Dilma entrega à Igreja Universal um “anzol” estatal para pescar verbas
A presidente “poste” Dilma parece que não quer entrar para a história do Brasil como um simples “mamulengo” do seu padrinho político Lula e tampouco da estrutura partidária (mafiosa) petista. Aproveitando as férias forçadas de Lula, em função do agravamento de seu quadro de saúde, Dilma resolveu imprimir uma marca mais “pessoal” a sua gerência supostamente tecnocrática do Estado burguês. Neste novo rumo a presidenta decidiu demitir o ministro da pesca, o petista carioca Luiz Sérgio, nomeando em seu lugar o “príncipe” herdeiro do poderoso complexo empresarial, também denominada de Igreja Universal. O novo ministro que também é senador pelo PRB (RJ), um braço político da Igreja Universal, assume a pasta com o objetivo de reforçar a influência de sua igreja em meio a uma verdadeira guerra que ocorre atualmente no mundo evangélico. Desagradando o PT, em particular o do Rio do qual Luiz Sérgio é um dos “caciques” do chamado “campo majoritário”, Dilma começa a afirmar uma marca política própria, talvez se preparando para um prematuro e inesperado desaparecimento físico de seu padrinho, o mito Lula.
A escolha do Bispo Marcelo Crivella para ocupar a Esplanada dos Ministérios faz parte de um lento e gradual giro à direita do governo, já iniciado há algum tempo. Incólume com a sucessão de escândalos de corrupção em seu gabinete, Dilma agora busca criar uma base parlamentar mais “independente” das cúpulas partidárias que lhe dão apoio. Pequenos e homogêneos partidos como o PRB, são o foco de atração de uma nova aliança social do governo ainda em gestação, para além do movimento social organizado, mas que avança e pode chegar até as portas do partido que Marina Silva está organizando.
A direção do PT, que de boba não tem nada, já identificou o curso “Dilmista” e partiu para a ofensiva. Rui falcão, presidente nacional do partido, criticou publicamente as privatizações dos aeroportos, é claro que por conveniência e não por princípios, já que silenciou acerca das realizadas pela gestão de Lula. Também a troca do comando da Petrobras não agradou muito aos petistas, Dilma colocou seu “sargento” na presidência da maior estatal brasileira, e agora ameaça fazer o mesmo com o Banco do Brasil, aproveitando-se de uma crise interna instalada há pouco tempo por motivo de favorecimento a grupos financeiros privados. Em um país onde quem tem a “caneta” torna-se logo um grande líder político, o PT já colocou as “barbas de molho” e se prepara para catapultar entre as massas o governador Tarso Genro, que prega a volta do projeto “socialista” (leia-se social- democrata) do PT, em caso de um colapso na existência do operário que ascendeu à presidência da república no país dos barões.
Em meio a um cenário de incertezas políticas, mas de franca expansão econômica, a oportunista Igreja Universal colada desde o início ao fenômeno Lulista busca tirar proveito da situação e de quebra “esmagar” suas concorrentes no lucrativo mercado da fé.O bispo Crivella, sobrinho do famigerado Edir Macedo, tenta renovar a imagem desgastada da corrupta Universal, que vem perdendo terreno para outras seitas evangélicas, além de estar sendo derrotada em sua milionária incursão no campo midiático para a rede dos Marinhos. Com um ministério nas mãos de forte penetração social entre as camadas mais proletárias da população, a Igreja Universal agradece a “forçinha” dada por Dilma e se declara preparada para “pescar” gordas verbas estatais.