“Madame” Clinton vai a Turquia preparar o terreno para a guerra de rapina diante da derrota dos “rebeldes” em Aleppo, na Síria
Neste sábado, 11 de julho, em meio aos intensos combates em Aleppo (onde os “rebeldes” mercenários sofreram importante derrota) e Damasco, a Secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, reuniu-se com o chanceler turco, Ahmet Davutoglu, em Ankara com a finalidade de preparar a intervenção militar contra o regime de Bashar Al Assad. Na pauta, como ponto principal, a criação de uma “zona de exclusão aérea”, similar àquela que antecedeu aos bombardeios da OTAN sobre a Líbia no ano passado, abrindo caminho para os “rebeldes” tomarem Trípoli e que culminou no assassinato do coronel Kadaffi. A “madame” Clinton trata de articular “ajudas” mais concretas dos “muy” amigos da Síria, como a Turquia, isto é, fornecer um maior contingente de mercenários, que a esquerda revisionista os caracteriza como “rebeldes”, para compor o ELS: “Agora Washington e Ankara tem que discutir ‘detalhes reais sobre a planificação das operações’” (Actualidad, 11/8) para, segundo a víbora ianque “acelerar o fim do banho de sangue e do regime Assad”. No bojo das discussões, não poderia deixara a questão curda. O PKK (Partido Trabalhista do Curdistão) está organizando bases militantes no norte da Síria, o que impede as ações de sabotagem dos mercenários nas fronteiras com a Síria e também o uso do território turco nesta região do país para o lançamento de drones (aviões não-tripulados) como o objetivo de bombardear as principais cidades sírias como já vem ocorrendo.
Trata-se, na verdade, de aprofundar as ações terroristas do império contra o regime de Assad, se valendo dos países títeres como a própria Turquia (membro da OTAN), Qatar e Arábia Saudita. Como parte do acordo estabelecido com o regime turco, Washington “fecharia os olhos” perante ações turcas que violassem o território sírio em perseguição aos militantes do PKK, ou seja, Ankara teria a liberdade de persegui-los para além das suas fronteiras. Enquanto isto, o imperialismo europeu também mexe suas peças no tabuleiro da guerra. O governo britânico anunciou que enviará uma “ajuda” de 7,5 milhões de euros para os “rebeldes” mercenários, os quais já receberam do império ianque uma quantia nada modesta de 50 milhões de dólares, perfazendo um total desde o início do conflito, segundo o jornal Washington Post, 82 milhões de dólares. Mesmo com todo este aporte, a escória “insurgente”, apesar das suas constantes ações internas terroristas, não consegue avançar contra a oligarquia Assad, sendo inclusive expulsa pelas milícias populares apoiadoras do atual regime sírio na segunda maior cidade do país, Aleppo.
Os objetivos da estratégia da Casa Branca passam por isolar cada vez mais o clã da oligarquia Assad dentro do chamado “mundo árabe”, e assim minar seu governo e instaurar à força um regime neoliberal. “Seguimos aumentando a pressão externa. Anunciamos ontem em Washington sanções destinadas a expor e a romper os vínculos entre Irã, Hezbollah e Síria, que prolongam a vida do regime de Assad”, afirmou a “madame” Clinton em entrevista ao jornal Daily Telegraph (11/8). Desta forma, um país “aberto” aos investimentos imperialistas com o fim das hostilidades contra o gendarme nazi-sionista de Israel e o aceleramento dos planos de guerra são metas a serem atingidas por Washington a curto prazo, já que um governo capacho em Damasco imporia isolamento tanto a Palestina como ao Líbano (Hezbollah) e Irã. A paz dos cemitérios estaria assim imposta na região e a Turquia servil seria uma importante base de apoio ao planos neocolonialistas!
Escandalosamente, esta escalada militar é tratada pela esquerda revisionista como um novo capítulo da “revolução árabe” que se encaminha para derrubar mais um “ditador sanguinário” no Oriente Médio. Como tivemos a oportunidade de ver, isso não corresponde à realidade, porque a queda do regime nacionalista burguês de Assad representaria um duro revés não só para os povos oprimidos do Oriente Médio, como também para os lutadores anti-imperialistas de todo o mundo. O principal inimigo dos povos, portanto, não é o regime sírio, como querem fazer crer os estrategistas do Pentágono e seus agentes travestidos de “esquerda”, mas sim o imperialismo, o mais cruel inimigo a ser combatido. Este deve ser vencido pelos genuínos revolucionários que neste momento devem se postar em frente única com as forças populares e anti-imperialistas que desejam barrar a sanha macabra auspiciada por Obama e a “madame” Clinton.