Dilma e "Lava Jato" sabotam um tímido projeto de
soberania nacional: Cancelamento das refinarias "Premium" e drástica
redução nas obras da COMPERJ e Abreu Lima
Agora é oficial, a diretoria da PETROBRAS apenas confirmou o
que já era aguardado por todos os que analisam seriamente os objetivos reais da
chamada operação "Lava Jato", a construção das duas refinarias do
Nordeste (Premium) estão definitivamente canceladas e a conclusão das plantas
de Abreu Lima (Pernambuco) e Comperj (Campos, RJ) seriamente ameaçada.
Alertamos que não se trata de um decisão meramente técnica ou mesmo
financeira/comercial por parte do governo Dilma, a criminosa deliberação da
PETROBRAS envolve uma questão estratégica de soberania nacional. Sem as cinco
novas refinarias (o complexo do COMPERJ estabelecia a construção de duas
unidades de refino) que inicialmente seriam concluídas em 2016, o país ficará
completamente dependente da importação de combustíveis fósseis, em sua grande
maioria refinados por transnacionais imperialistas. Este quadro é ainda mais
grave quando constatamos que o surpreendente déficit apresentado pela balança
comercial brasileira em 2014 deve-se fundamentalmente a chamada "conta
petróleo". Para tomar a desastrosa decisão o governo da Frente Popular não
levou sequer em consideração os enormes prejuízos do cancelamento total das
refinarias Premium (que seriam instaladas no Ceará e Maranhão), só nos projetos
destas plantas a PETROBRAS já havia investido cerca de 3 bilhões de Reais, e os
dois governos estaduais algo em torno de 800 milhões de Reais. Mas parece mesmo
que a única preocupação da atual gerência petista é agradar a mídia corporativa
que continua ofensiva com seu "carnaval" sobre os escândalos de
"corrupção na PETROBRAS", para a oligarquia "murdochiana"
as comissões obtidas pelos ex-diretores da estatal são bem mais significativas
do que acumular um rombo de quase cinco bilhões com o aborto das novas refinarias.
Por sinal a própria diretoria da PETROBRAS parece estar bem
"sensível" aos apelos da Globo, disposta a inserir no balanço da
empresa vultuosos valores negativos como "fruto da corrupção
generalizada". Lógico que os interesses da famiglia Marinho passam bem
longe de qualquer escrúpulo ético, pretendem no mercado desvalorizar ao máximo
o patrimônio da maior estatal brasileira para iniciar posteriormente a campanha
pela "privatização já!". A desaceleração das obras da COMPERJ e Abreu
Lima, incluindo a redução de sua capacidade industrial, colocam o Brasil na
condição de exportar 100% da extração do "Pré-Sal", já que as poucas
refinarias em funcionamento no país não possuem a capacidade de processar óleo
pesado. Isto significa que toda a produção das plataformas marítimas da
PETROBRAS (com altíssimo custo de operação) estarão voltadas exclusivamente
para a venda internacional como uma commoditie mineral que no momento atinge
uma cotação muito baixa. Esta "lógica" de submissão adotada pelo
governo Dilma, ou seja vender óleo cru a "preço de banana" para
depois comprar "na alta" o diesel e a nafta processada dos trustes
anglo/ianques, levará inexoravelmente a futura quebra da PETROBRAS! As
"propinas" e comissões contraídas pelos gestores da PETROBRAS e
supostamente investigadas com muito "rigor" pela operação "Lava
Jato", são apenas a cortina de fumaça de uma manobra do imperialismo para
liquidar a estatal e sepultar de vez um tímido projeto de soberania energética,
elaborado por Lula em 2005. O pano de fundo da privatização da PETROBRAS está
armado com a vertiginosa queda mundial no preço do barril de petróleo, os EUA
querem subordinar os BRICS (também países do entorno como Venezuela e Irã) ao
seu domínio econômico e militar, desgraçadamente o governo Dilma parece estar
disposto a ceder diante da ofensiva política da Casa Branca.