinta de morangos, uma das maiores
conglomerados de agronegócio do país, que além de produzir legumes em larga
escala produz sucos industrializados em um antigo Sovkhoz privatizado. Essa
fazenda era estatal mas virou uma empresa privada com a restauração
capitalista. Pavel é um exemplo clássico de burocrata que se converteu em
burguês na Rússia após o golpe de agosto de 1991 comandado por Yeltsin. Em
1991, com o fim da URSS, as fazendas viraram sociedades acionárias. Já deputado
regional, eleito em 1997, o burocrata convertido em empresário próximo de Putin
viu seus negócios crescerem. Sua empresa faturou R$ 230 milhões em 2017,
pagando salário anual de R$ 1,1 milhão a Grudinin e, mensalmente, em média R$
4.400 aos trabalhadores. O empresário declara que o comunismo é só um dogma, em
uma clara desmoralização do PCFR. Sua linha política é confortável para o
Kremlin, já que tem ligação anterior com Putin. Pavel aderiu ao partido
putinista Rússia Unida em 2001 e só saiu em 2010, quando perdeu espaço para
outro candidato. Em resumo, a candidatura de Pavel lançada pelo PCFR foi uma
completa fraude política que deve ser denunciava pelos autênticos Leninistas.
Na contramão dessa tarefa revolucionária o PCB apoiou oficialmente o candidato
empresário “keynesiano” do PCFR na Rússia, repetindo a mesma conduta de
diluição social-democrata que tem aqui no Brasil ao apoiar Boulos em uma coligação com o PSOL.
domingo, 18 de março de 2018
QUEM REALMENTE ASSASSINOU MARIELLE?
O assassinato político de Marielle foi evidentemente operado
por falanges policiais, profissionalizadas em crimes de maior complexidade.
Muito bem executado e de forma bem diferenciada das execuções praticadas por
meras quadrilhas de traficantes de morro em guerra com seus oponentes. Porém o
atentado criminoso não foi "pensado politicamente" por seus
operadores, é uma mais peça da engrenagem golpista que tem na "Lava
Jato" seu centro logístico e estatal no país, mas que segue uma rígida
"agenda" organizada pelos "falcões" de Washington. Apear do
governo central e retirar do PT a primazia política de uma esquerda que
controla os movimentos sociais ainda com um viés da classe trabalhadora (formalmente
classista), transferindo esta hegemonia para uma nova esquerda
"identitária" e policlassista (como o PSOL) para catapultar as
candidaturas de Boulos e Freixo (RJ) para o epicentro do cenário eleitoral de
2018, é parte do cronograma da Lava Jato, além é claro de quebrar as maiores
empresas nacionais. O protagonismo midiático que os Marinho deram ao
assassinato de Marielle pode ser comparado a morte de Tancredo Neves ou mesmo o
acidente da F-1 que vitimou Airton Sena. Criando este profundo clima de
"comoção nacional" com o assassinato de Marielle, pode-se facilmente
nestes próximos dias decretar a prisão de Lula, sem que ocorra uma reação de
massas no sentido contrário, também é certo para a Famiglia Marinho que o PSOL
se limitará a canalizar a repulsa popular pelo assassinato de sua parlamentar
nos estreitos limites de um imenso reforço eleitoral, ou seja atos massivos mas
sem nenhum corte de radicalização ou ruptura da ordem institucional. A Lava
Jato e os Marinho, ao que tudo indica até o momento, forneceram o planejamento
estratégico da conveniência conjuntural da eliminação de Marielle, a milícia
paramilitar se encarregou da operação física do crime. É óbvio que a execução
de Marielle também serve como um duro "aviso" das forças policiais do
RJ para que parlamentares de esquerda ou lideranças políticas não atrapalhem em
seus "negócios" ou tampouco denunciem suas atrocidades contra a
população negra e pobre das periferias. É sintomático que logo após as claras
evidências de um crime político encomendado, o deputado Marcelo Freixo reforçou
sua confiança na Polícia Militar e Civil fluminense para a apuração do
assassinato de Marielle. O PT assiste passivamente aos últimos fatos ocorridos
no Rio e que marcaram a conjuntura nacional desta semana, com o PSOL
protagonizando a grade do noticiário brasileiro. Lula já se prepara para ser
encarcerado pela turma do Moro e aposta suas fichas em uma "ajudinha"
posterior do STF. Uma prisão curta, mas uma longa desmoralização
política/eleitoral é o que pretende a Lava Jato com a sentença judicial dada a
Lula. Para os Marxistas Leninistas a ampla repercussão social dada ao bárbaro
assassinato de Marielle, gerando potencialmente uma latente rebeldia popular
contra as instituições apodrecidas do regime da democracia dos ricos e seu
governo golpista, deveria ser convertida em um chamado a ruptura com a própria
institucionalidade burguesa que pretende eliminar política e fisicamente as
principais referências da esquerda, sejam reformistas ou revolucionárias. A
organização de comitês populares de autodefesa é o primeiro passo desta
importante tarefa. Convocar a greve geral contra a intervenção militar no Rio
de Janeiro, o covarde crime contra Marielle e a pauta neoliberal do golpista
Temer, é a única resposta possível que poderia honrar o combate de nossos
companheiros que tombaram pelas mãos da reação fascistizante. Desgraçadamente
nem o PT e tampouco o PSOL adotam uma tática minimamente justa para lutar
corajosamente contra a brutal ofensiva da direita neoliberal e golpista. No
Máximo a direção do PSOL e suas correntes internas estão tentando identificar
nas redes sociais (para futuros processos) indivíduos fascistas que estão
caluniando a trajetória em vida de Marielle. Muito mais do que o chamado
"protocolar" do PSOL, é necessário a construção imediata de uma nova
direção política (classista e revolucionária) para o movimento de massas!
sábado, 17 de março de 2018
sexta-feira, 16 de março de 2018
45 ANOS DO ASSASSINATO DE ALEXANDRE VANNUCHI: HONRAR SEU
CORAJOSO COMBATE A DITADURA MILITAR NA LUTA REVOLUCIONÁRIA CONTRA A FARSA DA
DEMOCRACIA DOS RICOS QUE HOJE ASSASSINOU MARIELLE!
Durante esta semana ocorreu uma sequência de fatos trágicos
para a luta popular de libertação socialista, o covarde assassinato político da
vereadora Marielle Franco no Rio de Janeiro, nos fez lembrar dos 45 anos do assassinato
do dirigente de esquerda Alexandre Vannuchi Leme, morto pela ditadura militar
em meados de março de 1973. Alexandre cursava Geologia na USP e militava na
Ação Libertadora Nacional (ALN), organização política fundada por Carlos
Marighella, que rompera com o PCB defendendo a luta armada enquanto o Partidão
fazia oposição domesticada ao regime militar, sempre a reboque da chamada
burguesia “progressista”. Ele foi preso por agentes do II Exército,
pertencentes ao DOI-CODI e torturado durante dois dias até não resistir e
morrer. Na venal Folha de S. Paulo, uma notícia fantasiosa e cínica trazia a
seguinte manchete: “Terrorista morre atropelado no Brás”. Segundo a matéria,
Alexandre morreu atropelado por um caminhão no cruzamento da rua Bresser com a
avenida Celso Garcia. Com variações, outros jornalões deram a mesma versão
oficial da ditadura assassina. Porém, os militantes do movimento estudantil e
as organizações políticas de esquerda da época sabiam que ele havia sido
trucidado pela ditadura e denunciaram “Mataram o Minhoca”, referência ao
apelido carinhoso de Vannuchi entre seus camaradas e companheiros de luta. A
UNE, controlada pelo PCdoB e o DCE-USP(entidade que leva o nome de Alexandre
Vannuchi), atualmente dirigido pelo PT,
apoiaram a Comissão da Verdade criada pelo governo Dilma (PT) e seu
Ministério da Justiça, que realizou um ato oficial de reconhecimento pelo
Estado brasileiro de Alexandre Vannuchi Leme como “anistiado político”. Na
verdade, para os Comunistas o fundamental é reivindicarmos politicamente a
decidida batalha ideológica de Alexandre pela derrubada revolucionária da
ditadura militar como parte do combate de classe para liquidar a ditadura do
capital, seja ela sob a forma de “democracia” ou “ditadura” e abrir caminho
para o socialismo!
“LAVA JATO” COMPLETA 04 ANOS: UMA OPERAÇÃO MONTADA PELO IMPERIALISMO PARA
DESTRUIR A PETROBRAS, CRIMINALIZAR O PT E ABRIR CAMINHO PARA A FASCISTIZAÇÃO DO
REGIME POLÍTICO
Nesta sexta-feira, 16 de Março, a Operação Lava Jato
completa 04 anos. A mídia corporativa vem martelando sistematicamente que o PT
e seus aliados quebraram a PETROBRAS e que a Lava Jato surgiu para salvar a
estatal da "lama da corrupção". Uma mentira repetida mil vezes que
vem se transformando em "verdade" para os mais ingênuos ou idiotas
úteis. A verdade é que a PETROBRAS na gestão dos governos petistas viveu uma
forte expansão em todos os seus segmentos: 5 novas refinarias estavam sendo
construídas, as plataformas de extração de óleo em alto mar e os navios tanques
voltaram a ser fabricadas no Brasil(revitalizando a indústria naval falida na
era FHC) e a produção de petróleo atingiu recordes históricos. Este
significativo crescimento da PETROBRAS diante de suas concorrentes multinacionais
anglo-ianques gerou uma operação midiática orientado pelo imperialismo que
tinha por objetivo retroceder a estatal aos baixos níveis de mercado dos
governos tucanos. Montada a Lava Jato foi bem fácil detectar que a forte
expansão da estatal também tinha gerado uma ampliação das "comissões"
recebidas por seus gestores, as chamadas propinas. No regime capitalista o
quanto mais aquecida está a economia maior é o nível de corrupção burguesa
existente, é uma lei inexorável do capital e nada tem a ver com
"princípios éticos" do PT ou
qualquer outro partido que esteja gerenciando o Estado. Porém o golpe
parlamentar (com o mafioso Temer no comando) que teve na Lava Jato seu
principal pilar, conseguiu estancar o crescimento econômico da PETROBRAS, as
obras das novas refinarias foram paralisadas, as plataformas bloqueadas e a
produção retrocedeu aos níveis de vinte anos atrás. O resultado da operação
desmonte da estatal não poderia ser outro: forte prejuízo financeiro e
desemprego em massa de operários, tudo é claro colocado na conta do PT. O
bandido Parente hoje diz ter a tarefa de "moralizar" a PETROBRAS,
quando sua verdadeira missão é privatizar a estatal. Além desse objetivo
funesto, a Lava Jato criminalizou o PT, como vimos agora com a possível prisão
de Lula em abril e abriu caminho para a fascistização do regime político, agora
evidente com a intervenção militar no Rio de Janeiro e o assasinato da vereadora do PSOL, Marielle Franco!
OPERAÇÃO LAVA JATO UM MOVIMENTO DO IMPERIALISMO PARA
DESMORALIZAR O CONJUNTO DO TECIDO POLÍTICO BURGUÊS DO PAÍS
(Blog da LBI, 14 de dezembro de 2016)
A LBI foi a primeira organização política a denunciar o
caráter reacionário da chamada “Operação Lava Jato” ainda no final de 2014,
quando toda a “esquerda” reformista, particularmente o PT e o revisionismo
trotskista declaravam que a farsa levada a cabo pelo Juiz “nacional” Sérgio
Moro era um “patrimônio do Brasil no combate a corrupção”. Na época a
presidente Dilma Rousseff chegou a declarar “Eu acho que as investigações da
Lava Jato podem mudar, de fato, o Brasil para sempre. Em que sentido? No
sentido de que vai se acabar com a impunidade. Mudará para sempre a relação
entre a sociedade brasileira, o Estado brasileiro e a empresa privada porque
vai acabar com a impunidade. A questão da Petrobras é uma questão simbólica
para o Brasil. É a primeira investigação efetiva sobre corrupção no Brasil que
envolve segmentos privados e públicos. A primeira. E que vai a fundo”
(11.2014). PSTU e PSOL também saudavam os “feitos moralizadores” da “República
de Curitiba”, o que escandalosamente fazem até hoje como aborda a mais nova
publicação da LBI. Enquanto a cúpula petista, particularmente o staff dilmista,
apoiava a operação jurídico-policial engendrada pelo imperialismo ianque para
acabar com a Petrobras e as empreiteiras nacionais, nossa corrente política em
voz solitária denunciava que o Moro havia sido formado pelo Departamento de
Estado ianque e a CIA para inicialmente perseguir o PT e depois desmoralizar o
conjunto do tecido político burguês do país para edificar um novo regime
político, sendo a ponta de lança de um estado de exceção no Brasil com fortes
traços Bonapartistas. Na verdade esse combate político revolucionário esgrimido
por nossa pequena corrente trotskista veio desde o julgamento do chamado
“Mensalão”, quando o STF sentenciou a prisão dirigentes históricos do PT sob o
silêncio cúmplice de Dilma e Lula. Dirceu, Delúbio e Genoino foram acusados de
serem os “maiores corruptos do Brasil” quando é sabido que o sistema de
“comissões” (propinas como é popularmente conhecido) rege as transações do
Estado brasileiro desde o início da República burguesa, sendo o PT o partido
que estipulou os menores percentuais nas negociadas com grandes empresas e
empreiteiras que estabeleciam contratos com a União. Todos os principais textos
elaborados pela direção nacional da LBI do final de 2014 até hoje, além de
artigos inéditos, estão coletados no livro “Operação Lava Jato um movimento do
imperialismo para desmoralizar o conjunto do tecido político burguês do país”,
uma valiosa arma política para vanguarda militante e o ativismo de esquerda
analisar a complexa conjuntura brasileira hoje, que caminha a passos largos
rumo ao fascismo com a complacência da Frente Popular.
quarta-feira, 14 de março de 2018
GOLPE AVANÇA SOBRE A MILITÂNCIA POLÍTICA: VEREADORA MARIELLE FRANCO DO PSOL/RJ,
ASSASSINADA PELAS FALANGES CRIMINOSAS DA PM. INTERVENÇÃO MILITAR COMEÇA A
MOSTRAR SUA FACE DE PERSEGUIÇÃO E EXTERMÍNIO DAS LIDERANÇAS DE ESQUERDA.VINGAR A MORTE DE MARIELLE COM A AÇÃO DIRETA E REVOLUCIONÁRIA DAS MASSAS! NENHUMA CONFIANÇA NAS INSTITUIÇÕES DA BURGUESIA! ORGANIZAR JÁ OS COMITÊS DE AUTO-DEFESA DO MOVIMENTO OPERÁRIO E POPULAR!
EM 14 DE MARÇO DE 1883 MORRIA KARL MARX: O MILITANTE COMUNISTA "PREMIER" DA CLASSE OPERÁRIA MUNDIAL
Em uma magistral intervenção por ocasião da morte de Marx,
no dia 14 de março de 1883, Engels relatava que seu amigo leal havia descoberto
a lei especial do movimento dialético que rege o modo atual de produção
capitalista e da sociedade burguesa. “A descoberta da mais-valia de repente
jogou luz sobre o problema, na tentativa de resolver o que todas as
investigações anteriores, de ambos os economistas burgueses e críticos
socialistas, tinham tateado no escuro”. Concluiu Engels: “Era antes de tudo um
revolucionário. Sua verdadeira missão na vida foi contribuir, de uma forma ou
de outra, para a derrubada da sociedade capitalista e das instituições estatais
que a tinham trazido à existência; contribuir para a libertação do proletariado
moderno, o primeiro a se tornar consciente de sua posição e de suas
necessidades, consciente das condições de sua emancipação. Lutar era seu
elemento. E ele lutou com uma paixão, uma tenacidade e um sucesso como poucos
poderiam contestar. Como Comunistas Revolucionários aprendemos com o estudo da
obra fundante do método do materialismo histórico e dialético, a perspectiva
transformadora do proletariado como sujeito histórico e as teorias do
valor-trabalho desenvolvidas por Marx – entre outras questões da atual crise do
capitalismo e das experiências de luta pelo socialismo no mundo. Os problemas
que Marx enfrentou eram questões de seu tempo presente e, para entendê-los, foi
preciso estudar a realidade que se colocava concretamente e tudo o que a
precedera. Lênin, o líder Bolchevique da grande Revolução Russa de 1917, ao
discursar diante do 3º Congresso da Juventude Comunista da Rússia, em 2 de
outubro de 1920, disse referindo-se a Marx: “Se vocês se colocarem a pergunta
sobre por que a doutrina de Marx conseguiu se apoderar de milhões, ou dezenas
de milhões de corações da classe mais revolucionária, receberiam uma só
resposta: isso ocorreu porque Marx se baseou em fundamentos sólidos do
pensamento humano acumulado na era do capitalismo; porque, havendo estudado as
leis do desenvolvimento social, Karl Marx compreendeu a inevitabilidade do
desenvolvimento do capitalismo, que conduz ao comunismo, e, sobretudo, o
demonstrou com base no estudo o mais exato possível, o mais detalhado e
profundo da própria sociedade capitalista, através da completa assimilação do
que havia sido desenvolvido pela ciência de sua época. Tudo o quanto havia sido
criado pela sociedade humana foi submetido por Marx à prova da crítica, sem que
um só aspecto tenha escapado à sua atenção”. Novamente Engels, em seu prólogo à
obra de Marx O 18 Brumário de Luís Bonaparte, diz que Marx havia descrito com
tal maestria o curso da história na França, em sua ligação interna com as
jornadas de fevereiro de 1848, que de forma tão brilhante descobriu em O
Milagre, de 2 de dezembro (o dia em que se deu o golpe de Estado de Bonaparte,
em 1851), o resultado necessário desta conexão, e “todas as novas revelações
acontecidas naquela época não fizeram mais do que confirmar o quanto foram
acertadas as reflexões de Marx sobre o curso daqueles acontecimentos
históricos”. Essa capacidade de apreensão tão exata da realidade histórica
viva,escreveu Engels: “Em uma clarividente penetração sobre a essência dos
acontecimentos no momento mesmo em que se desenrolavam, é algo sem
precedentes”. O legado teórico vivo de Marx que guia os Comunistas
Revolucionários nos dias de hoje, não pode ser reverenciado nesta data
histórica apenas de maneira formal, nós da LBI reivindicamos a vigência e
integralidade da Ditadura do Proletariado como única via para iniciarmos a
grande caminhada da humanidade para abolição definitiva das classes sociais.
Nesse sentido publicamos na íntegra o discurso do Engels diante do túmulo de
Karl Marx.
DISCURSO DIANTE DO TUMULO DE KARL MARX
Friedrich Engels (17 de Março de 1883)
“Em 14 de março, quando faltam 15 minutos para as 3 horas da
tarde, deixou de pensar o maior pensador do presente. Ficou sozinho por
escassos dois minutos, e sucedeu de encontramos ele em sua poltrona dormindo
serenamente — dessa vez para sempre.
O que o proletariado militante da Europa e da América, o que
a ciência histórica perdeu com a perda desse homem é impossível avaliar. Logo
evidenciará-se a lacuna que a morte desse formidável espírito abriu.
Assim como Darwin em relação a lei do desenvolvimento dos
organismos naturais, descobriu Marx a lei do desenvolvimento da História
humana: o simples fato, escondido sobre crescente manto ideológico, de que os
homens reclamam antes de tudo comida, bebida, moradia e vestuário, antes de
poderem praticar a política, ciência, arte, religião, etc.; que portanto a
produção imediata de víveres e com isso o correspondente estágio econômico de
um povo ou de uma época constitui o fundamento a parir do qual as instituições
políticas, as instituições jurídicas, a arte e mesmo as noções religiosas do
povo em questão se desenvolve, na ordem em elas devem ser explicadas – e não ao
contrário como nós até então fazíamos.
segunda-feira, 12 de março de 2018
BOULOS ESCOLHIDO CANDIDATO OFICIAL DO PSOL AO PLANALTO:
PORTA-VOZ DO PROGRAMA "VAMOS" SOCIAL-DEMOCRATA ONDE NÃO HÁ NENHUMA PALAVRA EM DEFESA
DA REVOLUÇÃO E DO SOCIALISMO... SUA PLATAFORMA É A RADICALIZAÇÃO DA DEMOCRACIA
BURGUESA, SUA TAREFA POLÍTICA NO CIRCO ELEITORAL É SER UM BRAÇO AUXILIAR DA
FRENTE POPULAR COMANDADA PELO PT
Ocorreu neste final de semana a Conferência Eleitoral do
PSOL que escolheu oficialmente Guilherme Boulos, dirigente do MTST, como
candidato do partido à presidência da República. Na fala em que agradeceu a
escolha, nem uma frase, sequer uma palavra em defesa da revolução e do
socialismo. Sua plataforma social-democrata "Vamos" é a apologia da democracia burguesa, a qual ele
pretende radicalizar caso eleito. Estatizar o sistema financeiro nem pensar,
somente exercer o “controle e fiscalização” do Estado sobre os bancos. Expropriação,
uma palavra inexistente no programa do "vamos", em síntese mais um
reformista que promete reformas consentidas pela institucionalidade da
república do capital... A candidatura de Boulos é produto de um acordo
eleitoral entre a Unidade Socialista (US) que controla o PSOL com a "Articulação"
(campo majoritário) do PT para garantir a reeleição do deputado Ivan valente. Em
contrapartida Lula recebeu a garantia que o PSOL apoiará o candidato da frente
popular no segundo turno da eleição presidencial. O “conchavo de alto nível”
foi permeado pela adoção de um programa de colaboração de classes, tanto para Boulos
como para o candidato do PT ao Planalto. A escolha de Boulos foi apresentada como
a opção por uma “alternativa socialista, popular e radical”. Entenda-se que
essa “alternativa” comporta também aliança com a Rede de Marina Silva e
Randolfe Rodrigues, este último um verdadeiro “soldado” da US de Ivan Valente
no interior da legenda ecocapitalista ligado ao Banco Itáu. A conferência
eleitoral do PSOL reafirmou uma plataforma ideológica análoga a do PODEMOS e
SYRIZA, não passa de uma amálgama político criado pela própria burguesia
“progressista” para desviar a luta popular e operária do caminho da revolução
socialista, portanto devem ser denunciados energicamente pelos Comunistas
Leninistas como TRAIDORES à serviço da ofensiva reacionária do imperialismo
contra os povos! Não por acaso na “conferência cidadã” que antecedeu a escolha
de Boulos pelo PSOL teve como figura central Caetano Veloso, hoje o elo de
ligação entre o Boulos, o PSOL e a Rede com setores de peso da classe dominante.
Boulos pelo PSOL, assim como o PT de Lula, limita-se a articular uma
“alternativa” eleitoral para implementar as chamadas “políticas públicas” de
inclusão social. Em resumo trata-se de radicalizar a democracia burguesa e as
instituições de seu Estado (parlamento, justiça, polícia...), a velha tese da
socialdemocracia reciclada pelo PSOL e sempre saudada pelo PT em dias de festa.
Com este engodo pretendem utopicamente “democratizar” as instituições burguesas
que não passam de sustentáculos da ditadura do capital contra os trabalhadores.
Por isso as categorias teóricas de ambos, PT e PSOL... Lula e Boulos, não
passam de mais da mesma “merda” programática de conceder sustentabilidade a
economia capitalista. Não podem admitir a violência revolucionária de uma
classe para subjugar a outra e muito menos reconhecer o Estado como um comitê
gestor dos negócios da classe dominante. Diante da proposta do “vamos
democratizar a política e o Estado” defendida pelo PT e PSOL os Marxistas
Revolucionários combatem pela destruição violenta do Estado burguês com a ação
direta e revolucionária do proletariado!
O Estado burguês não pode ser democratizado, é um instrumento
centralizado de dominação capitalista que deve ser colocado abaixo pela via da
Revolução Proletária. Os explorados devem sim lutar pela nacionalização dos
bancos, indústrias, portos e aeroportos sob o controle dos trabalhadores,
forjando Conselhos Operários para lançar as bases para a construção de um poder
de novo tipo, proletário e socialista, um Estado Operário, forjando uma
alternativa revolucionária trabalhadores da cidade e do campo! Como se observa,
o PT e PSOL... Lula e Boulos são apenas graduações políticas do mesmo programa
socialdemocracia, que em sua essência são partes integrantes das inúmeras
variações políticas das classes dominantes que estão conduzindo o planeta para
a porta da barbárie da economia mercantil. O que o movimento operário necessita
não é de uma frente da “esquerda socialista”, leia-se frente dos reformistas de
“esquerda”, é de uma genuína Frente Revolucionária dos Marxistas Leninistas que organizem as massas
a combater com os métodos da violência revolucionária do proletariado as
instituições do estado burguês. Demolir radicalmente o decadente arcabouço do
capitalismo com a Revolução Socialista, e não reformar suas podres estruturas
do “sagrado” mercado! A única alternativa para escapar da catástrofe
capitalista anunciada continua a ser o Bolchevismo!
domingo, 11 de março de 2018
14 ANOS APÓS O ATENTADO DE MADRI: O IMPERIALISMO
MUNDIAL SEGUE ATACANDO AS ORGANIZAÇÕES DE RESISTÊNCIA DOS POVOS E CINICAMENTE
ACUSANDO OS QUE RESPONDEM AOS SEUS ATOS DE GUERRA DE “BÁRBAROS TERRORISTAS”!
Em 11 de março de 2004, há exatos 14 anos, ocorreu o
atentado aos trens e metrôes de Madri. A burguesia e seus meios de comunicação fizeram uma
sórdida campanha mundial política e midiática acusando o ETA e as organizações
de resistência árabe como “bárbaros infames” responsáveis pelo “atentado
desumano”. A LBI, na contramão dessa cínica posição também adotada pela maioria
da esquerda, denunciou que os responsáveis pelas mortes em Madri eram Bush,
Blair, Berlusconi, Aznar que comandavam guerras de rapina e ocupação contra os
povos. No artigo histórico que reproduzimos abaixo, pontuamos que, apesar de
discordarmos do método, as organizações de resistência política e militar
dentro e fora da Espanha tinham todo o direito de responder à altura e pelos
meios bélicos de que dispõem aos brutais ataques do imperialismo mundial. Como
nos ensinou Trotsky “Digam o que digam os eunucos e fariseus morais, o
sentimento de vingança tem seus direitos. Fala muito bem a favor da moral da
classe operária o não contemplar indiferente ao que ocorre neste, o melhor dos
mundos possíveis. Não extinguir o insatisfeito desejo proletário de vingança,
mas sim, pelo contrário, avivá-lo uma e outra vez, aprofundá-lo, dirigi-lo
contra a verdadeira causa da injustiça e da baixeza humanas: esta é a tarefa da
social-democracia”. Essa é uma lição programática que os Marxistas
Revolucionários tem muito cara e até hoje a reivindicam nos combates mais
atuais do proletariado mundial.
EXPLOSÕES EM MADRID - 11 DE MARÇO: BUSH E AZNAR SÃO OS
RESPONSÁVEIS! DEFENDER O ETA E AS ORGANIZAÇÕES DA RESISTÊNCIA ÁRABE E
PALESTINA!
As primeiras horas da quinta-feira, 11 de março, Madri
conheceu os horrores da guerra em seu próprio território. Três explosões quase
simultâneas, nas estações ferroviárias de “El Pozo”, “Santa Eugenia” e “Atocha”
ceifaram a vida de 200 pessoas, ferindo mais de mil, na sua grande maioria
trabalhadores e imigrantes que se utilizam do meio de transporte mais barato.
Nós, da LBI, que fomos a primeira organização marxista em nível mundial a
reconhecer a legitimidade dos ataques de 11 de setembro nos EUA, não nos
somaremos ao coro uníssono do imperialismo e de todos os agentes da
contra-revolução mundial em condenar, de forma absolutamente reacionária, os
fatos ocorridos na Espanha por mais trágicos que sejam. Não festejamos a morte
de trabalhadores em nenhuma condição, mas buscamos esclarecer a classe operária
internacional suas causas, e seus verdadeiros responsáveis. Quando a esquadra
aérea soviética, durante a segunda guerra mundial bombardeou as fábricas de
Berlim, causando a morte de milhares de operários alemães, os trotskistas não
comemoraram a perda de vidas de trabalhadores, procuraram demonstrar que o
nazismo, levando seu país a uma guerra imperialista contra um Estado operário,
era o único responsável que abatia vidas proletárias em uma guerra de rapina.
Passados 60 anos da Segunda Guerra Mundial, os genuínos trotskistas de hoje
afirmam bem alto: os responsáveis pelas mortes em Madri são Bush, Blair,
Berlusconi, Aznar que comandam guerras de rapina e ocupação contra os povos,
que possuem através de suas organizações de resistência política e militar,
todo o direito de responder à altura e pelos meios bélicos de que dispõem aos
brutais ataques do imperialismo mundial.
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