Assassinato de chargistas no jornal Charlie Hebdo: Um
atentado organizado pela CIA e MOSSAD sob encomenda da extrema direita francesa
A redação da "revista" de cartuns e sátira Charlie Hebdo já havia sofrido um ataque há alguns anos atrás. Na ocasião foi arremessado um coquetel molotov que causou pequenos danos ao prédio que sediava a Charlie Hebdo, porém deste então um forte esquema de segurança estatal protegia os redatores e a sede da publicação. Curiosamente neste 07 de Janeiro quase nenhuma segurança cobria o prédio da Charlie Hebdo, apenas um policial estava no local apesar dos proprietários do jornal terem alertado para a possibilidade de um ataque ainda neste mês de janeiro. Os atiradores não tiveram muita dificuldade de romper a segurança quase inexistente e com armas automáticas trucidar os membros mais destacados da "Charlie", inclusive o editor chefe da publicação. Com a mesma facilidade que comandaram a chacina, os dois ou três franco-atiradores tiveram para fugir no mesmo automóvel em que chegaram. Características desta operação terrorista destoam completamente do modo de operar de grupos jihadistas já bem conhecidos, como por exemplo a Al Qaeda.
Mas se a polícia francesa curiosamente sofreu um "apagão"
na proteção da ultra ameaçada Charlie Hebdo, o mesmo não aconteceu na
identificação dos "culpados", que logo foram listados e até mesmo já
teriam se entregado as forças da segurança nacional. Obviamente são descendentes
de árabes e até mesmo fichados pela polícia pelo crime de recrutamento de
ativistas para organizações muçulmanas acusadas de terrorismo. Toda a estória
muito "redonda", ao mesmo estilo das armações da CIA, como no
atentado da maratona de Boston onde por "coincidência" foram
responsabilizados dois irmãos muçulmanos de origem chechena.
Os arautos da democracia burguesa, como a imprensa
corporativa e a esquerda reformista, saíram em defesa da "liberdade de
expressão", condenado o "obscurantismo" islâmico, como se não
soubessem que a CIA é capaz de promover as mais terríveis ações terroristas
para criminalizar seus adversários políticos. Como não lembrar da recente
derrubada de um avião civil na Ucrânia, imputando a ação criminosa do
imperialismo aos grupos antifascistas que combatem o governo golpista de Kiev.
Não seria demais rememorar que um amplo espectro de organizações
fundamentalistas são financiadas e treinadas desde muito tempo pelo Pentágono,
justamente no "coração" mundial das supostas "liberdades",
o "monstro" ianque imperialista. Por acaso não foi a OTAN quem armou
os mercenários jihadistas para depor o regime burguês nacionalista do coronel
Kadafi na Líbia? Nunca é demais reafirmar que muitas vezes o imperialismo prova
do seu próprio "veneno", é quando o "feitiço" se volta
contra o "feiticeiro", fato ocorrido no 11 de setembro e mais
recentemente na embaixada americana na cidade líbia de Benghazi.
O atentado em Paris está situado em meio a uma profunda
polarização que atravessa toda a Europa, cujo centro é a questão da xenofobia
racista contra a população não "originária". Países centrais como
Alemanha e Inglaterra estão atravessando neste exato momento mobilizações
reacionárias contra os direitos dos imigrantes e ao mesmo tempo o crescimento
de partidos de extrema-direita e neonazistas. A contraofensiva do movimento de
massas ainda é bastante limitada, em razão do programa e estratégia das
direções reformistas que se recusam a romper os estreitos limites da institucionalidade
burguesa. Sem sombra de dúvidas o atentado em Paris pode fortalecer um curso
político conservador em toda região. A resposta do proletariado deve se apoiar
nas camadas mais exploradas da população, que conhecem muito bem o terrorismo
estatal contra os bairros pobres e povoados por imigrantes. Diante da ofensiva
reacionária e xenófoba, nenhum passo atrás!