na Síria
Um grupo de 48 iranianos foi
sequestrado a caminho do aeroporto de Damasco. Os responsáveis pela ação, os
mercenários da Brigada al-Bara bin Malek, que faz parte do Exército Sírio Livre
(ESL), os acusam de pertencer à Guarda Revolucionária iraniana e que estão na
Síria para lutar ao lado do exército nacional. O governo do Irã logo desmentiu
a informação acusando de tratar-se de uma clara armação para provocar ainda
mais tensão com o país. Nesta terça-feira, 07/08, o Irã lançou um comunicado
oficial afirmando que os Estados Unidos são responsáveis pela vida dos
sequestrados, após os “rebeldes” mercenários sírios terem anunciado a morte de
três deles. “A nota afirma que, levando em consideração o flagrante apoio dos
Estados Unidos aos grupos terroristas e o envio de armas à Síria, o governo dos
Estados Unidos é responsável pela vida dos 48 peregrinos sequestrados em
Damasco”, afirmou o vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Hossein
Amir-Abdollahian. O fato é que os grupos armados apoiados pelas potências imperialistas
e seus aliados regionais sequestraram iranianos e vem torturando e assassinando
todos aqueles que simpatizam com o governo Assad. Frente a essa realidade está
mais do que na hora dos países que se opõem em palavras à agressão
neocolonialista contra a Síria (Irã, Rússia, China e Venezuela) forneçam armas
e enviem brigadas anti-imperialistas ao país, assim como o Hezbollah e a
resistência palestina ataquem Israel, que patrocina os mercenários do ELS.
As milícias populares que apoiam o
governo Assad ou se colocam contra a agressão ao país devem exigir por sua vez
que o governo sírio abra os depósitos de armas e munição para os militantes
nacionalistas. Uma posição revolucionária neste exato momento passa por
estabelecer uma frente única militar com as forças que estejam dispostas a
lutar na defesa do atual regime, contra os rebelados da reação imperialista,
com absoluta independência de classe do governo nacionalista burguês. Como
vimos com a renúncia de Annan como “mediador” do plano de paz da ONU, que
deixou o cargo exigindo a saída de Assad, o único caminho para derrotar a
ofensiva contra a Síria é chamando a unidade anti-impetialista em nível
mundial. As manobras diplomáticas da China e da Rússia para protelar a ação da
OTAN estão, na verdade, servindo para que os EUA incrementem via Turquia, Catar
e Arábia Saudita o envio de armas, homens e munições para os mercenários!
A agressão contra a Síria atravessa um
momento muito peculiar, onde apesar das deserções no alto escalão do governo
Assad como foi a fuga do primeiro-ministro Riad Hijab, que deixou o país em
busca de exílio na Jordânia, os “rebeldes” não conseguem avançar sob Damasco e
Aleppo exatamente pela absoluta carência de base social de apoio. Nesse sentido,
o desenvolvimento de atividades internacionalistas que possam galvanizar a
vanguarda de massas em apoio à vitória militar do exército nacional sírio sobre
os “insurgentes”, apoiados logisticamente pela da OTAN, se impõe como uma
tarefa prioritária para os bolcheviques leninistas.
Como trotskistas, defendemos
incondicionalmente o direito da Síria a utilizar todos seus recursos militares
(convencionais ou não) contra a agressão imperialista à soberania de seu
território. Ao mesmo tempo, lançamos um chamado a todas as correntes se
reivindicam anti-imperialistas sobre a necessidade da conformação de uma frente
única de ação contra o imperialismo, mesmo delimitando as profundas
divergências dos revolucionários com o governo burguês da oligarquia Assad ou
com o regime nacionalista dos Aiatolás no Irã. O combate, como dizia Lênin, ao
principal inimigo dos povos, o imperialismo, coloca como tarefa central dos
genuínos revolucionários a derrota das tropas da OTAN e de seus “rebeldes” made
in CIA que são apoiados por várias correntes revisionistas, como a LIT-PSTU. O
estabelecimento de uma Frente anti-imperialista é concebida pelos
revolucionários como uma frente única de ação com objetivos anti-imperialistas
bem delimitados, sem a constituição de um bloco de apoio político comum com
setores da burguesia nacional, como prega o stalinismo. Na mesma trincheira de
luta anti-imperialista forjamos as condições para construir uma alternativa de
direção revolucionária, independente das direções burguesas nacionalistas, que
leve a cabo o combate consequente ao principal inimigo dos povos.