Há um ano a ONU autorizava a destruição da Líbia! Hoje a troika imperialista (Obama, Sarkozy e Cameron) comemora a devastação do país, os ratos covardes da LIT também!
Passado um ano da resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU, que aprovou a chamada “zona de exclusão aérea”, permitindo o início de mais uma “guerra humanitária” sob o comando da OTAN, é possível fazer um balanço destes trágicos acontecimentos e de suas consequências para a luta do proletariado mundial. Logo após a votação do CS da ONU, em março de 2011, começaram os bombardeios da OTAN. Cinco meses após o início da intervenção militar imperialista o número de mortos chegou aos 50 mil e com o encerramento “oficial” da guerra em novembro essa cifra alcançou 200 mil mortos. A imposição da barbárie e do genocídio foi apresentada como a vitória da luta democrática sobre a “ditadura sanguinária” de Kadaffi tanto pela mídia burguesa como pela esmagadora maioria da “esquerda”.
O país que apresentava, até o início de 2011, o maior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) da África, um PIB per capta superior ao brasileiro e uma taxa de crescimento de 10,64%, segundo dados do próprio FMI, encontra-se agora às voltas com uma infraestrutura liquidada, principalmente pelos “bombardeios humanitários”. Está em curso a divisão do país por grupos tribais ligados ao imperialismo ianque, francês e britânico. Longe dos salões luxuosos dos “Amigos da Líbia”, as ruas das principais cidades do país são ocupadas agora por milícias armadas, onde tiroteios, sequestros e torturas tornaram-se lugares comuns. As vítimas preferenciais desses grupos formados pelos ex-rebeldes são os simpatizantes do antigo regime e africanos subsaarianos. Registre-se que essas ocorrências são todas pós-queda de Kadaffi e obviamente não têm causado sequer suspiros de indignação em nome dos “direitos humanos”.
Os abutres da coalizão imperialista não se apossaram “somente” das imensas reservas naturais de gás e petróleo da Líbia, estimadas pela OPEP em cerca de 50 bilhões de barris. O estoque em ouro físico, depositado no banco central líbio, um dos maiores do mundo, correspondente a 150 toneladas em lingotes, segundo o relatório oficial do FMI, foi repartido entre as potências capitalistas invasoras e também serviu para pagar os serviços dos “rebeldes” do CNT. A vitória da OTAN se deu fundamentalmente com o brutal assassinato de Kadaffi em uma operação conjunta entre os mercenários e os bombardeios da aliança imperialista, que depois de meses atacando Sirte, centro da resistência, acabaram por dominar o país, ainda que existam de forma dispersa pequenos focos de oposição ao controle da Líbia pelos títeres do CNT.
Hoje, a situação política da Líbia aponta para um recomeço da guerra civil, só que desta vez com características bem mais complexas e totalmente fragmentadas. As milícias “rebeldes” iniciaram uma luta intestina pelo saque do país, disputando a “preferência” da intermediação dos negócios com as metrópoles imperialistas. Nem mesmo a cidade de Benghazi escapou da disputa “fratricida” dos rebeldes, a própria sede do governo do CNT foi invadida por manifestantes que exigiam o cumprimento das inúmeras “promessas” feitas durante a empreitada para destruir as conquistas da revolução democrática que derrubou a monarquia corrupta. Parte do país virou zona “autônoma” para melhor se curvar aos interesses das transnacionais do petróleo. Nestas circunstâncias, as condições para uma vitória da resistência nacional expulsar as forças imperialistas e seus títeres começam lentamente a amadurecer após a Líbia ser transformada em uma partilha territorial de bandos mercenários. O desemprego, a falta de habitação e a fome castigam severamente as massas, destituída de todas as suas conquistas sociais históricas após a ascensão do governo do CNT. Os amos imperiais dos bandos “rebeldes” só cobram a “fatura” da guerra e pouco se importam com a miséria do povo.
Quando da queda de Trípoli e depois com o assassinato de Kadaffi, os canalhas da LIT não se envergonharam de festejar junto às forças títeres do CNT a “vitória da revolução”! Como cínicos sequer mencionaram a maior campanha militar de uma coalizão imperialista contra um país, desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Um ano depois da ONU autorizar a destruição da Líbia, em março de 2011, hoje os ratos morenistas voltam a comemorar junto a troika (Sarkozy, Cameron e Obama) seu triunfo “democrático”, que nada mais representou do que a devastação do país. Somente uma corrente decomposta moralmente e corrompida materialmente é capaz de tamanha sordidez ao emblocar-se com as hienas imperialistas para brindar os resultados da ocupação imperialista que destruiu o país do Magreb africano.
Em oposição à conduta pró-imperialista da LIT e seu arco revisionista, a LBI foi a primeira corrente política a denunciar o caráter das reacionárias “manifestações” em Benghazi para, logo depois, desmascarar os “rebeldes” mercenários a serviço da CIA, treinados no Qatar com o apoio do Mossad. No curso do conflito denunciamos a genocida ação da OTAN contra o país norte-africano e defendemos a frente única militar com o governo de Kadaffi e a vitória da resistência contra as tropas abutres invasoras. Hoje, como há um ano, o genuíno trotsquismo se posta ao lado da resistência nacional líbia em combate aos trânsfugas que, como a LIT, se colocam a serviço da Casa Branca em nome da defesa da fantasiosa “revolução árabe”, clamando para que a mesma sanha neocolonialista seja vitoriosa na Síria e no Irã.