segunda-feira, 26 de março de 2018

TRF- 4 NEGA EMBARGOS DE LULA, PORÉM MORO AINDA NÃO PODE PRENDÊ-LO: LULA CAMINHA PARA O “PATÍBULO” DO STF, COMO O CONDENADO COMEMORANDO UM POUCO DE TEMPO GANHO ANTES DO “ENFORCAMENTO”



O TRF- 4 negou na tarde esse dia 26.03 os embargos de declaração da defesa do ex-presidente Lula. Com a decisão desta 2ª feira fica mantida a condenação de 12 anos e 1 mês de prisão. A confirmação da condenação foi unânime. No caso específico de Lula, apesar de sua política de colaboração de classes e das alianças do PT com a burguesia, o Juiz Moro, a força tarefa dos procuradores da “República de Curitiba” e o TRF-4 são instrumentos da gestação de uma “ditadura de Toga” que almeja impor um Bonapartismo Judiciário no Brasil. Como o PT tem ainda sólidos laços com o movimento social e essa influência se reflete no terreno eleitoral, a “Lava Jato” tratou de ter como alvo principal Lula e seu partido, mesmo estes completamente adaptados a democracia burguesa e corrompidos política e materialmente pelas relações estabelecidas quando gerenciavam o Estado burguês. A defesa ainda pode entrar com um último recurso, conhecido como “embargo dos embargos”. A medida contestará o texto da decisão que rejeitou os embargos iniciais. A defesa de Lula ainda terá 12 dias para entrar com recurso sobre os próprios embargos de declaração, caso entenda que inconsistências ou obscuridades persistam. Advogados de Lula presentes no julgamento dizem que irão aguardar a publicação do acórdão, que é a íntegra da decisão, para estudarem com qual tipo de recurso entrarão. “Em princípio, podemos identificar algumas omissões, mas aguardaremos definitivamente a publicação do acórdão” e logo depois acrescentou o advogado José Roberto Batochio “Essencial e importante que se diga que viemos para verificar e constatar que não seria expedida qualquer ordem de prisão contra o ex-presidente Lula, nos precisos e exatos termos do que decidiu o STF na semana passada”. Apesar da decisão do TRF-4, Lula não pode ser preso pelo juiz Moro. Na última semana, os ministros do STF concederam uma decisão liminar (provisória) favorável ao habeas corpus preventivo apresentado pela defesa de Lula que impede que o ex-presidente seja preso até o julgamento do mérito do recurso, agendado para 4 de abril. Nossa análise é que Lula caminha para o “patíbulo” do STF, como o condenado comemorando um pouco de tempo ganho antes do “enforcamento”. Diante do resultado da última seção do STF a Frente Popular tenta sua última cartada nos bastidores do poder para o PT tentar negociar com seus ex-aliados burgueses um acordo para preservar Lula da prisão, tentando viabilizar a candidatura Lula como uma alternativa confiável para o regime político em momentos de crise, uma opção que a burguesia não pode descartar para 2018, pode lhe ser útil desde que o Juiz “nacional” Moro e a “República de Curitiba” não encarcerem o ex-presidente. Lula pode ficar inelegível porque a Lei da Ficha Limpa em decisão confirmada pelo STF anteriormente prevê que uma pessoa condenada por determinados crimes em um órgão colegiado não pode disputar eleições. A inelegibilidade, porém, não é imediata, e depende de ritos processuais no STF e no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). De fato, só depois do dia 04 de abril saberemos o resultado final dos acontecimentos, mas uma questão é clara: os setores fundamentais da elite dominante não fecharam questão sobre esse tema, esperam o desenrolar da crise em um país extremamente polarizado com a barbárie imposta após a intervenção militar no Rio, com as mobilizações contra a morte da vereadora Marielle Franco e a baixa densidade eleitoral dos candidatos tradicionais da direita como Alckmin (PSDB) para literalmente bater o martelo. Como Marxistas Revolucionários temos uma certeza inquebrantável: sabemos do caráter de classe do STF, a corte maior da burguesa do país está a serviço da classe dominante. Nesse sentido, a vanguarda classista deve denunciar o STF como serviçal dos grandes grupos econômicos capitalistas, alertando inclusive que os “ilustres” ministros desta instituição considerada o sustentáculo “ético” do atual regime na verdade tomam suas decisões em função das pugnas políticas existentes nas entranhas do poder republicano. Por isso declaramos: nenhuma ilusão nas instituições do regime político, no parlamento e no judiciário, lutemos por construir uma alternativa de poder operário e popular baseado na democracia operária dos trabalhadores em luta contra a direita reacionária e a Frente Popular! A LBI convoca, em caráter de unidade de classe contra classe, todos as entidades classistas e democráticas a empreenderem uma jornada nacional de luta e denúncia política da famigerada “Operação Lava Jato”, colando a esta iniciativa o combate frontal aos ataques neoliberais e a intervenção militar que o governo golpista de Temer vem implementando. Nesse caminho, o estabelecimento de uma Frente Única de Ação Antifascista contra Moro e a direita neoliberal não está a serviço de defender a Frente Popular e a democracia burguesa, mas para derrotar a ofensiva da reação contra as limitadas liberdades democráticas existentes em nosso país e as conquistas sociais arrancadas com muita luta pelo proletariado, além de denunciar a política neoliberal do PT em seus mais de doze anos de gerência do Estado capitalista. O desenlace progressista da atual crise de dominação burguesa repousa exclusivamente na possibilidade da classe operária começar a construção de seu próprio embrião de poder revolucionário sem nenhuma ilusão no circo eleitoral fraudado da democracia dos ricos!