Os falsos vestais do PSTU “desconfiam” da honestidade do “vereador socialista Elias Vaz”
“Um parlamentar socialista que é flagrado chamando o chefe de uma quadrilha nacional de corrupção de ‘companheiro’ deve ser imediatamente afastado de suas funções até que se concluam as investigações!” (Carta aos socialistas do PSOL). Desta maneira, os falsos vestais do PSTU tentam demonstrar a “pureza” de seus “métodos socialistas” diante do envolvimento, fartamente comprovado, do vereador Elias Vaz (dirigente do PSOL goiano) com o esquema do mafioso Carlinhos Cachoeira. Tentando dar uma lição moral aos seus camaradas do PSOL que: “junto conosco, faz parte da oposição de esquerda aos governos”. (Carta aos socialistas do PSOL), o PSTU desconfia, dez anos depois de alianças com o grupo político de Elias (MTL), da honestidade do “parlamentar socialista”. Em primeiro lugar, é necessário esclarecer que o “ético” PSTU só se manifestou publicamente sobre o fato há poucos dias, quando a própria aliança eleitoral com o PSOL não tinha avançado em Goiânia, em função do veto do próprio partido de Elias. Isto quando as denúncias contra Elias (colhidas em escutas telefônicas da PF) já ocupavam as manchetes há cerca de quatro meses! Nós mesmos da LBI já tínhamos apontado, há cerca de três meses, o envolvimento do vereador burguês corrupto e também do presidente do PSOL de Goiás, Martiniano Cavalcante, nos “negócios” de Cachoeira. Mas, mesmo sabendo das ligações de Elias com o crime organizado, até mesmo por terem militância em Goiânia e larga trajetória de acordos com o MTL, o PSTU esperou o prazo final da possibilidade da coligação eleitoral com o PSOL, para somente depois “atirar” contra “o companheiro” Elias, anteriormente considerado o melhor nome para encabeçar a chapa da “oposição de esquerda” em Goiânia.
Na “carta aos socialistas do PSOL de Goiânia” os Morenistas se ressentem pelo tratamento que Elias dispensa a Cachoeira nas ligações telefônicas grampeadas, considerado como um “companheiro”. Para o PSTU: “Companheiro, estimados camaradas, significa ‘aquele que come do mesmo pão’. Essa expressão acabou sendo banalizada pelo PT. Mas nós, revolucionários, fazemos questão de usá-la da maneira apropriada. E nós nunca comemos nem comeremos do mesmo pão que Carlinhos Cachoeira!” (Carta aos socialistas do PSOL). Quanta firmeza de princípios... chega a nos emocionar... a encenação do PSTU, voltada a enganar os muito tolos e ingênuos que não conhecem o caráter fraudulento dos Morenistas! Estranhamente, a carta do PSTU não aborda uma única linha acerca dos empreendimentos comerciais e políticos, levados em conjunto por Cachoeira e o MTL. Somente se indignam “moralmente” com o tratamento de “companheiro”, mas porque será que omitem que Cachoeira financiava a “frente de esquerda” em Goiânia, a qual o PSTU integrou nas eleições passadas. Vejamos o que a própria imprensa burguesa já declarava em maio acerca das iniciativas políticas de Cachoeira em parceria com Elias: “Em 26 de março de 2011, Cachoeira conversa pelo telefone com outro vereador da cidade, Santana Gomes (então no PMDB, mas hoje filiado ao PSD). Cachoeira deixa claro que a eleição de Elias em 2012 é uma prioridade. O problema, diz Santana, é que dentre os vereadores cuja reeleição é interessante para o grupo, Elias é o mais ideológico” (O Globo, 19/05/2012). A “parceria” do MTL com o bicheiro, segundo as gravações da PF, para além da política, envolvia empresas de veículos e construção civil, remontando mais de uma década.
A trajetória “político-empresarial” da dupla Elias Vaz e Martiniano Cavalcante vem de longe (formando cooperativas de transporte e abrindo postos de gasolina) e não é novidade para nenhum militante de esquerda em Goiás, a não ser para os “probos” do PSTU, sempre tão “distraídos”, quando se trata de “camaradas da oposição de esquerda”. Realmente seria uma calúnia afirmar que o PSTU poderia chamar de “companheiro” um quadrilheiro do quilate de Carlinhos Cachoeira, mas quanto aos seus sócios do PSOL... A verdade é que, mais uma vez, as lições “morais” cínicas do PSTU não conseguem enganar ninguém, buscaram até o último momento a coligação com o PSOL de Goiânia, indicando o nome de Elias a prefeito, e agora posam de “noivas traídas”, escandalizadas com o desvio ético do parlamentar burguês do PSOL. Será que os cretinos do PSTU também não sabem que o senador Randolfe Rodrigues do PSOL não passa de um “laranja” do “capo” Sarney, ou será que os Morenistas só ficariam horrorizados se uma denúncia midiática viesse à tona no Amapá?
Para finalizar seus respeitosos conselhos “doutrinários” mencheviques ao PSOL (defesa de um partido das bases, assassinando Lenin pela segunda vez), o PSTU conclui descaradamente que: “Achamos uma pena estarmos separados nas eleições. ...No momento em que o vale-tudo da política desgasta os partidos tradicionais, que já viraram piada perante a população, a tarefa dos socialistas é mostrar claramente que somos o oposto de tudo isso que está aí.” (Carta aos socialistas do PSOL). Seria cômico se não fosse trágico, o PSTU tentar levantar a bandeira do principismo político nas eleições. Estes revisionistas do leninismo são os mesmos que acabaram de fechar uma aliança com o PSOL e PCdoB em Belém, apoiando uma figura burguesa tão corrupta quanto a de Elias, trata-se do ex-prefeito petista Edmilson Rodrigues. O candidato da frente de esquerda em Belém, é um “velho” conhecido do PSTU, administrou a cidade oito anos em “companhia” dos tubarões capitalistas, além de uma “malta” de vereadores “picaretas”. O mesmo Edmilson que agora o PSTU apresenta escandalosamente como “socialista”, em sua conveniente amnésia, reprimiu violentamente todas as mobilizações do funcionalismo público municipal, em particular as greves dos combativos professores. Mas, se a “obsessão” oportunista de eleger um vereador a qualquer preço, não deve ser considerada o “vale-tudo da política”, então os “camaradas” do PSOL não cometeram erro nenhum em acobertar Elias Vaz!