Vitória ou derrota adiada? Sindicato dos Metalúrgicos “troca” 800 demissões por PDV de 2500
operários na Volks! CUT comemora fim da greve via acordo idêntico ao celebrado
pela Conlutas com a GM!
Mais uma derrota "vendida" como “grande vitória” pela direção do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e a CUT. Após 11 dias de greve que poderia ter imposto uma verdadeira derrota aos patrões, a Volks fechou um acordo com a direção sindical onde condiciona o retorno dos 800 operários a aplicação imediata de um PDV para demitir 2500 trabalhadores, proposta que tinha sido rejeitada no final do ano! Frente a pressão da multinacional e do sindicato, os operários foram forçados a aceitaram a proposta como um “mal menor”. Como afirma o comunicado da montadora alemã: “Ambas as partes chegaram a uma proposta balanceada que possibilitará a adequação da estrutura de custos e efetivo da unidade. O resultado contempla a continuidade dos mecanismos de adequação de efetivo por meio de Programas Voluntários, com incentivo financeiro” (G1, 16.01). Por seu turno, o presidente do sindicato e membro da Articulação (PT), Rafael Marques, repetiu a mesma cantilena: “Nós garantimos que R$16.576 sejam pagos aos trabalhadores a título de PLR e abono ainda no mês de janeiro, que os 800 trabalhadores fossem reintegrados e também a abertura de um Programa de Demissão Voluntária. O PDV será aberto a um grupo de cerca de 2500 trabalhadores” (Idem). Ocorre que o acordo negociado e anunciado como uma “vitória” tem como base a proposta que foi recusada na assembleia no final de dezembro. Prevê reajuste zero dos salários neste ano (nem a inflação) e inflação mais 1% no ano que vem. A diferença na proposta atual é que os trabalhadores receberão em 2015, na forma de abono, o correspondente ao reajuste da inflação (ou seja, recebem em dinheiro o correspondente ao aumento da inflação, mas sem incorporar ao salário). Por fim abre um PDV para reduzir o número de trabalhadores da fábrica de SBC que não tem nada de voluntário pois a empresa já estipulou o número que deseja pôr no olho da rua. Em resumo, venceu a política de demissões não, PDV sim... rejeitada anteriormente pela base. Fica a lição que conquistas reais poderiam ter sido arrancadas se tivesse ocorrido a ocupação da fábrica e a paralisação em todas as plantas da Volks, medidas que a direção sindical e a CUT se recusaram a tomar para não polarizar a situação política e colocar o governo Dilma e os patrões como responsáveis pelo desemprego. Esta política foi a mesma aplicada pela GM de São José dos Campos em 2013 e aceita pelo Sindicato dos Metalúrgicos controlado pela Conlutas e o PSTU. Por esta razão, José Maria de Almeida classificou o acordo fechado hoje na Volks desta forma “Termina em vitória a greve da VW - Os 800 demitidos são reintegrados”. Em resumo, uma mão lava a outra, com a burocracia de “esquerda” da Conlutas lavando a cara da burocracia sindical chapa branca da CUT!
Mais uma derrota "vendida" como “grande vitória” pela direção do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e a CUT. Após 11 dias de greve que poderia ter imposto uma verdadeira derrota aos patrões, a Volks fechou um acordo com a direção sindical onde condiciona o retorno dos 800 operários a aplicação imediata de um PDV para demitir 2500 trabalhadores, proposta que tinha sido rejeitada no final do ano! Frente a pressão da multinacional e do sindicato, os operários foram forçados a aceitaram a proposta como um “mal menor”. Como afirma o comunicado da montadora alemã: “Ambas as partes chegaram a uma proposta balanceada que possibilitará a adequação da estrutura de custos e efetivo da unidade. O resultado contempla a continuidade dos mecanismos de adequação de efetivo por meio de Programas Voluntários, com incentivo financeiro” (G1, 16.01). Por seu turno, o presidente do sindicato e membro da Articulação (PT), Rafael Marques, repetiu a mesma cantilena: “Nós garantimos que R$16.576 sejam pagos aos trabalhadores a título de PLR e abono ainda no mês de janeiro, que os 800 trabalhadores fossem reintegrados e também a abertura de um Programa de Demissão Voluntária. O PDV será aberto a um grupo de cerca de 2500 trabalhadores” (Idem). Ocorre que o acordo negociado e anunciado como uma “vitória” tem como base a proposta que foi recusada na assembleia no final de dezembro. Prevê reajuste zero dos salários neste ano (nem a inflação) e inflação mais 1% no ano que vem. A diferença na proposta atual é que os trabalhadores receberão em 2015, na forma de abono, o correspondente ao reajuste da inflação (ou seja, recebem em dinheiro o correspondente ao aumento da inflação, mas sem incorporar ao salário). Por fim abre um PDV para reduzir o número de trabalhadores da fábrica de SBC que não tem nada de voluntário pois a empresa já estipulou o número que deseja pôr no olho da rua. Em resumo, venceu a política de demissões não, PDV sim... rejeitada anteriormente pela base. Fica a lição que conquistas reais poderiam ter sido arrancadas se tivesse ocorrido a ocupação da fábrica e a paralisação em todas as plantas da Volks, medidas que a direção sindical e a CUT se recusaram a tomar para não polarizar a situação política e colocar o governo Dilma e os patrões como responsáveis pelo desemprego. Esta política foi a mesma aplicada pela GM de São José dos Campos em 2013 e aceita pelo Sindicato dos Metalúrgicos controlado pela Conlutas e o PSTU. Por esta razão, José Maria de Almeida classificou o acordo fechado hoje na Volks desta forma “Termina em vitória a greve da VW - Os 800 demitidos são reintegrados”. Em resumo, uma mão lava a outra, com a burocracia de “esquerda” da Conlutas lavando a cara da burocracia sindical chapa branca da CUT!
O poder de pressão da greve era enorme, a planta do ABC
produz os modelos Gol, Polo, Polo Sedan, Saveiro e Saveiro Cross, sendo o Gol o
mais vendido pela empresa. Além disso, São Bernardo do Campo é o berço político
de Lula e o prefeito é Luiz Marinho, ex-presidente do Sindicato. Essa
confluência de fatores colocaria o governo Dilma no centro do debate sobre as
demissões, já que eles foram anunciada pela montadora alemã para pressionar o
Planalto a manter a redução do IPI. Como o governo não recou, a Volks fechou o
acordo com o sindicato para demitir não 800 mas 2500 operários através de PDV!
Esta política foi a mesma aplicada pela GM em 2013 e aceita pelo Sindicato dos
Metalúrgicos controlado pela Conlutas. Por esta razão, José Maria de Almeida
celebrou “Os trabalhadores comemoraram efusivamente a aprovação do acordo, apesar
de tratar-se de um acordo que, como se pode ver, tem aspectos muito ruins. E
estão certos os trabalhadores em comemorar, pois a reintegração dos demitidos
era o objetivo fundamental da greve e, na circunstancia em que se deu este
conflito, é uma vitória muito importante do movimento. E dificilmente se
conseguiria um acordo em condições melhores” (PSTU, 16.01)! Enfim... quem
semeia traições colhe vergonhosas derrotas! Como sempre, CUT e Conlutas abriram
mão da luta direta e da greve com ocupação de fábrica, único meio para barrar
as demissões, para fazer acordos vergonhosos com os patrões!
O mais revelador desse enredo é que a CUT, Conlutas as
outras centrais sindicais convocaram para 28 de janeiro um Dia Nacional de
Lutas em defesa do Emprego e dos Direitos mas estas centrais avalizam as
demissões via o PDV. A CUT inclusive reuniu-se com o governo antes dele
anunciar a restrição ao acesso ao seguro desemprego e o corte nos benefícios do
INSS, apoiando tais medidas covardes! Portanto, trata-se de um manifestação
midiático e sem efeito concreto na medida em que as empresas estão demitindo e
o governo atacando direitos mas os sindicatos não convocaram nenhuma
paralisação organizada desde a base das categorias, se limitando a protestar no
máximo com meia dúzia de dirigentes sindicais liberados que recebem gordas
diárias em suas “marchas turísticas”. Não por acaso, a CUT apresentou ao
governo o chamado PPE (Programa de Produção e Emprego) que flexibiliza direitos
e reduz salário em nome da manutenção dos empregos, proposta apoiada pelas
montadoras. Esta proposta não é nova. Foi trazida na bagagem de uma delegação
de membros do governo, empresários e sindicalistas da CUT e FS que visitou a
Alemanha em setembro de 2012, inspirada na “jornada reduzida” existente naquele
país: numa situação de crise, ao invés de demitir, os patrões reduzem a jornada
de trabalho e os salários proporcionalmente! O salário pode atingir até 60% do
valor, retirando-se a diferença do que a empresa paga de um fundo com dinheiro
do governo e de fundos dos próprios trabalhadores. No modelo alemão no qual a
CUT se baseia, a redução de jornada e de salário pode durar por um prazo de até
2 anos.
A tarefa colocada para o ativismo classista, inclusive na
reunião convocada pelo MTST em São Paulo no próximo dia 19 de Janeiro é a
aprovação de um plano de luta que comtemple ainda neste mês uma paralisação
geral dos trabalhadores da cidade e do campo, contra os ataques aos seus
direitos, benefício do INSS e as demissões em curso, com os professores que
tiveram o piso salarial nacional “reajustado” abaixo do índice legal e os
metalúrgicos com as demissões na Mercedes-Benz e as da própria Volks via PDV.
Para impulsionar a resistência operário e popular é necessário romper o pacto
social implícito que a CUT celebrou com o governo, derrotar propostas como o
PPE e levantar um programa de reivindicações operárias via uma verdadeira
campanha contra o desemprego, pela redução da jornada de trabalho sem redução
salarial e sem banco de horas. Para barrar os ataques do governo Dilma e dos
patrões a fim de flexibilizar direitos trabalhistas é necessário à construção
de um plano de lutas unitário que aponte para um programa operário e
anticapitalista: salário-mínimo vital, aumento geral dos salários, contra as demissões
e o arrocho salarial, ocupação das empresas que demitirem em massa ou falirem,
exigindo a sua estatização sob controle dos trabalhadores; pelo controle
operário da produção, repartição das horas trabalhadas com os operários
desempregados, através da redução da jornada de trabalho sem redução salarial,
utilizando a escala móvel de salários; Fim dos selvagens ritmos de produção,
pela formação de comitês de fábrica que estabeleçam tetos de produtividade para
absorver a mão de obra desempregada; Formar comitês de trabalhadores demitidos,
sustentados financeiramente pelos sindicatos, até que possam impor a efetivação
da repartição das horas de trabalho, reposição das perdas salariais!