Obama e Cameron decidem: intervenção militar no Irã e Síria só depois das eleições dos EUA
Diante da derrota dos mercenários pró-imperialistas em Homs, cidade centro da oposição de direita armada contra o regime de Assad na Síria, Obama e Cameron discutiram em reunião neste dia 14 de março, na Casa Branca, uma alternativa para retomar a ofensiva contra as forças de Bassar Al-Assad. Entre as possibilidades futuras estão a criação de uma zona de exclusão aérea e posteriormente uma intervenção militar. Estas medidas foram reivindicadas por diversos membros do CNS (Conselho Nacional Sírio) em uma entrevista coletiva em Istambul, na Turquia, também neste dia 14. O comunicado do CNS pede textualmente “a necessidade de uma intervenção urgente das forças internacionais e árabes, bombardeios aéreos contra as instalações militares sírias e a introdução prévia de uma zona de exclusão aérea sobre o país”. O presidente do CNS, Burhán Galiún, está “convencido” que tais medidas devem ser tomadas pelos “amigos de Síria”, os governos dos EUA e da Inglaterra. Exortando-os, ele declarou “Chegou o tempo para que a comunidade mundial tome as medidas sérias e concretas para por fim a violência”. Diante disso o que nos diz a LIT e seus satélites que apoiam a farsesca “revolução árabe” no país, inclusive saudando os mercenários do “exército livre da Síria” como verdadeiros revolucionários?
Apesar do clamor dos “rebeldes” pró-OTAN na Síria, as discussões entre Obama e Cameron apontam para um acordo com a Rússia por uma “transição” pela via da pressão da ONU. Não por acaso, o ministro das relações exteriores da Rússia, Serguéi Lavrov, fez de público duras críticas ao regime da oligarquia Assad, reclamando da “demora nas reformas no país”. Na reunião do CS da ONU, ocorrida neste dia 12/03, Lavrov declarou que Rússia está pronta para “acordar uma resolução do CS da ONU sobre a Síria”. Está claro que EUA e Grã-Bretanha optaram momentaneamente por adiar uma intervenção militar sobre o Irã e a Síria para depois das eleições presidenciais ianques, que ocorrerão em novembro. Até lá, mantêm a pressão diplomática, as sanções econômicas e o apoio aos mercenários na Síria enquanto fomentam a oposição interna no Irã.
Aqueles que “comemoram” as decisões tomadas entre Obama e Cameron, apresentando seu suposto “recuo” como uma vitória da China e da Rússia estão redondamente enganados. O imperialismo ianque ao lado de seu servil aliado britânico na verdade está se preparando para organizar uma nova ofensiva contra os dois países. A fragmentação da oposição síria depois da fuga de Homs por um lado e o aceno do governo de Amardnejad de fechar um acordo com a Casa Branca são no fundo os motivos reais para a mudança tática. Em ambos os cenários, a Rússia aparece como “interlocutora” para a busca de uma “solução política” para os conflitos. Na verdade, o governo russo busca um acordo global com Washington para manter sua influência política e militar na região, agora que Putin foi eleito presidente, já a Casa Branca aguarda a reeleição de Obama para melhor definir o cenário de sua nova ofensiva.
Em ambos os casos, está em curso um estrangulamento da resistência anti-imperialista nos dois países. A Rússia negocia que os governos dos Irã e da Síria façam concessões a Washington enquanto não chega novembro. Tal perspectiva é o caminho da derrota para as massas sírias e iraquianas porque tão logo o imperialismo esteja em melhores condições para atacar o fará! Não esqueçamos o exemplo líbio, quando Kadaffi buscou um acordo com o imperialismo europeu e acabou por não esmagar o foco contrarrevolucionário em Bengazi porque tinha ilusões em suas relações com a Itália e França. O resultado foi que o imperialismo armou os “rebeldes’ e depois bombardeou o país através da OTAN! Portanto, é necessário convocar a resistência popular contra esse “plano de paz” montado via ONU para dar tempo para Obama e Cameron recrudescerem sua sanha neolonialista no Oriente Médio. Nenhuma confiança no governo russo, em Basar Al-Assad e Armadnejad, organizar desde a trincheira de luta anti-imperialista o combate dos trabalhadores contra a investida anglo-ianque!