terça-feira, 7 de agosto de 2012

Mercenários “rebeldes” a serviço da OTAN sequestram militantes iranianos
na Síria


Um grupo de 48 iranianos foi sequestrado a caminho do aeroporto de Damasco. Os responsáveis pela ação, os mercenários da Brigada al-Bara bin Malek, que faz parte do Exército Sírio Livre (ESL), os acusam de pertencer à Guarda Revolucionária iraniana e que estão na Síria para lutar ao lado do exército nacional. O governo do Irã logo desmentiu a informação acusando de tratar-se de uma clara armação para provocar ainda mais tensão com o país. Nesta terça-feira, 07/08, o Irã lançou um comunicado oficial afirmando que os Estados Unidos são responsáveis pela vida dos sequestrados, após os “rebeldes” mercenários sírios terem anunciado a morte de três deles. “A nota afirma que, levando em consideração o flagrante apoio dos Estados Unidos aos grupos terroristas e o envio de armas à Síria, o governo dos Estados Unidos é responsável pela vida dos 48 peregrinos sequestrados em Damasco”, afirmou o vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein Amir-Abdollahian. O fato é que os grupos armados apoiados pelas potências imperialistas e seus aliados regionais sequestraram iranianos e vem torturando e assassinando todos aqueles que simpatizam com o governo Assad. Frente a essa realidade está mais do que na hora dos países que se opõem em palavras à agressão neocolonialista contra a Síria (Irã, Rússia, China e Venezuela) forneçam armas e enviem brigadas anti-imperialistas ao país, assim como o Hezbollah e a resistência palestina ataquem Israel, que patrocina os mercenários do ELS.

As milícias populares que apoiam o governo Assad ou se colocam contra a agressão ao país devem exigir por sua vez que o governo sírio abra os depósitos de armas e munição para os militantes nacionalistas. Uma posição revolucionária neste exato momento passa por estabelecer uma frente única militar com as forças que estejam dispostas a lutar na defesa do atual regime, contra os rebelados da reação imperialista, com absoluta independência de classe do governo nacionalista burguês. Como vimos com a renúncia de Annan como “mediador” do plano de paz da ONU, que deixou o cargo exigindo a saída de Assad, o único caminho para derrotar a ofensiva contra a Síria é chamando a unidade anti-impetialista em nível mundial. As manobras diplomáticas da China e da Rússia para protelar a ação da OTAN estão, na verdade, servindo para que os EUA incrementem via Turquia, Catar e Arábia Saudita o envio de armas, homens e munições para os mercenários!

A agressão contra a Síria atravessa um momento muito peculiar, onde apesar das deserções no alto escalão do governo Assad como foi a fuga do primeiro-ministro Riad Hijab, que deixou o país em busca de exílio na Jordânia, os “rebeldes” não conseguem avançar sob Damasco e Aleppo exatamente pela absoluta carência de base social de apoio. Nesse sentido, o desenvolvimento de atividades internacionalistas que possam galvanizar a vanguarda de massas em apoio à vitória militar do exército nacional sírio sobre os “insurgentes”, apoiados logisticamente pela da OTAN, se impõe como uma tarefa prioritária para os bolcheviques leninistas.

Como trotskistas, defendemos incondicionalmente o direito da Síria a utilizar todos seus recursos militares (convencionais ou não) contra a agressão imperialista à soberania de seu território. Ao mesmo tempo, lançamos um chamado a todas as correntes se reivindicam anti-imperialistas sobre a necessidade da conformação de uma frente única de ação contra o imperialismo, mesmo delimitando as profundas divergências dos revolucionários com o governo burguês da oligarquia Assad ou com o regime nacionalista dos Aiatolás no Irã. O combate, como dizia Lênin, ao principal inimigo dos povos, o imperialismo, coloca como tarefa central dos genuínos revolucionários a derrota das tropas da OTAN e de seus “rebeldes” made in CIA que são apoiados por várias correntes revisionistas, como a LIT-PSTU. O estabelecimento de uma Frente anti-imperialista é concebida pelos revolucionários como uma frente única de ação com objetivos anti-imperialistas bem delimitados, sem a constituição de um bloco de apoio político comum com setores da burguesia nacional, como prega o stalinismo. Na mesma trincheira de luta anti-imperialista forjamos as condições para construir uma alternativa de direção revolucionária, independente das direções burguesas nacionalistas, que leve a cabo o combate consequente ao principal inimigo dos povos.