NESTE DOMINGO PSTU TEVE VERGONHA DE IR À MARCHA REACIONÁRIA
DOS 'COXINHAS'...NO PASSADO DEFENDEU OS 'REVOLUCIONÁRIOS DE MAIDAN' NA UCRÂNIA
E A 'REBELIÃO POPULAR' NA LÍBIA, MARIONETES DA DIREITA
Logo após as manifestações do dia 16 o PSTU lançou um
balanço da domingueira da direita onde afirma “Os protestos foram
organizados, dirigidos e impulsionados por grupos liberais, pela oposição
burguesa, e os deste domingo em especial, pelo PSDB e Cunha diretamente. Ao
poupar Cunha e dar voz a Aécio, propõem tirar Dilma e dar o poder ao PSDB, ao
presidente da Câmara ou ao vice Michel Temer, pela via do impeachment. Mas, ao
contrário do que tenta fazer parecer certa caricatura desenhada por setores
ligados ao governo, os protestos contra Dilma e o PT não fazem parte de um
‘golpe’ e nem são apenas o complô da classe média alta endinheirada e de
direita contra um governo ‘de esquerda’.
Eles expressam também o desgaste e a ruptura com o governo de amplos
setores da população, inclusive setores médios, que estão muito longe de serem
‘coxinhas’.” (Nem dia 16, nem 20 de agosto: colocar os trabalhadores nas ruas
contra o governo Dilma, Temer, Aécio e Eduardo Cunha, site PSTU, 17.08). Se o
PSTU tem a caracterização de que não estavam somente “coxinhas” nas marchas
reacionárias do domingo cabe a singela pergunta: Por que a direção morenista não
orientou seus militantes a intervirem criticamente nas manifestações “verde
amarelas”? Não seria o caso de disputar com a direita os rumos do “movimento de
massas”, pois pelo que se lê acima Eduardo Almeida, Valério Arcary e Zé Maria
consideram “progressivo” a suposta ruptura com o governo de amplos setores da
população mesmo expressando uma tendência conservadora, tanto que alegam
que os presentes sequer podem ser considerados ‘coxinhas’! Nada mais
“normal” o PSTU ter ido com todo peso a manifestação do dia 16, já que em
outros países, com processos políticos bastante similares, os morenistas
apoiaram entusiasticamente manifestações com o mesmo perfil reacionário, como
as mobilizações na Líbia, Ucrânia, Síria ou mesmo no Egito contra a Irmandade
Muçulmana, qualificando-as de levante popular, rebelião de massas e até
revoluções! Pelo que parece os dirigentes do PSTU até por “instinto de
sobrevivência” sentiram na própria pele que as tais “revoluções” que eles
diziam existir pelo mundo afora, com conteúdo bem parecidos com as marchas da
direita no Brasil que perseguem qualquer pessoa vestida de vermelho nas ruas
sob a acusação de “comunista”, não eram tão “progressistas” assim! Lembremos
que a LIT saudou as hordas de fascistas que derrubaram as estátuas de Lênin em
Kiev no ano de 2014, alegando que tais “confusões” fazem parte do “processo
revolucionário”, cabendo os revolucionários disputar a consciência das massas
que estão fazendo sua “experiência concreta”! Se o PSTU considera, como afirma
em seu balanço do dia 16, que nas marchas do domingo se encontram “setores da
classe média que sofrem com a inflação, as contas das escolas dos filhos, dos
planos de saúde, mas também trabalhadores precarizados, desempregados,
bancários, professores indignados com a corrupção e, sobretudo, com a situação
dos serviços públicos, em especial da educação. Pessoas que, desgraçadamente,
ao não encontrarem referência na esquerda, caem nos braços do PSDB e servem
como massa de manobra numa estratégia de desgaste eleitoral” por que não ir as
manifestações e disputar os rumos da “luta”, os “corações e mentes” como dizem,
com o tucanato e seus satélites, servindo esta intervenção militante como
elemento de vanguarda na tal “experiência das massas”? Como se observa, a direção do PSTU que
aplaudiu o recente panelaço contra o PT, afirmando ser “legítimo”, faz todo o
malabarismo possível para explicar as razões de no Brasil não seguir a política que aplica em
outros países e porque teve vergonha de se juntar a marcha reacionária dos “coxinhas”.
Se desse uma resposta consequente teria que fazer uma profunda autocrítica de
toda a linha política pró-imperialista que adotou recentemente diante da mal
chamada “Primavera Árabe”, teria que declarar que errou ao apoiar o golpe
militar no Egito contra Morsi apresentando-o como uma vitória das massas! Na
atual conjuntura o “Fora Dilma”, sem que haja uma alternativa revolucionária de
nossa classe, significa concretamente o “Venha a Direita” para o governo! Se
opor ao institucional “Fora Dilma” de maneira alguma representa emprestar apoio
político a um governo que facilita a marcha da direita fascista no Brasil. A LBI
também considera assim como o PSTU que não há risco de golpe no Brasil como
alega o PCO e outros setores chapa branca que na verdade desejam blindar o
governo Dilma e sabotar a resistência operária ao ajuste neoliberal imposto
pelo PT, mas em nenhum momento flertamos com o “Fora Dilma” e muito menos vemos
com simpatia as marchas da reação fascista. Desde as manifestações de março e
abril chamamos a enfrentar a direita e inclusive nas ruas através de brigadas
de militantes para responder as provocações fascistas em tom “verde-amarelo”.
Neste momento, consideramos que taticamente o melhor caminho para enfrentar o
ajuste neoliberal é fortalecendo as greves e a ação direta dos trabalhadores, o
que não está na contramão de intervir nos atos do dia 20 convocados pela CUT e
MTST com um programa próprio, de combate as medidas neoliberais do governo do
PT. Como já afirmamos nossa tarefa é ganhar as ruas no próximo dia 20 não para
defender o lacaio governo Dilma de um suposto golpe militar inexistente ou para
dar suporte ao “Estado Democrático” que espolia e assassina a população pobre e
negra. Vamos mobilizar o proletariado para com a ação direta derrotar a ‘Agenda
Brasil’, a direita fascista e impor nosso programa histórico de reivindicações
sociais! Nesse sentido, para se construir uma alternativa revolucionária a
política de colaboração de classes do PT, CUT, UNE, MST e MTST faz necessário intervir nos
atos desta quinta-feira, 20, com uma dura crítica classista e anticapitalista ao governo Dilma. Como não podemos
esperar que o arco da esquerda “chapa branca” (PT, PCdoB, PCO) seja capaz de lutar dignamente
contra a extrema-direita, é tarefa das forças da esquerda mais consequente e de
seus aliados genuinamente democráticos impedir que as manifestações
reacionárias galvanizem setores da população mais castigados pela política neomonetarista
do governo. Se impõe a construção de uma mobilização operária e popular, que
pela via da ação direta das massas esmague o germe do fascismo e derrote seus
cúmplices oficiais, uma orientação oposta do “flerte” criminoso que os
morenistas vem fazendo para a direita, impressionados com as marchas que vem
ocorrendo no país.