terça-feira, 7 de agosto de 2012


Massacre no templo sikh, mais uma expressão da onda neonazista que assola os EUA sob os auspícios do “falcão negro” Obama

No domingo (5/7) um homem invadiu o templo sikh na cidade de Oak Creek (Winsconsin) nos EUA e atirou na multidão que assistia a um culto religioso, causando a morte de seis pessoas e dezenas de feridos. Logo em seguida foi morto em tiroteio com a polícia. Trata-se de mais outro massacre em menos de duas semanas, quando no dia 20 de julho passado 12 pessoas foram mortas dentro de um cinema no subúrbio de Denver, também nos Estados Unidos. No entanto, um elemento chama a atenção, ambos atiradores representam uma tendência latente dentro do regime político ianque: a da expansão política do neonazismo como produto de uma época de barbárie e de guerras de rapina colonial perpetradas pelo império, um caldo de cultura propício para o crescimento e fortalecimento da ultradireita em todo o planeta, ao contrário do que apontam os “catastrofistas” do trotsquismo que dizem que o mundo atravessa uma “onda revolucionária”. No caso da matança dos sikh, trata-se de uma clara perseguição racial-política, uma vez que o agressor assassinou-os porque se parecem física e culturalmente com fundamentalistas islâmicos (turbante e barbas longas), os quais encarnariam o “eixo do mal” como definiu o carniceiro George Bush filho ao desencadear a sua cruzada anti-islâmica em 2001, após os ataques às Torres Gêmeas, sanha hoje aprofundada pelo “falcão negro” Obama.

Wade Michael Page, quem atirou contra os sikh, foi membro do Exército americano, um veterano especializado em operações psicológicas, as quais consistiam em influenciar/convencer pessoas a defender os interesses ianques, o que por si só já dá uma dimensão da doutrina e dos valores ideológicos que imperam entre os neofalcões da Casa Branca. Frustrado com o fim da carreira militar, tratou de se vincular a grupos “supremacistas” brancos e a fim de difundir sua doutrina se valeu de bandas punks racistas, afirmando que “o valor da vida humana tinha se degradado”. Cada vez mais o próprio capitalismo cria fenômenos deste ripo face à ausência do ascenso operário no cenário político em todo o mundo. Uma classe média decadente e descontente com os rumos da crise estrutural do capitalismo são as raízes das profundas tendências à fascistização dos regimes políticos (Portugal, Espanha, Grécia...) e com isto dá vazão a crimes de cunho neonazistas, particularmente nos EUA, o coração do mostro imperialista. Portanto, ataques como o que aconteceu contra o templo sikh, não são algo isolado, mas o resultado de uma época de ofensiva bélica e ideológica contra quem se coloque no caminho da sanha colonialista do império ianque.

A tendência guerreirista do imperialismo é uma necessidade da dinâmica da acumulação capitalista, onde um Estado forte e belicoso é expressão mais cabal das atuais forças destrutivas da humanidade. Assim, cotidianamente, através dos meios de comunicação, somos bombardeados com a ideologia de que todos devem ser belicosos, individualistas e adeptos da superficialidade das “redes sociais”. Não há mais espaço para a coletividade dentro da atual conjuntura marcada pela subserviência ao “deus mercado”. A primazia do capital financeiro sobre a real produção é a essência da chamada crise econômica mundial. E toda a desorganização social que daí deriva está umbilicalmente ligada à indústria armamentista, para a qual os “barões” de Wall Street concentram todos seus “investimentos” culminando, não obstante, na “cultura” da belicosidade, o que torna os ataques de Columbine, Denver e agora ao templo sikh cada vez mais frequentes, uma vez que a violência e ódio de classe tem espaço em todas as pautas da imprensa “murdochiana” (OTAN massacra Líbia, mercenários “rebeldes” atacam a Síria...).

Somente a entrada em cena da classe operária, com uma direção revolucionária genuinamente comunista, poderá reverter esta “linha evolutiva” do capitalismo rumo à barbárie cultural e social. Neste momento, trata-se de resistir política e ideologicamente à onda neonazista que assola o planeta, inclusive superando as atuais direções políticas conciliadoras, completamente integradas ao establishment burguês e aos governos de plantão, as mesmas que bradam estar em curso uma “revolução” no Oriente Médio. A matança dos sikh, que em nome da supremacia racial branca, são identificados como adversários da cultura ocidental ianque é a expressão nua e crua dessa realidade!