domingo, 29 de abril de 2018

PT, PSTU E GRUPO “MAIS” (PSOL) CONVERGEM NA MESMA POSIÇÃO DIANTE DO ATAQUE FASCISTA AO ACAMPAMENTO “LULA LIVRE”: “GOVERNOS, SECRETARIAS DE ESTADO E POLÍCIAS GARANTAM A SEGURANÇA DO NOSSO MOVIMENTO!”



Diante do ataque das hordas fascistas ao acampamento “Lula Livre” a reação do PT, PSTU e do grupo “MAIS” (PSOL) foi exatamente a mesma: exigir que os governos federal (Temer) e estatual (PSDB-PP), a Secretaria de Segurança do Paraná e as Polícias (PF, PM e Civil) garantissem a integridade física dos membros do acampamento! Dr. Rosinha, presidente do PT-PR, ex-parlamentar ligado a DS, declarou após reunir com representantes do governo Tucano/PP que foi garantida “segurança presente no dia a dia do acampamento” com a presença da PM, viaturas e soldados! Afirmou que há “coincidência de visão entre o PT e os representantes do governo para que haja uma segurança permanente, investigação rápida e segurança para o 1º de Maio”, acrescentando que a Policia Civil e a PM “são parceiras do PT” e tem experiência em “prática de fazer a cobertura e a prevenção de qualquer problema em grandes eventos”. Estamos falando da PM a serviço de uma gestão neoliberal que há exatamente três anos massacrou os professores a mando do governo tucano e reprime violentamente as greves e ocupações do MST. Confiar a segurança do movimento de massas à polícia do estado do Paraná que está subordinada a um governo abertamente inimigo declarado da esquerda é um completo suicídio político! O Paraná é o estado da federação onde se localiza o ninho do Golpe de Estado, a sede da “Operação Lava Jato” e onde atua livremente o Juiz Moro, sequer respeitando as mais elementares garantias constitucionais da ordem legal burguesa! Por sua vez, o PSTU, que é a favor da prisão do Lula neste caso teve uma posição totalmente convergente com o PT. Em nota, Zé Maria declarou “Repudiamos o ataque covarde que foi dirigido contra a acampamento e reafirmamos nossa opinião de que a violência como substituição à luta de ideias é inaceitável. Nos solidarizamos com os companheiros frente ao ataque que sofreram e nos somamos à exigência de que as autoridades investiguem e punam os responsáveis pelo ocorrido”. O PSTU mais uma vez defende que as “autoridades”, ou seja, o Estado Burguês, sua justiça e sua polícia haja exemplarmente, punam os fascistas, acreditando piamente na “imparcialidade” dos órgãos de repressão da burguesia e de seu aparato judiciário. Afinal de contas segundo os Morenistas, a “violência como substituição à luta de ideias é inaceitável” em uma condenação prévia do uso da violência revolucionária contra as hordas fascistas, em completa ruptura com o ABC do Leninismo! Por fim o grupo “MAIS” do PSOL somou-se a mesma cantilena reformista. Carlos Zacarias, dirigente do MAIS afirmou nas redes sociais “Houve um atentado contra o acampamento Lula-Marisa Letícia, duas pessoas foram baleadas e uma está gravemente ferida. Isso é grave, a imprensa tem a obrigação de cobrir e a Polícia deve não apenas apurar o acontecido, como proteger os acampados”. Como se observa o grupo “MAIS” é o mais embriago na ilusão de que a Polícia garanta a vida dos militantes do acampamento, a mesma PM que persegue diariamente esses mesmos companheiros agora iria garantir sua “segurança”! Nem PT, nem PSTU e muito menos o MAIS defenderam como eixo central do movimento de massas a responder vigorosamente as hordas fascistas que atacaram o acampamento com a organização imediata dos comitês populares de autodefesa. Todos em uníssono colocaram nas mãos do Estado burguês o papel de “garantir segurança, apurar os fatos, punir os culpados e proteger os militantes”. Patrocinar essa ilusão é o completo suicídio político. Que o PT completamente integrado ao regime político tenha essa conduta não há nenhuma surpresa, porém que o PSTU e o grupo MAIS, que se dizem revolucionários e até Trotskystas, convirjam nesta mesma posição é um escândalo, demonstra a profunda integração do Morenismo e de sua recente ruptura na democracia burguesa! Nesse momento não se pode confiar nos governos burgueses (ainda mais abertamente neoliberais e golpistas), na sua justiça e na polícia para "garantir nossa segurança". Deve-se ter como eixo principal público o chamado a derrotar a reação burguesa com a ação revolucionária e direta dos trabalhadores. As hordas fascistas não distinguem as profundas diferenças políticas no campo da esquerda, para as forças da reação tudo que represente no passado ou no presente o combate histórico pelo socialismo deve ser eliminado e destruído. Nesta perigosa escalada nacional da direita, nos chama atenção a resposta que setores majoritários da esquerda (PT, PSOL, PCdoB, PSTU) pretendem dar a esta ofensiva da reação: clamam exclusivamente por uma ação institucional da Polícia Federal, PM ou do próprio Ministério Público. Nada contra acionar secundarimante o Estado Burguês contra os delinquentes da direita, a questão é que por esta via a resposta do movimento de massas será praticamente nula! Diante das ações das turbas fascistas e da “inoperância” estatal em detê-las o movimento social não pode ficar atado na espera do “socorro da burguesia”, que a “PM aja com rigor”. É necessário debater com o movimento de massas a tarefa de organizar de conjunto nossas milícias de autodefesa, independente dos matizes políticos que nos separam, como nos ensinou historicamente Trotsky: “Conclamar a organização da milícia é uma ‘provocação’, dizem alguns adversários certamente pouco sérios e pouco honestos. Isto não é um argumento, mas um insulto. Se a necessidade de defender as organizações operárias surge de toda a situação, como é possível não se conclamar a criação de milícias? É possível nos dizer que a criação de milícias ‘provoca’ os ataques dos fascistas e a repressão do governo? Neste caso, trata-se de um argumento absolutamente reacionário. O liberalismo sempre disse aos operários que eles 'provocam' a reação, com sua luta de classes.” (Aonde vai a França, LT). No campo, nas periferias e nos centros urbanos a organização dos círculos de autodefesa deve estar colada à ação direta nos sindicatos e associações, sempre na perspectiva da luta concreta por melhores condições de vida e salário. Não devemos encarar a formação das milícias de autodefesa como uma tarefa “militarista”, separada de nossas reivindicações pontuais e históricas. Nossas lutas deverão enfrentar uma etapa bastante delicada nesta correlação de forças, onde teremos que enfrentar o duro ajuste neoliberal e na mesma proporção a “onda” fascistizante que deve se avolumar na medida do agravamento da própria crise econômica. Estabelecer uma enérgica resposta política dos oprimidos a cada ataque direitista contra nossos companheiros e lutas, perpassa pela organização de nossas milícias de autodefesa, sabemos muito bem que com o fascismo que ameaça nossas liberdades democráticas “Não se dialoga, se combate de armas na mão, se preciso for!”. Por esta razão reforçamos nosso chamado ao conjunto das organizações políticas e sindicais da esquerda para que debatam em suas bases e organizem o mais rápido possível as milícias de autodefesa de cada organização de esquerda, porque a sanha facínora da direita já mostrou que está muito bem preparada. Ao contrário dessa tarefa elementar, PT, PSTU e o grupo MAIS (PSOL) exigem apenas do próprio Estado burguês “investigação e punição exemplar para os culpados”, tem a mesma política diante dos ataques das milícias fascista à esquerda: colocar unicamente nas mãos da justiça burguesa e dos órgãos de repressão do Estado capitalista a “investigação e punição dos culpados”, uma verdadeira piada tragicômica, um pedido de socorro para a PF e PM! Apesar das diferenças entre PT, PSTU e MAIS esses não podem admitir a violência revolucionária de uma classe para subjugar a outra e muito menos reconhecer o Estado como um comitê gestor dos negócios da classe dominante. Para os Marxistas Leninistas a ampla repercussão diante do atentado fascista ao acampamento “Lula Livre”, fatos que geraram repúdio do movimento de massas, deveria ser convertida em um chamado a ruptura com a própria institucionalidade burguesa que pretende eliminar política e fisicamente as principais referências da esquerda, sejam reformistas ou revolucionárias. A organização de comitês populares de autodefesa é o primeiro passo desta importante tarefa. Por sua vez, o estabelecimento de uma Frente Única de Ação Antifascista contra direita neoliberal e fascista não está a serviço de defender a Frente Popular e a democracia burguesa, mas para derrotar a ofensiva da reação contra as limitadas liberdades democráticas existentes em nosso país e as conquistas sociais arrancadas com muita luta pelo proletariado, além de denunciar a política neoliberal do PT em seus mais de treze anos de gerência do Estado capitalista. Por isso declaramos: nenhuma ilusão nas instituições do regime político, no parlamento e no judiciário, lutemos por construir uma alternativa de poder operário e popular baseado na democracia operária dos trabalhadores em luta contra a direita reacionária e a Frente Popular!