Hoje na Síria, em luta contra o imperialismo, se honra o legado revolucionário de Trotsky aos 72 anos de sua morte!
Neste dia 20 de agosto se completam 72 anos da morte de León Trotsky. O dirigente do Exército Vermelho, expulso da URSS por Stálin em 1928 e que depois veio a fundar a IV Internacional em 1938, foi assassinado na cidade do México por um agente da KGB. Para os que até hoje defendem seu legado político e as lições programáticas que deixou o velho bolchevique há o imenso desafio de manter de pé a construção do partido revolucionário internacionalista em meio a uma etapa histórica de profundo retrocesso político e ideológico das massas. Os dias de hoje estão marcados por uma brutal ofensiva imperialista mundial que ganhou ainda mais impulso com o fim da URSS no começo dos anos 90 e foi reforçada agora com a fantasiosa “revolução árabe” que acabou por possibilitar que a Casa Branca fizesse uma transição conservadora em países estratégicos como o Egito e pusesse fim a regimes adversários como o comandado pelo coronel Kadaffi na Líbia. Neste exato momento, nas ruas de Damasco e Aleppo, na Síria se travam batalhas para derrotar os mercenários pró-OTAN que exigem dos genuínos trotskistas a defesa do legado do “velho” contra os revisionistas que passaram de malas e bagagens para o campo da contrarrevolução “democrática” patrocinada por Obama e a víbora Clinton.
O debate sobre que campo se postar em meio a luta contra o imperialismo e sua máscara “democrática” não é novo. Não por acaso, foi justamente nas fileiras de seu próprio partido que Trotsky travou a última e mais importante luta política de sua vida, no sentido de dar uma aplicação prática aos conceitos teóricos que fundamentam o programa da IV Internacional. A seção mais importante da IV Internacional, o SWP (norte-americano), organização que detinha uma vasta referência junto ao proletariado industrial, foi atingida por pressões pequeno-burguesas da opinião pública imperialista em relação à posição a ser tomada diante de uma guerra contra a URSS. É formada no interior do SWP uma fração liderada por Max Shachtman e James Burhnam (depois esta fração acaba por ganhar algumas seções inteiras da IV, como no caso do Brasil, com o alinhamento de Mario Pedrosa), que rejeitava a defesa incondicional da URSS, assim como se negava a estabelecer uma frente única com o stalinismo neste terreno sob a justificativa do caráter contrarrevolucionário deste último.
O programa de fundação da IV Internacional já apontava a necessidade do estabelecimento da frente única entre a “fração Reiss” (referindo-se a Ignace Reiss, trotskista soviético assassinado posteriormente por Stalin) com a burocracia termidoriana do Kremlin, no caso de alguma ameaça ao Estado operário, “esta perspectiva torna bastante concreta a defesa da URSS. Se amanhã a tendência burguesa fascista, isto é a ‘fração Butenko’, entra em luta pela conquista do poder, a ‘fração Reiss’ tomará inevitavelmente, lugar no outro campo da barricada... Se a ‘fração Butenko’ se achar em aliança militar com Hitler a ‘fração Reiss’ defenderá a URSS contra a intervenção militar, tanto no interior do país, quanto a nível internacional. Qualquer outro comportamento seria uma traição” (Programa de Transição).
A luta fracional instalada no interior do SWP (e também da IV) era o reflexo direto das pressões da luta de classes. As posições defendidas pela fração pequeno burguesa de Shachtman e Burhnam, recusando-se à defesa incondicional da URSS, colocavam-se objetivamente no campo da política do imperialismo “democrático”. A evolução política destes elementos (apesar de terem obtido as mais amplas liberdades no interior do SWP), que rompendo com o trotskismo, foram abrigar-se, primeiro, no seio da social-democracia para depois acabarem nos braços do maccarthismo anticomunista, confirmou plenamente a caracterização de Trotsky sobre o caráter de classe hostil ao proletariado deste agrupamento. Ao longo da II Guerra Mundial os autênticos trotskistas souberam combater as tropas nazistas lado a lado do exército vermelho, em defesa da URSS.
Passados 72 anos da morte do grande revolucionário, a Quarta Internacional fundada por Trotsky já não mais existe, foi destruída pelos epígonos do trotskismo, que eufeministicamente ainda se reclamam formalmente (outros agora não mais) do legado de Trotsky. Estes revisionistas foram os mesmos que durante a destruição do Estado operário soviético pelo bando criminoso e restauracionista de Yeltsin saudaram o fim da URSS como uma “triunfante revolução democrática”, não tendo o menor descaramento de emblocarem-se com a contrarrevolução imperialista. Os shachtmanistas de hoje, tendo a cabeça os morenistas da LIT, não por coincidência, cometeram a mesma traição dos de ontem, ao renegarem a defesa incondicional da URSS. Agora, em nome da fantasiosa “revolução árabe” se colocam ao lado da OTAN e de seus “rebeldes” mercenários em nome de derrotar as “ditaduras sanguinárias” no Oriente Médio, quando na verdade está em curso um processo de desestabilização dos decadentes regimes nacionalistas daquela região!
Para os que acusaram a LBI de “capitular a Kadaffi” por defender a Líbia da agressão da OTAN em frente única com as forças que apoiavam o regime e agora fazem o mesmo na Síria, quando estamos contra a escalada terrorista dos mercenários que desejam derrubar o governo da oligarquia Assad para impor um títere da Casa Branca em Damasco, a escória política da mesma cepa dos que caluniavam Trotsky de capitular a Stálin, respondemos com as sábias lições nos deixada pelo “velho bolchevique”, plenamente válidas até nossos dias: “Stalin derrubado pelos trabalhadores: é um grande passo para o socialismo. Stalin eliminado pelos imperialistas: é a contrarrevolução que triunfa” (Em Defesa do Marxismo).
Temos plena consciência que nos últimos anos de sua vida Trotsky se dedicou a formar a nova geração de militantes e a fundação da Quarta Internacional. Como pontuamos, travou sua última grande batalha contra uma ala de seus partidários que sucumbiram à reação democrática imperialista. Morreu com a convicção de que “o dever dos revolucionários é defender todas as conquistas da classe trabalhadora, ainda que tenham sido desfiguradas pela pressão de forças hostis. Aqueles que são incapazes de defender as posições tomadas, nunca conquistarão outras novas” (Em defesa do Marxismo). 72 anos após a morte de nosso maior dirigente, ao lado de Lenin, esta é a batalha que os bolcheviques leninistas da LBI estamos travando na atualidade. Mesmo sendo um pequeno núcleo militante sabemos honrar as lições nos deixadas pelo “velho”, combatendo o imperialismo e os revisionistas que defendem a contrarrevolução “democrática” patrocinada pela Casa Branca! Na Síria, em luta contra o imperialismo e os revisionistas, estamos honrando o legado do velho bolchevique que morreu lutando bravamente pela construção da IV Internacional!