DIANTE DA OFENSIVA DA DIREITA, PT, PCdoB E PCO SAEM EM
DEFESA DO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO E FICAM CALADOS FRENTE AO AJUSTE
NEOLIBERAL... ATÉ OS REVISIONISTAS DE “O TRABALHO” CRITICAM O GOVERNISMO
EMBRIAGADO DE CAUSA OPERÁRIA!
Quando a direção Lambertista (referência ao dirigente
falecido Pierre Lambert) da tendência petista “O Trabalho” (OT), cuja corrente
internacional acaba de rachar na França pelo apoio acrítico ao governo socialdemocrata
do Syriza, chega ao ponto de criticar outra corrente por não denunciar sequer
em palavras alguns pontos do ajuste neoliberal do governo Dilma é porque, como
se diz por aí, a “coisa tá feia”. E o que é pior, OT não está denunciando outra
tendência da chamada “esquerda petista” mas o PCO de Rui Pimenta que rompeu
pela esquerda há décadas com a OSI, atual OT! Isto mesmo, acreditem! No artigo
“De Frentes, Democracia e Direitos” (31.07), OT que não pode ser acusado de hostil ao Planalto porque defende o governo Dilma, integra a direção da CUT
e do PT, apresentando-o como um patrimônio dos trabalhadores, dispara contra o
partido de Rui Pimenta: “O discurso do PCO também anuncia o golpe na esquina.
Bem menos influente que o PCdoB, pode, todavia, confundir uma alternativa, com
uma fraseologia radical que não repousa na raiz da situação. O editorial do seu
jornal de 16/7 acusa o PT de ‘silencio diante do golpe’, mas não há nenhuma
palavra sobre a política econômica de Dilma ou do ajuste. Conclui que ‘a única
maneira de derrotar os golpistas é deixar claro para os trabalhadores que
estamos diante de um golpe de Estado contra o qual é preciso uma ampla
mobilização das massas’. Mas, nesse caso, como mobilizar as massas? Sem
responder ao desemprego e aos cortes de verbas; sem ligar a defesa do mandato ao
conteúdo do voto e, portanto, exigir mudanças?”. OT reclamando do PCO por não
criticar o ajuste neoliberal, quem diria! O hilário é que tal crítica trata-se
na verdade de um “diálogo” entre iguais que estão no mesmo campo político,
forças políticas que defendem o governo Dilma, o “detalhe” é que OT timidamente
reclama que tanto a direção da CUT como a do PT se negam a fazer qualquer
crítica global ao ajuste neoliberal imposto pelo Planalto, muito menos convocam
seriamente a luta direta dos trabalhadores para derrotá-lo. A Frente Popular
não ousa fazer isto porque teme que qualquer mobilização de rua contra o ajuste
neoliberal se volte contra o governo, já que as medidas recessivas são
rechaçadas pelos explorados que justamente acusam o governo Dilma pela adoção
do programa tucano após as eleições! Por isto, a “Frente Todos pela Democracia”
não fala nada sobre o ajuste em sua convocatória para o dia 20 de agosto. Ao
“seleto” grupo de governistas embriagados, como o PCdoB, se uniu o PCO! Tanto é
assim que OT registra tal fato no mesmo artigo, afirmando perplexo e tom de
aconselhamento: “Para o PT e as forças populares construírem uma saída, a
defesa do mandato exige que Dilma mude a sua política econômica, inclusive para
polarizar setores democráticos do chamado ‘centro’. Não é uma condição para as
frentes que se formam. É um imperativo se quiserem vencer: o fim do superávit,
a reversão dos cortes, a derrubada dos juros, e a defesa do Pré-sal. Se não,
para os fins da frente, terminará impossível mobilizar as massas trabalhadoras
que, aliás, já entram em luta contra a consequência da política econômica como
fazem os petroleiros, os docentes, os servidores de universidades etc. Curioso,
embora triste, é forças tão diferentes como PCdoB e PCO não verem questões tão
simples”. Vejam só, OT denuncia o PCO e o PCdoB pela sua miopia política! Não
por acaso, a própria direção nacional do PT agora considera o PCO um aliado do
mesmo “nível” do PCdoB. Na nota “PT promove mobilizações em agosto”, o site do
partido anuncia “Agosto será um mês de intensa mobilização em São Paulo. Para
isso, o Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores organiza, em conjunto
com a frente ‘Todos Pela Democracia’, quatro atos em defesa do Estado
Democrático de Direito. O grupo é formado pelo PT, PCdoB, PDT e PCO, além de
movimentos sociais, de luta pela moradia e da Central Única dos Trabalhadores
(CUT)” (04.07). Os revisionistas de OT que
defendem incondicionalmente a permanência de Dilma, ao menos mantém uma
"coerência programática" em suas posições já que formalmente
abandonaram (cerca de 30 anos atrás) o legado da revolução social em defesa da
"democracia como valor universal", por isto estão tão admirados com a
súbita mudança do camaleônico PCO! Como Bolcheviques reafirmamos que o engodo
político do "antigolpismo" nada tem a ver com a tática leninista de
"golpear juntos e marchar separados", são opostas pelo vértice no
exato momento em que os genuínos comunistas não admitem integrar politicamente
nenhum bloco orgânico com partidos ou governos burgueses como se revela a
"Frente Todos pela Democracia", por esta razão denunciamos
vigorosamente que a política de colocar o movimento de massas à reboque da defesa do governo Dilma “contra a direita” vem paralisando a resistência dos
trabalhadores ao ajuste neoliberal imposto pelo Palácio do Planalto
completamente servil ao grande capital, na medida em que a CUT, PT, PCdoB, PCO e a
“Frente pela Democracia” temem que as mobilizações operárias contra os ataques
do governo Dilma joguem água no moinho da oposição conservadora, pois há um
amplo descontentamento popular contra as medidas recessivas. Tanto é assim que a
tal “frente” não coloca em sua pauta para o dia 20 de agosto qualquer crítica
contra o ajuste neoliberal, chegando a ser criticada até por O Trabalho! Quando até
os Lambertistas de OT criticam os ex-Altamiristas do PCO por defenderem o
“Estado democrático de Direito” sem dar um pio sobre o ajuste neoliberal é
sinal que Rui Pimenta e seu séquito embarcaram de vez, organicamente, na Frente
Popular (com o PDT de parceiro) e em apoio a política de colaboração de classes quem vem
abrindo caminho para a reação da direita que só pode ser derrotada pela ação
independente e direta dos trabalhadores contra o governo Dilma e a oposição
conservadora forjando uma alternativa própria dos explorados e oprimidos!