GREVE NA GM: OCUPAR A FÁBRICA CONTRA AS DEMISSÕES OU PEDIR PARA DILMA E ALCKMIN 'AGIR EM DEFESA DOS TRABALHADORES' COMO IMPLORA O
PSTU?
A greve dos operários da GM de São José dos Campos começou no
início desta semana e continua forte. Cinicamente, como “presente do dia dos
pais”, a empresa emitiu telegramas anunciando a demissão de quase 500
trabalhadores. Frente ao ataque os metalúrgicos aprovaram a paralisação por
tempo indeterminado. Este golpe ocorre em tempos de ajuste neoliberal onde
cresce o desemprego e a recessão, onde a crise capitalista é jogada nas costas dos explorados. É parte de uma ofensiva geral das montadoras
que estão anunciando férias coletivas, “lay-offs” e dispensando trabalhadores. Além
de reduzir a mão de obra, o anúncio destas medidas têm como objetivo impor o Programa de Proteção ao
Emprego (PPE) lançado pelo governo Dilma com o apoio da CUT a fim de reduzir
salários e os patrões contarem com recursos do FAT para pagar os salários achatados aos
operários! Nesta sexta-feira, dia 14, haverá uma nova assembleia para dar
continuidade à luta, os operários da GM devem manter a greve e deliberar pela
ocupação da empresa já que a montadora ianque entrou na justiça burguesa para
criminalizar a luta e multar o sindicato, em uma clara provocação patronal.
Desgraçadamente a política da direção do Sindicato dos Metalúrgicos de SJC,
filiado à Conlutas e controlado pelo PSTU, segue com seu eixo distracionista e suicida de “Exigir
dos governos que intervenham para anular demissões” como afirma o presidente da
entidade, Antônio Macapá: “Assim como o governo federal, o governo do estado
também beneficia a indústria automotiva com programas de incentivos. O poder
público não pode se omitir numa situação tão grave como esta. As empresas já
têm benefícios demais. Agora é hora de o governo agir em defesa do trabalhador”
(site PSTU, 12.08). Como se observa o PSTU, que antes pedia que Dilma editasse
uma MP para impedir as demissões, agora chega ao cúmulo do absurdo de pedir “ajuda” ao fascista Alckmin, como
se estes governos burgueses (e particularmente o Opus Dei tucano) fossem aliados dos trabalhadores! Na verdade a Conlutas opta
por este caminho suicida para não tomar a única medida de ação direta que poder
barrar as demissões e impulsionar a solidariedade de classe em todo o Vale do
Paraíba que é a ocupação da GM e o chamado a uma greve geral metalúrgica em
toda a região. Os operários devem ir pelo caminho oposto a de ter ilusões que Dilma e Alckmin adotem medidas em seu favor, precisam tomar em suas mãos a
defesa do emprego, enfrentando a ofensiva patronal através da greve com
ocupação e solidariedade de classe! Desde a LBI nos solidarizamos com a luta dos trabalhadores
da GM e alertamos aos companheiros a não terem nenhuma ilusão no governo
burguês da “gerentona” petista e muito menos em Alckmin. Lembrem-se que Lula
não tomou nenhuma medida contra as demissões na Embraer e Dilma fez o mesmo na
recente crise na Volks. Esta política suicida da Conlutas-PSTU só levará a
derrota! É preciso ter claro que o acordo passado, assinado pelo sindicato,
resultou em redução do piso salarial e em demissões por meio do PDV. Houve quem
dissesse que foi uma vitória parcial, porque se havia obtido uma estabilidade
temporária. Agora, se vê que o acordo serviu apenas à GM! O momento agora é de
cobrir da mais ampla solidariedade a greve na GM e estendê-la para outras
fábricas da região e demais montadoras para demonstrar a força do proletariado.
Para que esta luta possa vencer é necessário superar a política de colaboração
de classes da direção do Sindicato dos Metalúrgicos de SJC, controlado pela
Conlutas sem depositar nenhuma confiança na “oposição” encabeçada pela pelegada
da CUT-CTB. Ao mesmo tempo que defendemos o fortalecimento da greve, com uma
campanha nacional em solidariedade a luta dos operários da GM, devemos
apresentar um pauta classista para a paralisação que além de impor o
cancelamento das demissões, contemple a redução dos
ritmos de produção e da jornada de trabalho sem redução de salário; Escala móvel de salários, onde os contratos
coletivos de trabalho devam assegurar aumento automático dos salários, de
acordo com a elevação dos preços dos carros e a escala móvel por horas de
trabalho, para absorver a mão de obra metalúrgica desempregada. Com essa medida
o trabalho disponível deve ser repartido entre todos os operários existentes e
a repartição deve determinar a duração da semana de trabalho, com o salário
médio de cada operário sendo o mesmo da antiga semana de trabalho. Não ao banco
de horas! Fim dos empréstimos do BNDES às transnacionais que só engorda os
bolsos dos patrões e financia as demissões! Frente à ameaça das demissões da
fábrica da GM é preciso defender a estatização da empresa sob controle dos
trabalhadores e sem nenhuma indenização. Para isso é preciso organizar
nacionalmente uma campanha contra as demissões sem nenhuma ilusão nos inócuos
apelos a Dilma e Alckmin sob o eixo da ocupação das empresas que demitirem, assembleias
intersindicais unificadas, paralisações de verdade e a construção da greve
geral da categoria. É fundamental para enfrentar a ofensiva dos patrões a
retomada dos métodos de luta e ação direta, com assembleias massivas democráticas
e greves unificadas para arrancar verdadeiros aumentos salariais e fazer
avançar a consciência política da classe, a fim de aumentar o potencial de
combate contra os seus inimigos de classe que têm imputado derrotas econômicas,
sociais e políticas aos trabalhadores.
A GM acionou a Justiça do Trabalho contra a greve neste dia 11. A montadora alega que está cumprindo acordo coletivo celebrado com o Sindicato que, primeiramente, foi ajustada a suspensão dos contratos individuais de trabalho (lay off) de 473 trabalhadores, tendo havido a extensão para outros 325 empregados. No pedido a montadora argumenta ainda que o Sindicato não concorda com a aplicação do Programa de Proteção ao Emprego (PPE) e que o movimento de greve não se justifica. Em favor dos patrões, o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região marcou para o dia 17 (próxima segunda-feira), em Campinas, a primeira reunião de conciliação entre a direção da empresa e do Sindicato dos Metalúrgicos. Os trabalhadores foram surpreendidos com a chegada dos telegramas na véspera do dia dos pais e que a empresa tinha acabado de sair do chamado “lay-off” e que acreditavam que a direção da montadora iria retomar as operações em sua normalidade, mas os patrões anunciaram que nem as demissões voluntárias e nem os layoffs deram retorno esperado. Com as demissões, além de lançar no abismo do desemprego centenas de operários, reduzindo seus custos para manter os lucros, a empresa quer aumentar a exploração dos operários que se mantenham na fábrica e forçar a categoria a aceitar um novo golpe: a imposição do PPE com a redução dos salários, a pretexto de garantir empregos (por tempo determinado) para uma parcela dos trabalhadores. Trata-se da política dos patrões de divisão dos trabalhadores e de usar a crise econômica, para aumentar a exploração da classe operária e descarregar todo o ônus do colapso capitalista nas costas dos trabalhadores.
A GM acionou a Justiça do Trabalho contra a greve neste dia 11. A montadora alega que está cumprindo acordo coletivo celebrado com o Sindicato que, primeiramente, foi ajustada a suspensão dos contratos individuais de trabalho (lay off) de 473 trabalhadores, tendo havido a extensão para outros 325 empregados. No pedido a montadora argumenta ainda que o Sindicato não concorda com a aplicação do Programa de Proteção ao Emprego (PPE) e que o movimento de greve não se justifica. Em favor dos patrões, o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região marcou para o dia 17 (próxima segunda-feira), em Campinas, a primeira reunião de conciliação entre a direção da empresa e do Sindicato dos Metalúrgicos. Os trabalhadores foram surpreendidos com a chegada dos telegramas na véspera do dia dos pais e que a empresa tinha acabado de sair do chamado “lay-off” e que acreditavam que a direção da montadora iria retomar as operações em sua normalidade, mas os patrões anunciaram que nem as demissões voluntárias e nem os layoffs deram retorno esperado. Com as demissões, além de lançar no abismo do desemprego centenas de operários, reduzindo seus custos para manter os lucros, a empresa quer aumentar a exploração dos operários que se mantenham na fábrica e forçar a categoria a aceitar um novo golpe: a imposição do PPE com a redução dos salários, a pretexto de garantir empregos (por tempo determinado) para uma parcela dos trabalhadores. Trata-se da política dos patrões de divisão dos trabalhadores e de usar a crise econômica, para aumentar a exploração da classe operária e descarregar todo o ônus do colapso capitalista nas costas dos trabalhadores.
Lembremos que em janeiro deste ano, quando foi celebrado no
ABC o acordo com a Volks que trocou a demissão de 800 operários por um PDV de
2300 trabalhadores, José Maria de Almeida, dirigente do PSTU, classificou a
traição perpetrada pela Articulação (PT) desta forma “Termina em vitória a
greve da VW - Os 800 demitidos são reintegrados”. Em resumo, naquele momento
uma mão lavou a outra, com a burocracia de “esquerda” da Conlutas lavando a cara
da burocracia sindical chapa branca da CUT! Esta política foi a mesma aplicada
pela GM em 2013 e aceita pelo Sindicato dos Metalúrgicos de SJC controlado pela Conlutas. Por esta
razão, Zé Maria celebrou naquele momento “Os trabalhadores comemoraram efusivamente
a aprovação do acordo, apesar de tratar-se de um acordo que, como se pode ver,
tem aspectos muito ruins. E estão certos os trabalhadores em comemorar, pois a
reintegração dos demitidos era o objetivo fundamental da greve e, na
circunstancia em que se deu este conflito, é uma vitória muito importante do
movimento. E dificilmente se conseguiria um acordo em condições melhores”
(PSTU, 16.01)! Enfim... quem semeia traições colhe vergonhosas derrotas! Como
sempre, CUT e Conlutas abriram mão da luta direta e da greve com ocupação de
fábrica, único meio para barrar as demissões, para fazer acordos vergonhosos
com os patrões! O mesmo se repete agora...
O proletariado, não só da GM de SJC, deve abstrair as duras
lições da ofensiva neoliberal do imperialismo em pleno curso no planeta. A
classe operária não conseguirá derrotar os ataques do capital com a velha
política de colaboração de classes ou lobby parlamentar, seja do reformismo
“chapa branca” ou do revisionismo de “esquerda”. Os metalúrgicos da GM de SJC
estão ameaçados em seu próprio direito de existência, com o processo de
desativação da planta industrial da cidade. Neste momento se faz necessário constituir
imediatamente uma comissão de mobilização de base, que aponte para a convocação
de uma greve geral com ocupação de fábrica, mesmo neste momento de interregno
na produção os patrões nunca admitem a “invasão” de suas “propriedades”.
Frente a essa realidade é preciso denunciar a escandalosa
traição do PSTU na GM, assim como sua política pró-imperialista em nível
internacional, preparando a resistência na condição de oposição classista à
diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos. Para barrar as
demissões em massa é necessária, desde já, uma mobilização nacional, unitária e
centralizada dos trabalhadores, baseada num programa operário e
anticapitalista, capaz de defender os empregos através da greve com ocupação de
fábrica. Para vencer, o proletariado precisa superar as direções das centrais
governistas e a própria linha política da Conlutas, já que só com sua ação
direta e não lançando inócuos apelos a Dilma, Alckmin e aos patrões pode-se derrotar a
ofensiva capitalista. É preciso rechaçar as demissões, convocar pela base uma
assembleia e deflagrar a greve com ocupação de fábrica, chamando a
solidariedade de toda a categoria. Já bastam as derrotas sofridas em São José
dos Campos na Embraer e a desocupação do Pinheirinho pela PM, quando o PSTU
abortou a resistência através de comitês de autodefesa armados, patrocinando
ilusões na justiça burguesa e no Palácio do Planalto! É hora de resistir usando
os métodos de luta da classe operária! Para a vanguarda classista e revolucionária este é o momento
certo para apoiar fortemente esta luta com toda solidariedade política e
material e construir uma verdadeira oposição classista alternativa aos pelegos
da CUT-CTB.