Formada a chapa de Oposição dos Professores/CE: “A LBI integra a chapa Democracia e Luta pela base
- Oposição Alternativa para derrotar os pelegos da CUT na APEOC, cúmplices dos
ataques
da Oligarquia Ferreira Gomes
aos professores”
da Oligarquia Ferreira Gomes
aos professores”
Entrevistamos os companheiros Antônio Sombra, Simone Freitas
e Cida Albuquerque, membros da chapa “Democracia e Luta pela base - Oposição
Alternativa” que disputa a diretoria do Sindicato dos Professores do Ceará
(APEOC) e militantes do núcleo dos trabalhadores em Educação da TRS. A LBI
impulsiona a chapa de oposição para derrotar a máfia da CUT encastelada há
vários anos na entidade, que não passa de um poderoso aparato burocrático
servil a oligarquia dos Ferreira Gomes e agora de seu homem de confiança, o
governador Camilo Santana (PT), contra a luta dos professores.
Jornal Luta Operária (JLO) – Depois de vários anos elegendo-se
em chapa única agora a Articulação Sindical (CUT) vai enfrentar a oposição
nestas eleições da APEOC. Como foi o processo de formação da chapa “Democracia
e Luta pela base”?
Antônio Sombra (AS) – Não foi nada fácil porque o estatuto
da APEOC impõe uma série de normas e obstáculos draconianos para se formar a
chapa. Além dos membros da diretoria e do conselho fiscal, a burocracia cutista
mudou as regras eleitorais no final do ano passado para vincular a escolha da
diretoria a eleições de conselheiros municipais, impondo uma composição que
inclui representantes de todos as cidades do estado, 204 nomes, um verdadeiro absurdo
para impedir a sua derrota na base dos professores. Para conseguirmos formar a
chapa depois de 25 anos de monolitismo estabelecemos o critério de frente única
entre todas a correntes políticas que se reclamam contrárias a diretoria do
sindicato e ao governo da frente popular no estado. Nesse sentido integram a
oposição além da LBI, o PSOL, PSTU, PCB, TPOR, Consulta Popular e militantes
anarquistas. A corrente “O Trabalho” apesar de se proclamar “oposição cutista”
não compõe a chapa porque é servil ao governo Camilo, inclusive com seus
membros participando de fóruns para elaboração de seu plano de gestão burguesa.
Os militantes da LBI intervieram em vários plenárias para discutir o programa
da chapa e sua composição, nas quais nos pronunciamos como críticos da linha
majoritária adotada porém comprometidos em derrotar a camarilha vendida da
Articulação. Pontuamos as diferenças programáticas que nossa corrente tem
particularmente com o PSTU-PSOL no terreno nacional e internacional. O desafio
para os setores classistas que atuam na oposição é justamente impulsionar uma
plataforma de luta para expressar o ódio de classe dos trabalhadores contra o
governo estadual, apontando uma perspectiva revolucionária para este combate
além do economicismo próprio do sindicalismo vulgar! A serviço desta tarefa a
LBI coloca sua militância na luta por construir esta frente única para derrotar
os pelegos da CUT, cúmplices dos ataques da Oligarquia Ferreira Gomes contra os
trabalhadores!
JLO – Quais os principais ataques do governo Cid e agora de
Camilo aos professores do Ceará?
Simone Freitas (SF) – Cid Gomes agora é Ministro da Educação
no governo Dilma, foi “premiado” por ser inimigo dos professores aqui no
estado, recorrendo a dura repressão como na greve de 2011 e golpes como a
divisão do PCCS em duas tabelas para impedir o aumento salarial. No MEC
anunciou um reajuste de 13% no Piso Nacional quando deveria ser um aumento de
26% e já fala em submeter os professores a um exame nacional de avaliação para
incrementar sua ofensiva sobre os trabalhadores em educação. Elegeu o petista
Camilo como laranja da oligarquia que conforma com seus dois irmão, Ciro e Ivo,
que estão no PROS mas controlam de fato o PT do Ceará. Os Ferreira Gomes e seu
capacho são inimigos da educação e durante todas as suas gestões contaram com o
apoio da CUT para impor o fim das greves e abortar a resistência desde a base
nas escolas. Não por acaso o presidente da APEOC, Anízio Melo, dirigente da
Articulação Sindical, fez rasgados elogios ao novo ministro!
JLO – A APEOC representa os professores da rede estadual mas
também negocia com a prefeitura de Fortaleza, cuja base é representada pelo Sindiute. Como se dá essa disputa
inter-burocrática no interior da CUT?
Cida Albuquerque (CA) – Trata-se literalmente de uma disputa
entre duas camarilhas burocráticas ligadas à CUT para saber quem melhor servem
ao prefeito e ao governador, ambos do grupo da oligarquia dos Ferreira Gomes
mas formalmente em partidos distintos, PROS e PT. O Sindiute até a gestão
anterior era controlado pela corrente “O Trabalho” mas seus principais
dirigentes se bandearam para a direita petista e se dizem “independentes”.
Nessa transmutação corrupta, foram se vergando cada vez mais aos ditames da administração
municipal de Roberto Cláudio (PROS), ao ponto de cair em tamanho descrédito que
o sindicato perdeu uma pequena parte de sua base para a APEOC e grande número
de sócios para o SINDFORT que representa o conjunto dos servidores do município
de Fortaleza, sendo filiado a Intersindical (PSOL). Nesse sentido, é uma tarefa
da chapa de oposição da APEOC impulsionar a unificação da categoria em um único
sindicato de luta que enfrente tanto a prefeitura como o governo do estado,
desfiliando ambos da CUT “chapa branca” e livrando-se de todas as alas da
burocracia sindical que vivem de privilégios do aparato das entidades.
JLO – Porque a LBI decidiu integrar uma chapa com PSOL e
PSTU mesmo opondo-se à política destes partidos no movimento operário e sindical?
AS – Desde as plenárias iniciais na formação da chapa
declaramos que iríamos participar criticamente da “oposição alternativa” porque
tínhamos muitas críticas a conduta particularmente do PSTU na greve de 2011,
quando se aliou a CUT para impor o fim da paralisação e somos contrários a sua
linha internacional pró-imperialista. Esta ressalva foi compartilhada por um
amplo setor da chapa que discorda das posições direitistas do PSTU, tanto que
na plenária de composição da chapa se escolheu como presidente um ativistas
classista independente para barrar a entrega da presidência ao PSTU ou ao PSOL.
Grande parte da chapa vem da chamada “rede de zonais” um fórum de ativistas
classistas que o PSTU nunca apoiou porque se contrapunha a sua capitulações a
burocracia governista, inclusive publicamente denunciando suas posições nas
assembleias. Portanto, trata-se de uma frente única onde as posições da
esquerda revolucionária representada pelo núcleo de trabalhadores em educação
da TRS tem bastante eco e vamos disputar cada ponto programático da chapa, cada
panfleto a ser lançado com os setores conciliadores da “oposição de esquerda”.
JLO – Há possibilidade da chapa “Democracia e Luta pela base
- Oposição Alternativa” ser impugnada?
SF – Quando escrevemos a chapa de oposição sem os chamados
“conselheiros municipais”, ou seja, com 64 nomes e não 204 o fizemos por
compreender que a eleição dos representantes municipais associada à eleição da
diretoria é apenas mais uma das formas dessa direção “chapa branca” se perpetuar
no controle da APEOC. É apenas uma forma de dificultar a inscrição de chapas de
oposição. Entendemos que esse ponto do Estatuto é extremamente autoritário e
antidemocrático. Isso porque ele quebra o federalismo, elemento essencial da
democracia sindical. Não existe porque um companheiro de Fortaleza votar pra
eleger um companheiro de Cariré, Umirim ou Camocim, cidades do interior do
estado. Quem deve eleger os representantes municipais são os próprios
professores no município e não todo o Estado. Por conta dessa compreensão que
respeita a democracia sindical na tomada de decisões, inscrevemos a nossa chapa
para a diretoria e compreendemos que as eleições dos representantes municipais
devem ocorrer de modo livre pelos próprios professores filiados à entidade nas
suas cidades. Portanto não concorreremos ao conselho das comissões municipais
(uma pessoa em cada um dos municípios) por entendermos que isso é um
impedimento para qualquer possibilidade de chapa de oposição. Frente a isso, a
burocracia da CUT está ameaçando impugnar nossa chapa e vamos desde já iniciar
uma campanha na base neste início de ano letivo para denunciar este golpe em
curso! É hora do bota-fora da pelegada que há mais de 20 anos está de conluio
com os governos e travando nossas lutas!
JLO – Quais as tarefas do núcleo dos trabalhadores em
educação da TRS-LBI dentro da chapa unitária da oposição e no movimento dos
professores do Ceará?
CA – Vamos atuar em duas frentes. A primeira é no combate de
classe, sem tréguas ao governo Dilma, Camilo e Roberto Cláudio, nossos inimigos
nas três esferas de gestão burguesa. Nesse sentido, temos que derrotar seus
agentes no interior do movimento operário que são as atuais direções da APEOC e
do Sindiute, por isso defendemos a unificação em um sindicato único estadual. A
chapa da oposição unificada deve cumprir esta tarefa e, em caso de vitória, não
se tornar apenas mais um aparato da burocracia sindical de “esquerda” como faz
o PSTU e Conlutas ou mesmo a Intersindical ligada ao PSOL. Nesse sentido, além
dos materiais da chapa, lançaremos panfletos e adesivos próprios, com eixos de
luta que marcam nossa corrente, bastante respeitada entre os professores de
base. Explicaremos a necessidade desta frente única e de nossa liberdade de
crítica ao PSTU-PSOL. No curso deste combate, buscaremos aproximar os ativistas
mais avançados e conscientes para a tarefa da construção do Partido
Revolucionário, única ferramenta capaz de superar o governismo, o sindicalismo
vulgar e o revisionismo trotskista. Por isso, mãos à obra e todo apoio a chapa
Democracia e Luta pela base - Oposição Alternativa!