terça-feira, 28 de agosto de 2012


TRS-LBI denuncia golpe contra a greve geral dos servidores federais e defende desfiliação da CUT no 10º Congresso do SINTSEF-Ceará

Teve início neste dia 28 de agosto o 10º Congresso do SINTSEF-Ceará. Mais de 500 delegados participam da atividade que ocorre em meio à greve geral dos servidores públicos federais. A TRS, tendência sindical impulsionada pela LBI, apresentou tese ao congresso e por meio do companheiro Erialdo Moura, servidor do Ministério da Saúde e militante de nossa corrente, denunciou o golpe que está sendo tramado pelo governo da frente popular e as direções sindicais cutistas contra a paralisação nacional da categoria. Prova disso é que a mídia murdochiana anunciou exatamente hoje que “mais de 90%” dos servidores do Executivo assinarão acordo com o governo federal para encerrar a greve no serviço público federal” aceitando a proposta miserável de reajuste fatiado em três vezes até 2015. Como denunciou o companheiro Erialdo na defesa da tese da TRS-LBI, na vanguarda da traição está a CONDSEF (Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal), que representa 18 categorias do funcionalismo e cuja direção decidiu, sem consultar as bases pelo país, impor o retorno ao trabalho, na segunda-feira, 03 de setembro.

A TRS também defendeu a necessidade de ruptura do SINTSEF-Ceará com a CUT. O rompimento político com esta verdadeira autarquia paraestatal dentro do movimento operário e a não participação da categoria em seus fóruns teve apoio de importantes setores da categoria presente no Congresso. Agora, a tarefa é debater essa proposta nos grupos de discussão e buscar aprová-la na plenária final que ocorrerá nos próximos dias, fazendo desta bandeira de luta uma medida que seja parte integrante de um programa de ação contra a paralisia do movimento sindical e aos duros ataques contra os trabalhadores desferidos pelo governo Dilma. A atual direção do sindicato, um condomínio político que vai de setores cutistas “independentes” até simpatizantes do PSOL-Intersindical, derrotou os pilantroskos do “O Trabalho” nas últimas eleições sindicais, mas segue em uma postura vacilante quanto ao enfrentamento direto contra os ataques do Planalto e o rompimento com sua central chapa branca. Ao não avançar rumo a um programa classista de combate a frente popular e seus agentes, desgraçadamente abre espaços para que a CUT se recomponha na nossa categoria.

Na sua intervenção, o companheiro Erialdo Moura colocou em alto e bom som que o governo da frente popular é nosso inimigo de classe. Prova disso são os inúmeros ataques que estão sendo preparados para satisfazer os interesses da burguesia e do imperialismo em nosso país. Um deles é a restrição ao direito de greve do funcionalismo que o governo Dilma deseja torná-lo ainda mais draconiano do que hoje. Quando da votação da privatização da previdência dos servidores no Congresso Nacional, o governo do PT se aliou ao tucanato para aprovar este ataque, o que deve se repetir na tramitação do direito de greve e sem nenhuma resistência por parte da direção da CUT. Portanto, como ressaltou o militante da TRS em sua fala durante o Congresso, está colocado na ordem do dia rechaçar a traição imposta pela CONDSEF-CUT e manter a greve geral da categoria por tempo indeterminado. É necessário, portanto, neste momento decisivo radicalizar a paralisação como métodos da luta direta, colocando na pauta a reposição das perdas salariais, não à privatização da previdência e pelo direito irrestrito de greve para derrotar a ofensiva do governo Dilma contra os trabalhadores. O método da ação direta é a melhor maneira de se desmascarar politicamente este governo pró-imperialista e seus agentes no interior dos sindicatos, construindo na base do SINTSEF-Ceará uma verdadeira oposição classista aos setores cutistas que dentro e fora da diretoria servem aos planos do governo petista para sabotar a luta dos servidores.

A política traidora de desmobilização adotada pelas atuais direções do movimento do funcionalismo federal, inclusive a Conlutas e a Intersindical, tem levado à desmoralização da categoria e as seguidas derrotas, deixando os trabalhadores cada vez mais reféns da política de arrocho salarial do governo Dilma. Diante desse quadro, é necessário que a categoria do funcionalismo federal rejeite a política de negociações em separado “ad infinitum” por migalhas centradas nos planos de cargos e carreiras e avance na radicalização da greve unificada com objetivo de arrancar um reajuste salarial para todo o funcionalismo federal e um plano único de carreira de todos servidores da União através de um piso que tenha por referência os maiores salários do executivo. Esse é o caminho para derrotar o governo Dilma e seus ataques aos trabalhadores, politizando a luta e denunciando o circo eleitoral da democracia dos ricos que se aproxima, armado para manter os algozes dos trabalhadores na gerência dos governos de plantão!