quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Em Belém, campanha do PSOL transforma-se em propaganda oficial do governo Dilma e a LBI polemiza diretamente com Edmilson Rodrigues

A campanha de Edmilson Rodrigues (PSOL) neste segundo turno transformou-se em propaganda oficial do governo Dilma e das gestões da frente popular comandadas pelo PT. Nos materiais de campanha e nos programas de TV diariamente vemos Lula enaltecendo os feitos de quando foi presidente, defendendo seus “programas sociais” que supostamente tornaram o país uma “ilha de prosperidade” e declarando que Edmilson será parceiro de Dilma se for eleito prefeito de Belém, seguindo o mesmo modelo “benfeitor” adotado pelo governo federal. Já Dilma, Mercadante e Marta Suplicy falam das vantagens em ter um parceiro confiável como Edmilson. Chegam a declarar que o muito já feito pelo PT em todo o Brasil será reforçado com a vitória do candidato do PSOL, porque ele irá fazer o mesmo em Belém. Não é demais lembrar que Mercante é o Ministro da Educação que combateu duramente a greve dos professores universitários, cujo sindicato, o ANDES, é dirigido pelo próprio PSOL! Em resumo, o principal partido da “oposição de esquerda”, o PSOL, virou garoto propaganda de Dilma e Lula em troca do apoio eleitoral do PT na capital paraense, adotando uma linha abertamente adaptada a frente popular, principal gerente dos negócios da burguesia em nosso país.

Edmilson tenta, em vão, justificar aliança com o PT
para o porta-voz da LBI, Marco Queiroz

As ruas de Belém estão cheias de cartazes com Dilma, Lula e Edmilson lado a lado com o slogan “Juntos, agora somos 50”. Os carros de som entoam jingles onde pregam “Lula e Dilma lá, Edmilson aqui”. Sistematicamente, divulgam que todos os programas do governo federal que não chegam hoje em Belém porque o estado é governado pelo PSDB e a prefeitura pelo PTB, mas com a vitória de Edmilson serão implantados, vendendo descaradamente as miseráveis políticas compensatórias petistas como se fossem a personificação do fim da miséria social. Para os mais desavisados até parece que Edmilson é o candidato do PT apoiado pelo PSOL e não o contrário!

A LBI vem denunciando a minifrente popular encabeçada pelo PSOL em Belém, que conta com a participação do PCdoB e PSTU, além do apoio de Marina Silva e Cristóvão Buarque (PDT). Todos os materiais de campanha da frente “Belém nas mãos do povo” neste segundo turno (cartazes, panfletos, adesivos) são assinados pelos três partidos e reforçam a unidade com a Lula e Dilma, em uma prova que a “oposição” do PSTU a essa política de colaboração de classes é uma farsa completa. Mas, para os revolucionários da LBI, o combate a esta orientação escandalosa é real, feito “olho no olho”, nas ruas e em plena campanha na capital paraense. Justamente por esta razão, o dirigente da LBI, Marco Queiroz, fez questão de entregar nas mãos do próprio Edmilson o folheto “A minifrente popular em Belém como gênese de uma ‘nova’ alternativa burguesa ao PT e à oposição demo-tucana” no comitê central eleitoral de campanha do PSOL em Belém. Edmilson, meio desconcertado com nossa ousadia, tentou em vão justificar para o porta-voz da LBI a importância da aliança com Lula e as parcerias com o governo federal. Declarou inclusive que foi pedir recursos a FHC quando era prefeito, porque não iria pedir agora o apoio de Lula que “é um amigo”. Tal “argumento” canalha demonstra a vigarice política do candidato do PSOL que sempre administrou se subordinando a legalidade burguesa e teve trânsito com todos os governos capitalistas, enquanto reprimiu violentamente a greve dos professores municipais. Não por acaso, Mercadante, o Ministro da Educação de Dilma que atacou a paralisação dos professores universitários é entusiasta apoiador de Edmilson!



Polemizando diretamente com Edmilson Rodrigues, o dirigente da LBI atacou as alianças burguesas estabelecidas pelo PSOL e sua política de ser hoje em Belém um defensor dgoverno do PT em parceria com as oligarquias regionais mais reacionárias. O combate que ora travamos em Belém em defesa do Voto Nulo e do boicote ativo ao circo eleitoral que neste momento se reveste concretamente (e não apenas no terreno “virtual” como fazem os covardes representantes do “trotsquismo fictício”) na denúncia da candidatura burguesa do PSOL que é financiada pelos grandes capitalistas e apoiada pela frente popular, já que o candidato do PSOL transformou sua campanha neste segundo turno em propaganda oficial do governo Dilma, tendo o apoio de inimigos declarados dos trabalhadores como Marta Suplicy e Mercadante, repressores de greves e fiéis representantes dos grandes grupos econômicos.