quarta-feira, 28 de janeiro de 2015


Um primeiro balanço político do dia 28: 
Nem greves, nem paralisações... 
Atos esvaziados com o objetivo de preservar Dilma!

Convocado como um dia nacional de greves e paralisações pela CUT e as demais centrais sindicais, este 28 de janeiro foi marcado apenas por atos esvaziados nas principais capitais do país. As mais importantes categorias organizadas como metalúrgicos, bancários, correios e petroleiros trabalharam normalmente, sequer assembleias foram convocadas para mobilizar as bases. O movimento popular e camponês, como o MST, MTST e os ativistas contra o aumento das tarifas nos transportes públicos não compareceram. Ficou evidente que as direções sindicais não convocaram o protesto com o objetivo de iniciar a luta para barrar os ataques da “gerentona” petista aos benefícios do INSS, a restrição ao seguro-desemprego e mesmo contra as demissões em curso. Na verdade, a burocracia sindical “chapa branca” fingiu mobilizar os trabalhadores utilizando manifestantes contratados nos protestos para descomprimir a “puteza” das bases contra a investida anti-operária do Palácio do Planalto, mas de fato promoveu atos esvaziados para preservar o governo Dilma!  Pelo Brasil afora as atividades reuniram no máximo duas mil pessoas, como na concentração do MASP em São Paulo. No ABC houve apenas uma passeata de metalúrgicos que não paralisaram integralmente suas atividades. Pequenas concentrações ocorreram em Maceió e Salvador. O Paraná foi o único estado da federação onde os metalúrgicos ligados à Força Sindical cruzaram os braços nas plantas da Renault, Volkswagen e Volvo. Em resumo, as poucas mobilizações que houveram estiveram direcionadas a pressionar o parlamento burguês para que faça “remendos” nas Medidas Provisórias 664 e 665, colocando por terra a farsa que o “dia nacional de luta” reivindicava a revogação das MP´s. Tanto que o protesto foi apresentado como preparativo da “Marcha da Classe Trabalhadora” que sai dia 26 de fevereiro de São Paulo rumo a Brasília, como ficou claro na fala do Secretário-Geral da CUT, Sérgio Nobre “A presidenta conhece bem a CUT e sabe da nossa luta e compromisso. Se a Dilma não voltar atrás nas Medidas Provisórias, certamente ela estará propondo um conflito que nós não queremos. Essas medidas tem que ser retiradas. Se quer fazer alterações, que dialogue com as centrais sindicais. Nós temos propostas, como combater a rotatividade e garantir emprego”. Cabe ressaltar que as centrais sindicais de esquerda como a Conlutas e a Intersindical jogaram pouco peso na atividade enquanto a LER-QI que anunciou “marchar no dia 28 contra os ajustes de Dilma” sequer apareceu no MASP e muito menos na passeata! O PCO que se diz “contra o golpismo” não deu o ar da graça quando se trata de organizar a resistência aos ataques promovidos por Dilma em conluio com a direita tucana. A militância da LBI compareceu no ato da Av. Paulista e publicitou na concentração da marcha o manifesto em defesa da Greve Geral contra a perda dos nossos direitos. O companheiro Roberto Bergoci, dirigente da TRS e da Oposição dos Aeroviários de São Paulo, tentou intervir no carro de som da manifestação mas foi impedido pela burocracia cutista e seus bate-paus fardados. Como ficou evidente, para barrar os ataques da gerência petista e dos patrões é necessário superar a política de colaboração de classes das direções sindicais e a demagogia “lutadora” dos revisionistas do trotskismo, organizando desde os locais de trabalho, moradia e estudo a resistência ao ajuste neoliberal em curso! 
Burocracia da CUT impede a Oposição dos 
Aeroviários-SP de intervir no ato do MASP

Longe de uma manifestação esvaziada e midiática, a LBI defendeu que este Dia Nacional de Lutas por Emprego e Direitos servisse para derrotar os covardes ataques da gerência neoliberal do PT através da ação direta dos trabalhadores! Para isso seria necessário não ter nenhuma ilusão na política de “remendar” o ajuste fiscal no parlamento burguês e preparar a greve geral contra a perda dos nossos direitos! Alertamos no MASP e nos locais onde interviemos que o verdadeiro objetivo das manifestações deste 28 não eram de fato o sepultamento das MP´s por meio da ação direta dos trabalhadores com greves e paralisações mas sim conseguir algumas mudanças cosméticas pela via de alterações a serem feitas no Congresso Nacional. Apesar do caráter evidentemente limitado do protesto, reivindicamos que os setores classistas deveriam intervir ativamente nesta mobilização que se proclama formalmente contra a atual ofensiva do governo Dilma a fim de impulsionar a ação direta das massas e nunca para pressionar o parlamento burguês para “atenuar” o ajuste fiscal e monetário em pleno curso, como defende a CUT. Desgraçadamente isto não ocorreu, tanto que foi a Força Sindical que jogou mais peso nas manifestações justamente porque suas bases operárias estão sendo atacadas pelo desemprego enquanto a Conlutas e a Intersindical enviaram poucos militantes, muito menos paralisaram as fábricas em São José dos Campos e no conjunto do Vale do Paraíba.

Como fracasso deste dia 28, as centrais chapa branca agora se voltam para a “Marcha da Classe trabalhadora” no dia 26 de fevereiro. A nona versão desta atividade, que se resume a ir até Brasília para entregar as pautas das centrais a Dilma e o parlamento, já demonstra o quanto ela é um protesto superestrutural e protocolar. Contra esta perspectiva distracionista, os sindicatos combativos e os ativistas da vanguarda classista devem desencadear a resistência operária e popular contra as demissões em curso e aos ataques aos direitos e conquistas pelo governo Dilma, apontando a necessidade urgente de assembleias de base em todas as categorias para organizar uma verdadeira paralisação nacional que busque neste início de ano dar uma resposta da classe operária e do conjunto dos explorados as investidas que estão sendo desferidos pela burguesia e seu governo contra os trabalhadores da cidade e do campo! Só desta forma poderemos romper com a paralisia que as direções “chapa branca”, em seu pacto social implícito com o governo da Frente Popular e os capitalistas, submetem a luta dos trabalhadores em nosso país!

Companheiro Roberto Bergoci, dirigente estadual da TRS-LBI, 
publicita manifesto em defesa da preparação da Greve Geral
Como Sindicalistas Revolucionários chamamos a unidade de ação com o objetivo de preparar uma verdadeira jornada nacional de luta direta contra as “reformas” neoliberais do governo Dilma sem depositar nenhum ilusão na pressão sobre o parlamento e as instituições corruptas desta República dos barões capitalistas! Não será pela via de marchas protocolares e atos esvaziados que enfrentaremos o ajuste neoliberal de Dilma e Levy. Como pontou o manifesto da LBI publicitado amplamente neste dia 28, devemos preparar desde as bases a greve geral contra perda de nossos direitos, a privatização da CEF, as demissões e o arrocho salarial. Por isso, defendemos a realização de um encontro nacional democrático e aberto para unificar as lutas atomizadas em curso, como as manifestações voltadas a barrar o aumento dos transporte e a batalha de classe contra as demissões. A tarefa colocada para o ativismo classista é a aprovação de um plano de luta que contemple ainda no mês de fevereiro uma paralisação geral dos trabalhadores da cidade e do campo, contra os ataques aos seus direitos, benefício do INSS e as demissões em curso, com os professores que tiveram o piso salarial nacional “reajustado” abaixo do índice legal e os metalúrgicos com as demissões na Mercedes-Benz, MTP e as da própria Volks via PDV. Para impulsionar a resistência operário e popular é necessário romper o pacto social implícito que a CUT celebrou com o governo, derrotar propostas como o PPE e levantar um programa de reivindicações operárias via uma verdadeira campanha contra o desemprego, pela redução da jornada de trabalho sem redução salarial e sem banco de horas. Para barrar os ataques do governo Dilma e dos patrões a fim de flexibilizar direitos trabalhistas é necessário à construção de um plano de lutas unitário que aponte para um programa operário e anticapitalista!